Por que sim ou porque sim

Victor Sá

13 de outubro de 2016 | 12h11

Arte: André Bonani

Junto com musiquinhas, berros, historinhas e birras, uma grande novidade: o porquê.

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O fenômeno do questionamento chegou meio que devagar, abelhinha. Primeiro, você quis saber o porquê da Lua nunca aparecer ao lado do Sol. Seriam eles brigados?

Depois, por que comemos as sementes de algumas frutas e de outras não? E por que banana não tem caroço? (Essa eu demorei uns 29 anos para aprender e é mais complicado do que parece).

Agora, percebi, o porquê veio pra ficar. Super saudável, obviamente. A curiosidade é algo quase sagrado. Apoio total. O que incomoda, é a completa ausência de respostas que tenho a lhe oferecer, minha gatinha. Até você me bombardear com perguntas, ignorava minha ignorância.

trilha sugerida:

Basicamente, algumas poucas coisas eu sei. Outras não tem mesmo nenhum porquê, simplesmente são. E todo o resto, eu não tenho a mais puta ideia. E esse resto é essencialmente tudo que nos envolve e que – ao virarmos adultos – paramos de questionar. Apenas aceitamos o “porque sim” e seguimos.

Por exemplo, escrevendo esse texto, notei as mil maneiras possíveis de escrever “porquê”. Pode ser junto, separado, com acento, sem acento. Por quê? Não sei, amorinha. Não sei. São muitas as regras. Tem gente que simplifica tudo e escreve apenas “pq” para todos os casos. Resolve. Afinal, se o senhor que adora latim e declamar mesóclise durante banquetes pode usar PECs para Propostas de Emenda à Constituição (que irão dificultar e muito a vida), por que não poderíamos simplificar tudo com um belo “pq”? Infelizmente, muitos não gostam do “pq”, então você pode sempre, assim como eu, recorrer a mamãe que manja tudo sobre isso. Se ela não puder ajudar, ta aí o bom e velho google. O que me leva a outra questão:

Como te explicar que é possível quase toda produção cultural da humanidade caber em um aparelhinho que levamos no bolso?

Falam que muita coisa fica salva em uma “nuvem”. Pois é, também não tenho ideia de como é isso. As nuvens do céu, diferentes dessa outra, eu até sei explicar. Se não mudou desde o que aprendi na escola, faz parte do ciclo da água que envolve os três estados, aquela onda toda. Agora, essa nova nuvem, essa é mais complexa. Pelo menos, não precisarei te explicar a mágica de um fax.

Também não sei nada sobre o tal capital especulativo. Tem todo um papo de dinheiro que não é físico. Eu não sei como isso é possível. Na verdade, tenho uma dificuldade tremenda com coisas não visíveis e com economia/dinheiro.

Não fecha na minha cabeça o tamanho do lucro dos bancos mesmo nas piores crises. Ou então, por que topamos, nós todos os adultos, doar dinheiro aos bancos assim, meio que de graça, por inércia. Pegamos nosso salário e colocamos lá. E então, quando precisamos de uns trocados, por algum motivo, eles podem simplesmente negar ou cobrar juros absurdamente altos. E todo mundo aceita como normal! Essa matemática nunca entendi. Sem falar na história toda de inflação, bolsa de valores, preço do dólar. Essas coisas pra mim são conceitos distantes, quase indecifráveis. É, papai é um tanto besta, verdade. Talvez se eu entendesse dessas coisas, conseguiria te explicar a maldita pirâmide, tão poucos com muito e muitos com tão pouco. Mas, não. Não sei mesmo como te explicar.

Nota que do “por que é que o céu é azul?” até chegaremos a “grande fúria do mundo” é rapidinho?

E papai, não tem lá muito mais que oferecer além dessas croniquetas e outras poucas groselhas.

Portanto, na dúvida, formiguinha, abrace a dúvida. Abrace com muita curiosidade. Você vai perceber que quanto mais aprender, mais dúvida vai pintar. E não tenha medo de não saber, já tem gente demais com certezas demais por aí. É o que posso te dizer.

É muito pouco, isso eu sei.

Amor,

Papai.

13.10.16

Existem crianças que, ainda que sejam educadas e cuidadas numa mesma família, saem completamente diferentes na sua forma de ser, de reagir, de exigir ou de se expressar. Por exemplo, algumas crianças apenas com um ?sim? ou ?não? não se contentam com os seus pais diante de uma pergunta, e querem mais, saber o porquê ou uma explicação. Outras, entretanto, engolem o ?sim? ou ?não? e ficam satisfeitas.

Em que grupo o seu filho se encontra? Minha filha sempre esteve no grupo das crianças que requerem uma explicação a todas as respostas dos pais. Como ela era repetitiva, dizendo: ?e por que não, ou por que sim?? Muitas vezes, por falta de tempo, preguiça ou simplesmente por falta de paciência, quando nossos filhos perguntam várias vezes, acabamos respondendo com impaciência: ?Isso sim ou não... Porque eu estou dizendo e pronto!?. 

Claro que essa não é a melhor forma de responder às crianças, especialmente quando elas batem o pé, firmes no seu propósito de conseguir uma explicação e nos dizem: ?porque sim, não é resposta?. Minha filha era uma especialista em me colocar à prova com ela. Então, eu não tinha alternativa, a não ser respirar fundo e se sentar com ela para conversar.

