<<volta Show VEGETAÇÃO A descrição da vegetação do Estado do Rio Grande do Sul, aqui apresentada, está baseada no trabalho desenvolvido pelo Projeto RADAMBRASIL, atualmente incorporado ao IBGE. Segundo LEITE & KLEIN (1990) este trabalho permitiu a uniformização de critérios, conceitos e métodos de levantamento florístico-vegetacional. Assegurou maior eficiência na interpretação do papel desempenhado pelos principais parâmetros ecológicos no arranjo, distribuição espacial e comportamento geral da flora e formas de vida vegetal. Deste trabalho resultou a criação de um sistema de
classificação fisionômico-ecológico muito mais preciso para toda a vegetação brasileira, adaptado a conceitos fitogeográficos internacionais. Segundo esse sistema, a vegetação do Rio Grande do Sul é classificada em florestal e não-florestal. Considera-se vegetação florestal aquela, ombrófila ou estacional, cujas formações são constituídas por comunidades arbóreas mais ou menos estáveis e compatíveis com o clima atual. São
consideradas vegetação não-florestal todos os demais tipos de formações, que por diversas causas não alcançaram os níveis de desenvolvimento e organização tidos como em equilíbrio com o clima. Trata-se de vegetação xeromorfa e xerofítica e das formações pioneiras. Para os autores acima mencionados, a vegetação do Estado do Rio Grande do Sul compreende nove regiões fitoecológicas ou fitogeográficas
(mapa fitogeográfico). Foi incluído, também, por tratar-se de formação típica no Estado, a vegetação do Parque do Espinilho: RAMBO (1956) divide o Estado do Rio Grande do Sul em duas formações vegetais, a do campo e a da floresta. Da área total
do Estado, cerca de 131.896 km² (46,26%) eram campos, 98,327 km² (34,47%) matas e o restante, atribuído à vegetação litorânea, banhados inundáveis e outras formações. Portanto, dois terços da área do Estado foram originalmente ocupados pela formação campestre, uma paisagem de estepe, isto é, formação semi-xerofítica, porém num ambiente de clima característico por umidade alta. <<volta Tipos Fitogeográficos <<volta Região da Floresta Ombrófila
Densa No Brasil a Floresta Ombrófila Densa ocorre nas encostas orientais da Serra do Mar, da Serra Geral e Vales da região Leste do Planalto, em altitudes desde as planícies quaternárias, quase ao nível do mar, até 1000 metros, junto à borda do Planalto. No Rio Grande do Sul ocorre desde o litoral norte nas proximidades de Osório, até os altos da Serra, sendo os últimos representantes na
encosta oriental íngreme (BRASIL, 1983). Região da Floresta Ombrófila Mista REITZ & KLEIN (1966) afirmam que a distribuição dos pinheirais no Rio Grande do Sul é essencialmente uma função de acidentação do terreno. Os pinhais mais densos e expressivos,
principalmente nos vales, na aba superior de todos os canhões profundos dos rios, bem como nos terrenos acidentados dos campos, sobretudo do planalto central e oriental. Região da Floresta Estacional Semidecidual No Rio Grande do Sul, segundo Teixeira & Coura Neto apud LEITE & KLEIN (1990), abrange a vertente leste do Planalto Sul-Rio-Grandense e a parte leste da Depressão Central Gaúcha,
onde também avança sobre terrenos circunvizinhos à Serra Geral e seus patamares. Região da Floresta Estacional Decidual Segundo LEITE & KLEIN (1990) esta região compreende as florestas das porções médias e superiores do vale do Rio Uruguai, da maior parte da vertente sul da Serra Geral e de diversas áreas
dispersas pelas bacias dos Rios Ijuí, Jacuí e Ibicuí, cobrindo, no sul do Brasil, uma superfície territorial de aproximadamente 47.000 km². Região da savana (Cerrados e Campos) Segundo LEITE & KLEIN (1990), Savana é a palavra de origem indígena antilhana de onde procede o termo "Habana". Foi empregada, inicialmente, por Oviedo que, com Valdez, em 1851, a teriam atribuído aos "lhanos" venezuelanos. Posteriormente, muitos autores passaram a adotá-la como Drude (1889), Chevelier (1932), Lanjouw (1936), Trochain (1951 e 1954) e Aubreville (1956), Schnel, (1971). Região da Estepe (Campanha) De acordo com VELOSO & GÓES FILHO (1982), no extremo meridional do Rio grande do Sul (ao sul dos
eixos aproximados Bagé-Rosário do Sul, Alegrete-São Borja) estendem-se amplas superfícies conservadas do Planalto da Campanha e da Depressão do Rio Ibicuí-Rio Negro, com relevo aplainado a ondulado e dominância de solos derivados dos derrames basálticos e de diversas formações litológicas sedimentares. Revestindo estas feições geomorfológicas desenvolvem-se formações campestres classificadas pelo Projeto RADAMBRASIL como Estepe. Esta palavra de origem Russa significa, vulgarmente, "deserto".
