Como foi denominado o período de 1500 1530 da história do Brasil por quê?

Brasil Pré-Colonial - características, história, resumo

No período Pré-Colonial, os portugueses exploraram o pau-brasil no litoral brasileiro.

Como foi denominado o período de 1500 1530 da história do Brasil por quê?

Exploração do pau-brasil no Brasil Pré-Colonial

O que é

É chamado de pré-colonial o período da história do Brasil entre os anos de 1500 a 1530. Este nome é devido ao fato de que nestes 30 anos não houve colonização portuguesa no Brasil. Da chegada dos portugueses ao Brasil (1500) até a vinda da primeira expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza (1531), o Brasil recebeu expedições portuguesas voltadas para a exploração do pau-brasil, defesa e reconhecimento territorial.

Principais características do Brasil Pré-Colonial:

- Neste período o Brasil era habitado por diversas nações indígenas. Pesquisadores calculam que havia de 3 a 4 milhões de indígenas no Brasil em 1500.

- Os portugueses enviaram, neste período ao Brasil, expedições guarda-costas e de reconhecimento territorial.

- As expedições de reconhecimento tinham como objetivo principal encontrar metais preciosos, principalmente ouro.

- Não houve interesse por parte da coroa portuguesa, nestes 30 anos, de colonizar o Brasil.

- Os portugueses construíram, neste período, diversas feitorias no litoral. Estas tinham como função armazenar madeira (pau-brasil), facilitando o transporte para as caravelas.

- Os portugueses usaram mão de obra indígena na exploração do pau-brasil. Em troca de espelhos, chocalhos, facas e outras bugigangas, os índios eram convencidos a trabalharem no corte e carregamento do pau-brasil para os navios. Esta troca de trabalho por objetos é conhecida como escambo.

- A exploração do pau-brasil, principal atividade econômica desta época, era monopólio da coroa portuguesa. Esta podia conceder a exploração à particulares em troca do pagamento de 1/5 da madeira extraída.

- Nestes 30 anos de exploração do pau-brasil, houve devastação de grande parte da vegetação litorânea nativa. O pau-brasil foi praticamente eliminado das matas entre o litoral do Rio de Janeiro até o do Rio Grande do Norte.

- Neste período houve contrabando de pau-brasil praticado por europeus, principalmente franceses. A coroa portuguesa precisou enviar ao Brasil expedições de caráter militar para proteger a costa brasileira. Cristóvão Jacques comandou uma das principais expedições deste tipo, entre os anos de 1516 a 1526.

O fim do período Pré-colonial

Em 1530, o rei de Portugal D. João III resolveu dar início a colonização do Brasil, fixando pessoas no território colonial. A diminuição dos lucros com a exploração do pau-brasil e as constantes presenças de estrangeiros no litoral brasileiro preocupou o monarca português.

A primeira expedição colonizadora, chefiada por Martin Afonso de Souza, partiu de Portugal em dezembro de 1530 e chegou ao Brasil no começo de 1531. Com cerca de 400 homens, a expedição tinha como objetivo principal dar início a colonização do Brasil. Martin Afonso de Souza distribuiu lotes de terras (sesmarias) e deu início ao plantio da cana-de-açúcar ao criar o primeiro engenho.

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Artigo publicado em: 20/11/11 - Última revisão: 11/06/2021.

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).

  • Descobrimento do Brasil
  • Economia colonial

O período que vai de 1500, data da chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral, até 1530; é denominado pelos historiadores de período pré-colonial. Nestes primeiros trinta anos, o Brasil foi objeto de pouco interesse para Portugal, que estava mais interessado no lucrativo comércio de especiarias com as Índias, além de não dispor de homens suficientes para povoar todas as regiões descobertas.

Um outro motivo para explicar o esquecimento ao qual se relegou o Brasil foi a falta de conhecimento do novo território, principalmente no que se refere à existência riquezas que poderiam ser exploradas. Ainda assim, enviaram-se as expedições exploratórias de Gaspar de Lemos, em 1501; e a de Gonçalo Coelho, em 1503; navegadores que fizeram o levantamento do litoral brasileiro, realizando observações e descrições sobre suas características geográficas.

