Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares

Os protozoários pertencem ao reino Protista, do qual também fazem parte as algas. As algas são protistas autótrofos (fabricam seu próprio alimento por fotossíntese ou quimiossíntese), enquanto os protozoários são heterótrofos (não sintetizam seu alimento). Este grupo é formado por cerca de 45 mil espécies, agrupadas em quatro filos: Sarcodina, Flagellata, Ciliophora e Sporozoa. Esta classificação baseia-se nas estruturas de locomoção. São seres microscópicos, unicelulares e eucariontes (com núcleo definido).

A maioria das espécies habita ambientes aquáticos de água doce ou salgada, mas algumas são encontradas também em ambientes terrestres úmidos. Possuem papel importante nas cadeias alimentares, em relações de simbiose e também de parasitismo.

Características gerais dos protozoários

A membrana plasmática da célula de um protozoário pode ser simples ou recoberta por uma carapaça calcária rígida. Através dela são realizadas as trocas gasosas e a absorção e excreção de substâncias.

A digestão é realizada através de vacúolos digestivos, estruturas que se formam no interior da célula após a ingestão de partículas externas. Os resíduos são excretados, juntamente com o vacúolo, podendo ser eliminados por toda a superfície celular.

Existem três tipos de estruturas locomotoras: os pseudópodes, os cílios e os flagelos. Os pseudópodes são expansões transitórias do citoplasma, os cílios são filamentos curtos e numerosos, enquanto os flagelos são estruturas mais longas e que, geralmente, ocorrem em menor número.

Os protozoários podem se reproduzir tanto assexuada quanto sexuadamente. Na reprodução assexuada, a célula cresce até se dividir em dois novos organismos. Este processo é chamado de divisão binária. A reprodução sexuada ocorre por conjugação, quando dois indivíduos se unem, trocam material genético e originam novos protozoários. Em algumas espécies, ocorre a alternância de gerações (sexuada e assexuada) e a formação de esporos.

Filo Sarcodina

Os sarcodíneos são protozoários que se locomovem através de pseudópodes, são de vida livre e se reproduzem por divisão binária. Existem cerca de 12 mil espécies dentro deste grupo, que é dividido em: amebas, foraminíferos, radiolários e heliozoários.

Muitas espécies de amebas estabelecem relações de comensalismo com o homem e outros animais. Um exemplo é a Entamoeba coli, que habita o intestino de diversos animais sem causar-lhes nenhum prejuízo. Outras espécies são parasitas, como a Entamoeba histolytica, que causa a disenteria amebiana ou amebíase, doença caracterizada por lesões no intestino e fortes diarreias.

Os foraminíferos são protozoários que apresentam uma carapaça calcária externa, formada por diversas câmaras e com inúmeras perfurações. Por cada um desses orifícios são emitidos os pseudópodes. Muitas espécies fósseis são utilizadas como indicadores na busca por poços petrolíferos.

Os radiolários e os heliozoários apresentam pseudópodes extremamente finos e projetados, como raios, ao redor da célula. Eles possuem uma estrutura de sustentação interna, composta por inúmeras placas e espículas de sílica. Os radiolários são exclusivamente marinhos; já os heliozoários podem ser encontrados tanto na água doce como na salgada.

Filo Flagellata

Os flagelados apresentam um ou dois flagelos, através dos quais se locomovem e capturam alimentos. São de vida livre ou sésseis e reproduzem-se por divisão binária ou sexuadamente. Existem cerca de 2 mil espécies de flagelados, muitas das quais são parasitas do homem.

A leishmaniose, também conhecida como úlcera de Bauru, é uma doença causada por um flagelado, o Leishmania brasiliensis. É transmitida pela picada de mosquitos contaminados e causa feridas na pele e nas mucosas.

O Tripanosoma cruzi, outro flagelado, provoca a doença de Chagas. A forma mais comum de contaminação ocorre quando percevejos (barbeiros) contaminados liberam os protozoários em suas fezes e, através da ferida provocada pela picada, estes penetram na corrente sanguínea humana. A doença provoca lesões em diversos órgãos, inclusive no coração, podendo levar à morte por insuficiência cardíaca.

Outras doenças causadas por flagelados são a giardíase e a tricomoníase. A primeira causa fortes diarréias e lesões intestinais, enquanto a segunda provoca infecções na uretra e na vagina.

Filo Ciliophora

Os ciliados possuem cílios para a locomoção e captura de alimentos. A reprodução ocorre por divisão binária ou conjugação. As cerca de 6 mil espécies de ciliados são, em sua maioria, de vida livre, existindo poucos exemplares parasitas.

Entre os ciliados parasitas, encontram-se espécies consideradas gigantes, para os padrões dos protozoários, como é o caso do Paramecium caudatum, ou simplesmente paramécio, que pode chegar a cinco milímetros de comprimento.

Filo Sporozoa

São protozoários que não possuem estruturas locomotoras. O grupo abrange cerca de 5 mil espécies, todas parasitas de vertebrados e invertebrados. Reproduzem-se através da alternância de gerações sexuada e assexuada e da produção de esporos.

Duas doenças causadas pelos esporozoários são a malária e a toxoplasmose. A malária é transmitida pela picada de mosquitos do gênero Anopheles contaminados por protozoários de três espécies: Plasmodium vivax, P. malariae e P. falciparum. Esta doença provoca acessos de febre em intervalos cíclicos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40% da população mundial, principalmente nos trópicos, convive com o risco de contrair malária.

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo esporozoário Toxoplasma gondii, que possui como hospedeiros animais domésticos como gatos, cachorros, roedores, entre outros.

