Por que a vacina da gripe deve ser tomada todo ano

                                                     MATERIAL DA CAMPANHA | SAIBA MAIS GRIPE | PERGUNTAS E RESPOSTAS

O QUE É GRIPE INFLUENZA? 

A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão sendo responsável por elevadas taxas de hospitalização.
O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.

O Ministério da Saúde realizará em 2022, a 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza no período de 04 de abril a 03 de junho de 2022, sendo o dia D de mobilização social, 30 de abril.

A influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade. A estratégia de vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999, com o propósito de reduzir internações, complicações e óbitos na população-alvo.

A vacinação contra a influenza permitirá, ao longo de 2022, prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença e óbitos, minimizar a carga da doença, reduzindo os sintomas nos grupos prioritários, que podem ser confundidos com os da covid-19, além de reduzir sobrecarga sobre os serviços de saúde.

O objetivo é reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza, na população alvo para a vacinação.

CALENDÁRIO

Seguindo o Plano Nacional de Imunizações (PNI), este ano a vacinação contra gripe é dividida em 2 etapas. Informe-se. Consulte os grupos prioritários e calendário de vacinação definidos pela sua cidade.


 

Em breve

TRANSMISSÃO

A transmissão dos vírus do tipo Influenza ocorre, assim como com a gripe comum e com o coronavírus, por meio de secreções respiratórias passadas de uma pessoa para outra, como gotículas de saliva, tosse ou espirro, principalmente. Além disso, é possível pegar a gripe por contato com superfícies contaminadas com gotículas respiratórias (o que pode incluir qualquer objeto).

SINTOMAS:

Os principais sintomas da gripe são: febre, dor no corpo, dor de garganta, tosse e dor de cabeça.

COMO SE PREVENIR:

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas complicações e, devido às diversas mutações do vírus, é necessária a vacinação anual contra a gripe. Por isso, todo ano, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Este imunobiológico protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no Hemisfério Sul no último ano.

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Orienta-se ainda a adoção de outras medidas gerais de prevenção para toda a população. Tais medidas são comprovadamente eficazes na redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como o vírus da gripe e do coronavírus, mas não substituem vacina:

  • Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento;
  • Utilize lenço descartável para higiene nasal;
  • Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir;
  • Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • Mantenha os ambientes bem ventilados;
  • Evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;
  • Evite aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);
  • Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos;
  • Em caso de gripe, procure seu médico ou a unidade mais próxima para diagnóstico e tratamento adequados.

ATENÇÃO!

O serviço de saúde deve ser procurado imediatamente caso apresente algum desses sintomas: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada, dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vomito persistente, convulsão.

  • Grávidas em qualquer idade gestacional;
  • Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal);
  • Adultos com 60 anos ou mais;
  • Crianças com menos de6 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade);
  • População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso;
  • Pneumopatias (incluindo asma);
  • Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica);
  • Nefropatias;
  • Hepatopatias;
  • Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme);
  • Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus);
  • Transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, atraso de desenvolvimento, AVC ou doenças neuromusculares);
  • Imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana);
  • Obesidade (Índice de Massa Corporal – IMC ≥ 40 em adultos);
  • Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado com ácido acetilsalicílico (risco de Síndrome de Reye).

Todas as crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias) que receberam pelo menos uma dose da vacina influenza sazonal em anos anteriores, devem receber apenas uma dose em 2021. Para a população indígena, a vacina está indicada para as crianças de 6 meses a menores de nove anos de idade.

As gestantes devem se vacinar em qualquer idade gestacional por apresentarem maior risco de doenças graves e complicações causadas pela influenza. Para este grupo não haverá exigência quanto à comprovação da situação gestacional, sendo suficiente para a vacinação que a própria mulher afirme o seu estado de gravidez.

Todas as mulheres no período até 45 dias após o parto estão incluídas no grupo alvo de vacinação. Para isso, deverão apresentar documento que comprove o puerpério (certidão de nascimento, cartão da gestante, documento do hospital onde ocorreu o parto, entre outros) durante o período de vacinação.

A vacina é contraindicada para crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com história de anafilaxia a doses anteriores apresentam contraindicação a doses subsequentes.

Não há grandes diferenças entre os vírus H1N1, H3N2 e tipo B no que diz respeito às doenças que cada um causa, na maneira de se prevenir e no tratamento. A distinção entre os três subtipos de Influenza está nas proteínas específicas que cada um tem em sua superfície. A H1N1, no entanto, é que ela pode levar o paciente à morte devido ao agravamento dos sintomas, quando comparado aos quadros de outros tipos de gripe. Portanto, ela pode ser considerada como um tipo mais agressivo se não tratada adequadamente.

Todos os anos, o Ministério da Saúde lança uma nova campanha de vacinação contra a mesma doença: a gripe. Isso acontece porque a composição do imunizante precisa ser atualizada, já que o vírus que gera a doença em uma temporada de frio não é exatamente o mesmo do inverno seguinte.

