Ajuda americana aos russos na Segunda Guerra

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (09/05) uma nova medida para facilitar o envio de ajuda militar e financeira à Ucrânia, ao sancionar uma lei que reavivou um programa utilizado durante a Segunda Guerra Mundial, que ajudou a derrotar a Alemanha nazista.

A estratégia chamada lend-lease (“empréstimo e arrendamento”), aprovada por democratas e republicanos, permite a transferência rápida de equipamentos militares e outros recursos para Kiev. O programa original de 1941, chamado pelo presidente Franklin D. Roosevelt de “arsenal da democracia”, ajudou o Reino Unido e os aliados a combaterem as tropas nazistas na Europa.

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Antes de sancionar a lei, Biden utilizou uma referência histórica à Segunda Guerra, ao afirmar que a invasão russa à Ucrânia “traz mais uma vez a destruição arbitrária à Europa”.

Não por acaso, o novo lend-lease veio à tona no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, tomou parte nas comemorações do Dia da Vitória em Moscou – a data mais patriótica para os russos, que marca o aniversário da capitulação da Alemanha nazista em 1945 – para promover o que chama de “ofensiva militar” russa ao país vizinho.

A sanção presidencial veio em um momento em que o Congresso americano prepara a liberação de bilhões de dólares para reforçar a resistência ucraniana, com os democratas prestes a anunciarem um pacote de mais de 40 bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária, superando de longe os 33 bilhões que Biden havia pedido inicialmente.

Em nota, Biden afirmou que o Congresso deve aprovar com urgência o novo pacote de ajuda, para evitar uma interrupção no fornecimento de ajuda militar aos ucranianos. O prazo para a aprovação expira em dez dias.

“Não podemos permitir que nossas remessas de ajuda fiquem paradas enquanto aguardamos as ações do Congresso”, afirmou o presidente, pedindo urgência aos congressistas.

Em carta enviada ao Congresso nesta segunda-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o secretário da Defesa, Lloyd Austin, também pediram aos parlamentares que aprovem o pacote de ajuda antes do dia 19 de maio.

Zelenski exalta resistência ucraniana na 2ª Guerra

Em Kiev, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, aproveitou o Dia da Vitória para celebrar a resistência ucraniana contra os nazistas na Segunda Guerra e desmentir mais uma vez a tentativa russa de justificar a invasão à Ucrânia como um esforço para “desnazificar” o país vizinho.

“Temos orgulho de nossos antepassados que, juntamente com outras nações da coalizão anti-Hitler, derrotaram o nazismo. Não deixaremos que ninguém nos roube essa vitória, não permitiremos que seja apropriada”, disse Zelenski, em nota.

“No Dia da Vitória sobre o nazismo, lutamos por uma nova vitória”, afirmou. Ucranianos em diferentes partes do país relembraram as vítimas da Segunda Guerra. Em Kiev, milhares de pessoas depositaram cravos vermelhos no túmulo do Soldado Desconhecido e outros memoriais.

rc (AP, DPA)

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A Segunda Guerra Mundial foi um conflito de proporções globais que aconteceu entre 1939 e 1945. Caracterizada como um conflito em estado de guerra total (no qual há mobilização de todos os recursos para a guerra), a Segunda Guerra Mundial fez Aliados e Eixo enfrentarem-se na Europa, África, Ásia e Oceania. Após seis anos de conflito, mais de 60 milhões de pessoas morreram.

