A mesma sensação de um oral

3 agosto 2018

A mesma sensação de um oral

Crédito, Getty

Legenda da foto,

Disforia pós-sexo tem sido estudada principalmente em mulheres

As relações sexuais são seguidas, em geral, por uma sensação de relaxamento e bem-estar.

Mas, para muitas pessoas, nem sempre é assim.

Há quem seja tomado por um sentimento de tristeza, vergonha e ansiedade, sem qualquer motivo aparente, após atingir o orgasmo. É a chamada disforia pós-sexo, também conhecida como tristeza ou depressão pós-sexo.

  • Por que a dor e a falta de prazer fazem parte da vida sexual de tantas mulheres
  • Os clichês sobre o orgasmo feminino derrubados pela ciência

Como o próprio nome sugere, é uma sensação oposta à euforia.

"É difícil medir, mas depois do sexo, sinto uma sensação forte de autodepreciação", conta um homem que participou recentemente de um estudo sobre o tema.

Em alguns casos, a pessoa pode ficar irritada e agir de forma abusiva fisicamente ou verbalmente, em vez de compartilhar um momento que supostamente deveria ser prazeroso com o parceiro.

Crédito, Getty

Legenda da foto,

A síndrome pode afetar não só a pessoa, mas o relacionamento com o parceiro

Sem distinção de gênero

Até hoje, a maioria dos estudos sobre disforia pós-sexo era focada no sexo feminino.

Pesquisas mostram que entre 33% e 46% das mulheres já passaram por isso pelo menos uma vez na vida, enquanto um percentual de 5% a 10% afirma ter apresentado os sintomas várias vezes durante o último mês.

Na verdade, existia uma crença de que a condição acometia apenas mulheres. Mas um estudo recente revelou que os homens também sofrem com os mesmos sintomas.

Crédito, Getty

Legenda da foto,

Cerca de 40% dos homens que participaram de estudo disseram já ter sentido disforia pós-sexo

Psicólogos da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, entrevistaram 1.208 homens de diferentes países.

O resultado mostrou que 41% já sofreram com condição pelo menos uma vez na vida, 20% vivenciaram a experiência no mês anterior e entre 3% e 4% sentem depressão pós-sexo regularmente.

"Tenho ataques de choro e crises depressivas após a relação sexual", diz um dos participantes.

"Fico muito envergonhado", desabafa outro.

Segundo os autores do estudo, a experiência dos homens logo após o sexo é "muito mais variada, complexa e com nuances do que se imaginava anteriormente".

Por que isso acontece?

Especialistas afirmam que há diversas causas, como também pode ser uma combinação de fatores.

Crédito, Getty

Legenda da foto,

Diante dos sintomas, especialistas recomendam procurar um médico

A disforia pode estar relacionada a um processo hormonal na amígdala neural, estrutura do cérebro responsável por regular nossos sentimentos e emoções.

"Durante a relação sexual, a amígdala pode reduzir sua atividade e, depois do ato, é ativada novamente", diz à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, o médico Fernando Rosero, especialista em saúde sexual.

Mas o transtorno também pode estar ligado ao estresse psicológico, outras disfunções sexuais ou fatores culturais.

"A disforia pode ser ainda produto de uma educação sexual muito opressiva, em que o sexo possa gerar questionamentos ou angústia para a pessoa", explica Rosero.

Seja qual for o caso, os especialistas recomendam que, ao apresentar qualquer sintoma, as pessoas procurem um médico, porque há diferentes tratamentos para a disforia pós-sexo.

"O sexo tem que ser uma relação de bem-estar e prazer", diz o especialista.

"Quando algo não permite que isso aconteça, é hora de consultar um médico."

Você sabia que o revestimento da sua boca pode acabar acumulando um fungo chamado Candida albicans, que é o causador do que você deve conhecer como candidíase oral?

Essa condição causa lesões brancas, geralmente na língua ou no interior das bochechas. E se você raspar sua língua regularmente, essas lesões podem ser dolorosas e até sangrar um pouco. Aliás, a candidíase oral também pode afetar outras áreas da boca, como a garganta, as amígdalas, a gengiva e o céu da boca, se não for tratada.

