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ISSN 0717-2079CIENCIA Y ENFERMERIA XX (2): 29-40, 2014
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM SOBRE A INJEÇÃO VENTROGLÚTEA
EVALUATION OF THE NURSES´ KNOWLEDGE ABOUT
VENTROGLUTEAL INJECTION
EVALUACIÓN DEL CONOCIMIENTO DE LAS ENFERMERAS
RESPECTO DE LA INYECCIÓN VENTROGLÚTEA
FERNANDA RAPHAEL ESCOBAR GIMENES *
JULIANA PEREIRA MACHADO **
ELISABETH GULDEN ATILA ***
RESUMO
Objetivo: Avaliar o conhecimento da equipe de enfermagem com relação à técnica de injeção intramuscular na
região ventroglútea antes e depois de uma atividade de capacitação profissional. Método: Estudo quase-experi-
mental, tipo antes e depois, entre janeiro e julho de 2010, em uma unidade de emergência em Descalvado-São
Paulo, Brasil. A pesquisa foi realizada em três fases: Antes da intervenção, os participantes responderam um
questionário específico para identificar seus conhecimentos teóricos sobre a técnica de injeção intramuscular
na região ventroglútea. Na segunda fase, foi realizada uma atividade educativa com carga horária de 5 horas,
com dois grupos de enfermeiros, com conteúdo teórico e prático. Na terceira fase, o conhecimento dos partici-
pantes foi reavaliado, após a capacitação. Resultados: Antes da intervenção, questões relacionadas às estruturas
anatômicas envolvidas no mapeamento da região ventroglútea foram respondidas corretamente apenas 20,8%
dos participantes, e após a intervenção, por 63,6% deles. Além disso, após a intervenção houve 100% de êxito
na execução das 15 etapas contempladas na ferramenta de avaliação da prática. Conclusão: A intervenção de
capacitação profissional foi efetiva em aumentar o conhecimento dos membros da equipe de enfermagem,
mas ainda há falhas no uso de terminologias sobre estruturas musculares e ósseas envolvidas na delimitação da
região ventroglútea.
Palavras chave: Avaliação, conhecimento, enfermagem, injeções intramusculares, capacitação profissional.
ABSTRACT
Objective: To assess the knowledge of nursing staff regarding to the technique of intramuscular injection in the
ventrogluteal site before and after professional training. Method: A single center, before-and-after study was
carried out between January and July 2010 in an emergency unit in Descalvado-São Paulo, Brazil. The research
was conducted in three phases. Before the intervention, participants were required to respond a questionnaire
designed to identify their theoretical knowledge about intramuscular injection techniques in the ventrogluteal
*Enfermera. Professor Department of General and Specialized Nursing. University of São Paulo at Ribeirão Preto College of
Nursing, Brazil. E-mail:
** Enfermera. Professor. University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing, Brazil. E-mail: jpmachado311@gmail.
com
*** Enfermera. Newcastle Private Hospital, Newsouth Wales, Australia. E-mail: elisabethatila@yahoo.com.au
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CIENCIA Y ENFERMERIA XX (2), 2014
site. In the second phase, a five hour session of professional training was conducted to two groups of nurses
and included theoretical and practical contents. In phase three, their knowledge was assessed, after having
received the professional training. Results: Before the intervention, the question relating to the anatomical
structures involved in mapping the ventrogluteal site were answered correctly by only 20.8% of the participants.
However, after professional training, 63.6% of the participants correctly answered this question. Also, after
the intervention, 100% successfully executed the 15 steps contemplated in the assessment tool. Conclusion:
Professional training was effective in increasing the level of nurses’ knowledge, but they still struggled with
terminology regarding muscle and bone structures involved in mapping the site.
Key words: Evaluation, knowledge, nursing, injections, intramuscular, professional training.
RESUMEN
Objetivo: Evaluar el conocimiento del personal de enfermería en relación a la técnica de inyección intramuscular
en la zona ventroglútea antes y después de la capacitación profesional. Material y método: Estudio de tipo antes
y después realizado entre enero y julio de 2010 en una unidad de emergencia en Descalvado, São Paulo, Brasil.
