O continente africano é composto por culturas diferentes. Cada uma possui seu idioma próprio, tradições e formas artísticas distintas. O deserto do Saara atuou e atua como uma divisa natural entre o norte da África e o resto do continente. Há, ainda, troca culturais entre as duas zonas, que foram facilitadas pelas rotas de comércio que atravessam a África desde a Antiguidade. Os registros históricos e artísticos demonstram esse intercâmbio cultural. Assim, a arte africana é o resultado de um conjunto de manifestações artísticas produzidas por todos os povos da África ao longo da história, iniciando-se no período pré-histórico, nas formas mais antigas, que são as pinturas e gravações em pedra, na região do Saara. Show Nesse continente, o objeto de arte é visto como funcional, criado para ser utilizado, ligado ao culto dos antepassados, sempre voltado ao espírito religioso e ao uso diário, como os ornamentos e tecidos. A presença do tema da figura humana mostra a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos. Outros temas retratados refletem o cotidiano dos povos como, por exemplo, a religião, animais da floresta, cenas das tradições do povo. No norte da África, predominam as características islâmica na arte, assim como a influência cultural e artística do Egito Antigo. Atualmente, com o desenvolvimento dos transportes e das comunicações, várias formas de arte têm sido divulgadas por entre as diversas culturas africanas. As principais são: Escultura Máscara - Música Contemporânea na África do Sul Dança - Pintura Corporal Arquitetura A arte africana chegou ao Brasil com os escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Chegando aqui, os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar uma nova arte, a afrobrasileira. Escultura Figura Sécs. XIII - XIV. Bronze. Alt., 36 cm. No centro leste do continente africano, a etnia Makonde, que vive no sudeste da Tanzânia e no norte de Moçambique, também se destaca com 200 anos de história. Suas esculturas são figurativas e retratam animais e seres humanos. São produzidas pelo próprio povo, que se utiliza de uma madeira preta, o ébano, localmente chamado de mpingo; a dureza, a durabilidade e a cor fazem essa madeira perfeita para esculpir. Alguns artistas, depois das peças prontas, passam graxa de sapato para dar maior brilho. Essa arte é tanto tradicional como contemporânea, refletindo o seu passado tribal e também a vida urbana, utilizando seus mitos como inspiração. Escultura africana. Detalhe de uma escultura Makonde, no estilo "Shetani" Ntaluma é um escultor moçambicano que nasceu em Nanhagaia, Máscara As máscaras são as formas mais conhecidas da arte africana. Representa a soma de elementos símbólicos e místicos, usadas em rituais e funerais. Os africanos acreditam no poder da absorção das forças mágicas dos espíritos, obtendo a cura de doentes, entre outras coisas. As máscaras são criadas a partir do barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira. São confeccionadas em segredo na selva, para conseguir o estabelecimento da purificação e da ligação com a entidade sagrada. Máscara - casco chokwe (Angola). Data ignorada. Máscara Pingente de Benin, Nigéria. As máscaras e cabeças da África Ocidental são obras-primas da arte negra e exibem uma enorme variedade criativa. O contraste entre as máscaras simbólica e formal e a famosa escultura de Ife (Cabeça, provavelmente de um primitivo oni, de Ife, Nigéria.Sécs. XIII - XIV. Bronze. Alt., 36 cm), talvez se deva às influências mediterrâneas. Música Para facilitar a compreensão das múltiplas expressões musicais, conforme os ritos e costumes de cada povo, I - Os Pigmeus da África Central, conhecidos dos ocidentais pela sua estatura, são caçadores-colecionadores e constroem suas habitações desde os tempos remotos, em florestas tropicais densas e chuvosas. Na República da África Central, os Pigmeus Ba-Benjellé é um clã da tribo Pigmeia Aka. Na cerimônia para Ejengi, o mais famoso de todos os espíritos da natureza, onde aparece a arte da pintura corporal fosforescente, a música consiste no canto das mulheres acompanhada das percussões que conduzem dias e dias de danças. Pigmeus, integrantes de etnia com estatura inferior a 1,50 m, II - O Estado independente da Eritreia, localiza-se ao norte da Etiópia do leste do continente africano. Possui quatro milhões de habitantes, dentre os quais compreendem nove grupos étnicos distintos, cada um com a sua própria cultura e música. Os Rashaidas são um pequeno grupo de nómades de língua árabe que vivem no noroeste do deserto da Eritreia, que transportam facilmente as tendas, enquanto viajam nos seus camelos. São muçulmanos radicais de profundas convicções religiosas. Tradicionalmente, criam camelos em pequenas pastagens junto dos oásis. Sua música consiste em canções acompanhadas por palmas e bater de pés, substituindo as percussões. Os Rashaidas