Carlos Mendes
Carlos Mendes
Pós-graduação Lato Sensu - Especialização | UNINTER Centro Universitário Internacional
Publicado em 28 de abr. de 2018
Cronoanálise Industrial.
O estudo de Tempos e Metódos, segundo Barnes (1977), envolve os principais esforços para o desenvolvimento dos sistemas de tempos que partiram de Taylor e Frank Gilbreth. Taylor, o pai do estudo de tempos, estabeleceu que para obter um tempo padrão normal era necessário subdividir a operação em elementos de trabalho, descrevê-los, medi-los com um cronômetro e adicionar certas permissões que levem em conta esperas inevitáveis e fadiga (MAYNARD, 1970). Após algum tempo depois de Taylor ter iniciado o seu trabalho com estudo de tempos, Frank Gilbreth, o pai do estudo de movimentos, juntamente com sua esposa Lillian Gilbreth iniciaram a técnica de uso da câmara cinematográfica para estudar os movimentos exigidos para uma execução de tarefas (MAYNARD, 1970).
Frank e Lillian Gilbreth subdividiram os elementos de Taylor em movimentos básicos que ele denominou de therbligs (conjunto de movimentos fundamentais necessários para o trabalhador executar operações em tarefas manuais). Esses therbligs foram usados para estabelecer o tempo padrão de uma operação como Taylor o fez com os seus elementos. A decomposição de operações possibilitou eliminar movimentos inúteis e ainda simplificar, racionar ou unir os movimentos úteis proporcionando assim economia de tempos e esforço do operário (BORBA AT AL, 2011). A partir disso, determina-se o tempo para a execução das tarefas mediante o uso de um cronômetro.
Segundo Furlani (2011) o estudo de tempos e métodos pode ser definido como um estudo de sistema que possui pontos identificáveis de entrada – transformação – saída, estabelecendo padrões que facilitam as tomadas de decisões. A obtenção de informações reais sobre um processo modifica a forma de tratar a produtividade e a qualidade num processo produtivo. Os estudos de tempos e métodos fornecem meios para obtenção de dados reais e somente assim pode-se obter indicadores confiáveis. Takashina (1999) afirma que os indicadores são essenciais ao planejamento e controle dos processos das organizações e, neste contexto, a cronoanálise é uma base para o controle das diversas etapas do processo produtivo, fornecendo um parâmetro inicial, que é o tempo padrão, para análises e indicadores da produtividade e qualidade.
Neste controle, a cronoanálise toma grande importância. A cronoanálise tem sua origem no estudo de tempos e métodos, sendo que com base nesta ferramenta, define-se os parâmetros tabulados de várias formas que, coerentemente, culminam na racionalização industrial. A cronoanálise busca-se o tempo padrão que determina um tempo de produção onde o analista o utilizará na determinação de parâmetros relativos à produtividade e consequentemente da qualidade (ANIS, 2011).
A Cronometragem é a técnica de obter os tempos de processos que, numa análise mais completa se tornará a própria cronoanálise. Como qualquer outra técnica ou ciência, a cronometragem possui uma terminologia especial, portanto alguns dos termos especiais empregados na cronometragem ou estudo de tempos devem ser definidos para propiciar a melhor compreensão dos resultados. Em relação à didática da ferramenta cronometragem como os equipamentos para o estudo de tempos incluem-se o cronômetro de hora centesimal, vídeo, folha de observação, prancheta para observações e as etapas para a determinação do tempo padrão da operação como: divisão da operação em elementos, determinação do número de ciclos a serem cronometrados, avaliação da velocidade do operador, determinação das tolerâncias, atendimento às necessidades pessoais, alívio da fadiga e determinação do tempo padrão (LIDÓRIO, 2011).
Referências Bibliográficas:
ANIS, Gerson Castiglieri. A Importância dos Estudos de Tempos e Métodos para Controle da Produtividade e Qualidade. Disponível em: Acesso em 26 ago. 2011. BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: Projeto e medida do trabalho. São Paulo: Edgard Blücher, 1977. BORBA, Mirna de. et.al. Comparação dos métodos de análise de tempos pré-determinados MTM-A1 e MTMUAS: um estudo de caso junto a uma linha de montagem de telefones. Disponível em: Acesso em: 26 ago. 2011. CARDOSO, Wagner. Engenharia de Métodos e Produtividade. Uberaba: Apostila de Aula, 2008. FURLANI, Kleber. Estudos de Tempos e Métodos. Disponível em: Acesso em: 26 ago.2011. JURAN, J..M. Controle da Qualidade (Handbook). São Paulo: 4° ed. Editora. Makron Books, 1991. LIDÓRIO, Cristiane Ferreira. Curso Técnico de Moda e Estilismo. Módulo 1. Tecnologia da Confecção. Araranguá, 2008. Disponível em: Acesso em: 27 Ago. 2011. MAYNARD, H.B. Manual de Engenharia de Produção – Seção 5: Padrões de tempos elementares prédeterminados. São Paulo: Edgard Blücher, 1970. MEYERS, F.E. Motion and Time Study: for lean manufacturing. New Jersey 2° ed. Editora Prentice Hall, 1999 SENAI. . Acesso em: 25 ago.2011. TAKASHINA, Newton Tadachi. Indicadores da Qualidade e do Desempenho. Rio de Janeiro. Editora Quaitymark, 1999. TOLEDO, I.F.B. Cronoanálise. São Paulo 8° Ed. Assessoria Escola Editora, 2004a. TOLEDO, I.F.B. Tempos & Métodos. São Paulo 8° Ed. Assessoria Escola Editora, 2004b.