Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema?

Em 2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza. Esse número é equivalente à população de Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em 2018, um recorde em sete anos.

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada hoje pelo IBGE. O gerente do estudo, André Simões, ressalta que são necessárias políticas públicas para combater a extrema pobreza, pois ela atinge um grupo mais vulnerável e com menos condições de ingressar no mercado de trabalho.

A Síntese de Indicadores Sociais também apontou que, embora um milhão de pessoas tenham deixado a linha de pobreza – rendimento diário inferior a US$ 5,5, medida adotada pelo Banco Mundial para identificar a pobreza em países em desenvolvimento como Brasil – um quarto da população brasileira, ou 52,5 milhões de pessoas, ainda vivia com menos de R$ 420 per capita por mês. O índice caiu de 26,5%, em 2017, para 25,3% em 2018, porém, o percentual está longe do alcançado em 2014, o melhor ano da série, que registrou 22,8%.

“Em 2012, foi registrado o maior nível da série para a pobreza, 26,5%, seguido de queda de 4 p.p. em 2014. A partir de 2015, com a crise econômica e política e a redução do mercado de trabalho, os percentuais de pobreza passaram a subir com pequena queda em 2018, que não chega a ser uma mudança de tendência”, avalia o analista do IBGE Pedro Rocha de Moraes.
 

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema?

A pobreza atinge sobretudo a população preta ou parda, que representa 72,7% dos pobres, em números absolutos 38,1 milhões de pessoas. E as mulheres pretas ou pardas compõem o maior contingente, 27,2 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza.

Em 2018, a redução da pobreza se deu principalmente no Sudeste, que registrou menos 714 mil pessoas nessa condição, sobretudo no estado de São Paulo (menos 623 mil). Quase metade (47%) dos brasileiros abaixo da linha de pobreza em 2018 estava na região Nordeste. O Maranhão foi o estado com maior percentual de pessoas com rendimento abaixo da linha de pobreza, (53,0%). Já Santa Catarina, que também se mostrou o estado menos desigual, apresentou o menor percentual de pobres. Todos os estados das regiões Norte e Nordeste apresentaram indicadores de pobreza acima da média nacional.

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema?

Desigualdade aumenta

Entre 2012 e 2014, o grupo dos 40% com menores rendimentos apresentou aumento mais expressivo do rendimento médio domiciliar per capita, passando de R$ 329 para R$ 370. A partir de 2015, o rendimento médio deste grupo caiu para R$ 339. Já o grupo dos 10% com maiores rendimentos sofreu uma modesta redução do rendimento médio entre 2012 e 2015 (de R$ 5.408 para R$ 5.373), mas passou a subir nos anos seguintes, resultando, ao final de 2018, em um rendimento médio de R$ 5.764, o maior valor da série.

“Em 2018, houve uma melhora nos indicadores do trabalho, embora tenha sido mais relevante no trabalho informal. O valor dos rendimentos cresceu para toda a população, só que foi maior para os 10% com maiores rendimentos que se apropriaram de uma parcela maior do que os 40% com menores rendimentos, ampliando a desigualdade”, diz Moraes.

Rendimento domiciliar per capita médio de pretos ou pardos é metade do recebido pelos brancos

Em 2018, pessoas de cor ou raça preta ou parda tiveram rendimento médio domiciliar per capita de R$ 934, quase metade do rendimento de R$ 1.846 das pessoas de cor ou raça branca. Entre 2012 e 2018, houve ligeira redução dessa diferença, explicada por um aumento de 9,5% no rendimento médio de pretos ou pardos, ante um aumento de 8,2% do rendimento médio dos brancos. Mas tal redução não foi capaz de superar a histórica desigualdade de rendimentos, em que brancos ganham o dobro de pretos e pardos.

Em relação às condições de moradia, 56,2% (29,5 milhões) da população abaixo da linha da pobreza não têm acesso a esgotamento sanitário; 25,8% (13,5 milhões) não são atendidos com abastecimento de água por rede; e 21,1% (11,1 milhões) não têm coleta de lixo.