A gripe é uma das doenças infecciosas mais comuns da humanidade, com milhões de casos reportados anualmente no Brasil. Ela é causada pelo vírus influenza, que se divide em três tipos (A, B e C), sendo que os tipos A e B são os de maior importância clínica, uma vez que sofrem mutações frequentes e são responsáveis pelas epidemias sazonais da doença – a exemplo da H3N2, uma nova variante do vírus influenza A, que se alastrou no país entre o fim de 2021 e o início de 2022.

Quando o organismo entra em contato com o vírus, ele não o reconhece por inteiro, mas, sim, as suas regiões moleculares, separadamente, de acordo com Sergio Surugi de Siqueira, farmacêutico-bioquímico, doutor em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, professor do curso de Farmácia e colaborador do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

“Nosso sistema imunológico faz várias respostas contra diferentes partes, sendo que algumas dessas respostas são capazes de neutralizar a capacidade do vírus de fazer doença. O vírus influenza sofre muitas mutações e, frequentemente, elas acontecem exatamente nessas regiões moleculares responsáveis pela resposta capaz de neutralizá-lo”, explica o especialista, que também é membro externo do Comitê de Ética em Pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).

+ Leia também: Gripe: conheça os sintomas, principais tipos e como tratar

Isso significa que, se um dado paciente entrou em contato com uma variante com certa região molecular que levava ao desencadeamento de uma tal resposta, no ano seguinte, se houver mutação nesta mesma região molecular, a reação do organismo contra o vírus não acontecerá como no ano anterior.

“Em resumo, se as regiões moleculares do vírus da gripe mudarem de um ano para o outro, como a resposta imune não acontece contra o vírus na totalidade, mas contra partes dele, a resposta do ano passado já não funciona mais”.

Como saber qual vírus está circulando?

A fabricação de uma nova vacina faz parte de um processo que se inicia com o monitoramento das agências de vigilância sanitária regionais, que enviam seus dados para a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Comitês de experts no assunto e laboratórios também estão atentos a essas informações, que devem ser abertas à população, dada a utilidade pública que têm. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, junto à OMS também monitora os vírus em circulação no mundo, sugerindo qual ou quais devem compor as vacinas do ano seguinte.

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No Hemisfério Norte – e por uma simples questão cronológica –, os vírus mutantes aparecem primeiro. “Como o inverno nos países do Norte acontece antes, é esperado que os vírus circulantes por lá cheguem por aqui depois, no nosso inverno no meio do ano”, diz o farmacêutico-bioquímico.

Essa estação do ano é especialmente importante para entender esse processo por uma série de razões. “Temperaturas mais baixas dificultam nossas defesas naturais, mais ainda quando falamos de doenças respiratórias como um todo, não apenas da gripe. Além disso, em invernos mais rigorosos as pessoas tendem a permanecer mais tempo em locais fechados, o que predispõe mais transmissões e infecções por microrganismos. A circulação da influenza é intensa nessa época do ano”, explica.

Feita a análise do vírus em circulação, e levando em conta que a tendência seja exatamente a mesma por aqui, usa-se a mesma variante (ou cepa) para fabricar a vacina que chegará até a população brasileira e a protegerá, especialmente, entre os meses de julho a setembro, quando a influenza atua de forma bastante típica.

“Essa é uma estratégia adotada que tem dado certo há anos. E mesmo que um vírus mutante surja antes em outros países, isso não significa desvantagem vacinal. A tecnologia empregada nas vacinas da gripe é muito simples e rápida, diferentemente dessas novas, como a da Covid-19. São vacinas de primeira geração, feitas com vírus inativado através de um processo totalmente dominado, simples e rápido, que exige apenas uma adaptação para a nova variante ou cepa. Basta identificá-la molecularmente para dar seguimento à nova vacina”, detalha o especialista.

Há repetição?

O vírus da gripe, eventualmente, se repete de um ano para o outro? “Difícil. Normalmente sofre muitas mutações, sendo isso absolutamente comum e esperado”, esclarece Siqueira. Daí a importância de se vacinar todos os anos.

“Todas as pessoas deveriam tomar a vacina da gripe anualmente. Crianças pequenas com duas doses e todo o resto da população com dose única. A preocupação maior, contudo, é com os idosos. Pela imunossenescência [envelhecimento imunológico natural associado à idade], não apenas a gripe mas doenças infecciosas de modo geral podem ser muito mais graves. Dados de segurança confirmam ser essa uma vacina extremamente segura e com poucos efeitos adversos que, quando acontecem, ficam muito aquém do que a doença pode causar”, explica o farmacêutico-bioquímico.

Variante ou cepa?

Apesar de os termos serem usados quase como sinônimos, eles indicam situações diferentes. De acordo com Siqueira, a variante é explicada por um mesmo vírus, com características semelhantes e mutações em regiões importantes. Cepa, por sua vez, se refere a vírus com um comportamento biológico diferente.

“Essa confusão é frequente e, em se tratando da gripe, normalmente estamos falando em variantes, mas isso não é regra. Só depois de analisar o comportamento do vírus circulante é possível determinar se ele se trata de uma variante ou uma nova cepa”, explica.

*Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein.

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