Uma reportagem e constituída de vários textos nos quais normalmente são apresentados fatos opiniões

A reportagem é um texto pertencente ao universo jornalístico, veiculado por órgãos de imprensa, que consiste em informar detalhadamente sobre um tema e, em alguns casos, trazer opiniões associadas a outros elementos formativos.

Por ser um texto jornalístico, a reportagem segue as características fundamentais do gênero, prezando, assim, por uma linguagem clara e objetiva, o uso da norma-padrão da língua e a prevalência da informação. Ela é considerada uma notícia mais longa em que o autor se propõe a expor, opinar ou interpretar fatos.

Leia também: Artigo de opinião — outro gênero jornalístico de cunho opinativo

Resumo sobre reportagem

  • É um gênero textual que consiste em expor, opinar ou interpretar fatos de maneira detalhada.

  • Por ser um texto jornalístico, ela deve apresentar linguagem clara e objetiva; uso da norma-padrão; e prevalência da informação na composição dos textos.

  • Do ponto de vista estrutural, organiza-se da seguinte forma: título, lead e corpo do texto.

  • Pode ser classificada em: expositiva, opinativa ou interpretativa.

  • Sua diferença em relação à notícia está na extensão. Ela é mais longa e, por isso, traz elementos que funcionam como suporte à informação, como os depoimentos, os fatos históricos e os dados.

Videoaula sobre reportagem

A reportagem é uma modalidade de texto que pertence ao universo jornalístico cuja principal função é informar com dados, fatos, depoimentos e opiniões sobre um assunto. Ela é considerada, de acordo com o Dicionário de gêneros textuais, uma espécie de notícia mais longa acompanhada de diversos ingredientes críticos, que ampliam o caráter meramente informativo presente na notícia.

Características e estrutura da reportagem

A reportagem pode aparecer em suporte impresso (jornais e revistas), digital (internet) ou mesmo audiovisual (televisão). Por compor o grupo de textos jornalísticos, a reportagem apresenta algumas características em comum, independentemente do suporte utilizado, com o gênero jornalístico:

  • A reportagem, assim como os demais textos jornalísticos, apresenta uma linguagem clara, objetiva e direta.

  • O texto deve ser escrito em norma-padrão da língua portuguesa, visto que ele deve circular em veículos oficiais na mídia (impressa, digital, radiofônica ou televisiva).

  • Como mencionado, a reportagem deve se constituir prioritariamente como um texto informativo. No entanto, há alguns tipos que abrem espaço para opiniões (argumentos) ou mesmo exposições, mantendo a objetividade das informações apresentadas.

Com relação à estrutura do texto reportagem, é comum que, em geral, ela seja apresentada da seguinte forma:

  • Título: é o nome do texto propriamente dito. Ele deve ser conciso e chamar a atenção do leitor. Nesse caso, é importante tomar cuidado com os chamados click bait, táticas que utilizam do sensacionalismo para atrair os leitores.

  • Lead/lide: trata-se do início do texto em que é necessário conter as informações essenciais sobre o conteúdo do texto.

  • Corpo do texto: é onde serão colocadas as informações a serem discutidas pelo jornalista que assina a reportagem. É válido lembrar que a reportagem pode trazer elementos mais subjetivos, com opiniões ancoradas em depoimentos, fatos históricos, dados estatísticos e demais elementos que o autor julgar necessário para validar seus argumentos.

Exemplo de reportagem

O trecho acima foi extraído de uma reportagem publicada no Jornal da Unesp. Ele parte de uma informação, isto é, a de que os pesquisadores da instituição de ensino participaram de um estudo que demonstra os prejuízos da urbanização intensa em nosso planeta. Partindo dessa notícia, a reportagem se propõe a discutir, com base em uma breve contextualização histórica e entrevistas com especialistas, sobre o problema identificado e problematizado no início do texto jornalístico.

Pelo excerto, conseguimos perceber que a reportagem é um texto muito mais detalhado e que se propõe a discutir e ampliar a questão, diferentemente da notícia, que se atém, de maneira sucinta, aos fatos apresentados.

Leia também: Linguagem jornalística — os elementos imprescindíveis para um bom texto jornalístico

Tipos de reportagem

As reportagens podem ser classificadas em expositivas, opinativas ou interpretativas. A reportagem expositiva é aquela que traz uma série de conteúdos informativos, prevalecendo a objetividade do texto. Já a opinativa é aquela em que há uma mescla entre a exposição dos fatos e a opinião do repórter responsável por conduzir o texto.

Por fim, a reportagem interpretativa é quando há uma análise entre os fatos e outros elementos (dados estatísticos, fatos históricos, depoimentos etc.) que, ao final do texto, encaminham e sugerem certa conclusão a respeito do assunto tratado.

Diferenças entre reportagem e notícia

Como já abordado, a reportagem é conhecida por tratar de determinado acontecimento de forma mais detalhada, sendo, portanto, mais longa do que a notícia. Além disso, a reportagem está localizada entre o jornalismo informativo e o jornalismo formativo, pois apresenta as informações e procura, de alguma forma, discuti-las ou mesmo trazer opiniões (de terceiros ou do próprio repórter).