Inicialmente foi aplicada para definir a vegetação da Zona Holártica submetida a dois períodos de estacionalidade fisiológica distintos, provocados, um pelo frio e outro pela seca. A partir da reunião de Yangambi, em 1956, oficializou-se a denominação Estepe, para a zona paleotropical, aos tipos de vegetação submetidos a dupla estacionalidade. Assim, a vegetação lenhosa decidual, em geral espinhosa, de plantas suculentas e com tapete herbáceo graminoso estacional das áreas tropicais, foi
considerado homóloga da Estepe das áreas temperadas, pelos fitogeógrafos africanos. Região da Savana Estépica (Campanha Gaúcha) Na região Sul, segundo LEITE & KLEIN (1990), estas formações vegetais compreendem uma área de cerca de 10.000 Km² distribuída, aproximadamente, entre
Santiago, Alegrete e Santana do Livramento, em plena zona da campanha Gaúcha, parcialmente encravada entre a Savana e a Estepe. Com tal disposição, a Savana Estépica forma uma cunha de direção norte-sul submetida aos mesmos parâmetros climáticos gerais da Savana e da Estepe circunvizinhas. Parque do Espinilho Áreas de Formações Pioneiras Áreas de Tensão Ecológica (Contatos) Segundo LEITE & KLEIN (1990), as diversas regiões fitogeográficas nem sempre apresentam nítida individualização. De modo geral, há uma gradual mudança fitofisionômica e florística evidenciada pelos diversos tipos de encraves e ecótonos (misturas), que caracterizam as faixas de contato inter-regionais. <<volta Por que a área de vegetação nativa brasileira tem diminuído de acordo com o tempo?Dados do IBGE mostram, entretanto, que a vegetação nativa brasileira tem ocupado uma área cada vez menor, o que se deve, sobretudo, ao processo de urbanização e abertura de novas áreas para cultivo e pastagem. Leia também: Quais são os biomas brasileiros?
O que provocou a diminuição das áreas cobertas pelas formações vegetais nativas?Ocupação humana e diminuição da vegetação natural
Comparando os mapas que a compõem, note que, assim como em outros países do mundo, o avanço da ocupação humana pelo território provocou a diminuição das áreas cobertas pelas formações vegetais nativas.
Quais as atividades que provocou a diminuição da vegetação nativa?Entre as principais causas dos desmatamento nesse bioma, estão a extração de recursos naturais, a utilização de madeira para produção de carvão vegetal e celulose, e, ainda, o avanço da urbanização.
O que aconteceu com a vegetação nativa do Brasil?Brasil perdeu vegetação nativa equivalente a 10% do território nacional nos últimos 35 anos. Segundo novo levantamento do MapBiomas, 87,2 milhões de hectares de áreas de vegetação nativa foram destruídos de 1985 a 2019. Mais da metade dessa destruição aconteceu na Amazônia.
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