Com base no texto explique com suas palavras qual é a relação da cultura de massa com o consumismo

Para entender o que vem a ser indústria cultural é preciso distinguir o que é cultura propriamente dita. A visão que muitos têm sobre o termo cultura, em sua etimologia, possui vários significados, para alguns a cultura é o resultado de status social, ou seja, somente para uma sociedade elitizada com uma hierarquia de bens adquiridos durante sua trajetória de vida. Já para outros é o patrimônio artístico, literário e científico. No seu conceito sociológico e antropológico, segundo Torre, a cultura tem uma definição mais ampla, com embasamentos em estudo, a definição de cultura passa ser:

Cultura é tudo que o homem produz, quer no sentido material (utensílios, objetos, vestimentas, técnicas, habitações), quer no sentido espiritual (filosofia, ciência, artes, letras, crenças). Cultura é então à parte do ambiente feito pelo homem, o conjunto complexo que inclui conhecimentos, artes, leis, crenças, moral, costumes, enfim tudo o que adquire como membro da sociedade. (1989. p 218).

Para atender as necessidades do homem dentro de uma sociedade consumista e para explicar sua existência de que forma tudo foi criado, "a cultura se origina sempre para satisfazer as necessidades humanas, para que o homem possa adaptar-se ao meio e adaptar o meio a si". TORRE (1989 p. 200).

Como fruto de uma sociedade capitalista e industrializada, em que tudo é tratado como produto, inclusive os seres humanos, os valores humanísticos foram deixados de lado em troca do interesse econômico. A cultura também segue a lógica do interesse considerando que ela é produzida como mercadoria e planejada a fim de gerar lucros. Nasce o individualismo, fruto de toda essa industrialização cultural, logo só serão valorizados e permitidos os trabalhos que sejam fiéis a essa ideologia e que mantenham seus seguidores passivos, alienados e prontos para absorverem os ensinamentos de consumo dessa indústria.

Com o intuito de influenciar, transformar hábitos, educar, informar, criar outra visão de mundo e com a intenção de atingir a sociedade como um todo para o consumo, a indústria cultural surge como a ovelha negra da Revolução Industrial, no século XVIII, que criou uma economia de consumo de bens e que passou a reger a sociedade com a lei da troca, produtos substituídos por moedas, essa substituição de produtos foi intensificada no século XIX. COELHO (1980, p. 20).

A cultura – feita em série industrialmente, para o grande número – passa a ser vista não como um instrumento de crítica e conhecimento, mas como produto trocável por dinheiro e que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa. E produto feito de acordo com as normas gerais em vigor: produto padronizado, como uma espécie de kit para montar. COELHO (1980. p. 11).

Através desta intensificação da cultura de massa e com o avanço tecnológico, os meios de comunicação de massa, a imprensa, o rádio, o cinema começam a disparar suas penetrações com a Era da Eletrônica. Com o avanço da TV, capaz de colocar uma mensagem ao alcance de grande número de indivíduos esta alienação torna-se mais intensa. Dando início a algo que já era praticado, só que agora com mais intensidade, a sociedade consumista realiza hábitos, nos quais são praticados por outros, geralmente aqueles mais desenvolvidos.

Com o desenvolvimento dos meios eletrônicos, a indústria da consciência converteu-se em marca-passos do desenvolvimento sócio-econômico na sociedade pós-industrial, infiltram se em todos os demais setores da produção, assume cada vez mais funções de comando e de controle, e determina a norma da tecnologia dominante. ENZENSBERGER. (1970. P. 43).

A indústria cultural preza pela estagnação das coisas, tentando quebrar essa homogeneidade surgem movimentos modernos de vanguarda que rompem essa ideologia e valorizam a mudança e o novo.

Assim a indústria cultural, os meios de comunicação de massa e a cultura de massa, vêm se estabelecendo a partir do processo da industrialização e com a preocupação de atingir o maior número de público e com isso buscar o máximo de lucro. A lógica é oferecer uma produção, agradar o consumidor fazendo com que ele consuma e se adapte à cultura imposta pela indústria cultural.

Uma cultura começa a ser vinculada pelos veículos de comunicação e destinada a um maior número de pessoas. Os valores humanos são deixados de lado em troca de interesses econômicos, devido à industrialização da cultura, através dos meios de comunicação. Com o grande poder em transformar uma sociedade consumista, alienada, a indústria cultural também contribui para uma formação do indivíduo. A industrialização cultural faz com que os meios de comunicação possam homogeneizar as classes sociais.

O consumo proposto pelos meios de comunicação está relacionado à cultura superior, que manipula a classe dos dominados induzindo a terem os mesmo hábitos da sociedade elitizada, isso significa que as formas culturais atravessam as classes sociais sem que percebamos, acreditando que o povo pode ser consumidor das mesmas coisas que a elite, criando desta forma uma indústria. Assim a cultura de massa, fornecida pelos meios de comunicação quebra as barreiras das classes sociais e culturais e coloca as bases de uma instável e discutível democrática comunidade cultural.

Nessa perspectiva, a cultura média surge como filha bastarda ou subproduto da cultura de massa, nesse processo, ela se diferencia da cultura de massa: a) por tomar emprestados procedimentos da cultura superior, desbastando-os facilitando-os; b) por usar esses procedimentos, quando eles já são notórios, já foram "consumidos"; c) por rearranjá-los à provocações de efeitos fáceis; d) por vende-los como cultura superior. COELHO (1980. p.20).

