Escrito por IAS em 18 Junho 2020 Postado em Blog.
Dia 17 de junho foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Dia Mundial de Combate à Desertificação. Quando você pensa no termo “desertificação”, em grande parte dos casos, deve vir a sua cabeça a imagem de um solo seco e com rachaduras, e é isto mesmo. Mas este cenário faz parte do processo final da desertificação, no qual o solo se torna pobre em nutrientes, as plantas não se desenvolvem nele e não retém água.
QUAIS SÃO AS CAUSAS DESTE FENÔMENO?
Alguns dos fatores que contribuem para isto são: uso inadequado de recursos florestais, em especial dos biomas cerrado e caatinga, práticas agropecuárias e manejo do solo de forma intensa e predatória, desmatamento e aspectos climáticos, como severas secas.
VOCÊ SABIA QUE MUITOS ESTADOS BRASILEIROS SOFREM COM A DESERTIFICAÇÃO?
De acordo com o Laboratório de Análise de Imagens e Satélites (Lapis) 16% do território nacional enfrenta o processo de desertificação. São 1488 municípios brasileiros, 31,7 milhões de habitantes (17% da população) e 85% das pessoas pobres do Brasil que sofrem com esse problema. Adicionalmente, segundo a Embrapa, no Brasil do total de 982.563 km2 de área do Semiárido, aproximadamente 600.000 km2 já foram intensamente atingidos por este fenômeno, incluindo oito estados da região Nordeste e norte de Minas Gerais. Além disso, o desmatamento da Caatinga já chegou a quase 50% pela desertificação devido, grande parte, ao desmatamento em conjunto com a seca.
A desertificação traz consigo a destruição de ecossistemas, escassez de água, fome e vulnerabilidade social. Este é o momento de pensar em alternativas para combater este fenômeno que a cada ano ganha maiores proporções!
MAS QUAL A DIFERENÇA ENTRE SECA E DESERTIFICAÇÃO?
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente “seca é um fenômeno natural no qual a precipitação registrada é significativamente inferior aos valores considerados normais para um determinado território provocando sério desequilíbrio hídrico que afeta negativamente o ambiente, a população e os sistemas de produção” já a desertificação pode ser definida como a “degradação ambiental e socioambiental, particularmente nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores e vetores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas”.
Este é um fenômeno seríssimo que precisa ser mais discutido, não só lembrado no dia que se comemora o seu combate, uma vez que cerca de 15% da superfície terrestre (mais de 110 países) sofre algum tipo de desertificação, prejudicando a vida de mais de 250 milhões de pessoas. As regiões mais atingidas pela desertificação são: Oeste da América do Sul, Norte e Sul da África, Oriente Médio, Ásia Central, Noroeste da China, Austrália e Sudoeste dos Estados Unidos (Worldwatch Institute).
COMO PODEMOS COMBATER A DESERTIFICAÇÃO?
Algumas alternativas que podem ajudar no combate e mitigação da desertificação são:
I) A prevenção e/ou redução da degradação das terras;
II) A reabilitação e recuperação de terras parcialmente degradadas;
III) Recuperação de mata ciliar;
IV) Reflorestamento;
V) Investimento em pesquisas e criação de banco de dados de informações referentes às áreas com processos de desertificação;
VI) Educação da população;
VII) Implantação de cordões de pedra, terraceamento e barragens sucessivas;
VIII) Uso de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta;
IX) Manejo mais sustentável do solo.
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Fontes de informações:
Embrapa
Laboratório de Análise de Imagens e Satélites (Lapis)
Ministério do Meio Ambiente
Worldwatch Institute
ÁGUA SUSTENTÁVEL: PORQUE O MUNDO PRECISA DE ÁGUA.
seca, desertificação
Processo resultante das atividades humanas e de variações climáticas, a desertificação é caracterizada pela degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e secas, afetando aproximadamente 60 mil Km² de terras por ano em todo o planeta.
Foto: patt_meeplesO desmatamento, uso intenso do solo, a ocupação humana, práticas inadequadas de irrigação, fertilização química do solo e a mineração excessiva são atividades bastante conhecidas e, também, consideradas as principais causadoras da desertificação no Brasil. Podemos destacar, também, o uso inadequado e desenfreado dos recursos naturais da Caatinga e do Cerrado.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 1.480 municípios brasileiros estão suscetíveis a esse processo. A maioria deles localizados nos estados do Nordeste, Mato Grosso, Minas Gerais e Espírito Santo. O número representa aproximadamente 16% do território nacional.
Com a desertificação, também vem os problemas. A formação de desertos altera todo o ecossistema, com a modificação dos habitats e os costumes da flora e da fauna da região. Eliminando, desta forma, milhares de espécies.
Podemos destacar também a salinização e alcalinização do solo, intensificação do processo erosivo, redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos, diminuição na fertilidade e produtividade do solo e redução das terras agricultáveis.
Desta forma, o processo afeta diretamente a população humana, já que com todos os problemas relacionados acima, inicia-se um processo migratório muito forte devido à falta de emprego, ocasionada, principalmente, pela baixa produção e diminuição do investimento de empresas.
Com isso a economia da região também é abalada, já que ocorre a diminuição de consumo e de produção, fatores que influenciam diretamente na arrecadação de impostos e na circulação da renda, fragilizando o município e tornando-o uma região pobre. Estima-se que no Brasil 85% da pobreza se concentra em áreas desertificadas e/ou suscetíveis a isso.
Recuperação das áreas perdidas
O Brasil, junto com outros 192 países, participa da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas – UNCCD (sigla em Inglês). A convenção estabelece metas internacionais de soluções que atendam às demandas socioambientais nos espaços agredidos.
No entanto, o processo de recuperação é complexo e demorado, já que engloba ações de longo prazo e inclui conscientização política, econômica e social.