A economia pré-colonial baseou-se na extração e comércio do pau-brasil, madeira avermelhada encontrada no litoral brasileiro, que já era bastante conhecida na Europa. Dela extraíam-se corantes que eram utilizados para tingir tecidos.

Monopólio real

A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja, passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei conceder a permissão a alguém para explorar comercialmente a madeira. Mas, se o rei outorgava esse direito, cabia ao arrendatário executar o negócio com seus próprios meios, arcando com todos os riscos do empreendimento.

O benefício que a Coroa obtinha com a concessão da exploração comercial do pau-brasil era uma parcela dos lucros conseguidos pelo arrendatário. O primeiro negociante a receber autorização régia para explorá-lo foi Fernando de Noronha, em 1502.

O ciclo de exploração do pau-brasil foi breve, já era que baseado numa extração predatória. Isto é, não havia a preocupação de repor as árvores derrubadas por meio do replantio, o que resultou no rápido esgotamento desse tipo madeira. Outros aspectos importantes a serem salientados é que a exploração de pau-brasil teve impacto praticamente nulo na ocupação do território brasileiro.

Limitando-se à área costeira, o extrativismo não chegou a gerar núcleos de povoamento permanentes. Além disso foi a primeira atividade econômica em que os negociantes portugueses empregaram a mão-de-obra indígena no corte e carregamento da madeira para os navios.

Martim Afonso de Souza

Após 1530, o comércio entre Portugal e as Índias entrou em decadência. Neste mesmo período, o litoral brasileiro passou a sofrer sistemáticas ameaças por parte de navegadores estrangeiros e mercenários que contrabandeavam o pau-brasil. Portugal, então, precisou tomar medidas para guarnecer a costa brasileira e repelir os invasores.

Expedições comandadas por Cristóvão Jacques, em 1516 e 1519 e ainda em 1526 e 1528; tiveram por objetivo repelir os invasores, mas pouco puderam fazer em razão da enorme extensão do litoral brasileiro. Esses foram os principais fatores que geraram preocupação com a situação das terras brasileiras, levando a Coroa portuguesa a iniciar o processo de colonização.

Os passos iniciais da colonização do Brasil foram dados a partir da criação de núcleos de colonização. Em dezembro de 1530, partiu de Lisboa uma grande expedição composta por 50 embarcações transportando homens, ferramentas, sementes e víveres. Comandada por Martim Afonso de Souza, teve como objetivo estabelecer os primeiros núcleos de povoamento permanente no país.

São Vicente e Santo André

A expedição chegou ao litoral brasileiro em janeiro de 1531. O primeiro núcleo de colonização, a vila de São Vicente, localizada no litoral, foi fundado em 1532. Em seguida criou-se a vila de Santo André da Borda do Campo, no planalto de Piratininga, região interiorana onde hoje se situa a Grande São Paulo. Nesses núcleos concediam-se aos colonos lotes de terra, denominados sesmarias, para que iniciassem as plantações para produzir os meios de subsistência e se fixarem na região.

Também foram nomeados os primeiros administradores e criados os primeiros órgãos fiscais e judiciários. A vila de São Vicente prosperou, estimulando a criação de novos povoamentos em seu entorno; como Santos, em 1536; que posteriormente veio a ser elevado à categoria de "vila" (1545).

Apesar disso tudo, os primeiros esforços empreendidos pelos portugueses para colonizar o Brasil revelaram-se muito limitados. Os núcleos de colonização eram insuficientes para garantir a permanência dos colonos que aqui chegavam e expandir os povoados. Para dar prosseguimento ao povoamento da colônia de forma ordenada e eficiente, havia a necessidade de vultosos recursos econômicos, de que a Coroa portuguesa não dispunha.

Capitanias hereditárias

Para prosseguir com o processo de colonização, Portugal recorreu ao sistema de Capitanias hereditárias. Esse sistema já havia sido empregado com êxito em suas possessões nos Açores, Madeira e Cabo Verde. Ele se baseava na doação de um extenso lote de terra a uma pessoa ilustre e influente do reino, geralmente um nobre rico, que passava a ser o donatário e ficava encarregado de empreender a colonização da terra recebida, investindo nela seus próprios recursos.

