Por quê a interferência é maior nas áreas urbanas

Logo depois dos problemas relacionados ao Saneamento B�sico (�gua, esgoto e lixo), a Macrodrenagem � o tema ambiental que mais afeta a popula��o que vive nas cidades que, segundo o IBGE, j� � mais do que 80% do povo brasileiro.

5.1 - CAUSAS

V�rias s�o as causas das enchentes urbanas mas, entre as principais, relacionamos as chuvas, o tipo de piso, lixo nos bueiros, erros de projeto (drenagem insuficiente) e a ocupa��o irregular do solo.

5.1.1 - Chuvas intensas. Hidrologicamente, s�o consideradas "intensas" as chuvas de curta dura��o e de alta intensidade. Existe um Manual de Hidrologia, de Otto Pfafstetter, que mostra a equa��o dessas chuvas para todo o Brasil. Algumas delas podem ser vistas nesta p�gina.

A rela��o das chuvas intensas com as enchentes � que, mesmo sendo r�pidas, sua intensidade n�o permite que o volume precipitado escoe a tempo de n�o represar as �guas nos pontos de estrangulamento, que costumam ser os bueiros e as pontes. A enxurrada, por outro lado, carrega consigo o lixo jogado nas ruas e encostas, reduzindo ou obstruindo os canos da drenagem pluvial, quando existem.

5.1.2 - Impermeabiliza��o. Sem d�vida, este � o maior vil�o das enchentes. O trajeto da �gua da chuva, depois que atinge o solo, segue 3 dire��es: para cima (evapora��o), para o lado (escorrimento superficial) ou para baixo (infiltra��o); j� que, para cima, s� atrav�s da eleva��o mec�nica ou bombeamento. Entretanto, s� haver� infiltra��o se o piso for perme�vel ou semi-perme�vel, o que n�o acontece com o concreto, o asfalto, a pi�arra e os paralelep�pedos das ruas brasileiras. Ora, se n�o pode infiltrar, grande parte do volume precipitado, em vez de se dirigir para os len��is subterr�neos, vai engrossar as �guas do escorrimento superficial, agravando deste modo os efeitos das enchentes.

Por quê a interferência é maior nas áreas urbanas

Na figura ao lado d� pra ver como o tipo de cobertura do solo influencia a vaz�o (que � bem maior na zona urbana do que na floresta) e, mais grave, o menor tempo (ainda nas cidades) dessa descarga m�xima, sobrecarregando os tubos de drenagem por onde a �gua da chuva escoa.

Existe outra curva que correlaciona a porcentagem de �rea imperme�vel com a densidade populacional, crescente at� atingir o m�ximo, de cerca de 70% de impermeabiliza��o. Considera-se baixa, uma densidade inferior a 10 hab/ha; m�dia de 10 a 100 e alta, se superior a 100 hab/ha.

5.1.3 - Destino do lixo. A car�ncia de cobertura na coleta do lixo nas �reas perif�ricas e de dif�cil acesso, aliada � falta de educa��o ambiental da popula��o, faz com que o lixo seja jogado nos val�es e nas encostas. Com as chuvas intensas, esse material � levado at� os pontos baixos, onde est�o localizados os canais, os rios e os bueiros. N�o � dif�cil imaginar o que acontece em seguida: esse material � retido nos pilares e muretas das pontes (como na foto ao lado), diminui a se��o dos canais e obstrui a passagem da �gua da chuva nos bueiros, causando as enchentes urbanas.

5.1.4 - Drenagem deficiente. Dentre as obras hidr�ulicas conhecidas, por incr�vel que pare�a, o dimensionamento dos drenos � uma das mais complicadas, embora se resuma praticamente � escolha de um material de constru��o e o di�metro interno. O Engenheiro pode at� calcular corretamente mas, com o passar do tempo, aumenta a densidade demogr�fica e o conseq�ente grau de impermeabiliza��o do solo, e a drenagem passa a n�o atender � vaz�o das cheias.

5.1.5 - Ocupa��o irregular do solo. Este assunto tem a ver com as Posturas Municipais e o Plano Diretor e Urban�stico das cidades. Existem �reas nas cidades e arredores que n�o deveriam ser ocupadas: as margens dos rios, �reas de dunas e com matas nativas, as encostas acima de determinada cota, os mangues e outras. Constam do C�digo Florestal e da Lei de �reas de Preserva��o Permanente. Al�m dos problemas de impermeabiliza��o dos terrenos e do destino do lixo nessas �reas, sobressai a constru��o de moradias no leito dos canais, diminuindo sua se��o transversal e, em conseq��ncia a vaz�o de escoamento, causando as enchentes urbanas.