Embora seja uma condição que pode afetar qualquer um, é mais comum em bebês e em pessoas com o sistema imunológico comprometido (ou enfraquecido) ou que usam dentadura ou corticoides inalatórios.

A candidíase também pode ocorrer em pessoas que estão fazendo quimioterapia ou radioterapia, que têm uma condição documentada de boca seca persistente (xerostomia) ou são fumantes.

Causas da candidíase oral

A candidíase oral pode ocorrer por causa de alguns fatores. Alguns deles são:

  • Sistema imunológico debilitado (por doenças ou medicamentos, como a prednisona),

  • uso de antibióticos que podem alterar o equilíbrio natural de microrganismos no organismo.

Os mecanismos naturais de proteção podem falhar, fazendo com que o equilíbrio entre microrganismos “bons” e “ruins” mude drasticamente de uma forma ou de outra. Normalmente, o sistema imunológico trabalha para repelir vírus ou bactérias prejudiciais, mas um sistema imunológico enfraquecido torna isso mais difícil, podendo permitir o crescimento do fungo que causa a candidíase oral.

E esses são alguns exemplo de condições que tendem a enfraquecer o seu organismo:

  • Candidíase vaginal,

  • diabetes,

  • a maioria dos tipos de câncer e HIV/AIDS.

O que a candidíase oral pode fazer em adultos com o sistema imunológico debilitado

É muito importante saber como ela atua. Isso porque ela pode se espalhar dentro do corpo, afetando os pulmões, o fígado e o aparelho digestivo. Se a infecção chegar ao intestino, pode levar ainda à desnutrição, deixando a pessoa ainda mais fraca.

Dependendo da gravidade da infecção, o(a) médico(a) pode prescrever medicamentos antifúngicos, como comprimidos, pastilhas ou enxaguante bucal, que possa ser engolido.

Você também pode receber anfotericina B, que é usada com frequência para infecção por HIV em estágio avançado e infecções que se tornaram resistentes aos antifúngicos mais comuns.

Como alguns medicamentos antifúngicos podem causar danos ao fígado, o(a) médico(a) provavelmente fará exames de sangue e monitorará sua função hepática (especialmente se a infecção se espalhar para o fígado).

O mesmo ocorrerá caso o tratamento tenha que demorar mais do que o normal ou se você tiver um histórico de doença hepática.

Sintomas da candidíase oral em crianças e adultos

Os sintomas da candidíase oral podem não aparecer imediatamente em alguns casos. Por outro lado, talvez você desenvolva sinais e sintomas de repente. Conheça alguns sinais sugestivos de candidíase oral:

  • Lesões brancas e pastosas que aparecem em qualquer lugar da boca,

  • dor durante movimentos regulares da boca,

  • sangramento se as lesões forem raspadas ou friccionadas,

  • rachaduras ou vermelhidão perto dos cantos da boca de quem usa dentadura, 

  • boca seca,

  • perda perceptível do paladar ao comer ou beber.

Embora na maioria dos casos as lesões apareçam na área mais visível da boca, elas podem se espalhar para o esôfago. Isso pode dificultar a deglutição ou causar a sensação de que a comida está parada na garganta.

Mas esses sintomas ocorrem nos casos mais graves. Se você apresentar algum deles, consulte imediatamente o(a) dentista ou o clínico-geral para tratamento.

O que fazer para aliviar

Enquanto não começa o tratamento, há algumas coisas que você pode fazer para aliviar qualquer dor:

  • Tente comer iogurte sem açúcar,

  • ou tomar cápsulas de Lactobacillus acidophilus.

Embora não sejam tratamentos ou curas reais, essas medidas paliativas podem ajudar a restaurar os níveis normais da flora bacteriana do seu organismo.

Se a infecção persistir, o(a) médico provavelmente prescreverá um medicamento antifúngico ou antibiótico para ajudar.

Sintomas da candidíase oral em bebês e mães que estão amamentando

Os bebês também podem ter problemas para se alimentar ou ficar mais agitados e irritados do que o habitual se estiverem com candidíase oral (também conhecida como sapinho na boca). 

Bebês provavelmente terão lesões brancas se tiverem candidíase oral. Pais, mães e responsáveis devem prestar muita atenção porque o sapinho pode ser transmitido pela amamentação.