La investigación se realizó en tres fases. Antes de la capacitación se solicitó a los participantes que respondiesen
a un cuestionario para identificar el conocimiento teórico acerca de la técnica de inyección intramuscular en
la zona ventroglútea. En la segunda fase se llevó a cabo la capacitación profesional con una carga de trabajo
de cinco horas a dos grupos de profesionales e incluyó contenidos teóricos y prácticos. En la tercera fase, el
conocimiento de los profesionales fue reevaluado. Resultados: Antes de la intervención, la cuestión relacionada
con las estructuras anatómicas implicadas en el mapeo de la zona ventroglútea fue respondida correctamente
por solo el 20,8% de los participantes. Después de la capacitación profesional, el 63,6% de los participantes
respondieron correctamente a esta pregunta. Además, el 100% fue ejecutado con éxito las 15 etapas previstas en
el instrumento de evaluación después de la intervención. Conclusiones: La capacitación profesional fue efectiva
para aumentar el nivel de conocimiento de los profesionales de enfermería, pero tuvieron dificultades en la
terminología relacionada con las estructuras musculares y óseas envueltas en el mapeo del sitio de la inyección.
Palabras clave: Evaluación, conocimiento, enfermería, inyecciones intramusculares, capacitación profesional.
Fecha recepción: 09/25/13. Fecha aceptación: 03/07/14.
INTRODUÇÃO
O tratamento medicamentoso destina-se a
salvar vidas e melhorar a saúde. Portanto, to-
dos os profissionais de saúde têm a respon-
sabilidade de evitar danos desnecessários aos
pacientes (1). As aplicações de medicamentos
injetáveis são os procedimentos de cuidados
de saúde mais comuns no mundo (2), e ape-
sar de ser considerada uma técnica básica, está
longe de ser inócuo. As consequências de fa-
lhas ou desconhecimento na prática durante
a administração de medicamentos por injeção
intramuscular (IM) podem colocar os pacien-
tes em risco de incapacidade e morte (3).
Várias complicações estão associadas com
injeções IM, especialmente aquelas adminis-
tradas na região dorsoglútea. Estas incluem
fibrose da pele e do tecido conjuntivo, fibrose
e contratura muscular, paralisia de nervos,
abcessos, gangrena, paralisia, e hemorragia
em pacientes com distúrbios hemorrágicos
(4-6).
Em nossa prática docente, durante a su-
pervisão de estudantes de graduação em en-
fermagem, observamos o uso frequente da
região dorsoglútea para injeções IM realiza-
das por equipe de enfermagem em unidade
de emergência, mesmo quando o paciente já
apresentou reações cutâneas ou musculares
causadas pelo excesso de injeções nesse sí-
31
tio. Nós, então, questionamos os fatores que
contribuem para esta prática que é aparen-
temente repetitiva e executada sem a devida
reflexão.
Embora a literatura de enfermagem dos
últimos 20 anos recomende a região ven-
troglútea para injeções IM, é a dorsoglútea
a região preferida pelos profissionais de en-
fermagem para a administração de medi-
cação IM (7-9). A relutância em usar o site
ventroglútea pode ser atribuída ao fato de
que muitos profissionais de enfermagem não
são treinados para esta técnica, contribuindo
para a falta de confiança para realizar o pro-
cedimento (10). Isso mostra que a formação
e educação dos profissionais de enfermagem
ainda não mantém mesmo ritmo dos avan-
ços na segurança do paciente, nem dos requi-
sitos da força de trabalho (7).
Referencial teórico
De acordo com a Organização Mundial da
saúde (OMS), cerca de 16 bilhões de injeções
são administradas anualmente em todo o
mundo, e assim, a importância de promover
práticas seguras de injeção é vital (11). A in-
jeção IM é caracterizada pela introdução da
medicação dentro da fáscia muscular. Inje-
ções IM são frequentemente administradas
nas regiões: deltoide, vasto-lateral, e ventro-
glútea, dorsoglútea, onde medicamentos são
rapidamente absorvidos. Por este motivo, a
região IM é amplamente usada na prática
clínica em serviços de saúde. Todos os mús-
culos são inervados e tem um suprimento de
sangue, mas apenas o local da injeção dorso-
glútea está próximo a grandes nervos e vasos
sanguíneos (8).
Embora injeções IM sejam procedimen-
tos comumente realizados por profissionais
de enfermagem, as técnicas utilizadas con-
tinuam enraizadas na prática (8, 10). Enfer-
meiros da prática clínica continuam a usar e
instruir os estudantes de enfermagem a usar
a região dorsoglútea como o local de escolha
para injeções IM, apesar de fortes evidências
sobre as complicações associadas a este local
(9). As razões mais frequentemente declara-
das para escolher esta região incluem acesso
mais fácil, a maior extensão e volume desse
músculo, a sensibilidade relativamente baixa
para dor e o pedido do paciente. A falta de
conhecimento dos profissionais de enferma-
gem sobre a delimitação anatômica da re-
gião ventroglútea e o acesso e às evidências
publicadas sobre os benefícios de seu uso (9,
12) representam um desafio para o avanço e
promoção da utilização desta região para in-
jeções IM.
