Como ficou a URSS com a crise do socialismo?

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Introdução

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou União Soviética, foi, ao lado dos Estados Unidos, a grande potência do século XX.

Apesar de ter surgido em 1922, é após a Segunda Guerra Mundial que a União Soviética alcançou esse posto.

A história da URSS está intimamente ligada com a disputa com a grande potência rival, que era também a disputa entre dois modelos econômicos – o socialismo, do lado soviético, e o capitalismo, do lado americano – e durou até 1991, com a dissolução da União Soviética.

Os antecedentes: Revolução Russa e NEP

Após a revolução de outubro de 1917, os bolcheviques tomam o poder na Rússia, instituindo o primeiro governo com aspirações socialistas da história.

O novo governo toma medidas para retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial, mas não consegue evitar que o país entre em guerra civil.

O novo conflito se estenderia até 1921, e terminaria com a vitória do Exército Vermelho sobre as forças monarquistas e estrangeiras.

Depois de oito anos consecutivos de guerras, entre a Primeira Guerra Mundial e a Guerra Civil, o cenário na Rússia era de terra arrasada.

Milhões de russos morreram em combate e a economia precisava ser recuperada. Nesse contexto, Lenin, então líder do governo russo, lança as bases da NEP (Nova Política Econômica).

A proposta era fazer concessões ao capitalismo, como permitir alguns investimentos estrangeiros e a abertura de pequenos negócios privados, a fim de tentar obter alguma recuperação econômica.

A NEP ficou conhecida pelo slogan “um passo para trás e dois para frente”, que procurava sintetizar a ideia de recuo estratégico, sem abrir mão dos ideais socialistas.

A formação da União Soviética e o governo de Stalin

Ainda sob comando de Lênin, em 1922 foi oficialmente instituída a União das Repúblicas Socialista Soviéticas, englobando 15 repúblicas, sendo a maior e mais populosa a Rússia.

Gradualmente, Josef Stalin, então secretário-geral do Partido Comunista, foi ganhando poder dentro do governo, em sua disputa com Leon Trotsky, e se tornou o principal líder da União Soviética até sua morte, em 1953.

A principal razão de disputa entre o grupo liderado por Stalin e o grupo liderado por Trotsky era que o primeiro defendia que a URSS se desenvolvesse autonomamente, já que a revolução havia fracassado nos outros países europeus, enquanto Trotsky acreditava que os soviéticos deveriam manter os esforços de espalhar a revolução socialista pelo mundo.

Stalin saiu vencedor da disputa e iniciou um processo de isolamento e perseguição a seu opositor, que acaba exilado e, posteriormente, assassinado.

Durante seu governo, a URSS abriu mão da NEP e baseou seu desenvolvimento na planificação da economia, ou seja, no planejamento estatal da atividade econômica, que era realizado através dos planos quinquenais (elaborados a cada cinco anos).

Dentro de poucas décadas, a União Soviética passou de país semifeudal para potência industrial e militar, vivendo um período de grande crescimento econômico e elevação do padrão de vida de seus cidadãos.

O legado de Stalin, contudo, foi dúbio. Apesar do desenvolvimento econômico, houve perseguição política aos opositores do regime, incluindo membros do próprio Partido Comunista, no que ficou conhecido como Grande Expurgo (1934-1939).

Além disso, a política de gulags, campos de trabalho forçado destinados tanto a criminosos comuns, como opositores do regime, também foi questionada depois da morte de Stalin.

O “pai do povos”, como também ficou conhecido Stalin, ainda liderou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a invasão nazista em 1941 e sucessivas baixas que ameaçavam o país, o Exército Vermelho deteve o avanço nazista e foi o principal responsável pela derrota de Hitler na Frente Oriental, tomando Berlim em abril de 1945.

Com o fim da guerra, a União Soviética despontou como um dos grandes vencedores do conflito ao lado dos Estados Unidos, quando passaria a disputar a hegemonia global com o país rival durante as próximas décadas.

A Guerra Fria

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética passa a ocupar o posto de superpotência ao lado dos Estados Unidos.

