O Bem Estar desta segunda-feira (27) desvendou os mitos e verdades sobre a febre. A febre é um sinal de alerta! De que algo está errado com o nosso corpo. Por isso, não podemos descuidar. Mas quando tomar o antitérmico, procurar o médico? Quem tirou as dúvidas sobre o tema foram as convidadas do dia: a consultora e pediatra Ana Escobar e a infectologista Rosana Richtmann.
A febre nada mais é que uma temperatura de 37,5ºC para cima, mas nem sempre é um sinal de infecção. Inflamação, medicamentos e até excesso de sol e de agasalhos podem dar febre. Ela é um mecanismo de defesa, em que o corpo eleva a temperatura para combater agressores.
De acordo com a doutora Ana Escobar, o antitérmico deve ser usado a partir de 37,5ºC de febre. Ela também alerta que é preciso agasalhar a criança se ela estiver com frio e tremer. “Se estiver tremendo é porque a temperatura está subindo”. A infectologista Rosana Richtmann lembra que os remédios contra febre são de venda livre, mas o ideal é toma-los com orientação médica. Todos têm risco e benefícios e nem sempre é necessário medicar a febre.
E na hora do banho, qual a temperatura ideal: quente, morno ou frio? “O banho não precisa ser frio, porque é muito desconfortável e pode fazer mal. O ideal é o banho morno”, explica a pediatra.
A febre não é uma doença, mas um sintoma. Preste atenção ao que vem com ela – falta de ar, confusão mental e dificuldade para ficar em pé são sinais de alerta e necessitam de atendimento médico de emergência. Se depois da febre a pessoa estiver disposta, está tudo bem, mas se ela durar mais de três dias é preciso investigar.
Pediatra indica quando febre em criança é preocupante
A Unimed Ponta Grossa conversou com a pediatra Scheila Viégas para esclarecer as principais dúvidas com relação à febre em crianças, os riscos e o que deve ser feito
Texto: Letícia Dovhy
26 de janeiro, 2022
Um dos principais sintomas das consultas pediátricas em atendimento ambulatoriais e de emergência é a febre em crianças, sendo uma das queixas frequentes e que ainda gera muitas dúvidas nos pais. Por isso, a Unimed Ponta Grossa separou uma lista com as principais dúvidas e dicas de pediatra do que deve ser feito.
1) Quando levar a criança para o hospital em casos de febre?
A febre é motivo de preocupação e alerta. ”Mas só devemos considerar febre quando a temperatura está acima de 37,8 C°. Tudo que é abaixo disso, acaba sendo estado subfebril ou febrícula e não devemos medicar, mas ficar atento e observar”, explica a pediatra Scheila Viégas.
“Conheçam os seus filhos” é a primeira orientação da especialista. É necessário observar se a criança apresenta algum incomodo ou se continua a rotina normalmente, brincando, comendo e sem outros sintomas. “Essa é sim uma criança que pode ser medicada em casa. Mas aconselho sempre que entre em contato com o pediatra de rotina para relatar o que está acontecendo. Mas quando é uma febre persistente, durando 48h sem melhora, é preciso levar para avaliação médica”, afirma.
Em casos de bebês com menos de um mês de vida, caso apresente febre, é necessário levar para avaliação médica. “Esse é um caso que não pode ficar em casa
esperando”, orienta a médica.
2) O que não deve ser feito em casos de febre em crianças?
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou recentemente o documento “Manejo de febre aguda” para orientações e tratamento deste sintoma. Não é recomendado o uso de métodos físicos para a diminuição da temperatura da criança, como:
- Compressas com álcool ou outros tipos de compressa (podendo causar intoxicação)
- Banho frio;
- Banho quente
De acordo com a pediatra Scheila Viégas, esses métodos não devem ser utilizados pois geram um desconforto ainda maior na criança.
3) O que pode ser feito quando a criança estiver com febre?
Entre as orientações recomendadas pela pediatra, a primeira coisa que deve ser feita é hidratar muito a criança. “Oferecer água e também alimentos mais leves. Mas respeitar a aceitação da criança, pois eles reduzem a alimentação nesses momentos”.
Também é necessário evitar de agasalhar muito a criança quando está em estado febril e medicar apenas conforme indicação médica, respeitando os horários.
4) Febre alta indica caso grave?
De acordo com a pediatra, o nível de temperatura não indica se é um caso grave. “Não sabemos dizer se a febre alta é uma infecção grave ou se é apenas uma doença viral, benigna, autolimitada, mas que faz febre alta persistente sem nenhum outro sintoma.”, aponta. A especialista relata que pode acontecer da criança estar com 39 C°, mas sem ter outra consequência maior.
5) Temperatura alta indica risco de convulsão?
Nem sempre a temperatura alta indica um risco para convulsionar. “A convulsão febril tem muito mais relação com a rapidez que essa febre se instala e com alguma predisposição genética que essa criança tenha.”, enfatiza. A especialista ainda exemplifica que existem crianças que podem convulsionar com 37,5 C° e não com 39 C°.
Dicas de pediatra para quem tem criança em casa
- Tenha sempre um termômetro em casa;
- Medique a criança apenas conforme prescrição médica, respeitando o intervalo da medicação;
- Verifique com o pediatra qual vai ser o melhor antitérmico para a faixa o bebê e a faixa etária;
Antes de oferecer qualquer medicamento para a criança, consulte o seu pediatra de confiança.