Tanto em relação às inadequações habitacionais como em relação à ausência de saneamento, as proporções registradas são maiores entre pretos e pardos do que entre brancos. Entre pretos e pardos, 42,8% (49,7 milhões) não são atendidos com coleta de esgoto; 17,9% (20,7 milhões), não têm abastecimento de água por rede; e 12,5% (14,5 milhões) não têm acesso a coleta de lixo.

A Índia tirou mais de um 250 milhões de pessoas da pobreza entre 1990 e 2015, segundo o Banco Mundial

Em menos de uma geração, mais de 1,1 bilhão de pessoas saíram da pobreza no mundo, segundo o Banco Mundial.

Entre 1990 e 2015, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, com US$ 1,90 (R$ 7,90) ou menos por dia, caiu de 1,9 bilhão para 735 milhões. Isso significa que a parcela da população global considerada pobre, por essa definição, caiu de 36% para 10% no mesmo período.

Mas a história da luta contra a pobreza no mundo não é homogênea, diz o economista que criou o conceito de linha da pobreza à BBC. Para Martin Ravallion, ex-diretor de pesquisa do Banco Mundial, as atuais políticas de desenvolvimento "não estão alcançando os mais pobres de forma suficiente".

Ravallion afirma que "a crescente desigualdade é o maior desafio que enfrentamos no futuro em termos de progresso contra a pobreza e, de forma mais ampla, no campo social".

Global poverty

Selected regions, 2018 estimates

  • 656mliving on $1.90 a day or less globally

  • sub-Saharan Africa 437m

  • South Asia121m

  • East Asia and Pacific34m

  • L. America & Caribbean26m

  • Middle East & N. Africa25m

Source: World Bank

Segundo o Banco Mundial, a falta de crescimento inclusivo, a desaceleração econômica e, mais recentemente, conflitos impediram esse progresso em alguns países.

Enquanto na China e na Índia, reunidas, 1 bilhão de pessoas não são mais consideradas pobres, há mais gente vivendo na extrema pobreza na África Subsaariana do que há 25 anos.

"Na última década, mais ou menos, o mundo está se movendo em duas velocidades", resume Carolina Sánchez-Páramo, diretora de Prática Global de Pobreza e Equidade do Banco Mundial.

A razão para isso é uma combinação de quatro fatores, diz ela.

1. Diferentes ritmos ​​de crescimento econômico

Sánchez-Páramo explica que o crescimento econômico foi menor na África Subsaariana e na América Latina do que no leste da Ásia ou no sul da Ásia durante esse período.

"Se você combinar isso com um crescimento populacional rápido em muitos países, impulsionado por altas taxas de fertilidade, o resultado é um crescimento econômico per capita ainda menor", diz ela.

"Quando os países não crescem, é muito difícil reduzir a pobreza, porque qualquer progresso teria de vir de uma redistribuição de riqueza bastante dramática, e isso é muito difícil de fazer."

Embora o crescimento econômico sustentado seja uma "condição necessária" para a redução da pobreza, "não é o único fator", afirma Sánchez-Páramo.

Em muitos países, o crescimento não foi "suficientemente inclusivo", devido à natureza das indústrias intensivas em capital que geram relativamente menos empregos como, por exemplo, na África Subsaariana.

"O trabalho é a principal fonte de renda para os pobres. Portanto, se não houver mais oportunidades para os trabalhadores, é improvável haver uma redução da pobreza", diz Sánchez-Páramo.

Legenda da foto,

O crescimento econômico é mais eficaz contra a pobreza quando combinado com aumento de renda

3. Acesso à infraestrutura

As economias prosperam quando as pessoas não apenas têm um aumento de renda, mas também maior acesso a educação, financiamento e boa infraestrutura. Sem essas condições, diz Sánchez-Páramo, "o grau de inclusão do crescimento sai prejudicado".

Na Malásia, por exemplo, e no sul e leste da Ásia, "pelo menos vários desses aspectos estavam mudando ao mesmo tempo", acrescenta ela. Pelos padrões internacionais, a pobreza na Malásia foi reduzida a zero em 2013, embora não pelos padrões do próprio país.

Por outro lado, no Brasil, que possui um programa bem-sucedido de transferência de renda, a pobreza caiu de 21,6% em 1990 para 2,8% em 2014, mas subiu para 4,8% (afetando 10 milhões de pessoas) em 2017.