E se a criança passar o sapinho para a mãe e depois se curar, a mãe pode passar o sapinho novamente para a criança sem perceber.

Se você está amamentando, procure esses sinais e sintomas:

  • Coceira, sensibilidade ou vermelhidão incomum nos mamilos,

  • pele brilhante ou com descamação ao redor da aréola,

  • dor muito incomum durante a amamentação ou entre as mamadas,

  • dores profundas e penetrantes no próprio seio.

O que fazer se perceber algum sinal?

Se notar lesões na sua boca ou na do seu pequeno(a), marque uma consulta com o(a) médico(a) ou dentista imediatamente. Em crianças maiores ou adolescentes, também procure atendimento médico porque o diabetes pode ser uma possível condição subjacente.

Como o tratamento nesse caso terá que ser direcionado para você e a criança, os médicos podem usar vários métodos. Para começar, podem prescrever dois medicamentos antifúngicos: um creme para os seios da mãe e outro medicamento para o bebê.

Como amamentar e evitar que a candidíase se espalhe

Veja algumas dicas simples para que a infecção não se espalhe para suas roupas:

  • Use absorventes para os seios. Mas fique longe dos absorventes desse tipo com barreiras de plástico porque eles podem fazer a infecção aumentar.

  • Se os absorventes não forem descartáveis, lave-os (e também os sutiãs) em água quente e com cloro para evitar a propagação da candidíase oral.

  • Se o bebê estiver usando mamadeiras e chupetas, além de estar mamando, lave diariamente tudo o que ele coloca na boca, usando uma solução de partes iguais de água e vinagre. Depois de limpo, deixe secar ao ar para ajudar a impedir o crescimento de fungos.

  • Faça isso também com qualquer tipo de extrator de leite que você possa estar usando, especialmente as peças que se destacam facilmente para limpeza.

Conversando com o médico ou dentista

Assim que perceber que tem ou possa ter a candidíase oral no seu dia a dia, não deixe de procurar ajuda profissional.

Para isso, faça uma lista com:

  • Todos os sintomas que já percebeu, incluindo qualquer coisa que pareça não estar relacionada. O(a) médico(a) saberá se você está ou não com a doença, e poderá dar o suporte que precisa,

  • inclua não apenas sintomas mais concretos, mas outros fatores indiretos, como sentir mais estresse do que o normal, o que está causando esse estresse ou se você esteve em contato com pessoas com o sistema imunológico debilitado,

  • liste todos os medicamentos que está tomando para informar ao(à) médico(a),

  • além disso, anote todas as perguntas que quiser fazer a ele(a) ou dentista. Isso pode ajudar a conseguir mais respostas e te deixar mais seguro(a), mesmo se de fato estiver com candidíase oral.

Diga o máximo que puder sobre sua suspeita de candidíase

O(a) médico(a) pode fazer perguntas para diminuir as hipóteses sobre sua possível condição, com base nos sinais que ele(a) observa e nos sintomas que você descreve. Seja o mais sincero(a) e honesto(a) possível com suas respostas - sem ter vergonha -, pois isso ajudará a concluir a consulta mais rápido e com menos complicações.

Se ele(a) não chegar ao diagnóstico apenas com o exame da sua boca, certamente coletará uma pequena amostra para exames adicionais.

Da mesma maneira, poderá pedir ainda mais exames se a infecção estiver se espalhado além da área mais adjacente à boca e descido para o esôfago:

  • Primeiro, ele coletará uma amostra para cultura por esfregaço da parte de trás da garganta para determinar quais bactérias ou fungos (se houver) estão causando seus sintomas,

  • em seguida, você poderá fazer um exame endoscópico, em que o médico usa um endoscópio (ou tubo flexível e iluminado) para explorar seu esôfago, estômago e parte superior do intestino delgado para ver até onde a infecção se espalhou.

Estilo de vida e remédios caseiros naturais

Se você está atualmente no meio de um surto de candidíase oral, ter uma higiene bucal adequada, como escovar os dentes ao menos duas vezes ao dia e usar fio dental pelo menos uma vez ao dia, pode ajudar a eliminar qualquer resíduo de alimento ou bebida dos dentes ou da gengiva.