A alienação ou uma revelação a quem a consome. Na questão de alienação o indivíduo foge da sua realidade cultural com um único intuito, trocar seus produtos por moedas criando uma sociedade capitalista monopolizada. A revelação, é que leva o indivíduo a outra visão de mundo. A indústria cultural faz com que percamos a essência da realidade, proporcionando ao homem a necessidade de consumir incessavelmente.A sociedade de consumo tem, claramente, um forte encanto e traz consigo muitos benefícios econômicos. Também seria injusto argumentar que as vantagens obtidas por uma geração anterior de consumidores não deveriam ser compartilhadas pela geração seguinte. Todavia, o aumento disparado do consumo na última década – e as projeções alucinantes que logicamente dele derivam – indica que o mundo como um todo se verá, em breve, frente a um grande dilema. (Gardner, Assadourian e Sarin, 2004: 4)

O Meio Ambiente é uma manifestação da constante transformação, da natureza e da sociedade humana. Devido ao nosso egocentrismo, e consumismo sem limite, na busca constante de suprirmos nossos desejos econômico, buscando sempre viver de aparência e isto fazendo às custas de derrubadas de árvores, queimadas, extinção de espécies, poluição do ar, do solo e da água, não importando ao menos se todo este descaso com o planeta vai valer mesmo a pena, pois para que todo este lucro, esta aparência de ser o melhor, de ter a melhor casa e o melhor carro a melhor conta bancária, sendo que não terá como aproveitar, já que o planeta já reclama e está a beira de um colapso total. E para que tanto se gerações futuras também não aproveitará esta fortuna.

Este descaso já vem de longe, o meio ambiente está sofrendo profundas alterações, às vezes são rastro de destruição jamais recuperados, ou seja perdidas, pondo em perigo a sua própria existência, pois através desta destruição é que pode esta algum tipo de cura jamais conhecidos.

O ritmo consumista está trazendo problemas seríssimos, insustentáveis, não se pode nem medir o valor da perda só assistindo o planeta responder de forma dramática.

Os cenários como shoppings, arranhas-céus, indústrias, são considerados normais, os valores relacionados com a natureza não tem valor, na verdade é tratada como empecilho ao progresso.

Estas construções levam a várias complicações, pois muitas delas são feitas sem medir o impacto que podem causar. Ruas, quando chove, ficam inundadas. Carros parece que têm mais que gente, um trânsito louco, poluição constante.

Cultura de massa são todos os tipos de expressões culturais produzidos na Indústria Cultural, com o objetivo de alcançar o maior número de pessoas possível. Seu foco é essencialmente comercial, ou seja, gerar produtos para consumo.

A cultura popular e erudita são produzidas respectivamente pelas classes populares e de elite. Já a cultura de massa é produzida para as massas, e não pelas massas (pessoas).

A cultura de massa cria produtos que possam ser consumidos pela maioria das pessoas, seguindo um padrão para o consumo imediato.

Alguns exemplos da cultura de massa, são:

  • músicas,
  • filmes,
  • gêneros de dança,
  • séries de televisão,
  • revistas,
  • desenhos animados,
  • moda,
  • gastronomia.

O rádio, a televisão, os jornais, as revistas e, principalmente, a internet são os principais aliados da Indústria Cultural para a disseminação da cultura de massa.

Funcionam como o meio de comunicação que ajuda no processo de distribuição cultural para os consumidores (a massa).

Vale ressaltar que o termo "massa" não está relacionado, neste caso, com classes sociais, mas unicamente com o grupo formado pela maioria das pessoas de uma sociedade.

Indústria Cultural e Cultura de Massa

Os conceitos de Indústria Cultural e Cultura de Massa foram cunhados pela famosa Escola de Frankfurt, na Alemanha. Essa escola era liderada pelos autores Theodor Adorno (1903 - 1969), Max Horkheimer (1895 - 1973) e Walter Benjamin (1892 - 1940).

Os autores entenderam que diferente da Cultura Erudita e a Cultura Popular, a Cultura de Massa é produzida para as massas e não por elas.

A Cultura de Massa é produzida pela Indústria Cultural, ou seja, um conjunto de grandes empresas que pertencem à classe dominante que tem por objetivo produzir cultura.

A Indústria Cultura busca massificar e padronizar elementos e valores da cultura erudita e popular, numa forma de produtos e serviços para consumo da grande massa.

Essa massificação é feita através de novelas, filmes, séries, shows, programas de TV, entre outros.

Saiba mais sobre O que é Indústria Cultural e o Cultura.

Diferenças entre Cultura de Massa, Cultura Popular e Cultura Erudita

A cultura erudita envolve todo o tipo de produção que exige uma maior elaboração técnica, a partir de estudos e análises críticas sobre o conteúdo. Este tipo de cultura costuma ser direcionada para as elites sociais e econômicas. É consumida principalmente por intelectuais.

Já a cultura popular, ao contrário da erudita, é aquela que nasce a partir do povo de modo natural. É caracterizada por manifestações que expressam a identidade cultural de uma comunidade específica.

A cultura de massa pode utilizar de elementos que sejam particulares tanto da cultura popular como da erudita, mas banalizando e ignorando os seus conteúdos de origem.

Isto pelo fato da Indústria Cultural valorizar apenas aquilo que é do gosto das massas e que tem potencial lucrativo, marginalizando outras manifestações culturais legítimas.

Muita gente confunde, mas a cultura popular e a cultura de massa são totalmente distintas. A primeira é fruto do povo, da identidade cultural de uma sociedade. Já a segunda é produto da Indústria Cultural e não tem a intenção de carregar ou transmitir valores simbólicos.

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