Por outro lado, a notícia tem como fundamento a informação de maneira sucinta e sem emitir juízo de valor em sua composição. Para saber mais sobre o gênero notícia, leia: Notícia.

A noção de que os distintos gêneros se encontram permeados na nossa vida em sociedade se torna cada vez mais cristalizada, haja vista que compartilhar de situações comunicativas representa uma das posturas enquanto parte constituinte de uma coletividade.

Partindo desse princípio, relevante é, também, enfatizarmos acerca das finalidades discursivas que os norteiam, sobretudo aqueles que estão diretamente relacionados com o assunto sobre o qual trataremos por meio do artigo em questão – os jornalísticos, por excelência. Acerca deles um aspecto parece emergir e ganhar certa representatividade em termos de discussão – o fato de que quando estabelecemos familiaridade com a modalidade em pauta, isto é, ao pegarmos o jornal para folhear, nem sempre nos damos conta dos principais aspectos de que dele fazem parte – ora essenciais à nossa compreensão enquanto interlocutores, entre eles, estes abaixo retratados:

* Título – A priori já dispomos de uma noção que demarca essa importante parte, haja vista que, sem sombra de dúvida, representa aquele elemento que chama a atenção do leitor para apreciar acerca do que realmente se trata o assunto, razão pela qual ele deve ser o mais atrativo possível, geralmente demarcado por letras garrafais e em negrito.

* Subtítulo – Literalmente, atesta-se que se trata de um elemento que reforça a intenção prestada no título, ou seja, um elemento que aparece para somar, para acrescentar algo a mais às informações anteriormente reveladas. O intuito, como não poderia deixar de ser, revela-se por chamar ainda mais a atenção para o que vem adiante.

* Legenda - Não são raras as vezes em que nos deparamos com gráficos, tabelas, fotografias, desenhos. Tais elementos cumprem uma função especial: caracterizar, descrever os aspectos impressos na ilustração e conferir apoio à própria matéria jornalística, informando acerca dos fatos noticiados. Dessa forma, encontram-se demarcados na legenda, sendo que tal parte caracteriza-se como uma frase curta, concisa e objetiva.

* Texto-legenda – Equivale dizer que esse elemento, assim como subtítulo, acrescenta informações relevantes à legenda, tornando-a mais ampliada, mais completa em termos de informação para o leitor.

Mediante tais pressupostos, é bem possível que você atente mais nos aspectos que aqui foram elencados, tornando assim um leitor ainda mais eficaz, assíduo e competente.

