Como comparar itens da mesma habilidade no enem

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Saber como funciona a TRI (Teoria de Resposta ao Item) na nota do Enem pode deixar muita gente de cabelo em pé, não é mesmo?

Como é uma coisa que pouca gente sabe explicar de uma forma clara, também fica difícil de entender como ela realmente funciona.

Mas, afinal, como tudo começou?

A Teoria Clássica dos Testes (TCT) possui algumas limitações quando o assunto é comparar desempenhos em provas diferentes, porque ela só mede o número de acertos em uma prova.

O cenário que existia em relação à prova do Enem era justamente com essa dificuldade. Por isso, o uso da TRI na nota no Enem teve as finalidades de permitir:

• a comparação dos resultados entre os anos,
• a aplicação da prova várias vezes ao ano.

A questão do chute na TRI

O modelo utilizado no Enem segue três parâmetros de avaliação:

• o de discriminação, que diferencia os participantes que dominam e os que não dominam a habilidade exigida em determinada questão; • o de dificuldade, capaz de avaliar a complexidade da questão – quanto maior seu valor, mais difícil é o item e vice-versa – e é expresso na mesma escala da proficiência;

• o de acerto casual, que significa a probabilidade de um participante acertar a questão sem dominar a habilidade exigida (famoso “chute”).

Isso é conseguido por meio de pré-testagens dos itens, ou seja, alguns alunos fazem uma prova teste para que se avaliem as questões em uma escala de acordo com o nível de conhecimento que elas exigem. Elas são divididas em “fáceis”, “médias” e “difíceis”.

Essas questões passam a fazer parte de um banco de itens na escala de proficiência desejada e a partir dele é possível elaborar um ou mais testes, de acordo com as necessidades.

Assim, as proficiências são medidas na mesma escala e possíveis de serem comparadas.

Resumindo

A TRI leva em conta não só o número de acertos, mas também o padrão de respostas do participante da prova.

Fonte: Quero Bolsa

Leitura focada

As provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possuem um método de correção específico chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI). É através dela que se chega à pontuação obtida pelos participantes.

Contudo, diferente de muitos vestibulares em que a pontuação final depende da quantidade de acertos, na TRI existem outras variáveis. A correção pelo sistema TRI avalia três parâmetros:

    • Discriminação: sendo possível diferenciar aqueles candidatos que dominam e os que não dominam a habilidade cobrada em determinada questão;

    • Dificuldade: capaz de avaliar a complexidade da questão, sendo que quanto mais difícil ela é, maior o seu valor;

    • Acerto casual: corresponde à probabilidade de um participante acertar a questão sem ter domínio da habilidade exigida, conhecido popularmente como o “chute”.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a escolha de se usar a Teoria de Resposta ao Item (TRI) no Enem teve dois objetivos: 

      1) Permitir a comparação dos resultados entre as edições do Enem;
      2) Permitir a aplicação do Enem várias vezes ao ano, pois na TRI uma escala métrica é estabelecida. 

Essa metodologia também é usada no Exame Nacional Para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e em exames internacionais, como o Scholastic Aptitude Test (SAT), uma espécie de Enem dos Estados Unidos, e o exame de proficiência em língua inglesa TOEFL.

Como funciona a TRI na prática

Muitos estudantes “quebram a cabeça” tentando calcular a sua nota do Enem. O esforço é em vão, pois é impossível fazer o cálculo da nota baseado apenas na quantidade de acertos.

Para ficar mais claro o entendimento, na TRI é desenvolvida uma escala padrão de conhecimento, da mesma forma que existem escalas padrões para mensurar comprimento (metro) e temperatura (Celsius), por exemplo. Por isso, as provas do Enem possuem o mesmo nível, apesar das questões serem diferentes.

As questões do Enem são retiradas de um Banco Nacional de Itens (BNI), alimentado anualmente por professores. Antes de compor o BNI, as questões são testadas em estudantes de escolas públicas – eles não sabem que estão respondendo questões que, futuramente, podem aparecer no Enem.

Esses pré-testes são fundamentais para calibrar os itens de acordo com a TRI, ou seja, as questões são revisadas, classificadas em relação à sua dificuldade e só depois de aprovadas passam a compor o BNI. Por isso o Enem não costuma cobrar temas atuais, já que as questões foram elaboradas meses ou anos antes da aplicação.

Comparando as notas do Enem

Como o nível do Enem é igual em todos os anos, é possível um processo seletivo aceitar notas de várias edições do exame. Isso acontece, por exemplo, no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que aceita as notas de todas as edições do Enem desde 2010.

