Qual foi a maior conquista dos gregos na escultura do período helenístico?

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos, que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente.

Os gregos (ou helenos, como eles preferiam-se designar-se) eram, mais do que um povo homogêneo, uma série de tribos que tinham em comum a língua, os principais deuses e a noção de que descendiam de antepassados em comum.

Nessa civilização predomina o racionalismo, o amor pela beleza entendida como suprema harmonia das coisas, o interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”. Ali nasce a democracia, o governo do povo.

A mitologia cria um conceito religioso, pois os gregos não possuem um conceito científico das suas origens, então usam a sua criatividade. Os deuses possuem as qualidades e os defeitos humanos.

Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal. Tudo isso provoca consequências fundamentais na história da arte que determinam a sobrevivência de muitos conceitos e formas desde então até hoje.

ARQUITETURA

Ainda que as suas cidades tivessem necessidade de muralhas, de casas e palácios, de praças, de ruas e aquedutos, ainda que todas essas necessidades tivessem sido satisfeitas a sua investigação apontou para um só tipo de edifício: o templo, a casa dos deuses.

A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

ORDEM DÓRICA

A ordem dórica é austera e maciça. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma ideia de solidez e imponência.

O fuste da coluna da ordem dórica é monolítico, composto de uma série de tambores de pedra sobrepostos, não é liso, possui em toda a sua longitude, com uma série de caneluras verticais, cujo número varia de dezesseis a vinte e quatro, conforme o templo e a época, mas que tende a fixar-se em vinte na época clássica, por volta do século V a.C. Outra característica é a sutileza com que trata a proporção do fuste, o qual arranca do estilóbata  com um certo diâmetro, que vai aumentando até atingir a máxima espessura a um terço médio da sua altura, para se estreitar logo, à medida que ascende até o capitel. A coluna adquire assim perfil bojudo, quase parece que se acachapa elasticamente sob o peso do teto. Esse efeito era chamado pelos gregos de êntasis, engrossamento. A coluna termina com o capitel que se parece com uma almofada de pedra. Ele compreende três partes: um colarinho, canelado, mas separado do fuste por um pequeno corte; um pequeno coxim de mármore chamado equino; e um dado achatado, o ábaco. Essa sucessão de diferentes elementos serve para evitar as transições bruscas.

As partes do entablamento estão também graduadas de maneira semelhante. Assim, os capitéis sustentam uma arquitrave, isto é, um bloco de pedra lisa. Sobre este, apoia-se uma parte muito mais decorada, o friso, que se compõe de uma série de blocos retangulares com tripla canelura vertical, os tríglifos, separados entre si pelas métopas, pequenas lousas quase quadradas e que muitas vezes têm decoração esculpida. Em cima do friso está colocada a cornija, saliente, para desviar, quando chove, a queda da água. Finalmente, a cobertura é em duas vertentes e forma dois triângulos nos dois lados menores do templo: os frontões.

ORDEM JÔNICA

A ordem jônica representa a graça e o feminino em contraste com a austeridade e a masculinidade da ordem dórica. A coluna apresenta fuste mais delgado e não se firma diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel torna-se muito mais complicado. As suas faces não são todas iguais, mas apenas de duas em duas. As paralelas à fachada do templo, e por isso destinadas a verem-se melhor, apresentam duas volutas ou espirais unidas por linhas curvas: exatamente como um rolo de papel que se tivesse estendido pelo meio, enquanto as extremidades se enrolavam.  As fachadas secundárias expõem a parte exterior do rolo, isto é, praticamente lisas. Na época helenística, apareceu a solução de colocar um par de volutas de cada lado do capitel, tornando-o simétrico. Mas na arte grega propriamente dita, não se encontra um capitel assim.

A arquitrave é composta por três faixas, cada uma um pouco mais saliente do que a inferior. O friso é contínuo à volta de todo o templo e costuma ser ornamentado com decoração escultórica. Na fachada, as colunas são mais esbeltas do que as dóricas, tem uma êntase muito menor, e estão colocadas a maior distância uma das outras.

ORDEM CORÍNTIA

A terceira ordem grega, depois da dórica e da jônica, é a coríntia, variante decorativa da jônica. De fato, muitos pormenores são quase idênticos, exceto as proporções. Em contrapartida, são diferentes a base da coluna, muito mais trabalhadas, e principalmente o capitel, onde aparecem as volutas da ordem jônica, aplicadas nas quatro faces, mas elas são agora um elemento menor, em forma de sino invertido, envolvido por duas filas de folhas de acanto – uma planta herbácea de folhas grandes e muito decorativas. É mais decorativa do que funcional, sugerindo luxo e ostentação.

Um pouco antes tinha aparecido, ainda um exemplo quase único, mas famosíssimo, uma variante ainda mais decorativa da ordem jônica: a substituição da coluna por uma estátua, que se chamou cariátide como reminiscência de uma antiga lenda alusiva às mulheres de Cária, na Ásia Menor, que haviam sido condenadas a trabalhos forçados por um sátrapa persa, governador de província.