  • Denunciar

na formação do aluno, acredita-se que a sua realização não deva ser desencorajada. Ao contrário disto, pensa-se que a correção individualizada de textos é fundamental para o desenvolvimento da habilidade da escrita de textos uma vez que esta prática considera a natureza ativamente responsiva do enunciado (BAKHTIN, 2003). Em outras palavras, a correção individualizada de textos possibilita ao professor intervir nos textos dos alunos, de acordo com as carências e dificuldades apresentadas, dando-lhes uma resposta. Mais que isto, permite que esta resposta (ou respostas), sob a forma de orientações, sugestões ou questionamentos, seja personalizada, diferentemente do que ocorre quando se realizam apenas as correções coletivas. Assim, pensa-se não ser papel dos LD’s de LP apresentar esta ou aquela forma de correção textual como sendo a mais adequada ou a mais eficiente, mas fornecer, ao professor, subsídios teórico-metodológicos para que, por si mesmo, possa optar pela forma de correção textual que julgar mais produtiva ou conveniente. Vale ressaltar que causa estranheza o fato de o LD A não sugerir ou solicitar a participação ou interferência do professor durante o processo de escrita de texto do aluno, considerando-se que o corpus é constituído por um exemplar de LD destinado ao professor, o que permitiria a interação, o diálogo, entre os seus autores e o professor, por intermédio das respostas, sugestões, orientações para a resolução dos exercícios apresentados no corpo do livro. Considera-se importante ressaltar que em apenas uma das três propostas de produção textual da unidade 1, os autores da coleção se dirigiram ao professor: “Professor: Se preferir, peça aos alunos que escolham uma ou duas das propostas apresentadas” (p. 42), ou seja, a interferência do professor é sugerida apenas no início do processo, não sendo solicitada a sua presença durante as etapas necessárias à sua realização. Assim, excetuando-se o contexto de propostas de produção textual, os autores do LD A se dirigem ao professor somente no início de cada uma das quatro unidades desta coleção: “Professor: é conveniente que já no início do bimestre sejam organizadas e 86 distribuídas as atividades propostas no projeto do capítulo Intervalo” (p: 13, 81, 153, 225). A opção de restringir o diálogo ou a interação com o professor, no corpo do LD, pode ser compreendida, se considerarmos os resultados obtidos com as análises realizadas anteriormente, dos Manuais do Professor dos LD’s A e B, os quais indicaram o Manual do Professor do LD A como sendo o mais completo e de fácil compreensão para o professor. Entretanto, considera-se que a reprodução ou repetição, ao lado de cada proposta de produção textual, de algumas das informações ou orientações apresentadas no Manual do Professor, não seria visto como algo redundante, mas como uma preocupação a mais por parte dos autores do LD A, uma vez que, muitas vezes, o Manual do Professor acaba não sendo consultado por muitos professores. Na unidade 2, que tem como tema Valores, o LD A também apresenta para o aluno, de forma clara e direta, os objetivos para as produções textuais que serão solicitadas nos três capítulos da unidade, no caso, a escrita de três textos de ampla circulação social: duas reportagens e um editorial: “[...]. Participe com seus colegas de grupo da produção e montagem de um jornal sobre a década de 1960 e, depois, com toda a classe, de uma mostra da qual farão parte os jornais produzidos” (p. 81). Acredita-se que a repetição ou reprodução deste procedimento pode contribuir para que o aluno construa uma nova imagem da escrita de textos escolares, vinculada a objetivos claros, previamente definidos, podendo ser discutida e planejada por ele, e não mais uma escrita sem compromisso, apenas para preencher o tempo do aluno (SERCUNDES, 1997). Vale ressaltar que, considerando-se que as duas primeiras propostas de escrita, desta unidade solicitavam a produção de duas reportagens, portanto, de dois textos do mesmo gênero, optou-se pela análise e reflexão sobre apenas uma delas, no caso, da primeira. 87 Para a produção desta reportagem, são apresentados, como textos de abertura ou de apoio, dois textos do mesmo gênero, os quais, também, são explorados por meio de exercícios de interpretação textual. Novamente, verificou-se que o LD A apresenta para o aluno informações tanto sobre o estudo do texto quanto sobre as características do gênero textual que ele produzirá: 88 1) Com base em fatos e opiniões, os textos lidos discutem a intolerância racial e religiosa no mundo atual. O 1º parágrafo do texto principal menciona três fatos relacionados ao tema da reportagem. a) Que fatos são esses? b) De acordo com o texto, esses fatos são manifestações de um fenômeno há pouco tempo conhecido da humanidade. Que fenômeno é esse? 2) O texto cita trechos de entrevistas feitas com pessoas que estudam o assunto abordado na reportagem. Esses trechos estão em discurso direto e, por isso, são transcritos entre aspas. a) Para o Professor e antropólogo João Baptista Borges Pereira, a intolerância “é um problema de estranhamento e de desqualificação do outro”. O que isso significa na visão antropológica? b) No Brasil, segundo o filósofo Mario Sergio Cortella, a convivência entre as várias religiões é pacífica? 3) [...]. 4) As matérias jornalísticas apresentam, de modo geral, uma linguagem impessoal. [...]. Identifique na reportagem em estudo marcas da opinião dos autores. 5) Uma reportagem é formada de vários textos, nos quais normalmente são apresentados fatos, opiniões, tabelas e mapas relacionados ao assunto principal. [...]. 6) Observe a linguagem empregada na reportagem. Que tipo de variedade lingüística foi adotado? 7) Agora, reúna-se com seus colegas de grupo e, juntos, concluam: Quais são as características de uma reportagem? Escolhido o assunto, sigam as instruções: d) Escrevam em linguagem objetiva e direta e empreguem a variedade padrão da língua. e) Tenham em mente o leitor do jornal em que a reportagem será “publicada” [...]. f) Planejem o aspecto visual da reportagem, [...]. (CEREJA & MAGALHÃES, 2002, p. 90, 91, 92) Além disto, verificou-se que, tanto os textos que antecedem a proposta de produção textual, quanto o texto que é apresentado como abertura têm o objetivo de servir de modelo para que o aluno possa produzir o seu próprio texto, visto que, também, pertencem ao gênero textual reportagem: “Você irá agora, em grupo, produzir uma reportagem que posteriormente fará parte desse jornal. Para ter uma primeira idéia sobre a década de 1960, leia este texto” (p. 91). Acredita-se que a exploração ou presença deste gênero textual, na proposta de produção, possibilitaria ao aluno não apenas obter mais informações sobre o tema proposto pela unidade, mas também, conhecer mais acerca do gênero textual solicitado. 89 Quanto à participação do professor nesta proposta de produção textual, as orientações para o professor são claras: “Professor: Oriente a escolha dos assuntos, de modo que eles não se repitam” (2002, p. 92). A julgar pelo caráter desta orientação, restrita à escolha do tema da produção textual, pode-se inferir que os autores não vêem a necessidade de sugerir ao professor que interfira ou que auxilie o aluno durante o processo de produção escrita, 90 deixando a seu critério o julgamento tanto sobre a necessidade, quanto sobre a forma de intervir neste processo. A terceira proposta de produção escrita da unidade, conforme mencionado anteriormente, pede a produção de um outro gênero textual, o editorial: 91 A exemplo do que se observou nas propostas de escrita anteriores, o LD A, além de um editorial, apresenta para o aluno, as características

Última postagem

Tag