Tópicos deste artigo

  • 1 - Resumo
  • 2 - Videoaula sobre a Segunda Guerra Mundial
  • 3 - Causas
  • 4 - Mapa Mental: Segunda Guerra Mundial
  • 5 - *Para baixar o mapa mental em PDF, clique aqui!
  • 6 - Combatentes
  • 7 - Fases da Segunda Guerra Mundial
  • 8 - Aproximação de Itália, Japão e Alemanha
  • 9 - Mapa Mental - Segunda Guerra Mundial
  • 10 - Aliança da Alemanha com a URSS
  • 11 - Atuação de França e Grã-Bretanha
  • 12 - Segunda Guerra Mundial na Ásia
  • 13 - Bombas atômicas
  • 14 - Fim da Segunda Guerra Mundial
  • 15 - Consequências
  • 16 - Filmes sobre a Segunda Guerra Mundial

Resumo

A Segunda Guerra Mundial estendeu-se de 1939 até 1945, resultando na morte de 60 milhões a 70 milhões de pessoas, embora existam estatísticas que sugiram que a guerra provocou mais que 70 milhões de mortos. O conflito teve como estopim a invasão da Polônia pelos alemães em 1º de setembro de 1939.

A guerra iniciou-se na Europa, mas espalhou-se pela África, Ásia e Oceania e contou com o envolvimento de nações de todos os continentes, inclusive o Brasil. Pode ser organizada em três fases distintas: a fase da supremacia alemã, a fase em que as forças estavam equilibradas e a fase que marcou a derrota do Eixo.

Os grupos que se enfrentaram na guerra foram os Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos) e o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Esse conflito ficou marcado por uma série de acontecimentos impactantes, tais como o Massacre de Katyn, o Holocausto, o Massacre de Babi Yar e o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.

A Segunda Guerra teve fim oficialmente em 2 de setembro de 1945, quando os japoneses assinaram um documento que reconhecia sua rendição incondicional aos americanos (os nazistas renderam-se aos Aliados em maio de 1945).

Veja também: Efeitos das bombas atômicas

Videoaula sobre a Segunda Guerra Mundial

Causas

A Segunda Guerra Mundial teve como grande causa o expansionismo e o militarismo da Alemanha Nazista. Essa postura da Alemanha refletia diretamente a ideologia dos nazistas, que haviam alcançado o poder da Alemanha em 1933. A ação dos nazistas resultava, em grande parte, da insatisfação de uma parte radicalizada da sociedade alemã com o desfecho da Primeira Guerra Mundial.

Ao final da Primeira Guerra Mundial, consolidou-se fortemente na sociedade alemã uma ideia de que a derrota na guerra havia sido injusta. Somado a isso, havia também a grande humilhação que a Alemanha sofreu com o Tratado de Versalhes, acordo que pôs fim à Primeira Guera e que proibia a Alemanha de ter navios e aviões de guerra, limitou ao número de 100 mil os soldados de infantaria, obrigou a nação alemã a pagar uma indenização altíssima e a entregar suas colônias para aqueles que a derrotaram.

Para piorar, na década de 1920, durante a República de Weimar, a Alemanha encarou uma crise econômica duríssima, que levou o país à falência. Essa crise foi agravada com a Crise de 1929, que, por sua vez, reforçou a crise da democracia liberal e fomentou movimentos autoritários e fascistas pela Europa. O fascismo italiano e o nazismo alemão são os grandes exemplos.

Os nazistas ocuparam o poder da Alemanha em 1933, e Adolf Hitler, o líder do partido nazista, iniciou uma campanha de recuperação da Alemanha, de doutrinação da população e de perseguição às minorias. A Alemanha, ao recuperar a sua economia, partiu para o rearmamento – um desafio claro às determinações do Tratado de Versalhes. Franceses e ingleses nada fizeram, pois temiam que um desafio aos alemães poderia levar a Europa a uma nova guerra, experiência essa que queriam evitar ao máximo.

À medida que a Alemanha fortaleceu-se militarmente, Hitler deu início ao seu expansionismo territorial. A ideia de Hitler era construir o lebensraum, o “espaço vital” que os nazistas tanto almejavam. Esse conceito consistia basicamente em formar um império para a Alemanha em territórios que historicamente haviam sido ocupados por germânicos. Esse era o Terceiro Reich, um império dedicado exclusivamente para os arianos (ideal de raça pura dos nazistas) e que sobreviveria à custa da exploração dos eslavos.