A literatura apoia o uso da região ventro-
glútea em relação à dorsoglútea para admi-
nistração de medicações via IM. No entanto,
muitos enfermeiros não utilizam pesquisas
conduzidas na área de enfermagem e nem re-
lacionam com disciplinas teóricas como base
para prática clínica na injeção IM. Sua fonte
mais comum de conhecimento é um colega;
muitas vezes se sentem mais confortáveis em
pares para obter informações e conhecimen-
to, do que buscando material científico base-
ado em evidências (10, 13, 14).
As mesmas situações ocorrem no Brasil,
onde as enfermeiras tendem a usar a região
dorsoglútea para injeções IM. Estudo reali-
zado em um hospital universitário no estado
de São Paulo- Brasil mostrou que 65,6% dos
profissionais de enfermagem preferem usar
a região dorsoglútea em vez da ventroglútea
para injeções IM. De acordo com os investi-
gadores, havia uma necessidade de atualizar
o conhecimento do profissional sobre a ter-
minologia usada para localizar a região, refe-
rências anatômicas, complicações associadas
e as contraindicações das injeções IM (15).
Poucos estudos no Brasil avaliaram o co-
nhecimento dos profissionais de enfermagem
sobre injeções IM na região ventroglútea, no
sentido de garantir resultados positivos para
os pacientes e diminuir os riscos de eventos
adversos relacionados. Além disso, até o mo-
mento não tivemos conhecimento de estu-
dos que avaliaram o impacto de programas
de capacitação profissional para aumentar a
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CIENCIA Y ENFERMERIA XX (2), 2014
utilização da região ventroglútea para inje-
ções IM.
A Organização Panamericana da saúde
(OPAS) aponta para a necessidade de uma
força-tarefa relacionada com a formação
contínua dos enfermeiros, como meio de
evitar os eventos adversos, reforçando assim
a segurança do paciente. Neste contexto, há
preocupação crescente relacionada com a
educação dos profissionais de saúde, porque
eles precisam entender como sistemas afetam
a qualidade e segurança dos cuidados presta-
dos (16).
A formação e capacitação de profissionais
de saúde têm sido o alicerce para o cuidado
seguro e de alta qualidade. No entanto, en-
fermeiros e outros profissionais de saúde não
estão sendo adequadamente preparados para
fornecer o melhor atendimento possível, e há
também avaliação insuficiente de sua profi-
ciência em curso. Programas de treinamen-
to têm sido subutilizados e subvalorizados
como uma ferramenta vital para enfrentar os
desafios de melhorar a segurança do paciente.
É claro que é necessária uma nova abordagem
de educação e treinamento necessários para
desempenhar plenamente seu papel e assim
melhorar a segurança do paciente (7, 17).
O Instituto de medicina (17) cita também
a importância de reformular os métodos de
treinamento de saúde no sentido de enfati-
zar a qualidade e segurança dos cuidados. De
acordo com o Instituto, há uma necessidade
de explorar, definir e implementar modelos
de formação profissional que não expõem
os pacientes a riscos desnecessários. Há uma
variedade de métodos educacionais que têm
sido amplamente utilizados nos currícu-
los dos cursos de graduação para melhorar
a formação dos estudantes para a seguran-
ça do paciente, entre palestras, workshops,
exercícios em ambiente de simulação, análise
de causa raiz e outros métodos de aprendiza-
gem interativa (18).
O uso de cenários de simulação, por
exemplo, é um fenômeno global, e assim
deve ser incentivado. Estes cenários contri-
buem para a prática baseada em evidências
e a tomada de decisão, permitem desenvol-
ver conhecimentos, habilidades e atitudes a
serem adquiridos de forma segura, eficiente e
sem riscos para a segurança do paciente (19).
A formação profissional e atualizações
dos conhecimentos permitem capacitar en-
fermeiros e profissionais de enfermagem
para repensar e alterar seus as práticas atu-
ais. Programas de educação continuada são
fatores importantes para profissionais de
enfermagem para adquirir conhecimentos e
habilidades para administrar injeções IM no
na região ventroglútea.