5.2 - CONSEQU�NCIAS

V�rias s�o as conseq��ncias de um projeto mal elaborado de drenagem urbana e, na maioria das vezes, de sua completa aus�ncia; das chuvas intensas; da ocupa��o irregular do solo; e dos maus h�bitos da popula��o com rela��o ao destino do lixo. N�o importando a causa, as enchentes costumam provocar doen�as, causar preju�zos e atrapalhar o tr�nsito, entre outras conseq��ncias.

5.2.1 - Leptospirose. � uma doen�a grave, causada pela urina do rato misturada � �gua das enxurradas, quando em contato com a pele. As outras doen�as relacionadas ao lixo dom�stico (cisticercose, c�lera, disenteria, febre tifoide, filariose, giard�ase, leishmaniose, peste bub�nica, salmonelose, toxoplasmose, tracoma, triquinose, etc.), por ele fazer parte das enchentes urbanas, tamb�m merecem ser consideradas.

5.2.2 - Danos materiais. S�o de v�rias naturezas: desde a destrui��o parcial ou total dos im�veis, ve�culos, m�veis e utens�lios dom�sticos; perdas nas lavouras e produtos perec�veis armazenados; horas perdidas nos engarrafamentos de tr�nsito e aus�ncia no trabalho; interrup��es de energia e outros.

5.3 - ESTUDOS

Os estudos t�cnicos e s�cio-econ�micos relacionados �s enchentes urbanas, com base nas suas causas imediatas, s�o necess�rios para � proposi��o das solu��es. Em geral envolvem prioritariamente Engenheiros ligados � Hidrologia, Hidr�ulica e Saneamento, nesta ordem.

5.3.1 - Hidr�ulicos. Os estudos hidr�ulicos relacionados � drenagem dizem respeito ao c�lculo da se��o transversal da tubula��o por onde dever� passar a vaz�o ou descarga m�xima de uma dada microbacia hidrogr�fica urbana. Vale lembrar que, ao contr�rio das tubula��es sob press�o, utilizadas nas adutoras e redes de abastecimento d��gua, as tubula��es de drenagem funcionam pelo princ�pio da gravidade e, portanto, o Engenheiro n�o deve prever, no seu dimensionamento hidr�ulico, que a �gua preencha totalmente o tubo.

5.3.2 - Hidrol�gicos. Os estudos hidrol�gicos, por outro lado, s�o bem mais complexos que os c�lculos hidr�ulicos. Envolvem as chuvas intensas, a impermeabiliza��o dos terrenos, densidade demogr�fica, etc. E n�o se limitam � preocupa��o com a �gua que passar� nas bocas de lobo, bueiros, valas e tubos, mas tamb�m nos c�rregos e rios que atravessam a cidade.

5.3.3 - S�cio-econ�micos. Os estudos s�cio-econ�micos dizem respeito, basicamente, ao n�vel de renda da popula��o que poder� ser atingida pelas cheias, � localiza��o geogr�fica das habita��es constru�das nas zonas de inunda��o, ao grau de atendimento pela Prefeitura e �rg�os de saneamento nas �reas perif�ricas e aos custos das obras de drenagem necess�rias para evitar as enchentes urbanas.

5.4 - SOLU��ES

V�rias s�o solu��es para evitar ou minorar as enchentes. Todas elas podem ser enquadradas em tr�s grandes ramos: t�cnicas (hidr�ulicas ou hidrol�gicas), ambientais e legais.

5.4.1 - Hidr�ulicas. Como vimos anteriormente no ramo dos Estudos, as solu��es de car�ter hidr�ulico, resumem-se a drenos maiores (em di�metro) ou em maior n�mero. Em alguns casos, quando o canal de drenagem costuma transportar muito lixo, os estudos hidr�ulicos devem contemplar um dispositivo de retirada autom�tica desse material num ponto da margem ou uma grade ou tela transversal ao fluxo.

Quais são os principais problemas ambientais que ocorrem na zona urbana?

Os principais problemas ambientais urbanos são:.
Enchentes. As enchentes ocorrem principalmente por causa da impermeabilização do solo urbano, que é coberto na maior parte por asfalto e cimento. ... .
Lixos urbanos. ... .
Despejo de esgotos nos rios e canais. ... .
Poluição sonora. ... .
Emissão de gases..

O que é o impacto ambiental urbano?

Impactos ambientais urbanos são constituídos por julgamentos de valores de significâncias de efeitos perturbadores, de gêneses ou consequências antrópicas, no urbano ou para além, no ambiente, que, na promoção de mudanças ecológicas e/ ou sociais, coloquem em questão estados de “auto-organização” e/ ou de “relativa ...

Quais são os principais problemas sociais urbanos?

Os problemas sociais urbanos abrangem todos os dilemas estruturais, próprios das cidades. Falta de emprego, moradia precária, violência, pouca acessibilidade, baixo acesso aos centros de saúde, transporte coletivo sucateado e situações semelhantes são os principais exemplos.

O que é interferência humana no meio ambiente?

Dentre os principais impactos ambientais negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats.