O que é mercantilismo e qual a sua relação com a colonização da América?

Entenda como foi o processo de colonização mercantilista desenvolvido por países como Portugal, Espanha e Inglaterra, fundamental para o desenvolvimento de suas economias na época da colonização do continente americano. Veja no resumo de História Enem.

O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas adotadas por nações europeias, entre o século XV e XVIII, no período da expansão marítima. Toda a economia era voltada para atingir um objetivo fim: manter a balança comercial favorável.

Assim, o modelo de colonização mercantilista foi fundamental para o desenvolvimento da economia de países como Portugal, Espanha e Inglaterra.

Você já deve ter visto alguma notícia ou reportagem sobre a balança comercial brasileira, mesmo que não tenha prestado atenção. O apresentador deve ter falado em déficit ou superávit do último trimestre, que certo setor da economia cresceu a exportação em 12% ou qualquer outro exemplo. Você também vai aprender nesta aula.

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Introdução ao Mercantilismo

Confira agora um resumo de introdução ao Mercantilismo com o professor de história Felipe de Oliveira, do canal do Curso Enem Gratuito.

Ele vai mostrar os seguintes destaques pra você: 

  1. O que é Mercantilismo?
  2. Metalismo e balança comercial favorável;
  3. Intervencionismo estatal: protecionismo alfandegário e monopólios;
  4.  Colonialismo e o pacto colonial;
  5.  Apresentação dos tipos de mercantilismo;
  6. Bulionismo: Espanha;
  7. Industrialismo ou Colbertismo: França;
  8.  Comercialismo: Inglaterra;
  9. Plantation: Portugal, Espanha e Holanda.

O que foi a colonização mercantilista

Pode-se pensar a nação como um grande mercado que é abastecido por produtores locais. Esse mercado mede sua riqueza em metais preciosos, sendo assim, todos os produtos são trocados por ouro e outros metais.

Quando existe demanda por produtos que não produzidos pelos locais, o mercado é obrigado a gastar o ouro arrecadado em produtos de estrangeiros.

A diferença entre o que se arrecada com a venda dos produtos locais em comparação com o que se gasta na compra de produtos estrangeiros determina se a balança comercial é favorável ou não. Caso o mercado venda mais produtos do que compra, temos o superávit, ou seja, balança comercial favorável.

Se gastar mais com as compras do que arrecadar temos o déficit, ou balança comercial desfavorável. O exemplo simplório usado acima serve para entendermos o objetivo central das nações que adotaram a colonização mercantilista, que era basicamente fazer crescer as reservas de metais preciosos através do comércio internacional.

Características do Mercantilismo

Com esta finalidade, países como Portugal adotaram as seguintes medidas:

  • incentivo à produção de manufaturados;
  • acúmulo de reservas de metais preciosos conhecido por metalismo;
  • intervenção na economia (intervencionismo);
  • proteção de produtos nacionais (protecionismo);
  • uso do chamado Pacto Colonial.

Vamos ver a seguir como funcionava cada uma das práticas mercantilistas.

Produtos Manufaturados

Com objetivo de arrecadar mais do que gastar no mercado internacional, a economia de um país pode investir na produção de manufaturados. O manufaturado é um produto com valor agregado, através do emprego de trabalho sobre o produto.

Exemplo disso podem ser as peças de roupas. Confeccionadas a partir de matérias-primas de baixo valor como algodão e lã, as roupas tiveram uso de mão-de-obra e tecnologia para que esta ganhasse valor na transformação de lã em fio, do fio em tecido e do tecido na peça, que por sua vez será comercializada por um valor muito maior do que o de sua matéria-prima.

O Metalismo

Baseada na doutrina bulionista, o metalismo consistia na crença que uma economia saudável depende do acúmulo de metais preciosos como o ouro e a prata, já que estes são consideradas riquezas não perecíveis. O termo bulionismo vem da palavra inglesa bulion, que significa “pequenos lingotes de ouro”. Assim, o período é marcado pela busca de jazidas de ouro nas terras americanas colonizadas por estes países.

