Lucro econômico zero ocorre quando:

Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 8, Oferta :: REVISÃO

1.  Por que uma empresa incorrendo em prejuízos optaria por continuar a produzir, em vez de encerrar suas atividades?

A empresa incorre em prejuízo quando as receitas são inferiores aos custos totais.  No caso das receitas serem maiores do que os custos variáveis, mas inferiores aos custos totais, vale a pena para a empresa produzir no curto prazo, em vez de encerrar suas atividades, mesmo incorrendo em prejuízo. A empresa deve comparar os prejuízos obtidos na situação em que não produz e na situação em que apresenta produção positiva, e então escolher a alternativa que gera a menor perda.  No curto prazo, o prejuízo será minimizado se a empresa for capaz de cobrir seus custos variáveis.  No longo prazo, todos os custos são variáveis, de modo que a permanência da empresa na indústria depende dos custos totais serem cobertos.

2.  A curva de oferta a curto prazo para uma empresa coincide com a curva de custo marginal a curto prazo (acima do ponto de custo variável médio mínimo). Por que sua curva de oferta a longo prazo não coincide com a curva de custo marginal a longo prazo (acima do ponto de custo médio total mínimo)?

No curto prazo, uma mudança no preço de mercado induz as empresas a modificar seu nível ótimo de produção.  O nível ótimo ocorre no ponto em que o preço é igual ao custo marginal, desde que o custo marginal seja maior do que o custo variável médio. Logo, a curva de oferta de uma empresa corresponde à sua curva de custo marginal, no trecho acima do custo variável médio.  (Quando o preço cai abaixo do custo variável médio, a empresa opta por abandonar as atividades).

No longo prazo, a empresa ajusta as quantidades de seus insumos de modo a igualar o custo marginal de longo prazo ao preço de mercado.  No nível ótimo de produção, a empresa está operando sobre uma curva de custo marginal de curto prazo, num ponto onde o custo marginal de curto prazo é igual ao preço.  À medida que o preço de longo prazo muda, a empresa altera gradualmente a combinação de insumos de modo a minimizar seus custos.  Logo, a oferta no longo prazo reage às mudanças no preço através de deslocamentos de uma curva de custo marginal de curto prazo para outra.

Observe, ademais, que no longo prazo haverá entrada de novas empresas e a empresa auferirá lucro zero, de modo que qualquer nível de produção  para o qual CMg>CMe é inviável.

3.  No equilíbrio de longo prazo, todas as empresas de uma indústria auferem lucro econômico zero. Por que tal afirmativa é verdadeira?

A teoria da competição perfeita pressupõe explicitamente a ausência de barreiras à entrada ou saída de novos participantes da indústria. Com livre entrada, a ocorrência de lucros econômicos positivos atrai novas empresas para a indústria, o que desloca a curva de oferta para a direita, causando a queda do preço de equilíbrio do mercado e, portanto, a redução dos lucros. A entrada de novas empresas cessará apenas quando os lucros econômicos tiverem sido totalmente eliminados, caracterizando, assim, um equilíbrio em que todas as empresas auferem lucro zero.

4.  Qual é a diferença entre lucro econômico e excedente do produtor?

O lucro econômico é a diferença entre a receita total e o custo total, enquanto que o excedente do produtor é a diferença entre a receita total e o custo variável total. A diferença entre lucro econômico e excedente do produtor é, portanto, o custo fixo de produção.

5.  Por que as empresas entram em uma determinada indústria quando sabem que no longo prazo seu lucro econômico será zero?

A obtenção de lucro econômico positivo no curto prazo pode ser suficiente para incentivar a entrada em uma indústria.  A ocorrência de lucro econômico zero no longo prazo implica retornos normais para os fatores de produção, incluindo o trabalho e o capital dos proprietários da empresa. Suponha o caso de um pequeno empresário cujo negócio apresenta lucro contábil positivo. Caso o lucro seja igual ao rendimento que o proprietário poderia obter em outra atividade, possivelmente assalariada, ele será indiferente entre permanecer no negócio ou abandonar as atividades.

6.  No início do século XX, havia muitos pequenos fabricantes de automóveis nos EUA. No final do século, existem apenas três grandes empresas automobilísticas. Suponha que esta situação não se deva à falta de regulamentação antimonopolística por parte do governo federal. De que forma você explicaria a redução no número de fabricantes de automóveis? (Sugestão: qual seria a estrutura de custos inerente à indústria automobilística?)

A indústria automobilística é altamente capital-intensiva. Isso significa que, mesmo na ausência de barreiras à competição no setor, a presença de retornos crescentes de escala pode reduzir o número de empresas no longo prazo.  De fato, à medida que as empresas crescem, os retornos crescentes de escala implicam custos menores de produção, permitindo às empresas de grande porte cobrar preços mais baixos e, assim, expulsar do mercado as empresas menores. Se as economias de escala cessarem a partir de certo nível de produção, a configuração de mercado de equilíbrio comportará mais de uma empresa.