Deve-se explicar o motivo do ?não? ou do ?sim? aos filhos? Eu acredito que devemos explicar alguns e outros não. Por exemplo, se minha filha me perguntava se ela poderia comer mais, eu poderia dizer-lhe que sim, nada mais, ou poderia dizer-lhe que não e explicar para ela que ?ela já tinha comido o bastante?, ?porque não tem mais?, ou ?porque o que resta tem que deixar para o seu pai?. Os pais devem ensinar aos filhos a aceitarem as frustrações. Dizer-lhes ?não? ensinará a eles que não podem fazer nem ter tudo o que querem. São as frustrações que farão que os nossos filhos se sintam mais seguros e flexíveis. 

Existem coisas que as crianças devem saber que um ?não? ou um ?sim?, é a resposta. Não se pode ir dando explicações de tudo. As crianças devem entender as normas tal como são, e, com o tempo, aprenderão com suas próprias experiências e exemplos, quando devem pedir mais explicações. Elas devem aprender que as decisões que os pais tomam, não podem ser reféns dos seus desejos, e que são e serão sempre para o seu bem.  

Vilma Medina
Diretora de GuiaInfantil.com

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Publicado: 3 de janeiro de 2017
Actualizado: 11 de janeiro de 2017

Você fica com dúvidas toda vez que decide usar um dos porquês? Bom, você não é o único! A verdade é que cada porquê tem um sentido diferente e é por esse motivo que necessitam de serem diferenciados! Vejamos como fica o porquê: Quando puder substituir por uma vez que, já que, visto que, pois ou para que, ou seja, por conjunções causais, explicativas ou final, será escrito junto e sem acento: porque. a) Ela não gosta de viajar de ônibus porque demora demais! (visto que, uma vez que) b) Não vá de ônibus, porque demorará demais! (pois) c) É preciso que você não vá de ônibus porque, dessa forma, chegue a tempo! (para que) Quando for substantivo e/ou houver um determinante antecedendo, será escrito junto e com acento: porquê. Nesse caso, seus substitutos são as palavras: motivo, razão, causa. a) O porquê de estarmos aqui é que faremos reunião a respeito das férias de dezembro. b) Dê-me um porquê para continuar a ajudá-lo! c) Agora, estudaremos o uso dos porquês. Nas orações interrogativas diretas, ou melhor, nas perguntas, use separado e sem acento: por que: a) Por que você não veio ontem? b) Então, por que não podemos ir? Da mesma forma, quando a oração for afirmativa e puder ser substituído por pela qual, pelo qual, pelas quais, pelos quais ou quando a palavra “razão” estiver subentendida, use desta forma: por que. a) Este é o motivo por que não mantemos nossas prioridades. (pelo qual) b) Não entendi por que estamos tão ansiosos, pois de nada adianta! (por que razão) O acento irá incidir sobre a forma “por que” (por quê) quando este vier ao final de alguma frase ou antes de pausas, ou seja, vírgulas: a) Não sabia por quê, mas estava muito esperançoso! (por qual razão) b) Você não foi ao cinema, por quê? (por qual motivo)

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Como dizer “porque sim!” ou “porque não” em inglês? Essa pequena dica, foi enviada a mim via Facebook e é de autoria do amigo Marçal Couceiro. Como achei o tema interessante e o modo como ele escreveu também, pedi permissão para compartilhar a dica com a turma do Inglês na Ponta da Língua. Portanto, vamos aprender mais essa e evitar um erro comum que muita gente comete por aí. Com vocês, as palavras do amigo e leitor Marçal.

Quero aqui dar minha contribuição com uma das dúvidas mais comuns entre os alunos e que, pelo desconhecimento, eles adaptam de forma bastante espirituosa.

Você já deve ter se perguntado como se responde “porque sim!” e “porque não!” em inglês. Em português, usamos essas expressões quando não queremos dar maiores explicações sobre alguma coisa. Trata-se de algo muito comum no português falado.

A situação é a seguinte: digamos que alguém pergunta algo como, “Por que você fez isso?“. Você não está muito a fim de entrar em detalhes, então solta um simples, “Ah, porque sim!“. Pronto!  Fim de papo! Tenho certeza que você sabe bem do que estou falando, não é mesmo?

Pois bem! Se você acha que em inglês basta dizer “because yes” ou “because no“, saiba que você está fazendo isso em português. Ou seja, apesar de estar usando palavras em inglês, você está apenas usando o português em inglês. Isso porque é dessa forma que dizemos em português e muita gente tende a achar que é só traduzir as palavras e está tudo resolvido.

Cuidado! Em inglês não é assim que eles dizem. Para eles, o modo mais comum e correto para dizer “porque sim!” e “porque não!” é dizendo “JUST BECAUSE!“. Por mais estranho que possa parecer a expressão “just because!” é usada para expressar as duas ideias: “porque sim!” e “porque não!“. Seguem abaixo alguns exemplos para você perceber isso melhor:

  • Why did you do that? (Por que você fez isso?)
  • Just because! (Porque sim!)
  • Why didn’t you go with them? (Por que você não foi com eles?)
  • Just because! (Por que não!)

Para encerrar, saiba que às vezes você ouvirá as pessoas dizendo apenas “just ‘coz“. Não se preocupe! É a mesma coisa! ‘Coz é apenas a forma curta deles dizerem because.

É isso aí meus caros, nada de because yes e because no, ok? 😉

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