Espanha e Portugal foram pioneiras na colonização da América e, por esse motivo, encontraram fontes de ouro antes de outras nações que adotaram práticas mercantilistas como Holanda, França e Inglaterra.

Em resposta a isso, era comum por parte destes Estados a contratação de piratas, chamados de corsários, para saquear embarcações que transportavam ouro e prata. Essa prática foi retratada no filme “Piratas do Caribe 4”, quando o capitão Barbossa é contratado como corsário da coroa inglesa para saquear embarcações de outras nações.

O que é mercantilismo e qual a sua relação com a colonização da América?
Veja na imagem o personagem do Capitão Barbossa, à direita de Jack Sparrow

Intervencionismo

Para atingir o objetivo de conseguir a balança comercial favorável um Estado pode intervir na economia, concedendo privilégios a grupos mercantis sobre o comércio com as colônias, ou reduzindo os impostos sobre produtos nacionais para que tenham maior competitividade no mercado internacional.

Protecionismo

Outra forma de intervenção na economia, mas que atinge os produtos estrangeiros. Taxa-se produtos importados para evitar que tenham competitividade com produtos nacionais, além de evitar a evasão de riquezas, o que diminuiria as reservas de metais preciosos.

O Pacto Colonial

A medida mais eficaz do mercantilismo foi o uso do que ficou conhecido por exclusivo metropolitano. As principais nações europeias desse período se esforçaram para adquirir colônias, principalmente no continente americano.

Pacto colonial ou sistema colonial são os termos utilizados para definir a subordinação política, administrativa, jurídica, tributária e militar das colônias em relação às metrópoles. Tal situação dava o monopólio do comércio das colônias as nações que os colonizaram, favorecendo estas para que alcançassem a balança comercial favorável e o acúmulo de metais preciosos.

Mercantilismo espanhol e português

As práticas mencionadas acima não foram aplicadas da mesma forma em todos os países. Existiram diferenças entre eles. Destacam-se Espanha e Portugal pelo seu fracasso econômico, já que não alcançaram o mesmo desenvolvimento capitalista de países como Inglaterra e França, apesar de terem tido um início promissor na colonização mercantilista.

Tal fato se deve a esses países não terem investido a riqueza acumulada nesse período em desenvolvimento industrial, como o incentivo às manufaturas.

Com o declínio da extração de metais preciosos no século XVII nas colônias portuguesas e espanholas, a economia destes países tornou-se dependente da exportação de matérias-primas, enquanto importavam produtos com maior valor agregado de países que passaram por grande desenvolvimento industrial, como a Inglaterra, país pioneiro na Revolução Industrial.

O Renascimento Comercial e Urbano da Europa

Veja com o professor Felipe de Oliveira como foi o importante ciclo do Renascimento Comercial e Urbano que abriu os caminhos para uma nova era no continente europeu:

Qual a relação entre o mercantilismo e a colonização americana?

Resposta: O mercantilismo consistia na acumulação de metais precisos, e a colonização da América tinha o objetivo de acumular riquezas.

Qual é a relação entre o mercantilismo e a colonização?

O mercantilismo foi um conjunto de práticas e ideias econômicas que esteve em vigência, na Europa, entre os séculos XV e XVIII, período de transição do feudalismo para o capitalismo. As expansões marítimas promoveram a colonização da América por parte de Portugal e Espanha, onde o mercantilismo foi aplicado.

Qual foi o papel do mercantilismo na colonização do Brasil?

Mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas que vigorou entre os séculos XV e XVIII, sendo adotado pelos Estados nacionais, no intuito de acumular riquezas para o rei. Uma das características do mercantilismo foi o metalismo, ou seja, o acúmulo de metais preciosos, como o ouro.

O que foi o mercantilismo e qual a importância que ele teve durante o período colonial?

O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas que existiu na Europa entre os séculos XV e XVIII. É considerado pelos historiadores como um momento de transição entre o feudalismo e o capitalismo. Visava garantir o enriquecimento do reino e contribuir para o fortalecimento do monarca.