7.  A indústria X é caracterizada por competição perfeita, de tal forma que cada empresa está auferindo lucro econômico zero.  Se o preço de mercado caísse, nenhuma empresa poderia sobreviver. Você concorda ou discorda dessa afirmação?  Discuta.

A afirmação é falsa.  Se o preço caísse abaixo do custo total médio, as empresas continuariam a produzir no curto prazo e cessariam a produção no longo prazo.  Se o preço caísse abaixo do custo variável médio, as empresas deixariam de produzir no curto prazo.  Logo, caso a redução no preço seja suficientemente pequena, ou seja, menor do que a diferença entre o preço e o custo variável médio, as empresas podem sobreviver.  Se a redução no preço for maior do que a diferença entre o preço e o custo variável médio mínimo, as empresas não sobreviverão.  Em geral, pode-se esperar que algumas empresas sobrevivam e outras abandonem a indústria, sendo que o número de empresas que saem deve ser o estritamente necessário para que o lucro deixe de ser negativo.

8.  O crescimento da demanda de filmes em vídeo também aumenta os salários dos atores e atrizes substancialmente. A curva de oferta a longo prazo para filmes tem inclinação horizontal ou ascendente? Explique.

A curva de oferta de longo prazo depende da estrutura de custos da indústria. Se a oferta de atores e atrizes for fixa, o aumento do número de filmes produzidos causará o aumento dos salários.  Logo, a indústria apresenta custos crescentes, o que significa que sua curva de oferta de longo prazo deve ser positivamente inclinada.. 

9.  Verdadeiro ou falso:  Uma empresa deveria sempre operar no nível de produção em que o custo médio a longo prazo seja minimizado.  Explique.

Falso.  No longo prazo, sob competição perfeita, as empresas devem produzir no ponto de custo médio mínimo.  A curva de custo médio de longo prazo é formada pelos pontos de custo mínimo para cada nível de produção.  No curto prazo, porém, é possível que a empresa não esteja produzindo a quantidade ótima de longo prazo. Logo, na presença de algum fator de produção fixo, a empresa não produz necessariamente no ponto de custo médio mínimo.

10.  Poderá haver rendimentos constantes de escala em uma indústria com curva de oferta dotada de inclinação ascendente?  Explique.

Os rendimentos constantes de escala implicam que aumentos proporcionais em todos os insumos geram o mesmo aumento proporcional na produção. Aumentos proporcionais em todos os insumos podem causar a elevação dos preços caso as curvas de oferta dos insumos sejam positivamente inclinadas. Logo, os rendimentos constantes de escala não implicam necessariamente uma curva de oferta horizontal.

11.  Quais as suposições necessárias para que um mercado seja considerado perfeitamente competitivo?  À luz de tudo o que você aprendeu neste capítulo, por que cada uma de tais suposições se faz necessária?

As duas principais hipóteses da competição perfeita são: (1) todas as empresas na indústria são tomadoras de preço, e (2) há livre entrada e saída de empresas do mercado.  O objetivo deste capítulo é discutir de que forma o equilíbrio competitivo é atingido a partir dessas hipóteses. Vimos, em particular, que no equilíbrio competitivo o preço é igual ao custo marginal.  Ambas as hipóteses são necessárias para garantir que tal condição seja satisfeita. No curto prazo, o preço poderia ser maior do que o custo médio, implicando lucros econômicos positivos.  Com livre entrada, a ocorrência de lucros econômicos positivos atrai novas empresas para a indústria, o que exerce pressão para baixo sobre o preço, até que este se iguale ao custo marginal e ao custo médio mínimo.

12.  Suponha que uma empresa competitiva se defronte com um aumento da demanda (isto é, a curva da demanda desloca-se para cima).  Por meio de quais passos um mercado competitivo assegura um aumento no nível de produção?  Sua resposta seria modificada caso o governo implementasse um preço-teto?

Supondo uma oferta fixa, o aumento na demanda aumenta o preço e os lucros.  O aumento no preço induz as empresas presentes na indústria a aumentar sua produção.  Além disso, a ocorrência de lucro positivo deve incentivar a entrada de novas empresas na indústria.  Se o governo implementasse um preço-teto, o lucro seria menor do que no caso anterior, reduzindo o incentivo à entrada.  Com lucro econômico zero, não há entrada de empresas ou deslocamento da curva de oferta.

13.  O governo aprova uma lei autorizando um subsídio substancial para cada acre de terra utilizado no plantio de tabaco. De que maneira esse subsídio federal influenciaria a curva de oferta do tabaco a longo prazo?

O subsídio à produção de tabaco diminuiria os custos de produção da empresa, causando a entrada de novas empresas na indústria e o deslocamento da curva de oferta da indústria para a direita.

Última postagem

Tag