O objetivo deste estudo é avaliar o conhe-
cimento e prática de profissionais de enfer-
magem, de uma unidade de emergência em
um município brasileiro, sobre a técnica de
injeção IM na região ventroglútea, antes e
após um programa de capacitação profis-
sional. Esperamos que a capacitação profis-
sional possa minimizar a relutância de pro-
fissionais de enfermagem em usar a região
ventroglútea, e que esses profissionais pode-
rão adquirir mais confiança para realizar o
procedimento, melhorando assim a prática
clínica da enfermagem relacionada com as
injeções IM.
MÉTODO
Tipo de estudo
Estudo quase experimental, do tipo antes e
depois, em um único centro, com abordagem
quantitativa.
Amostra/participantes
No Brasil, todas as categorias profissionais de
enfermagem são habilitadas para administrar
injeções IM. Então, todos os 45 profissionais
de enfermagem de uma unidade de emer-
gência, localizado em Descalvado-São Paulo,
Brasil, foram convidados a participar de nos-
33
so estudo. Vinte e quatro (53,3%) aceitaram
participar e assinaram um termo de consen-
timento. Destes, 6 (25%) eram enfermeiros;
14 (58,3%) eram técnicos de enfermagem e 4
(16,7%) eram auxiliares de enfermagem. Fo-
ram incluídos profissionais com 18 anos de
idade ou mais, e fossem autorizados a admi-
nistrar injeções IM. No entanto, 13 (54,2%)
os participantes do estudo não concluíram o
estudo devido a férias, demissão, e/ou afasta-
mento durante a coleta de dados.
Coleta de dados
Os dados foram coletados entre janeiro de
2010 e julho de 2010. A pesquisa foi realizada
em três fases.
Instrumentos
Para a coleta de dados foi utilizado um ques-
tionário estruturado autoaplicável, contendo
oito questões, sendo cinco de múltipla esco-
lha, e três abertas, adaptadas de um estudo
anterior (17), relacionado ao conhecimento
teórico sobre a técnica de injeção IM na re-
gião ventroglútea.
Técnica de injeção IM
Usamos a técnica descrita por Potter e Perry
(20) para injeções IM na região ventroglútea
como um guia para coleta de dados. Nela,
o participante coloca a palma da sua mão
sobre o grande trocânter do quadril cliente
(mão direita sobre o quadril esquerdo, mão
esquerda sobre o quadril direito). O polegar
deve ser apontado para o cliente, e o dedo
indicador sobre a espinha ilíaca anterossu-
perior e virilha. Em seguida, o participante
deve estender o dedo médio ao longo da cris-
ta ilíaca em direção à nádega, para formar
um triângulo entre o dedo indicador, dedo
médio e crista ilíaca (em direção a nádega).
A agulha deve ser inserida e o medicamento
injetado no meio deste triângulo a um ângu-
lo de 90 graus.
Procedimentos para a coleta de dados
Fase 1: Os participantes foram conduzidos a
responder a um questionário elaborado para
identificar seus conhecimentos teóricos so-
bre a técnicas de injeção IM na região ven-
troglútea. O instrumento foi respondido no
próprio ambiente de trabalho, no momento
mais conveniente. Em seguida, o conheci-
mento prático sobre técnicas de injeção IM
foi avaliado através da observação direta não
participativa. Os participantes teriam que
demonstrar a técnica de acordo com o Potter
e Perry (20) descrita anteriormente.
Foi utilizado um simulador estático, de
baixa fidelidade, tipo manequim, e seringas
e agulhas para simular a técnica, que ocorreu
em uma sala privada, previamente organiza-
da e replicada de forma idêntica, para avaliar
a capacidade do participante em delimitar a
região ventroglútea e observar a angulação e
inserção da agulha.
Fase 2: Realizamos uma atividade educativa
com carga horária total de 5 horas para dois
grupos de profissionais de enfermagem, que
incluía conteúdo teórico e prático idêntico e
padronizado. As atividades aconteceram na
sala de reuniões do hospital, em dias conse-
cutivos para permitir a participação de pro-
fissionais de todos os turnos. O conteúdo te-
órico foi apoiado por recursos audiovisuais.
Houve troca de experiências durante as dis-
cussões de ambos os grupos. Para a capacita-
ção prática, foram usados: seringas, agulhas,
algodão seco e embebido em álcool a 70%,
bandeja, luvas e um manequim simulador
estático para praticar a técnica.
Nas três primeiras horas, fizemos explica-
ções sobre injeções IM e nós dirigida apresen-
tamos as razões para desenvolver a pesquisa.
Também foram discutidos os aspectos éticos,
legais e históricos relacionados com injeções
IM, as vantagens e desvantagens de cada re-
gião, os critérios utilizados para escolher o a
região adequada, e as características de cada
estrutura muscular envolvida (deltoide, vasto
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CIENCIA Y ENFERMERIA XX (2), 2014
lateral, dorsoglúteo, e ventroglúteo). O foco,
no entanto, foi sobre a injeção IM na região
ventroglútea. Nos duas horas subsequentes,
abordamos os aspectos relacionados com o
conteúdo prático: a identificação de estrutu-
ras ósseas envolvidas na região ventroglútea
correta, a assepsia limpeza no local da injeção
com um algodão embebido em álcool e a si-
mulação da técnica no manequim simulador
estático.
Fase 3: A coleta de dados pós intervenção foi
realizada dentro de um período de 15 dias
após o treinamento profissional (20). Por-
tanto, seguimos a mesmas etapas e usamos
os mesmos instrumentos da primeira fase.
Validade e confiabilidade/rigor
Nas fases 1 e 3, enquanto os participantes
respondiam o questionário, permanecemos
a uma proximidade física com o participan-
tes para garantir que eles não consultaram
alguma literatura, e para minimizar os riscos
de esclarecimento de dúvidas ou troca de in-
formações entre si, sobre o técnica de injeção
IM na região ventroglútea.
Análise estatística dos dados
Para a comparação dos resultados antes e de-
pois da intervenção educativa, foi utilizado o
teste t pareado para explorar as diferenças es-
tatísticas no conhecimento dos profissionais
de enfermagem. O nível de significância foi
fixado em p < 0,05.
Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da
Universidade Camilo Castelo Branco (proto-
colo Nº 2654-2874/09). Todos os participan-
tes receberam explicações sobre o estudo an-
tes de participar e deram seu consentimento
escrito antes de participação voluntária.
RESULTADOS
Nesse estudo foi avaliado o conhecimento
dos profissionais de enfermagem, em uma
unidade de emergência brasileira, antes e
após uma intervenção educativa de capacita-
ção teórica e prática sobre a técnica de inje-
ção IM na região ventroglútea.
Por meio da utilização de questionário
autoaplicável estruturado. Antes da ativi-
dade de capacitação profissional, quando
questionados sobre as estruturas anatômicas
envolvidas na localização e delimitação da
região ventroglútea, a 20,8% dos participan-
tes respondeu com “crista ilíaca” somente, e
20,8% não responderam. No entanto, após
a formação profissional, 63,6% respondeu a
pergunta corretamente: “crista ilíaca, espinha
ilíaca anterior de Superior + grande trocân-
ter” (Tabela 1).
A segunda questão refere-se aos músculos
envolvidos na região ventroglútea. Apenas
4,2% dos participantes responderam à ques-
tão corretamente antes de formação profis-
sional, em comparação com 36,4% de res-
postas corretas após a formação profissional,
com um aumento de 32,2% (Tabela 2).
A Tabela 3 mostra a frequência de res-
postas corretas dadas pelos participantes
durante a avaliação de seus conhecimentos
teóricos, antes e depois da formação profis-
sional. Houve um aumento no número de
respostas corretas sobre a técnica de injeção
IM na região ventroglútea, depois da forma-
ção profissional. Os resultados são conside-
rados estatisticamente significativos, como o
t-observado foi maior que o t-crítico (6,67 >
1,94), a 5% de probabilidade.
Quando os participantes foram convida-
dos a descrever a técnica utilizada para loca-
lizar a região ventroglútea, antes da forma-
ção profissional, 29,2% erraram a questão,
e 70,8% não souberam de responder. No
entanto, observou-se que, mesmo depois de
frequentar a formação profissional, nenhum
35
Estruturas ósseas
Fase
Antes da
capacitação
Depois da
capacitação
n%n%
Crista ilíaca + Espinha ilíaca anterossuperior + Grande trocânter 1 4,2 7 63,6
Crista ilíaca + Espinha ilíaca póstero-superior 1 4,2 0 0
Crista ilíaca + Fossa ilíaca 1 4,2 0 0
Fêmur 1 4,2 0 0
Grande trocânter 2 8,3 1 9,1
Fossa ilíaca 2 8,3 0 0
Crista ilíaca + Grande trocânter 3 12,5 1 9,1
Espinha ilíaca anterossuperior 3 12,5 0 0
Crista ilíaca + Espinha ilíaca anterossuperior 0 0 1 9,1
Crista ilíaca + Espinha ilíaca antero-superior + Fêmur + Grande trocânter 0 0 1 9,1
Crista ilíaca 5 20,8 0 0
Não respondeu 5 20,8 0 0
Total 24 100 11 100
Tabela 1. Respostas dos participantes (n=11) sobre estruturas ósseas para localizar a região
ventroglútea, antes e depois do programa de capacitação professional, Descalvado- Brasil,
2010.