Finalmente, nos últimos anos, conflitos políticos e violentos eliminaram o progresso obtido em alguns países. "A pobreza está se concentrando em países afetados por conflitos, enquanto alguns outros países conseguiram progredir", diz Sánchez-Páramo.

Em 2015, metade dos pobres do mundo estava concentrada em cinco países: Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Etiópia e Bangladesh.

Previsões recentes sugerem que a Nigéria ultrapassou ou está prestes a superar a Índia como o país com o maior número de pessoas vivendo na pobreza.

Até 2030, apesar de muitas economias africanas terem feito progressos na luta contra a pobreza, quase nove em cada dez pessoas que vivem com US$ 1,90 por dia ou menos estarão na África Subsaariana.

A erradicação da pobreza até 2030 é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas, mas seu relatório de julho passado aponta que 6% da população global ainda estará vivendo na pobreza naquele ano.

O Banco Mundial tem uma meta mais modesta de reduzir o índice de pobreza para 3% da população, mas, como as coisas estão indo, provavelmente também ficaremos aquém desse objetivo.

Ravallion diz que as atuais políticas de desenvolvimento "estão funcionando para as pessoas que são pobres, mas não tão pobres assim". "Os mais pobres simplesmente não estão sendo beneficiados o suficiente", afirma.

"Se você voltar no tempo e pensar nos países ricos atuais, há 200 anos, eles eram tão pobres quanto a África hoje. A maneira como saíram da pobreza foi mudando a situação dos mais pobres mais lentamente, mas com eficiência. Isso é o oposto do que ocorre no mundo em desenvolvimento hoje."

Os países ricos desenvolveram políticas para universalizar serviços sociais, como educação e saúde. "É nisso que os países em desenvolvimento de hoje estão ficando para trás. Eles estão reduzindo o número de pobres, mas não conseguem de forma eficaz alcançar os mais pobres com suas políticas", diz Ravallion.

Legenda da foto,

'Países em desenvolvimento estão reduzindo rapidamente o número de pobres, mas não atingindo efetivamente os mais pobres', diz Ravallion

O desafio da desigualdade

Ravallion ressalta que, à medida que os países de baixa renda se tornam mais ricos e passam para a faixa de renda média, o aumento da desigualdade dificulta que os mais pobres saiam das faixas inferiores dos níveis de renda.

"Estamos vendo um número decrescente de pessoas pobres pelo padrão absoluto [US$ 1,90 por dia ou menos], mas um número crescente de pessoas pobres, segundo os padrões dos países em que vivem", diz ele.

"Portanto, o aumento da desigualdade é o maior desafio que enfrentamos, em termos de progresso, contra a pobreza e o progresso social mais amplo."

Sánchez-Paramos destaca que a igualdade não se refere apenas à renda. "O mais importante é a igualdade de oportunidades, o que significa que uma pessoa, seja pobre ou não, pode tirar proveito de novos empregos e novos investimentos", afirma.

"Acreditamos que, na verdade, a desigualdade de oportunidades é o fator mais prejudicial quando se trata de reduzir a pobreza."

Quais são os dois países com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema?

Em 2022, os dez países mais pobres do mundo estão todos localizados no continente africano com PIB per capita abaixo de US$ 1 mil em alguns deles..
1 – Burundi. ... .
2 – Sudão do Sul. ... .
3 – Somália. ... .
4 – Malawi. ... .
5 – República Centro-Africana. ... .
6 – República Democrática do Congo. ... .
7 – Moçambique. ... .
8 – Níger..

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema e qual a menos pobreza?

O relatório observa que a África Subsaariana e o sul da Ásia têm a maior proporção de pessoas pobres, cerca de 84,5%. O nível de desigualdade é descrito como imenso na África Subsaariana, onde varia de 6,3% na África do Sul a 91,9% no Sudão do Sul.

Em qual continente há mais pessoas vivendo em situação de pobreza extrema?

A maioria das pessoas que vive abaixo do Limiar Internacional da Pobreza vive em duas regiões: a Ásia meridional e a África subsaariana. As altas taxas de pobreza são frequentemente encontradas em países pequenos, frágeis e afetados por conflitos.

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas?

Continentes mais populosos.