O expansionismo germânico ocorreu em três momentos distintos. Inicialmente foi realizada a invasão e anexação da Áustria, evento conhecido como Anschluss e que ocorreu em 1938. Em 1939, os alemães manifestaram o interesse de invadir e anexar os Sudetos, região da Checoslováquia. Após negociações conduzidas por britânicos e franceses, os alemães tiveram autorização para anexar os Sudetos (acabaram anexando quase toda a Checoslováquia). Por fim, veio a Polônia. Esse país do Leste Europeu havia surgido ao final da Primeira Guerra Mundial em territórios que anteriormente pertenciam aos alemães e aos russos. A retórica de Hitler contra os poloneses endureceu-se em meados de 1939. A invasão da Polônia, no entanto, não seria aceita por ingleses e franceses. Ambos os países haviam exigido de Hitler, durante a Conferência de Munique, que suas ambições territoriais encerrassem-se na Checoslováquia.

Hitler, no entanto, não esperava que ingleses e franceses fossem reagir aos seus movimentos. Em 1º de setembro ordenou a invasão da Polônia utilizando como justificativa um suposto ataque polonês na fronteira com a Alemanha (o ataque foi forjado pelos nazistas). Dois dias depois, britânicos e franceses responderam à agressão alemã contra a Polônia com uma declaração de guerra. Esse foi o início da Segunda Guerra Mundial.

Mapa Mental: Segunda Guerra Mundial


*Para baixar o mapa mental em PDF, clique aqui!

Combatentes

A Segunda Guerra Mundial contou com o envolvimento de dezenas de países. Os participantes da Segunda Guerra Mundial podem ser agrupados em dois grupos.

  • Aliados: Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos eram os membros principais;

  • Eixo: Alemanha, Itália e Japão eram os membros principais.


Adolf Hitler e Benito Mussolini eram os líderes da Alemanha e Itália, respectivamente. Ambas as nações pertenciam ao Eixo.

Naturalmente, ao longo da guerra, diversos outros países foram tomando partido e juntando-se a um dos dois lados que estavam na luta. Do lado dos Aliados, por exemplo, lutaram o Canadá, o Brasil, a Austrália, a China, a Holanda etc. No Eixo, atuaram nações como Hungria, Romênia, Croácia etc. É importante mencionar que em diversos locais que os nazistas pisaram houve colaboracionismo, mas também houve resistência.

Um símbolo do colaboracionismo com os nazistas foi Vidkun Quisling, nazista da Noruega que organizou o plano de invasão de seu próprio país com os alemães. Símbolos de resistência contra os nazistas foram, por exemplo, os guerrilheiros (partisans) da Bielorrússia (conhecida atualmente como Belarus) que organizaram forças nas florestas de seu país e atuaram por anos sabotando os nazistas.

Fases da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em três fases para melhor entendimento dos acontecimentos do conflito, a saber:

  • Supremacia do Eixo (1939-1941): nessa fase, tornaram-se notórios o uso da blitzkrieg e a conquista de diversos locais pelas tropas da Alemanha. Além disso, na Ásia, os japoneses conquistaram uma série de territórios dominados por britânicos, franceses e holandeses.

  • Equilíbrio de forças (1942-1943): nessa fase, os Aliados conseguiram recuperar-se na guerra, tanto na Ásia quanto na Europa, e equilibraram forças com os alemães. Essa fase ficou marcada pela indefinição de quem ganharia o conflito.

  • Derrota do Eixo (1944-1945): nessa fase, o Eixo estava em decadência. A Itália foi invadida; Mussolini, deposto; os alemães e japoneses passaram a ser derrotados sucessivamente e ambos os países entraram em colapso.