No entanto, com a TRI não é possível comparar o número de acertos em uma área do conhecimento com o de outra. Cada área do conhecimento tem sua própria metodologia de classificação. 

Sendo assim, acertar 50 itens em uma área não significa, necessariamente, ter uma pontuação maior do que em outra, cujo número de acertos tenha sido 45, por exemplo. Além disso, por serem áreas do conhecimento distintas, não é possível fazer uma relação direta entre as escalas de proficiência.

O mesmo acontece no caso de candidatos que tenham acertado a mesma quantidade de questões. Isso não quer dizer que eles terão obtido a mesma pontuação, pois podem ter acertado itens com nível de dificuldade diferentes.

A TRI também analisa a proficiência de cada participante, avaliando quais acertos tiveram mais coerência e quais foram em questões consideradas fáceis, médias ou difíceis. Também são avaliados os acertos não coerentes, ou seja, quando o participante acerta questões difíceis, mas erra as fáceis.

Partindo deste princípio, a TRI consegue determinar se o acerto foi em decorrência de sorte, por meio de chute, fazendo com que nestes casos a nota seja reduzida.

Em resumo, participantes que acertaram a mesma quantidade de questões provavelmente terão notas diferentes porque a TRI analisa quais questões cada estudante acertou e em quais circunstâncias (há uma coerência ou foi chute?).

Como comparar itens da mesma habilidade no enem
Crédito da imagem: Poliedro

Então, é melhor não chutar?

Mesmo o sistema conseguindo distinguir quando o candidato chutou a questão, na dúvida entre deixar o item em branco ou chutar, a melhor alternativa com certeza é o chute. A questão em branco vale muito menos do que o acerto casual.

Melhor acertar questões fáceis ou difíceis?

Baseado na lógica do cálculo feito pela TRI, o participante terá melhor desempenho em sua nota se acertar mais questões fáceis e médias do que as difíceis, pois o sistema entende que o participante apresentou um comportamento coerente, ou seja, não “chutou”.

A TRI interpreta que um estudante com acertos apenas nos itens mais difíceis tenha mais chance de ter chutado a resposta do que de fato conseguido resolvê-la a partir de seus próprios conhecimentos.

Há alguma forma de saber minha nota antes do resultado?

Infelizmente, não. No entanto, dá para ter uma noção do desempenho baseado na porcentagem de acertos. Um participante que acertou 70% das questões tem grande chance de conseguir uma vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU). No caso de Medicina, o índice de acertos precisa ser maior, algo em torno de 80%.

Como comparar itens da mesma habilidade no enem

A correção do Enem obedece a um método específico que foi selecionado para garantir uma nota final mais justa aos estudantes. No entanto, nem sempre é tão fácil compreender como são feitos tais cálculos.

A dificuldade em fazer essa contagem surpreende muitos estudantes quando os resultados são divulgados. Por isso, é importante saber como é feita a correção do Enem para se preparar adequadamente, superando as dificuldades e salientando os pontos fortes!

Acompanhe como é feita a correção do Enem pelos especialistas do MEC e estude para as provas de forma mais assertiva!

Método antichute no Enem

O que muita gente não sabe é que a correção e a formulação do Enem foram pensadas para evitar que estudantes pontuem acidentalmente, ou seja, chutando alternativas aleatórias durante a prova.

Essa técnica é chamada de teoria da resposta ao item ou TRI. O TRI é um método de correção bastante vantajoso para quem está se preparando de verdade, mas que também costuma ser confuso para a compreensão de como os pontos são somados.

A diferença principal entre o Enem e os vestibulares das universidades é que o critério para a nota não é somente a soma dos acertos mais a nota da redação. A pontuação final também considera a coerência entre respostas de mesmo tema ou conceitos.

Esse é o motivo pelo qual, mesmo conferindo o gabarito, a pontuação pode não bater somente pela soma de acertos. Apesar de causar ansiedade, o método é bastante seguro para evitar que estudantes ainda com conhecimento insuficiente acessem a universidade.

Comparação entre acertos

Comparar acertos entre os estudantes também pode não condizer com os resultados finais, ou seja, dois gabaritos com o mesmo número de acertos provavelmente não farão a mesma pontuação ao final da avaliação.

Isso ocorre porque a coerência entre as respostas totais de dois estudantes comparando gabaritos provavelmente será diferente, ainda que com o mesmo número total de acertos. Um estudante que pontua em somente uma das questões que envolvem probabilidade, por exemplo, tem grandes chances de ter chutado o item.

No entanto, o processo é bem mais complexo e baseado em um método científico seguro, por isso os candidatos podem ficar tranquilos. A ideia é não prejudicar quem realmente estudou e somente evitar acertos acidentais.

O modelo base do Enem são provas com 45 questões cada, com exceção da redação, que é corrigida de acordo com critérios de linguagem, escrita, ortografia, coesão e coerência, além de se manter fiel ao tema proposto.

Outra vantagem da correção baseada no método TRI é que ele confere se os estudantes que acertaram questões complexas sobre determinado tema também conseguiram pontuar com questões mais fáceis do mesmo assunto, tema ou conceito.

Essa é uma forma inteligente de selecionar os estudantes que realmente aprenderam e sabem o conteúdo, afinal, quem acerta uma questão complexa provavelmente não erra outra menos complicada sobre o mesmo assunto.

Seleção das questões

Outra dúvida comum aos estudantes que prestam o Enem é como são feitas e selecionadas as questões que constam na prova. 

No Brasil, temos o Banco Nacional de Itens (BNI), que recebe novas questões constantemente. Basicamente, especialistas de todas as áreas formulam questões e enviam para o Banco, que se torna a fonte da composição final do Enem.

Outros especialistas ligados ao Inep selecionam as melhores questões, que são testadas antecipadamente por estudantes. Dessa forma, é possível medir o nível de dificuldade e de complexidade de cada questão.

Essa etapa é fundamental para servir de base à correção, já que o modelo TRI considera a coerência a partir de complexidade e mesmo campo teórico ou temático.

Ao final de cada etapa de construção das provas do Enem, o Inep possui diversas questões selecionadas, separadas por nível de complexidade. Assim, é possível construir diversas provas que chegarão ao mesmo valor final em nota, mas com questões diferentes.

Parâmetros para a correção do ENEM segundo o modelo TRI

De acordo com o Inep, o modelo matemático TRI utilizado para formulação e correção das questões do Enem é guiado por três parâmetros básicos, que estão descritos mais adiante. Acompanhe a leitura!

Discriminação

O parâmetro de discriminação corresponde a elementos utilizados para discriminar, em razão da resolução das questões, os estudantes que realmente dominam o conceito ou habilidade cerne da questão.

Assim, uma questão sobre limites geográficos testará o poder de discriminação que o estudante realmente possui sobre o tema.

Dificuldade

O parâmetro de dificuldade é o que o Inep utiliza para valorar o quanto determinada habilidade é difícil de ser apropriada. É importante observar que o grau de dificuldade é medido em relação à habilidade, e não em relação à questão.

Esse é um dos parâmetros que dificultam para que o estudante saiba sua nota, já que, quanto maior o nível de dificuldade, maior a nota concedida pelo acerto na questão.

A base desse parâmetro funciona da mesma forma que provas de proficiência em línguas.

Acerto casual

O acerto casual é quando o estudante chuta ou supõe a resposta correta. Atualmente, o Enem é formulado visando a dificultar esse fator. 

Dessa forma, as questões elaboradas buscam reduzir potencialmente essa possibilidade, que também é prevista na coerência entre diversas questões de mesmo tema e habilidade.

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Regras de proficiência

Atualmente, a proficiência dos estudantes não varia mais de zero a mil em cada campo do conhecimento. Essa forma de correção só é feita na prova de redação.

Nos demais conteúdos, os valores mínimos e máximos são definidos em razão dos itens selecionados pelo estudante.

Embora não seja possível ao candidato calcular sua nota com o gabarito em mãos, o ideal é ter uma boa noção de como a correção é feita. Alcançar uma boa nota na redação e investir muito na compreensão e na interpretação dos enunciados é uma excelente estratégia.

Desde seu início, o Enem é considerado uma prova longa e bastante cansativa. Assim, quando o estudante possui boa compreensão e capacidade de leitura e interpretação de enunciados longos, suas chances de obter notas mais altas são elevadas.

O cansaço também é um inimigo, já que muitas horas de prova podem influenciar diretamente no desempenho na nota final. Para evitar esse fator, a melhor estratégia são os simulados.

Os simulados conseguem replicar condições reais das provas o máximo possível, como tempo, enunciados, quantidade de questões e habilidades a serem testadas. O desafio é se manter motivado para os estudos e para a resolução das provas.

Por isso, o melhor é estudar em um colégio que se preocupa com seu desempenho no Enem e faz dos simulados um projeto contínuo para a educação no Ensino Médio. 

Conte com os Cursos do Poliedro para se preparar para as habilidades exigidas no Enem e garanta seu sucesso para acesso à universidade!