Apesar de aliados durante o conflito mundial, a oposição entre capitalismo e socialismo passa a dividir o mundo em dois grandes polos.

Temendo um confronto militar, os dois países passam a investir em armamentos e, ainda sob comando de Stalin, a URSS desenvolve seu programa nuclear e obtém sua primeira bomba atômica em 1949, a fim de fazer frente aos americanos.

A partir de então se inicia uma corrida armamentista, que duraria até o final dos anos 1980. As consequências da corrida armamentista geraram um período de desconfiança e terror, em que o desenvolvimento de armas cada vez mais poderosas serviria para intimidar o inimigo e evitar um ataque.

No âmbito interno, Stalin morre em 1953 e Nikita Khrushchov assume o cargo de principal líder da União Soviética.

Em 1956, durante o 20º congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Khrushchov faz um discurso denunciando uma série de crimes de seu antecessor, a fim de iniciar uma nova era na URSS, se distanciando do culto ao antigo líder soviético.

Enquanto alguns receberam o discurso de Khrushchov como a confirmação das atrocidades praticadas por Stalin, antigos partidários julgaram que seu objetivo era destruir a imagem do antecessor.

No campo político, Khrushchov deu início à doutrina de “coexistência pacífica” com os Estados Unidos e o mundo capitalista, procurando minimizar os conflitos com a potência rival.

Apesar desses esforços, foi durante seu governo que a Guerra Fria viveu alguns de seus momentos mais tensos, como a “crise dos mísseis”, quando foram instalados mísseis soviéticos em Cuba, gerando uma das mais graves crises diplomáticas do século XX.

Decadência e colapso

Durante algumas décadas após a Segunda Guerra Mundial, mesmo sob a ameaça constante imposta pela Guerra Fria, a União Soviética viveu períodos de expansão econômica e melhora na qualidade de vida de seus cidadãos.

O modelo planificado de economia, contudo, iniciou os anos 1980 em crise. Além das dificuldades econômicas, o governo soviético sofreria tanto uma série de pressões internas, como também externas.

São exemplos externos as dificuldades impostas pela guerra no Afeganistão, e a política externa agressiva dos governos de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, e Margaret Thatcher, na Inglaterra.

O último líder soviético, Mikhail Gorbatchev, assumiu o cargo de secretário-geral do PCUS e tentou implantar políticas que recuperassem a URSS, como a perestroika (reconstrução econômica) e a glasnost (transparência política).

Sem que suas políticas surtissem os efeitos desejados e sem apoio, setores do PCUS tentam tomar o poder através de um golpe, mas que também fracassa.

Diante da intensificação da crise política, ao longo de 1991 diversos Estados que formavam a URSS se declaram independentes, e em dezembro daquele ano a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas é oficialmente dissolvida.

O maior e mais populoso desses países, a Federação da Rússia, se tornou a principal herdeira do espólio Soviético, passando a ocupar, inclusive, sua cadeira no Conselho de Segurança da ONU, mas sem manter o status de superpotência da União Soviética.

Sob comando do presidente Boris Yeltsin e com apoio do Ocidente, a Rússia abandona a antiga economia planificada e dá início a uma série de reformas capitalistas, abrindo espaço para um ciclo de hegemonia global dos Estados Unidos.

O que o colapso do socialismo trouxe a URSS?

Consequências do Fim da URSS O fim do regime soviético inaugurou o processo da globalização e da economia de mercado que dominam o planeta atualmente.

Porque a URSS não foi atingido pela crise?

A União Soviética não afetada pela grande crise de 1929 por um simples fator, era um país socialista, logo a crise de 1929 foi um evento que afetou o mundo capitalista, o socialismo fechava suas portas para relações exteriores logo não sofreu consequências da crise de 29.

Quais foram as consequências do fim do socialismo?

Brasília - Um relatório do Banco Mundial revela que os cidadãos dos antigos países socialistas representam um terço do fluxo migratório em todo o mundo no período que sucede a queda do Muro de Berlim e a desintegração da União Soviética.