A guerra, conforme mencionado, foi iniciada quando os alemães invadiram a Polônia em 1º de setembro de 1939. A partir desse momento, os alemães iniciaram a utilização de uma tática que se destacou no conflito: a blitzkrieg. Essa palavra em alemão significa “guerra-relâmpago” e consistia, basicamente, em uma tática em que artilharia e infantaria faziam ataques coordenados contra as linhas adversárias com o objetivo de abri-las. A partir da abertura das linhas, a infantaria e os blindados faziam rápidas movimentações no território para penetrar na brecha que foi aberta.

Entre 1939 e 1941, os alemães conquistaram Polônia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica, França, Iugoslávia e Grécia. Nesse período, as conquistas aconteciam em uma velocidade assombrosa, com as forças alemãs passando a dominar grande parte do continente europeu.

Em 1941, a Alemanha parecia invencível, e os alemães organizaram o seu plano mais ousado em toda a guerra: a Operação Barbarossa. Essa operação consistia em coordenar a invasão do grande adversário dos alemães na Europa: o bolchevismo soviético. Até esse momento, ambas as nações estavam em paz, pois, em 1939, haviam assinado um pacto de não agressão, em que concordavam em não lutar entre si durante um período de 10 anos.


Tropas alemãs em Minsk, Bielorrússia, durante a Operação Barbarossa.

A invasão da União Soviética aconteceu em 22 de junho de 1941, e o plano dos alemães era conquistar o país em oito semanas. O fracasso dos alemães nesse sentido destruiu toda e qualquer possibilidade de o fazerem em longo prazo, pois a Alemanha não tinha recursos e nem dinheiro para uma guerra de longa duração contra os soviéticos.

Os alemães tinham três objetivos: Moscou, Leningrado e Stalingrado. A capital soviética quase foi conquistada (Moscou) porque os alemães chegaram a poucos quilômetros dela, mas falharam. Leningrado foi cercada pelos alemães durante 900 dias e deixada para morrer de fome – os relatos sobre a fome na cidade mostram o desespero da população diante da falta de alimento.

O ponto-chave da Segunda Guerra Mundial aconteceu em uma cidade do sul da União Soviética (sul da atual Rússia) que fica às portas do Cáucaso e à beira do rio Volga: Stalingrado. A conquista dessa cidade era crucial para os alemães garantirem o controle sobre os poços de petróleo do Cáucaso, além de ser simbólico conquistar a cidade que levava o nome do líder da União Soviética, Josef Stalin.

A luta em Stalingrado foi duríssima e estendeu-se de julho de 1942 até 1943. Antes de Stalingrado os alemães haviam conquistado vastos territórios da União Soviética (os alemães tinham conquistado os Países Bálticos, Ucrânia, Bielorrússia etc). Em Stalingrado, os alemães sofreram a derrota que iniciou a virada dos Aliados.

A batalha por Stalingrado resultou na morte de 1 a 2 milhões de pessoas, e a descrição dessa batalha define-a como um inferno. A cidade foi arrasada, e os alemães estiveram bem perto de conquistá-la, mas a resistência dos soviéticos garantiu a derrota dos alemães. Durante essa batalha, diariamente, milhares de soldados e de munição eram enviados para as tropas soviéticas. A derrota dos alemães veio logo após a Operação Urano.


Destruição em Stalingrado causada pela batalha que aconteceu na cidade entre 1942 e 1943.

As tropas alemãs foram empurradas para fora da cidade e, sem autorização para recuar, foram cercadas pelos soviéticos. Nesse momento, o exército, a indústria e a economia alemã iniciaram seu colapso. Começava a recuperação dos Aliados na luta contra os alemães. Outra batalha importante que selou o destino dos alemães na União Soviética foi a batalha travada em Kursk, em 1943.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus buscaram meios para que as disputas que engendraram esse desastroso conflito não mais se repetissem. Contudo, as punições severas impostas pelo Tratado de Versalhes e a ineficiência da Liga das Nações – em seu papel de manter a paz mundial – não conseguiram conter o revanchismo das nações derrotadas. Em pouco tempo, ações imperialistas e expansionistas deram o sinal de que as feridas estavam longe de serem sanadas.