Estruturas musculares
Fase
Antes da capacitação Depois da capacitação
n%n %
Glúteo Médio + Glúteo Mínimo 1 4,2 4 36,4
Glúteo Mínimo 1 4,2 0 0
Glúteo Médio 1 4,2 4 36,4
Músculo tensor - fáscia lateral 1 4,2 1 9,1
Músculo Oblíquo Abdominal 2 8,3 0 0
Músculo Piriforme 2 8,3 0 0
Glúteo Máximo 4 16,7 1 9,1
Não respondeu 12 50 1 9,1
Total 24 100 11 100
Tabela 2. Respostas dos participantes (n=11) sobre estruturas musculares encontradas na
região ventroglútea, antes e depois do programa de capacitação professional, Descalvado-
Brasil, 2010.
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE A INJEÇÃO VENTROGLÚTEA / F. ESCOBAR, J. PEREIRA, E. GULDEN
36
CIENCIA Y ENFERMERIA XX (2), 2014
dos participantes foi capaz de descrever a
técnica utilizada para delimitar a região ven-
troglútea corretamente. Os trechos abaixo
ilustram como os profissionais a descrevem:
“É definida de acordo com o ml deve ser admi-
nistrado”; “Com o polegar localizado na cris-
ta ilíaca, que posteriormente ocupa o local do
dedo médio, formando a dobra”; “Aplicam-se
no meio da dobra”.
Quando avaliamos respostas dos profis-
sionais relativas aos músculos envolvidos na
região ventroglútea, observamos 36,4% de
respostas corretas após a formação profis-
sional, contra 4,2% antes da intervenção. No
entanto, observou-se que, mesmo após a ati-
vidade de capacitação profissional, nenhum
dos participantes foi capaz de descrever a
técnica utilizada para delimitar a região ven-
troglútea corretamente. Para a resposta a ser
considerada correta, os participantes devem
citar, pelo menos, as seguintes etapas: “Loca-
lize o ponto anterossuperior da espinha ilíaca
com o dedo indicador e o ponto mais alto da
crista ilíaca com o dedo médio; Localizar o
trocanter e, depois de identificar o triângulo
formado pelas estruturas, administrar a me-
Resposta correta*
Fase
Antes da capacitação Depois da capacitação
(N=24) (N=11)
n%n %
Faixa etária preferencial para injeção ventroglútea 15 62,5 10 90,9
Ângulo da agulha 8 33,3 11 100
Possível decúbito para injeção ventroglútea 6 25 10 90,9
Desvantagens da região ventroglútea 3 12,5 11 100
Contraindicações da região ventroglútea 2 8,3 11 100
Músculos presentes na região ventroglútea 1 4,2 4 36,4
Estruturas ósseas relacionadas com a região ventroglútea 1 4,2 7 63,6
Descrição da técnica 0 0 0 0
*Participantes poderiam escolher mais de uma resposta.
Tabela 3. Frequência de respostas corretas na avaliação do conhecimento teórico, antes e
depois da capacitação profissional. Descalvado-Brazil, 2010.
dicação no centro deste triângulo”.
Para avaliar seus conhecimentos práticos,
os participantes demonstraram a técnica
através da simulação em um manequim si-
mulador estático. Antes da atividade de ca-
pacitação profissional, dos 24 participantes,
apenas 37,5% executaram a técnica, mas não
foram capazes de fazê-lo corretamente. Os
participantes que não executaram a simula-
ção tinham pouco ou nenhum conhecimen-
to sobre injeções IM na região ventroglútea.
Após a capacitação, no entanto, todos os
profissionais executaram com sucesso os 15
passos previstos no instrumento de avaliação
(Tabela 4).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Um programa de capacitação profissional foi
implementado em uma unidade de emer-
gência brasileira com a finalidade de avaliar
o conhecimento de profissionais de enferma-
gem sobre a injeção IM na região ventroglú-
tea, antes e depois essa intervenção. Os resul-
37
Tabela 4. Passos seguidos pelos participantes durante a simulação de injeção IM na região
ventroglútea, antes e depois da capacitação profissional. Descalvado-Brazil, 2010.