TEATRO

Se há um povo atento à análise de si próprio, à sua própria representação, era o povo helênico cujas tragédias e comédias foram as primeiras expressões daquilo a que chamamos de teatro. Era necessário, para isso, um lugar adequado que, coerentemente à concepção grega, não foi um espaço fechado, mas a encosta aberta de uma colina. Composto de três partes: cena,  skéne, em grego, para os atores;  a orquestra, konistra, em grego, destinado às evoluções , danças e cantos do coro; arquibancada, koilon, em grego, para os espectadores.

Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.

GINÁSIO

São os edifícios destinados à cultura física.

PRAÇA

Chamado de Ágora, era um espaço de convivência onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, principalmente a filosofia.

PINTURA 

A pintura grega encontra-se na arte cerâmica, porque, infelizmente, tivemos quase o desaparecimento total da pintura maior.  Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que fossem destinados. Como por exemplo, a ânfora, uma vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;  a hidra, que como o nome indica,  (derivado de ydor, água) era utilizado para recolher água das fontes e caracterizava-se por três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar;  a  cratera, com uma boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro); o oinokoe (nome que provém de oinos, vinho e chêin, verter), quer dizer, jarro para o vinho, o lekithos que era um vaso para óleos ou perfumes, etc.

As primeiras pinturas tinham caráter geométrico, séculos VIII e VII a.C., e as figuras humanas e de animais eram bem estilizadas. As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.

A pintura grega apresenta cerâmicas com figuras negras sobre o fundo vermelho, as figuras eram dadas pelas linhas de contorno cheia de cor, sem nenhuma profundidade ou perspectiva. Por volta de 500 a.C., o esquema decorativo se inverte, agora o fundo do vaso é negro e sobre este fundo homogêneo destaca-se, em vermelho, a figura. Esta inversão não foi uma simples variante gráfica, porque realizar a figura reservando uma parte do fundo vermelho, natural, que podia ser enriquecido com traços negros, constitui o ponto de partida para dar movimento à simples silhueta, mediante linhas que sugerem volumes. Finalmente, chegou-se à aplicação de novidades como o escorço (a representação com simples linhas da profundidade espacial das três dimensões) e a perspectiva, são as cerâmicas com figuras vermelhas sobre o fundo branco.

ESCULTURA 

Das obras originais, muito pouco nos chegou, talvez porque foram realizadas com materiais preciosos (como por exemplo, a grande estátua da deusa Atena, esculpida por Fídias para o interior do Paternon, toda em ouro e marfim) e, portanto, incitavam ao roubo; ou porque desapareceram no decurso dos séculos, devido às pequenas dimensões e maior fragilidade em relação à arquitetura.

O que conservamos, sobretudo da época clássica, são as cópias que os romanos ricos encomendaram para o adorno das suas residências. Cópias que se revelam, ao compará-las com os poucos originais que sobreviveram, de qualidade decadente. Realizadas muitas vezes em mármore, quando o original era em bronze, ou vice-versa, trazem consigo todas as adaptações necessárias à mudança de material, sendo brancas da cor do mármore, enquanto que os originais gregos estavam vivamente decorados: negro para os cabelos e para os olhos, vermelho para os lábios, várias cores para o vestuário, até em tons contrastados de vermelho e azul nas inúmeras obras do período mais antigo. Contudo, frequentemente sobressaem nas cópias precisamente os detalhes formais mais úteis para o nosso objetivo: reconhecer o estilo.

A estatuária grega nasceu para venerar os deuses. Mas os deuses gregos, contrariamente dos egípcios ou persas, são concebidos à imagem e semelhança do homem, têm paixões e pensamentos humanos. Na escultura, o antropomorfismo – esculturas de formas humanas – foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.

As esculturas também ocupavam os tímpanos dos templos. Nas métopas colocavam-se cenas míticas com dois ou três personagens, com histórias de heróis, gigantes e centauros. No friso jônico, o artista tinha maior liberdade criativa, desenvolvendo uma ação sequenciada, numa secessão narrativa sem interrupção. Os temas mais utilizados eram as procissões, os desfiles e as corridas de cavalos.

Dividimos a escultura grega em três períodos:

No Período Arcaico, séculos VIII-VI a.C., os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente, aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, braços e pernas colados ao corpo, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas ou um dos pés ligeiramente avançado, uma postura estática e, sobretudo por uma expressão facial conhecida como o sorriso grego. Essa expressão, na verdade, era fruto de um domínio restrito na exploração das feições humanas, que fazia com que o escultor arcasse as sobrancelhas, repuxasse os lábios, mas não fizesse com que as maxilas acompanhassem o sorriso. Percebe-se a influência egípcia em virtude da frontalidade e rigidez das formas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros, palavra grega que significa homem jovem, simboliza o deus da juventude e da plenitude. A versão feminina é chamada de Koré, representam jovens virgens, graciosas e encantadoras, com longas túnicas pregueadas, que eram pintadas cde cores vivas, luminosas e cintilantes.