Aproximação de Itália, Japão e Alemanha

No Oriente, os japoneses promoveram a invasão da Manchúria e prosseguiram com seu projeto imperialista, dominando algumas regiões da Ásia e das ilhas do Pacífico. O governo italiano, controlado por Mussolini, tomou conta da Abissínia (atual Etiópia) e promoveu a invasão da Albânia. Por outro lado, a Alemanha Nazista reintegrou os territórios do Sarre e estabeleceu a ocupação militar da Renânia. Em pouco tempo, a semelhante atuação dessas três nações rendeu uma ameaçadora aproximação política.

Durante a Guerra Civil Espanhola, alemães e italianos firmaram sua união com a participação nesse conflito. O envio de tropas serviu como um eficiente teste para as novas tecnologias de guerra produzidas por esses países. Estava assim consolidado o eixo Berlim-Roma. Logo em seguida, o Japão, que havia entrado em conforto com a União Soviética durante a ocupação asiática, incorporou a aliança ítalo-germânica com a assinatura do pacto Antikomintern, que preconizava a luta contra os comunistas.

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As nações que acreditavam que poderiam contornar a possibilidade de outra guerra ainda buscaram negociar diplomaticamente o avanço dessas nações. Na Conferência de Munique, os alemães, que haviam incorporado a Áustria, comprometeram-se a respeitar os domínios da Tchecoslováquia e da Polônia. Contudo, contrariando o que fora definido, os alemães dominaram todo o território tcheco e exerceram uma forte pressão política sob a autonomia territorial polonesa.

Mapa Mental - Segunda Guerra Mundial

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Mediante essa situação, os ingleses e franceses firmaram um acordo para defender a Polônia caso acontecesse qualquer tipo de invasão aos seus territórios. A decisão política anglo-francesa foi vista com desconfiança pelos soviéticos, que decidiram assinar um pacto militar com os alemães. Segundo o Pacto Germano-soviético, as tropas da União Soviética manter-se-iam neutras caso os franceses e ingleses declarassem guerra contra os alemães após uma possível invasão à Polônia.


Hitler e Stalin firmaram um pacto de não agressão em 1939 *

Com essa definição, os alemães pressentiam que esse seria o melhor momento para estabelecer a invasão da Polônia e, consequentemente, o controle do Leste Europeu. No dia 1° de setembro de 1939, Adolf Hitler foi a público anunciar as primeiras fases da operação que conquistaria o território polonês. Dessa forma, os alemães mostraram o total descumprimento da Conferência de Munique e, por isso, requeriam uma ação mais incisiva dos britânicos e franceses.

Atuação de França e Grã-Bretanha

Em uma última tentativa, a Inglaterra e a França enviaram uma advertência aos alemães, exigindo o cancelamento da ação militar contra os poloneses. Contudo, valendo-se de suas alianças com os japoneses, italianos e soviéticos, o governo de Adolf Hitler não hesitou em dar continuidade ao seu projeto. Sem alternativas, França e Grã-Bretanha declararam guerra aos alemães, dando início aos conflitos da Segunda Guerra Mundial.

Até 1940, a guerra não teve grandes confrontos, chegando até mesmo a ser chamada de “guerra de mentira”. Contudo, a partir do ano seguinte, os poderosos e inesperados ataques dos alemães – mais conhecidos como blitzkrieg – estabeleceram o avanço do conflito. A essa altura, as autoridades franco-britânicas pediram auxílio dos Estados Unidos para que derrotassem seus inimigos.

Dessa forma, levando em consideração as maiores nações envolvidas no confronto, podemos dividir as alianças da Segunda Guerra da seguinte maneira:

  • Inglaterra, França e Estados Unidosformaram o grupo dos Aliados”;
     
  • Alemanha, Itália e Japão formaram os países líderes do “Eixo”.

Mais tarde, após o rompimento com os alemães, a União Soviética também decidiu colaborar militarmente com os países aliados.