possuem seu próprio estilo de dança, Música contemporânea na África do sul Na África do Sul é realizado o Cape Town Away (distante Cidade do Cabo), um festival internacional de jazz, que acontece desde o ano de 2000. O Quarteto de Cordas Soweto executa música clássica com "ginga" africana. Influências da Música Africana Babatunde fundou o Olatunji Center for African Culture, em Harlem, Nova Iorque, e foi o guru de inúmeros bateristas, percussionistas e outros músicos (de Bob Dylan a Santana, de Mickey Hart a Airto Moreira, de Quincy Jones a Stevie Wonder, de Max Roach a Muruga Booker), Olatunji foi também um activista dos direitos civis nos EUA, ao lado de Martin Luther King e, depois, de Malcolm X. Babatunde Olatunji nasceu a 7 de Abril de 1927 em Ajido, Lagos, na Nigéria, Dança Grupo de mulheres africanas dançando. Pintura Corporal Foi fazendo inúmeras viagens, que o fotógrafo Hans Silvesters registrou a beleza das Pintura Mural As mulheres lembram as "mulheres girafa" da Tailândia, Fundo: Pintura Mural. Apesar de ser uma sociedade patriarcal, a herança artística é passada de mães para filhas, são transmitidos os padrões tradicionais dos Ndebele. No século XIX esta tradição alargou-se dos têxteis às pinturas murais decorativas que são também executadas apenas pelas mulheres Ndebele. As pinturas das casas deste povo, sejam redondas (parecendo ocas) ou quadradas, sempre com teto de palha, expressam-se através das cores gráficas e dos desenhos geométricos coloridíssimos. Os utensílios e adornos que as mulheres usam, possuem significado religioso e místico. Pintura Mural. A técnica ancestral (à mão livre, com linhas e ângulos geométricos coloridos) de pintar os muros das residências, já viajou o mundo. A pintura das fachadas e muros das casas é um privilégio exclusivo das mulheres Ndebele. A pintura é a forte expressão individual da identidade das mulheres e o que diferencia uma mulher das outras é o estilo da pintura, o motivo, a composição e a escolha das cores. Existem dois tipos de pintura: o tradicional (ikghuphu), que usa padrões geométricos, e muitas vezes uma camada superficial de barro misturado com fezes de gado, onde com os dedos elas desenham linhas verticais, horizontais e diagonais; e o moderno, que utiliza tintas industriais e um design mais complexo, além de elementos abstratos e figurativos. A arte para os Ndebele, como para a maioria dos povos africanos, tem um significado mágico-religioso e um caráter cerimonial. Pelo motivo dessa arte possuir preocupações óbvias com a estética em si e estarem expostas em murais, questiona-se o caráter utilitarista dado à ela pelos ocidentais. Pintura em tela Em 1989, quando tinha 55 anos, foi a primeira mulher de sua tribo a cruzar o oceano, a transpôr os murais para telas e levar as convenções do seu trabalho a um público mais vasto. Isso aconteceu, porque viajou até Paris para criar os murais da exposição "Magiciens de la Terre", e recebeu encomendas de trabalhos para museus e outros edifícios públicos como o Civic Theater de Johannesburgo, para a BMW, entre outras. Conquistou a Europa com sua pintura colorida e logo caiu nas graças de gente como Andy Warhol, Alexander Calder e Frank Stella. Mais recentemente, a BMW encomendou um carro customizado com os motivos geométricos típicos dos Ndebele. No Brasil, os Ndebele já ficaram conhecidos através da revista MAG! África Pop (lançada em junho de 2006) e do estilista Alexandre Herchcovitch, que dedicou uma coleção inteira ao assunto através de releituras pop das estampas. Na ocasião, Herchcovitch firmou parceria com a Melissa e desenvolveu um modelo de sandália inspirado na tribo. Influência da Arte Visual Africana Com o desenvolvimento das escolas de arte e arquitetura nas cidades africanas, os artistas contemporâneos são incentivados a trabalhar com novos meios, tais como cimento, óleo, pedras, alumínio. Porque a arte africana se destaca em relação à importância ao longo da história?A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.
Por que a arte africana é vista como a riqueza do continente africano?A África é grandiosa, tanto em termos geográficos, como em diversidade cultural, pois são muitos países que a compõe. Dessa forma, suas populações possuem particularidades e costumes diferentes, o que, obviamente, se reflete na arte produzida por elas.
Qual a importância da cultura da arte africana para a formação cultural brasileira?Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais.
Qual a maior contribuição da arte africana para o Brasil?O samba, afoxé, maracatu, congada, lundu e a capoeira são exemplos da influência africana na música brasileira que permanecem até os dias atuais. A música popular urbana no Brasil Imperial teve nos escravos que trabalhavam como barbeiros em Salvador e Rio de Janeiro uma de suas mais ricas expressões.
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