Por que é importante sempre pensarmos nos marcadores sociais da diferença de forma articulada?

Sabe aquela marca de nascença, aquela marca de um belo tombo que a gente teve na infância? Bom, nesse artigo a gente não vai tratar sobre elas, mesmo que o título possa ser sugestivo, vamos tratar de algo mais profundo: os Marcadores Sociais. Nascemos, vivemos e crescemos em um país marcado por diversidade de culturas, religiões e diferentes maneiras de ser no mundo. Porém, muitas vezes, essas características são vistas como uma forma de classificação e hierarquização de pessoas, e quando não encaradas como diferenças que tornam qualquer ambiente mais rico e plural, acabam por colaborar na  reprodução de desigualdades. 

Os Marcadores Sociais são definidos por características diversas que compõem cada indivíduo, como: gênero,  região, religião, cor de pele, etnia, entre muitas outras. Muitas vezes esses marcadores, quando não tratados e  analisados de forma mais profunda podem fazer com que reproduzimos desigualdades, estereótipos e pré-conceitos, muitas vezes “naturalizando-os”. Isso dificulta um olhar mais amplo sobre as diferentes pessoas e suas diferentes  realidades da maneira que elas necessitam ser olhadas. 

O que são marcadores sociais?

O conceito que tratamos como “Marcadores Sociais” possui conexão com  entendimentos relacionados à desigualdade, já que os grupos que são  atravessados por algum marcador social, tendem a se localizar em situação  desigual perante os grupos que não carregam nenhum marcador da diferença. Importante frisar que esses marcadores muitas vezes não aparecem de forma  isolada e sim de formas interseccionais. Eis agora um outro conceito que  colabora a visualizar os marcadores sociais em sua amplitude: a interseccionalidade. 

Interseccionalidade e marcadores sociais

A interseccionalidade diz respeito às múltiplas manifestações de marcadores sociais e de características construídas e estruturadas socialmente que determinam a posição, oportunidades e possibilidades aos indivíduos. Percebe a relação entre eles? Uma pessoa pode estar submetida por diferentes marcadores, por exemplo: Uma mulher negra, residente de uma região periférica, aqui observamos os marcadores de: gênero, etnia, e região por exemplo, ambos constituintes de uma única pessoa e que podem definir os locais que essa mulher ocupa e/ou possibilidade de acesso a oportunidades e ambientes.

Os marcadores na construção de políticas públicas

Políticas Públicas em seu sentido estrito significa um conjunto de ações articuladas, programas, projetos e decisões tomadas pelos diferentes níveis de governo para garantir direitos para as pessoas em seus diferentes grupos e composições. Em outro sentido, é o que o governo decide ou não fazer em virtude de alguma problemática identificada ou percebida.

É nesse sentido que os marcadores sociais entram, por vezes é importante olhar para as subjetividades, necessidades e realidades específicas de cada grupo. Para que isso seja feito de forma efetiva é preciso que os gestores tenham em vista tais marcadores, e quando possível analisar as especificidades das necessidades de cada grupo para qual a política se destina.

Como praticar o entendimento sobre os marcadores?

Até aqui deu para entender um pouquinho sobre os marcadores sociais, não é mesmo? Mas, por onde começar a colocar em prática um trabalho articulado que leve em consideração os marcadores sociais da diferença na construção de políticas públicas?

Uma boa dica, é começar a entender a realidade onde você atua, a prática simples de “olhar ao meu redor”. Alinhado a isso, outra dica é verificar se no seu município possuem conselhos intersetoriais representativos comprometidos a olhar para as especificidades de cada grupo minorizado socialmente, por exemplo: Conselho dos idosos, Conselho da igualdade e equidade racial, Conselho dos direitos das mulheres, Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, entre outros. Isso porque, a atuação desses conselhos possui relação direta na defesa e construção de ações práticas focadas nas especificidades de cada grupo, sendo também um instrumento de participação e controle social sobre as políticas públicas que serão construídas.

Podcast Coisa Pública: Como a participação popular contribui para a entrega de melhores serviços públicos?

Percebeu que a prática de olhar a nosso redor e verificar a existência de representatividade das pautas de grupos que são atravessados por algum marcador social é importante? A gente começa identificando, dialogando e após esse processo é importante partir para a ação, não de forma isolada e desarticulada, mas sim, de maneira conjunta com as pessoas, pois só isso garantirá eficiência e efetividade na construção de ações direcionadas e atreladas às necessidades de cada grupo.

E aí, gostou do artigo? Conhece iniciativas do poder público que discuta a relevância do entendimento sobre os marcadores para construir políticas públicas? Conta para a gente nos comentários!

Qual a importância dos marcadores sociais?

Logo, os marcadores sociais e suas características classificatórias explicitam a diversidade no tecido social, mas também servem como ferramenta para hierarquização da vida e perpetuação de desigualdades.

O que são os marcadores sociais da diferença?

Marcadores sociais da diferença são sistemas de classificação que organizam a experiência ao identificar certos indivíduos com determinadas categorias sociais. de diferença e desigualdade presentes na sociedade contemporânea.

O que a desigualdade social influencia nos marcadores sociais?

Essas desigualdades mencionadas, denominadas aqui como marcadores sociais da diferença, permitem-nos colocar luz e somar outras referências para pensar os cotidianos, as atividades e a participação social, frente a um contexto de intensas desigualdades sociais.

Qual o papel da escola em relação aos marcadores sociais?

UMA EDUCAÇÃO PARA MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA A escola é um propício campo para criar possibilidades de superação das armadilhas estruturais antidemocráticas. Assim, como já dissemos, a sala de aula deve ser vista como um lócus de aprendizado significativo e não meramente transmissor de conteúdo.

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