Passos da técnica n%n% n%n%
1)
Posicionou o simulador estático de acordo
com a posição supina que será usado
8 33,3 1 4,2 11 100 0 0
2)
Colocou sua mão sobre o quadril (mão
direita sobre o quadril esquerdo, mão
esquerda sobre o quadril direito)
0 0 9 37,5 11 100 0 0
3)
Localizou a espinha ilíaca anterossuperior
com o dedo indicador
0 0 9 37,5 10 90,9 1 9,1
4)
Estendeu seu dedo médio ao longo da crista
ilíaca
0 0 9 37,5 10 90,9 1 9,1
5)
Colocou a palma da mão sobre o trocânter
maior
0 0 9 37,5 10 90,9 1 9,1
6)
Identificou o triângulo entre o dedo
indicador, dedo médio e crista ilíaca
0 0 9 37,5 10 90,9 1 9,1
7)
Fez a antissepsia do local
4 16,7 5 20,8 9 81,8 2 18,2
8)
Pegou a seringa
7 29,2 2 8,3 9 81,8 2 18,2
9)
Esticou a pele com uma mão
00000011100
10)
Introduziu a agulha ao longo do simulador
estático
9 37,5 0 0 11 100 0 0
11)
Introduziu a agulha em um ângulo de 90 °
8 33,3 1 4,2 11 100 0 0
12)
Introduziu a agulha com um movimento
firme e único
9 37,5 0 0 11 100 0 0
13)
Simulou a administração de medicamento
9 37,5 0 0 11 100 0 0
14)
Aplicou pressão usando uma bola de
algodão
9 37,5 0 0 11 100 0 0
15)
Retirou a agulha rapidamente
9 37,5 0 0 11 100 0 0
Correto Incorreto Correto Incorreto
Antes da capacitação
(N=24)
Depois da capacitação
(N=11)
tados mostraram melhorias significativas nas
respostas dos participantes após a capacita-
ção. Estes resultados apoiam a proposta pela
OPAS, que incentivou a introdução de pro-
gramas de treinamento no local de trabalho,
com o objetivo de melhorar a qualidade dos
cuidados e segurança do paciente (16) .
Antes da intervenção, 20% dos partici-
pantes não foi capaz de delimitar anatomi-
camente a região ventroglútea e a maioria
deles respondeu incorretamente. Conclusões
semelhantes foram detectadas em um estu-
do anterior (17), revelando pontos fracos no
conhecimento de enfermeiros de uma área
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE A INJEÇÃO VENTROGLÚTEA / F. ESCOBAR, J. PEREIRA, E. GULDEN
38
CIENCIA Y ENFERMERIA XX (2), 2014
demográfica similar.
Mesmo após o programa de treinamento,
os participantes não foram capazes de des-
crever a técnica corretamente, nem usar ter-
minologia adequada para delimitar a região
ventroglútea para injeções IM. Há uma clara
necessidade de desenvolver estratégias para
habilitar profissionais de enfermagem para
melhorar seus conhecimentos e habilidades.
Programas de capacitação visando à mudan-
ça de prática devem ser baseados em evidên-
cias e focados em desenvolver conhecimento,
atitudes e limitações.
Um programa de educação por pares foi
testado anteriormente (21) com o objeti-
vo de desenvolver conhecimento e atitudes
baseada em evidências em enfermagem pe-
diátrica, em relação ao manejo da febre. De
acordo com os pesquisadores, o programa
facilitou a mudança de grupo e foi consi-
derado adaptável a outras práticas, grupos
e configurações. Nossos resultados também
reforçam a tese de que a formação contínua
e conhecimento atualizado poderão permitir
ao profissional repensar e mudar sua prática.
Instituições de saúde devem garantir que os
pacientes recebam cuidados seguros e com-
petentes (4) por meio de equipes bem treina-
das e qualificadas.
Para garantir a prática segura na adminis-
tração de terapia medicamentosa, enfermei-
ros devem usar julgamento clínico ao esco-
lher o local da injeção, entendera relevância
da anatomia e fisiologia, bem como os prin-
cípios para administrar uma injeção IM (6).
