Pobreza e degradação ao meio ambiente estão fortemente interligados. É o que mostra o ranking EPI 2016 que mediu o desempenho ambiental de 180 países. Essa pesquisa é feita pelas Universidades americanas de Yale e Columbia e usou 20 indicadores distribuídos em 9 categorias, entre elas, a poluição do ar, recursos hídricos, florestas, energia e clima e outros. O resultado confirmou: os países mais pobres apresentam alto nível de degradação dos seus recursos naturais.
É de fácil compreensão essa relação. Países como a Somália, Eritrea, Madagascar, Niger, e Afeganistão estão no topo da lista e nos mostram as razões. Estes países não têm dinheiro para tratar adequadamente seus resíduos. Grande parte da população não tem acesso à água tratada e ao esgoto. Essa combinação de fatores leva a um estado de saúde precário para grande parte destes países. O contato com o lixo e o esgoto multiplicam doenças e ajudam a criar epidemias que o país não consegue combater. As condições de vida, então, se tornam degradantes.
Nestes países grande parte dos rios, da terra e do ar também estão contaminados. Muitas atividades que sustentam o país são, então, postas em risco, piorando o quadro econômico. Além disso, fenômenos extremos provocados por mudanças climáticas podem levar a diminuição da água potável, da terra para agricultura e das reservas pesqueiras.
Os problemas dos países pobres entram em ciclos viciosos que não permitem que a situação mude facilmente. A desigualdade a nível mundial impõe barreiras que impedem a adoção de tecnologias limpas de produção, já que apresentam alto custo. É preciso crescer economicamente a e população precisa estar inserida na estrutura capitalista atual.
No Brasil a situação também não é das melhores. Nós possuímos uma das maiores florestas do mundo, e uma das maiores concentrações de água doce para consumo humano, além de ter um grande território com terras agricultáveis no globo. Mas ainda enfrentamos problemas que dificultam a preservação do meio ambiente, como, por exemplo, a urbanização massiva e desorganizada, que não permitiu um saneamento básico e gerenciamento de resíduos adequadas ou suficientes. O resultado é que os habitantes mais pobres têm péssima condições de saúde e qualidade de vida.
Os hábitos da população também dizem muito sobre o nível de preservação do meio ambiente. Apesar de países com rendas elevadas possuir um consumo também maior, de um modo geral, a população tem padrões de consumo mais limpos, e estão mais conscientes quanto ao destino adequado dos resíduos. Com uma melhor renda, há também uma melhor qualidade da água, acesso a saneamento básico e menos poluição.
Este fato só prova que existe uma necessidade de políticas públicas que incentivem tanto o crescimento econômico, mas também a melhoria dos índices sociais, principalmente com relação a desigualdade de renda, acesso à educação, à saúde, e ao saneamento básico. Ter um crescimento sustentável é essencial para que o meio ambiente seja preservado e as futuras gerações não sofram as consequências de hábitos de consumo sujos e falta de infraestruturas adequadas.