Comunidade ou biocenose é o conjunto dos seres vivos que compartilham o mesmo biótopo e se relacionam entre si e o meio ambiente em que se inserem. Compõe-se das diferentes espécies e suas populações existentes num dado habitat, e pode atingir diversos níveis de complexidade que pode ser observada a escalas distintas, desde a comunidade de organismos existentes no solo, à comunidade de organismos que colonizam um tronco de árvore caído, ou a comunidade de organismos ao nível da floresta, de um lago, rio, etc.
Descrever uma comunidade
Quais as populações que compõem a comunidade e qual o número de indivíduos que cada população possui? Para descrever uma comunidade interessa-nos fazer o inventário das espécies ou grupos taxonómicos presentes. O nível de diversidade de espécies da comunidade vai indicar a sua riqueza específica. Para fazer esse inventário são aplicadas técnicas de amostragem diversas que variam de acordo com o organismo em estudo. Por exemplo, para fazer um inventário da comunidade de plantas amostra-se a diversidade de espécies por área. Para estudar animais adoptam-se técnicas de amostragem diferentes de acordo com factores como a densidade populacional, o grau de mobilidade do animal no território, o uso que faz do habitat, etc. Depois da inventariação, calcula-se a abundância relativa das espécies encontradas e define-se assim quais são as espécies dominantes, ou seja, aquelas cujas características determinam as condições sob as quais irão viver as restantes espécies.
A existência de determinados grupos taxonómicos e o seu nível de abundância permite fazer inferências acerca da diversidade do ecossistema. Em ecossistemas terrestres existe uma relação estreita entre uma elevada diversidade de plantas e de insectos, bem como, em sistemas aquáticos é possível observar que uma elevada riqueza de plâncton vai determinar uma elevada diversidade de peixes.
Observar as comunidades à macroescala
Para comparar comunidades podemos organizá-las tendo em conta características gerais e determinantes, como o clima. O clima e os factores abióticos (luz, oxigénio, humidade, etc.) vão determinar as características do biótopo (deserto, zona tropical, floresta, montanha, etc.). Espécies com requisitos ecológicos semelhantes vão ocupar o mesmo biótopo. Existem também zonas de transição entre biótopos e entre comunidades. Estas são as faixas de território com uma maior riqueza de espécies.
Nos ecossistemas terrestres, são as espécies dominantes que dão o nome ao ecossistema: carvalhal, pinhal, faial, etc. Quando a espécie dominante começa a rarear, consideramos que nos afastamos do centro do ecossistema e nos aproximamos do limite da comunidade. Em sistemas aquáticos são as condições físicas, como a luz ou a salinidade, que determinam a designação do ecossistema (zona fótica, zona betónica, etc.).
Palavras chave
Comunidade Ecológica – Ecossistema – Populações
Referências bibliográficas
Ricklefs, Robert. (2003). A Economia da Natureza. Guanabara Koogan, 5ª Edição.
Lévêque, C. (2001). Ecologia: do ecossistema à biosfera. Instituto Piaget, Colecção Perspectivas Ecológicas, nº 36.
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Licenciada em Biologia e Mestre em Biodiversidade, Genética e Evolução pela FCUP - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Atualmente, desenvolve uma tese de Doutoramento sobre a genética das Perturbações do Espectro do Autismo. Saiba mais sobre o autor >>>
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A comunidade (do termo communitate) é um grupo de indivíduos que compartilham algo.[1] O termo costuma ser empregado tanto na ecologia como na sociologia.
Ecologia[editar | editar código-fonte]
Do ponto de vista da ecologia, comunidade - também chamada biocenose - é a totalidade dos organismos vivos que fazem parte do mesmo ecossistema e interagem entre si. Corresponde não apenas à reunião de indivíduos (população) ou sua organização social (sociedade) e sim ao nível mais elevado de complexidade de um ecossistema.[2] Uma comunidade pode ter seus limites definidos de acordo com características que signifiquem algo para nós, investigadores humanos. Mas ela também pode ser definida a partir da perspectiva de um determinado organismo da comunidade. Por exemplo, as comunidades possuem estrutura trófica, fluxo de energia, diversidade de espécies, processos de sucessão, entre outros componentes e propriedades.
Sociologia[editar | editar código-fonte]
Uma comunidade é um conjunto de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico. Os estudantes que vivem no mesmo dormitório formam uma comunidade, assim como as pessoas que vivem no mesmo bairro, aldeia ou cidade. Fichter, 1967 em suas Definições para uso didático[3] ressalta que é uma palavra que é rodeada de significados múltiplos e requer uma cuidadosa definição técnica, ao que propõe: comunidade é um grupo territorial de indivíduos com relações recíprocas, que se servem de meios comuns para lograr fins comuns.
Religião[editar | editar código-fonte]
Exemplo de uma comunidade religiosa.
Corresponde ao compagnon francês (literalmente, designa "aquele com quem se reparte o pão")[4] como membro de uma comunidade religiosa. Sempre na França, e na Idade Média, o termo também estava ligado a um grupo de membros de uma dada profissão, como os pedreiros na construção das catedrais. Aqui, é o sentido sociológico que predomina, mesmo se implica o sentido de maçonaria.
Política[editar | editar código-fonte]
Politicamente, a comunidade é um grupo de países que se associam para atingir determinados objetivos comuns. A União Europeia começou por chamar-se Comunidade Econômica Europeia. Os países da África Austral organizaram-se numa Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral ou SADC (do inglês Southern Africa Development Community).
Mundo virtual[editar | editar código-fonte]
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Ver também[editar | editar código-fonte]
- Banco comunitário
- Comuna
- Comunidades quilombolas
- Medicina comunitária
- Psicologia comunitária
- Psiquiatria comunitária
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 444.
- ↑ Odum, E. Fundamentos de ecologia. Pt Calouste Gulbenkian, 1988
- ↑ Fichter, J. H. Definições para uso didático in: Fernandes, Florestan. Comunidade e Sociedade: leitura sobre problemas conceituais, metodológicos e de aplicação. SP, Ed Nacional, EDUSP, 1973
- ↑ «Ation de carême» (em francês). Arquivado do original em 18 de novembro de 2011 - Maio 2012