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*Créditos da imagem:Shutterstock / vicspacewaller


Por Me.Rainer Sousa

*Mapa Mental por Daniel Neves Silva
Graduado em História

Nesse ano também (1943), britânicos e americanos ampliaram seus esforços na luta contra os alemães. A partir dos esforços dos Estados Unidos e da Inglaterra, as tropas alemãs foram expulsas do norte do continente africano. Depois, os Aliados debateram a respeito das possibilidades de um ataque contra os alemães na Normandia. Esse plano, no entanto, foi adiado, e americanos e britânicos optaram por invadir a Sicília.

Com o desembarque de tropas aliadas na Sicília, iniciou-se a reconquista da Itália, e os alemães foram obrigados a reforçar as defesas no norte italiano. Foi na frente de batalha travada na Itália, inclusive, que as tropas brasileiras lutaram entre 1944 e 1945. A partir de 1944, a situação da Alemanha na guerra era caótica, e mais derrotas ocorreram.

Em junho de 1944, britânicos e americanos lideraram no dia 6 o desembarque de tropas conhecido como Dia D. Essa operação fazia parte dos planos de reconquista da França (ocupada pelos alemães desde 1940). No Dia D, foram mobilizados cerca de 150 mil soldados, que desembarcaram em cinco praias da Normandia: os codinomes das praias eram Utah, Juno, Sword, Gold e Omaha.


No mapa, podemos identificar as cinco praias designadas para o desembarque das tropas dos Aliados.

Na virada de 1944 para 1945, a situação da Alemanha era desesperadora. Nos primeiros meses de 1945, os alemães acumularam grande parte de suas perdas em toda a Segunda Guerra Mundial. Na virada do ano, foi travada a última ofensiva dos alemães na Batalha das Ardenas, que tinha como objetivo recuperar territórios na França e Bélgica. A campanha foi um fracasso e serviu para enfraquecer as tropas alemãs que ainda resistiam no front oriental.

Uma consequência direta da derrota nas Ardenas foi a perda de territórios na Polônia, quando os soviéticos conseguiram avançar do rio Vístula para o rio Oder e ficar à beira da fronteira com a Alemanha. Além disso, os soviéticos avançaram pelo Leste Europeu conquistando locais como Budapeste (Hungria) e a Iugoslávia.

Segunda Guerra Mundial na Ásia


Em dezembro de 1941, os japoneses atacaram os americanos de surpresa em Pearl Harbor, no Havaí.

O conflito na Ásia ficou marcado pela luta travada entre japoneses e americanos no que também ficou conhecido como Guerra do Pacífico. Ao longo da década de 1930, o Japão também manifestou intenções expansionistas baseado em um forte militarismo. O resultado direto disso foi a Segunda Guerra Sino-Japonesa, conflito iniciado em 1937 que se fundiu com a Segunda Guerra Mundial e, portanto, só teve fim em 1945.

Veja também: Primeira Guerra Sino-Japonesa

Antes mesmo do início da Segunda Guerra Mundial, os japoneses haviam participado de uma batalha contra os soviéticos entre junho e agosto de 1939. A Batalha de Khalkhin Gol, como ficou conhecida, foi travada basicamente por disputas territoriais existentes entre japoneses e mongóis (apoiados pelos soviéticos).

Os japoneses foram derrotados nessa batalha, o que foi fundamental para o caminho que os japoneses tomaram em seguida. Com a derrota nessa batalha, os japoneses passaram a priorizar levar a guerra para o sul da Ásia, ou seja, para as colônias europeias que ficavam no sudeste asiático, e contra os Estados Unidos.

Em 1937, foi iniciada a guerra do Japão contra a China. Em 1940, os japoneses invadiram a Indochina Francesa e, em 1941, além de atacarem os americanos em Pearl Harbor, invadiram uma série de colônias britânicas e a colônia holandesa.