A contaminação pode ocorrer de três maneiras: ingestão de esporos presentes em carnes cruas ou mal-passadas, ingestão de bebidas ou comidas contaminadas com os cistos ou, de forma congênita, quando a mulher grávida transmite a doença ao feto. Alguns dos sintomas dessa doença incluem febre, manchas vermelhas pelo corpo e mal-estar.

Os cinco reinos dos seres vivos são:

  • Monera;

  • Protista ou Protoctista;

  • Fungi;

  • Plantae;

  • Animalia.

Apesar de essa classificação já ter sofrido mudanças nos dias atuais, é ainda muito abordada nos livros didáticos. Neste texto aprofundaremos o conhecimento a respeito dos cinco reinos e entenderemos algumas das mudanças observadas nos sistemas de classificação mais atuais.

Leia também: Características de um ser vivo

Características dos cinco reinos dos seres vivos

Sabemos que, de acordo com as suas semelhanças, todos os seres vivos estão agrupados em diferentes categorias, que vão de domínio até espécie. O reino é uma das categorias de maior abrangência e engloba seres vivos que apresentam características semelhantes, porém algumas peculiaridades importantes. De acordo com a classificação proposta pelo pesquisador Whittaker, em 1969, os seres vivos podem ser incluídos em cinco reinos: Monera, Protista ou Protoctista, Fungi, Plantae e Animalia.

Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares
As bactérias estão incluídas, na classificação em cinco reinos, no reino Monera.

O Reino Monera é um grupo com seres bastante simples. Todos os integrantes são formados por apenas uma célula (unicelulares), a qual não apresenta núcleo definido (célula procariótica). Alguns representantes são capazes de produzir seu próprio alimento (autotróficos), enquanto outros precisam retirar seus nutrientes de outros organismos vivos (heterotróficos). Estão incluídas, nesse grupo, todas as espécies de bactérias e cianobactérias.

Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares
Os protozoários fazem parte do reino Protista.

O Reino Protista ou Protoctista, diferentemente do Reino Monera, não apresenta indivíduos com células procarióticas, sendo todos os representantes eucarióticos. Nesse grupo, encontramos seres unicelulares e multicelulares e também organismos com nutrição autotrófica e heterotrófica. Esse reino possui organismos bastante diversificados, e muitas pessoas costumam dizer até mesmo que nele estão agrupados os seres que simplesmente não se encaixam em outros reinos. Como representantes, podemos citar os protozoários e as algas.

Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares
Cogumelos, bolores e leveduras fazem parte do reino Fungi.

O Reino Fungi apresenta organismos unicelulares ou multicelulares e com célula eucariótica. Todos os representantes, diferentemente dos reinos acima, são heterotróficos, ou seja, incapazes de produzir seu alimento. Essa é a principal característica que permite distinguir esse grupo das plantas. Estão incluídos nesse reino todos os cogumelos, bolores e leveduras.

Leia também: Seres vivos e não vivos: qual a diferença?

Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares
Os vegetais fazem parte do Reino Plantae.

O Reino Plantae é composto por organismos autotróficos (com exceção de plantas parasitas), multicelulares e que possuem células eucarióticas. É um grupo bastante diversificado e engloba todas as plantas existentes no planeta. As plantas possuem as algas verdes como ancestrais.

Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares
Todos os animais fazem parte do Reino Animalia.

Por fim, temos o Reino Animalia, o reino ao qual pertencemos. Ele possui representantes heterotróficos, multicelulares e com células eucarióticas.

Temos ainda os vírus, porém eles não são classificados em nenhum dos reinos estudados. Muitos estudiosos não consideram esses seres como vivos, uma vez que não possuem célula e nenhum metabolismo fora das células parasitadas por eles. Entretanto, esses seres possuem material genético e são capazes de evoluir, o que faz com que muitos os considerem seres vivos.

Leia também: Vírus são seres vivos?

Classificação em seis reinos

Muitas mudanças ocorreram nos sistemas de classificação ao longo do tempo. Inicialmente os seres vivos eram agrupados em dois grandes grupos: o dos vegetais e o dos animais. Com o surgimento de avanços tecnológicos, foi possível perceber que nem todos os seres vivos poderiam ser classificados apenas em duas categorias. Foram então surgindo sistemas de classificação cada vez mais complexos.

Dos grupos de organismos citados a seguir, qual apresenta organismos exclusivamente multicelulares
A classificação em três domínios fez com que o reino Monera deixasse de existir.

Por muito tempo se considerou a classificação dos seres vivos em cinco reinos, entretanto, à medida que as análises genéticas começaram a ser feitas, percebeu-se que essa classificação apresentava falhas. Em 1977, o pesquisador Carl Woese propôs uma divisão em domínios (uma categoria acima de reino), após a realização de análises de RNA ribossomial. De acordo com essa ideia, os seres vivos eram agrupados em três domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya.

Com a divisão em três domínios, temos algumas mudanças na classificação dos reinos. A principal delas está no fato de que dois domínios (Archaea e Bacteria) englobam seres procarióticos, portanto o Reino Monera, que englobava todos os procariotos, deixa de existir. Desse modo, atualmente, tem se considerado a existência de pelo menos seis reinos: Archaea (Archaebacteria), Bacteria (Eubacteria), Protista, Fungi, Plantae e Animalia.

Vale destacar que, à medida que novas tecnologias são criadas e mais estudos vão sendo realizados, as classificações dos seres vivos sofrem modificações. Atualmente, se você se aprofundar no assunto, descobrirá que outras divisões são propostas por diferentes autores.