Período Severo, 500-450 a.C., é um período transitório entre os estilos Arcaico e o Clássico. Caracteriza-se pela severidade e sobriedade no tratamento dos corpos e rostos, há um congelamento da ação em movimento e, também pelo abandono da rigidez e atitude estática do corpo, aparece maior naturalismo e um estudo bem mais detalhado da anatomia.

No Período Clássico, século V a.C., passou-se a procurar movimento nas estátuas, há maior uso do bronze, mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. As principais características desse período são o realismo idealizado, o naturalismo, o equilíbrio e a serenidade.

Período Helenístico, século IV-I a.C., podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Além disso, aparece o pathos muito pronunciado, a composição desequilibrada para valorizar o dramatismo, a expressão da dor física através do rosto e na tensão muscular e o abandono do realismo idealista e da serenidade.

Os principais mestres da escultura clássica grega são:

  • Fídias (c. 500-c-432 a.C.), talvez o mais famoso de todos. Suas obras-primas foram a estátua de Atena, no Paternon, e a de Zeus, no templo de Zeus Olímpico. Além disso, ele projetou e supervisionou a execução dos relevos do Paternon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos.
  • Míron, um dos mais renomados escultores do século V, autor da estátua Discóbolo (homem arremessando disco) prezava pela glorificação dos corpos atléticos.
  • Praxíteles, célebre  por suas representações de divindades humanizadas, com corpos esguios  e graciosos, pela lânguida pose em “S”, como na estátua Hermes com Dionísio menino. Foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.
  • Escopas, contemporâneo mais velho de Praxíteles, ganhou fama como escultor emocional. Uma das suas melhores criações foi a estátua de um religioso em êxtase, um adorador de Dionísio, em estado de exaltação mística.
  • Policleto, estabeleceu um manual chamado Cânone, um sistema de relações matemáticas estabelecidas entre todas as partes do corpo, no qual descrevia suas noções de beleza, das proporções e conhecimentos do corpo humano. Ele afirmava  que a cabeça seja a sétima parte da altura total da figura, o pé três vezes o comprimento da palma da mão, enquanto que a perna, desde o pé até o joelho, deverá medir seis palmos, e a mesma medida deverá haver também entre o joelho e o centro do abdômen. Para demonstrar com exatidão o seu cânone, esculpiu uma estátua que chegou até nós em inúmeras cópias romanas: o Doríforo, que significa o portador de lança. O contraposto é uma característica do período clássico, onde o corpo da escultura dispõe-se a ¾, levemente torcidos, com o peso assente numa das pernas e a outra semiflexionada.
  • Lisipo, último dos grandes escultores da arte helênica e artista predileto de Alexandre Magno, ele introduziu na escultura qualidades ainda mais fortes de realismo e individualismo. Representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos). No século IV a.C., ele introduziu que a altura ideal do corpo humano deveria ter a medida de oito vezes o tamanho da cabeça. Isto traduz-se no alongamento e sinuosidade da figura humana, as figuras são mais torcidas e precisam de apoio, por exemplo, uma coluna ou um tronco de árvore.

Qual foi a maior conquista dos gregos na escultura do período helenístico?
MITOLOGIA: Zeus: senhor dos céus; Ateneia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza; Poseidon: deus das águas; entre outros.

OLIMPÍADAS: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.

TEATRO: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles.

MÚSICA: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.

Qual foi a maior conquista do período helenístico?

O ponto alto das artes do período helenístico foram as esculturas. Elas representavam os ideais de beleza construídos pelos gregos. Conheça abaixo algumas das principais obras da época. Laocoonte e seus filhos ou grupo de Laocoonte é uma escultura em mármore que simbolizava uma das diversas lendas da Guerra de Troia.

Quais foram as conquistas do período helenístico que tornou possível a dominação grega?

Ao construir templos, ágoras e ginásios por onde passaram a cultura grega se expandiu. O centro desta nova cultura, um misto dos gregos e da cultura oriental, estava localizada no Egito, na cidade de Alexandria, que teve a maior biblioteca do mundo antigo: a biblioteca de Alexandria.

Qual o grande desafio é a grande conquista da escultura no período helenístico?

O desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.

Qual foi a grande mudança trazida pela escultura do período helenístico grego?

MUDANÇA TRAZIDA PELA ESCULTURA DO PERÍODO HELENÍSTICO? Foi a representação de grupos de pessoas em vez de apenas uma figura. O conjunto deveria dar a impressão de movimento e permitir a observação por todos os ângulos.