O ataque a Pearl Harbor é entendido como marco da Guerra no Pacífico e aconteceu em dezembro de 1941. Por causa desse ataque, os americanos declararam guerra contra o Japão e iniciaram a sua luta contra o exército e marinha japoneses. Alguns momentos marcantes da luta travada no Pacífico foram as batalhas de Midway (vista como a virada dos americanos na luta contra os japoneses), Guadalcanal e Tarawa, que aconteceram entre 1942 e 1943.

De 1944 em diante a situação do Japão era similar à da Alemanha: o país estava em ruínas, mas seguia resistindo. No ano final da guerra, batalhas cruciais foram travadas em Iwo Jima, Okinawa e nas Filipinas, sendo as duas primeiras ilhas pertencentes ao território japonês. Nessas batalhas ficou evidente que a resistência promovida pelos japoneses seria realizada até a morte.

Os soldados japoneses, de fato, lutaram até a morte – pouquíssimos renderam-se aos americanos. Além da doutrinação imposta aos soldados, a rendição na cultura japonesa era vista de forma vergonhosa, sendo assim, os soldados lutavam até ser mortos ou, em casos extremos, cometiam o seppuku – um ritual de suicídio no qual uma adaga é enfiada nas entranhas.

Após a rendição dos nazistas, os Aliados exigiram na Declaração de Potsdam, em julho de 1945, a rendição incondicional dos japoneses; caso contrário, eles enfrentariam a sua própria destruição. Os japoneses não aceitaram se render e, em represália a isso, os americanos organizaram os ataques a Hiroshima e Nagasaki com bombas atômicas.

Bombas atômicas

Existe um debate intenso entre os historiadores a respeito da questão ética por trás do lançamento dessas bombas sobre o Japão. Existem aqueles que defendem a hipótese de que o lançamento foi apenas uma demonstração de força dos americanos e totalmente desnecessário, tendo em vista a situação em que o Japão estava naquele momento.

Por outro lado, existem aqueles que afirmam que o lançamento foi justificado dentro daquele cenário porque o Japão negava-se a se render, e a invasão da ilha principal do Japão custaria a vida de milhares de soldados americanos. Além disso, dentro do cenário de resistência dos japoneses até a morte, os americanos não sabiam até quando o conflito se estenderia. Assim, o lançamento seria justificado como ferramenta para forçar o fim da guerra.

Argumentos à parte, o lançamento das bombas atômicas foi um dos capítulos mais tristes da história mundial. Os relatos narram toda a destruição e o horror que se espalharam em 6 e 9 de agosto de 1945. Após o lançamento da segunda bomba, os japoneses renderam-se incondicionalmente aos americanos.

Veja também: Vitórias Japonesas na Segunda Guerra Mundial e Derrota Japonesa na Segunda Guerra Mundial

Fim da Segunda Guerra Mundial

A batalha final no cenário de guerra europeu foi travada em Berlim, capital alemã, onde foi organizada a resistência final dos nazistas em uma situação tão desesperadora que havia tropas compostas por velhos e crianças. O ataque a Berlim foi realizado apenas pelos soviéticos e, logo após as tropas do Exército Vermelho entrarem no Reichstag (Parlamento alemão), Hitler e sua esposa (Eva Braun) cometeram suicídio. O comando da Alemanha foi transmitido para Karl Dönitz, e os alemães renderam-se oficialmente no dia 8 de maio de 1945.

No cenário asiático, a guerra teve fim oficialmente no dia 2 de setembro de 1945, quando os japoneses assinaram sua rendição incondicional aos americanos. A rendição japonesa foi resultado direto do lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima, em 6 de agosto, e Nagasaki, em 9 de agosto.

Veja também: Japão após a Segunda Guerra Mundial

Consequências

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por intensas e radicais transformações. Logo após a guerra já estava predefinido o cenário que caracterizaria o mundo pelas décadas seguintes: o da bipolarização do período da Guerra Fria. O Leste Europeu foi ocupado pelas tropas do Exército Vermelho, e toda essa região ficou sob a influência do comunismo soviético.

