O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de energia por meio de usinas hidrelétricas. 92,4% da energia elétrica gerada no país provém dessa tecnologia, que o IPT ajudou a desenvolver e implantar ao longo do século XX.
Usina Hidrelétrica de Itaipu |
O IPT forneceu apoio geológico e geotécnico na pesquisa das propriedades de solo e rochas, para a construção das grandes barragens e hidrelétricas do país, tais como as usinas de Paulo Afonso, Jupiá, Ilha Solteira, Promissão, Itaipu, Porto Primavera e Tucuruí.
Em 1930, existiam no Brasil 541 hidrelétricas, todas construídas a partir de capital estrangeiro. Nossa capacidade instalada de geração de energia a partir do potencial hidráulico das águas, em 1945, era de 1.341MW. O governo, então, decide investir na indústria de energia elétrica no País, criando a Companhia Hidrelétrica de São Francisco (CHESF), que iniciou a construção da Usina de Paulo Afonso (BA), a primeira hidrelétrica nacional. O IPT prestou assistência tecnológica à construção dessa usina, realizando ensaios de deformação diametral sofrida por câmaras escavadas em rocha, quando submetidas a pressão interna. Os resultados desses ensaios foram aplicados também pela Light & Power nas obras de suas hidrelétricas.
Também nos ano 50, foram criadas as centrais de Minas Gerais-Cemig (1952) e as centrais elétricas de Furnas (Porto Colômbia, Marimbondo, Estreito, Volta Grande e Água Vermelha), em 1957. Nesta época, o IPT realiza estudos para a construção da Usina Hidrelétrica de Jupiá, atualmente a terceira maior do Brasil.
Nos anos 60 a reunião das centrais elétricas do Rio Pardo (CHERP) e de Urubupungá (CELUSA), além das usinas elétricas de Paranapanema (USEIPA), formaram as centrais elétricas de São Paulo. A capacidade de geração de energia era 5.729MW. Os ensaios de cisalhamentos diretos “in situ”, realizados pelo IPT nas hidrelétricas brasileiras, tornaram- se referência internacional e um marco da evolução dos estudos de Mecânica de Rochas.
A década de 70 é marcada pela intensa contribuição do Instituto na construção de hidrelétricas. Os estudos desenvolvidos nessa época incluem o controle tecnológico da usina de Ilha Solteira e o mapeamento geológico, do litoral norte, Vale do Paraíba do leste do Estado de São Paulo, visando a construção de futuras hidrelétricas. Em 1976 a capacidade instalada de energia triplicou, chegando a 177.000 MW.
E ainda não era suficiente. A partir daí surge ITAIPU, a maior hidroelétrica do mundo construída pelo Brasil e Paraguai no rio Paraná, com 14.000MW. Em 1979, técnicos do IPT foram enviados à Itália para estudar e aprimorar o projeto original da usina. O Instituto realizou estudos no modelo reduzido (com 4 metros de altura) e no modelo estrutural da barragem.
Quer saber mais o que o IPT fez nesses 110 anos? Veja a linha do tempo.
Você sabia também: Que o IPT foi pioneiro na identificação e aplicação das madeiras brasileiras?
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em março de 2022, o Brasil superou 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar fotovoltaica.
O marco, que de acordo com a entidade equivale à geração de Itaipu, considera parques centralizados e a geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, a chamada geração distribuída. Considerando somente as usinas de grande porte, a potência instalada é de 4,7 GW, o equivalente a 2,4% da matriz elétrica.
Os benefícios da energia solar são inúmeros. Por ser uma fonte de energia renovável, a energia solar já evitou, desde 2012, a emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Além disso, o Brasil tem excelentes índices de insolação, que garantem a geração ao logo de todo o ano.
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Benefícios além da energia
Além da contribuição fundamental para a descarbonização da matriz energética, a geração solar, hoje, é a sexta maior fonte energética do Brasil, presente em todas as regiões do país.
De acordo com a Absolar, essa fonte já trouxe ao país, desde 2012, mais de R$ 74,6 bilhões em novos investimentos e R$ 20,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos, além de ter gerado mais de 420 mil empregos.
Além disso, o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, apontou em entrevista à CNN Brasil que as usinas solares de grande porte geram eletricidade por preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos. Assim, em sua avaliação, o setor espera um crescimento acelerado nos sistemas solares no Brasil em 2022.