A filosofia moderna é a corrente filosófica que tem início no século XV e vai até o século XVIII. O seu fim é marcado pelo início da Idade Contemporânea. Muitos autores, no entanto, consideram o marco inicial da filosofia moderna os pensamentos produzidos por
René Descartes, no século XVII, e o fim é marcado pelos trabalhos de Ludwig Wittgenstein, no século XX. Nesse modelo de classificação, o pensamento feito entre os séculos XV e XVII é chamado de Filosofia Renascentista. 📚 Você vai prestar o Enem 2020? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚
A filosofia moderna surge juntamente com o final da Idade Média e com a queda do sistema feudal. O fim do período medieval e a diminuição do domínio da Igreja Católica marcam a busca dos cientistas por novas formas de saber e pensar racionalmente, desvinculando-se cada vez mais das influências religiosas, que foram a marca da Idade Média. As novas descobertas nas áreas da Física, Astronomia e outras ciências naturais foram marcadas pelo antropocentrismo - o homem no centro de produção científica
e da busca de respostas racionais. A renovação dos métodos, a nova maneira de realizar pesquisas, encontrar soluções e construir argumentos, foi também influenciada pelo Renascimento e Humanismo, que possibilitaram a maior ação dos indivíduos na sociedade. O homem passa a ser encarado como um ser pensante, racional e capaz de responder por suas escolhas e ações. Índice
Introdução
Contexto Histórico
Características
Algumas características marcam a Filosofia no período do século XV ao XX com maior ou menor intensidade, dependendo do momento e da escola filosófica que está sendo analisada. Dentre as principais características, vale a pena destacar as seguintes:
- Antropocentrismo e humanismo, com o homem como centro de todas as pesquisas e responsável por suas próprias escolhas;
- Valorização de novas técnicas científicas e da pesquisa para encontrar as soluções dos problemas levantados;
- Racionalismo;
- Empirismo, ou seja, o uso de experimentos para provar as afirmações e encontrar soluções aos problemas;
- Liberdade de pensamento a partir da menor influência religiosa;
- Surgimento de escolas laicas de Filosofia.
- Negação religiosa.
O homem vitruviano, Leonardo da Vinci, 1492
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Problemas
Dentre os principais problemas levantados pelos filósofos modernos, principalmente os da primeira geração, estão os problemas ligados ao corpo e a mente, a metafísica e a epistemologia.
Posteriormente, os filósofos dedicam-se a pensar as questões políticas ligadas aos governos absolutistas, aos governos liberais e aos anarquistas. É, também durante a filosofia moderna, que são levantadas questões ligadas às novas relações sociais e econômicas, principalmente no período Pós-Revolução Industrial, e ao papel da burguesia nesse novo modelo social.
Principais Autores e Correntes
Dentre os principais filósofos e escolas merecem destaque:
- Nicolau Maquiavel (1469-1527) - Considerado pai do pensamento político moderno, Maquiavel desenvolveu sua filosofia no período renascentista. É autor de “O Príncipe”, obra que aponta as diretrizes de como os rei devem governar seus países.
- Jean Bodin (1530-1596) - Filósofo francês, Bodin apresenta visões que contribuem para a evolução do pensamento político moderno. Faz a análise da teoria do direito divino dos reis em sua obra, composta por seis livros e denominada “A República”.
- Francis Bacon (1561-1626) - Bacon colaborou com a criação do método indutivo de investigação científica que preza as observações e depois apresenta induções para os fenômenos naturais.
- Galileu Galilei (1564-1642) - Astrônomo, físico e matemático, Galileu é considerado o pai da Física e da Ciência Moderna. Criador do método matemático experimental, que aplica a matemática a fenômenos naturais, e defensor das ideias heliocêntricas de Copérnico, Galileu contraria as crenças e dogmas católicos que acreditavam no geocentrismo.
- René Descartes (1596-1650) - Criador do pensamento cartesiano, apresentado na obra “O discurso sobre o método”, de 1637, e que influenciou pensadores e filósofos modernos.
- Baruch Spinoza (1634-1677) - É um filósofo holandês que critica e combate todo tipo de superstição, pois seriam criadas pela imaginação. Spinoza acredita e defende a existência de um Deus transcendental que está ligado a natureza.
São também importantes nomes da filosofia moderna: Thomas Hobbes, John Locke, David Hume, Montesquieu, Voltaire, Diderot, Rousseau, Adam Smith e Immanuel Kant, Isaac Newton e Pascal.
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Exercício de fixação
ENEM/2013
Leia os textos abaixo:
TEXTO I
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
(DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado))
TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
(SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado))
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se:
A retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
B questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
C investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
D buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
E encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.