As potências dos Aliados reuniram-se em 1945 e debateram a respeito das mudanças territoriais que aconteceriam no mapa europeu. Assim, a Alemanha, por exemplo, perdeu territórios para os soviéticos (a chamada Prússia Oriental passou a ser da União Soviética e atualmente é conhecida como Oblast de Kaliningrado e fica na atual Rússia). Vale mencionar também que a Alemanha foi ocupada por tropas britânicas, americanas, francesas e soviéticas.

Após a Segunda Guerra, foram criados tribunais que julgaram os crimes de guerra cometidos por alemães e japoneses. Pessoas que estiveram diretamente envolvidas com o Holocausto e com os massacres cometidos pelo Japão na Ásia foram julgadas no Tribunal Militar Internacional de Nuremberg e no Tribunal Internacional para o Extremo Oriente.

Veja também: Einsatzgruppen, os grupos de extermínio dos nazistas

Após o final da Segunda Guerra Mundial, foi criada a Organização das Nações Unidas, conhecida como ONU e responsável pela manutenção da paz entre as nações. A intenção de uma organização como a ONU é evitar que outro conflito como a Segunda Guerra Mundial aconteça.

Por fim, uma consequência direta da bipolarização do mundo, com os soviéticos representando um modelo e os americanos representando outro, foi a criação de um plano de reconstrução da Europa Ocidental financiado pelos Estados Unidos: o Plano Marshall.

Veja também: Acordos de Paz da Segunda Guerra Mundial

Filmes sobre a Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra é um dos eventos históricos mais explorados do cinema. Existem inúmeras opções de filmes que narram eventos dessa guerra ou que têm o conflito como pano de fundo. Deixamos aqui algumas dicas pra vocês:

  • O Pianista, filme de 2002, dirigido por Roman Polanski;

  • Amém, filme de 2002, dirigido por Costa Gavras;

  • Resgate do Soldado Ryan, filme de 1999, dirigido por Steven Spielberg;

  • Círculo de Fogo, filme de 2001, dirigido por Jean-Jacques Annaud;

  • A Lista de Schindler, filme de 1993, dirigido por Steven Spielberg;

  • Filho de Saul, filme de 2015, dirigido por László Nemes;

  • Admiral Yamamoto, filme de 2011, dirigido por Izuru Narushima;

  • Luz Branca, Chuva Negra: a destruição de Hiroshima e Nagasaki, documentário de 2007, dirigido por Steven Okazaki.

Por Daniel Neves
Graduado em História

Quem ajudou a Rússia na Segunda Guerra Mundial?

Durante a Operação Barbarossa e os primeiros anos de luta contra a Alemanha, a URSS recebeu enormes quantidades de equipamentos militares, recursos e alimentos do Reino Unido e dos Estados Unidos por meio do Lend-Lease Act, iniciativa americana para fornecer ajuda militar aos aliados que começou antes mesmo de sua ...

Como os EUA foi beneficiado na Segunda Guerra Mundial?

Os norte-americanos usaram o dinheiro que haviam economizado durante a Segunda Guerra Mundial para adquirir bens de consumo que não estavam disponíveis durante o conflito. Com o subsequente boom da economia, milhares de pessoas encontraram emprego nos Estados Unidos.

Quais os países que apoiaram a Alemanha na Segunda Guerra Mundial?

Na Segunda Guerra Mundial, estiveram envolvidos dois grupos de países: os do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos).

Porque morreram tantos russos na Segunda guerra?

O governo da Federação Russa, na década de 1990, publicou uma estimativa de perdas na União Soviética em 26,6 milhões, incluindo 8 a 9 milhões devido à fome e doenças. Essas perdas são para o território da União Soviética nas fronteiras de 1946 a 1991, incluindo os territórios anexados em 1939 a 1940.

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