Se os enfermeiros não forem capacitados
e treinados para usar técnicas de injeção IM
ventroglútea adequadamente, faltará a con-
fiança necessária para realizar o procedi-
mento sem ajuda, porque é difícil colocar as
informações que aprendeu em prática sem
apoio e orientação (22).
É importante considerar que a região ven-
troglútea pode não ser tão segura quanto a
dorsoglútea os enfermeiros tiverem dificul-
dade em localizar esta região anatomicamen-
te (12). Também há necessidade de investi-
mentos na formação, capacitação e educação
permanente da enfermagem para a prática
segura. Por esta razão, a Organização Mun-
dial da saúde (7) vem explorando as ligações
entre a educação dos trabalhadores de cui-
dados de saúde e a segurança do sistema de
saúde. Também, educadores e organizações
de certificação, licenciamento e acreditação
hospitalar, devem assegurar que os estudan-
tes e profissionais desenvolvam e mantenham
a proficiência (17).
Apesar de nenhum participante ter sido
capaz de descrever corretamente a técnica
usada para delimitar a região ventroglútea,
todos foram capazes de simular a técnica cor-
retamente, após a intervenção de capacitação
profissional. Há um conflito na enfermagem
em relação à prática e o respectivo conheci-
mento teórico. Profissionais precisam ser ca-
pacitados para saberem avaliar e valorizar to-
das as fontes de conhecimento e evidências,
e é vital que se tornem pensadores críticos, e
com isso, possam aumentar a quantidade e a
qualidade dos cuidados prestados (23).
Para melhorar a capacitação e, conse-
quentemente melhorar a segurança do pa-
ciente, os profissionais de saúde estão utili-
zando treinamentos de simulação em muitas
formas. Treinamento com simulação pode
ser usado em hospitais e outras instituições
de saúde com uma série de razões, incluin-
do o treinamento de trabalho e equipe, ava-
liação de competências e como treinamento
de habilidades e competências para inician-
tes (16, 24). É uma ferramenta poderosa de
aprendizagem para ajudar o profissional da
saúde moderno a atingir níveis mais eleva-
dos de competência e assistência mais segu-
ra, e também elimina os riscos inerentes a ao
treinamento de cuidados em pacientes vivos
(19).
Outros estudos mostram que, treinamen-
tos bem delineados baseados em simulação,
podem fornecer a estrutura para o aprendi-
zado de intervenções críticas e complexas,
tais como a administração de medicamentos
(25, 26). Sessões de treinamento intensivo
39
deste tipo podem melhorar a capacidade e a
habilidade de enfermeiros para a administra-
ção injeções IM na região ventroglútea.
Nosso estudo teve algumas limitações.
Existem diferenças na experiência e forma-
ção dos profissionais de enfermagem de uma
região para outra, e o pequeno número de
participantes na amostra não permitiu a ge-
neralização dos resultados obtidos neste es-
tudo. Seriam necessários maiores tamanhos
de amostra. Não houve, até o momento, es-
tudo controlado randomizado em amostras
semelhantes para comparar os resultados do
estudo.
Também, o tipo de estudo, “antes e depois”,
que é amplamente utilizado em investigações
clínicas, proporciona aos participantes a uma
situação onde eles são conscientemente ob-
servados. Um fenômeno conhecido como
efeito Hawthorne pode resultar em uma mu-
dança positiva e intencional no comporta-
mento dos participantes, uma vez que sabem
que estão sendo observados (27). Além disso,
os participantes podem ter atitudes diver-
gentes daquelas realizadas na prática clínica.
Este estudo permite concluir que a for-
mação profissional foi eficaz em aumentar o
nível de conhecimento dos profissionais de
enfermagem sobre a técnica de injeção IM na
região ventroglútea, porém ainda permane-
ceram dificuldades no uso de terminologias
corretas sobre estruturas musculares e ósseas
contidas na descrição da técnica.
Em conclusão, acreditamos que promover
programas de educação continuada configu-
ra-se em aspecto importante para profissio-
nais de enfermagem para adquirir habilida-
des para administrar medicamentos através
de injeções IM na região ventroglútea, de
forma segura. O uso da região dorsoglútea
para injeções IM deve ser removido da prá-
tica, pois representa um risco desnecessário e
inaceitável para os pacientes.
Há necessidade de mais pesquisas com
foco em métodos de capacitação baseados
em evidências, que foquem tanto a teoria
quanto a prática, para melhorar o conheci-
mento e habilidades para administrar inje-
ções de IM seguras.
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