Os donatários recebiam as terras não como proprietários, mas como administradores. Ainda assim, possuíam muitos direitos sobre elas, de modo que se tornassem um empreendimento favorável e atrativo aos interesses dos donatários. Podiam escravizar índios e vendê-los, fundar povoações, conceder sesmarias, estabelecer e extrair uma parte dos impostos e tributos sobre produtos e mercadorias produzidas para o consumo interno ou aquelas destinadas à exportação. Tinham também poder para julgar e condenar escravos e homens livres que estivessem nos limites de sua capitania.

As Capitanias hereditárias foram criadas entre 1534 e 1536, a partir da divisão do litoral brasileiro em extensas faixas de terra que iam da costa para o Oeste, até o meridiano traçado por Tordesilhas. Ao todo foram constituídas 14 Capitanias que foram doadas a 12 donatários.

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Governo-geral

Entretanto, ao contrário do que ocorreu nos Açores, Madeira e Cabo Verde, as Capitanias hereditárias no Brasil não alcançaram os resultados esperados. Foram muitas as razões do fracasso. Entre elas, podem ser considerados a falta de terras férteis, os conflitos com os povos indígenas, que ofereceram enorme resistência diante das invasões de suas terras e das tentativas de escravização, e a má administração. Sem falar no problema da necessidade de recursos em maior escala, devido a enorme distância que separava a Metrópole, ou seja, Portugal, das terras brasileiras.

As Capitanias que prosperaram foram justamente aquelas em que os donatários possuíam grande fortuna ou acesso ao crédito bancário europeu, como Martim Afonso, com a capitania de São Vicente; e Duarte Coelho, com a capitania de Pernambuco.

Tendo fracassado o sistema de Capitanias, Portugal recorreu à centralização do poder, estabelecendo na colônia um governo-geral. O governo-geral, porém, não se destinava a substituir as Capitanias hereditárias. Seu principal objetivo foi o de estabelecer uma autoridade central no território colonial, a fim de coordenar a administração das capitanias que estavam funcionando de forma autônoma, quase sempre contrariando os interesses da Coroa portuguesa.

Tomé de Sousa

Assim, em 17 de dezembro de 1548, o rei assinou o Regimento que estipulava as orientações gerais necessárias para o estabelecimento do governo-geral em território brasileiro. Ele criava os cargos de Governador, Ouvidor-Mor, Provedor-Mor e Capitão-Mor. O primeiro Governador-Geral do Brasil foi Tomé de Souza, que se estabeleceu na Bahia e exerceu seu mandato entre 1549 a 1553. Seus sucessores foram Duarte da Costa, no período de 1553 a 1558; e Mem de Sá, entre 1558 a 1572.

Os governos-gerais asseguraram a ocupação e povoamento da terras brasileiras estimulando a criação das primeiras cidades, o estabelecimento de instituições religiosas, a criação dos primeiros colégios e o incremento das atividades econômicas, principalmente aquelas atividades voltadas para a agricultura e pecuária.

O estabelecimento do governo-geral em território brasileiro permitiu criar as condições mínimas necessárias para levar adiante o empreendimento colonial que, nos séculos seguintes, iria gerar importantes transformações políticas, sociais e econômicas na colônia.

Por que o período de 1500 a 1530 foi chamado de Pré

O Período Pré-Colonial correspondeu ao momento da história brasileira anterior à ocupação efetiva do Brasil pelos portugueses, sendo uma fase primária da colonização. Pedro Álvares Cabral foi o navegador português que liderou a esquadra que chegou ao Brasil em 1500.

Como ficou conhecido o período de 1500 até 1530?

O Período Pré-Colonial compreende desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, até meados da década de 1530.

Como funciona o chamado período Pré

O Período Pré-Colonial começa na chegada dos portugueses em 1500. Essa fase foi marcada pelo escambo com indígenas, extração de pau-brasil, feitorias e pouca interferência da Coroa. Havia apenas planejamentos de ocupação do território, não esforços para sua execução.

Porque o Brasil só foi colonizado em 1530?

O Brasil foi descoberto em 1500, porém a sua colonização só teve inicio após o ano de 1530. Quando os portugueses descobriram o Brasil, em 1500, estavam mais interessados na exploração das Índias, terra rica em especiarias. Quando o perigo de uma invasão se tornou claro, enviaram expedições de colonização.