Como os jesuítas contribuíram para a expansão do território brasileiro?

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As missões jesuíticas na América foram realizadas por padres da Ordem jesuíta no intuito de evangelizar e civilizar os nativos do Novo Mundo, terras descobertas pelos colonizadores europeus. Conhecidas também pelo nome de reduções, estas missões eram organizadas em aldeamentos de índios que ficavam sob administração dos religiosos.

Entre os principais objetivos das missões jesuíticas na América, estava o de delinear uma sociedade com semelhantes qualidades da europeia, mas eliminando as suas características ruins. As missões podiam ser encontradas em diversas partes do território das colônias e, na opinião de alguns estudiosos, formavam um conjunto das mais observáveis e utópicas organizações da história.

No intuito de iniciar uma aproximação com os nativos, os religiosos das missões jesuíticas na América aprenderam as línguas dos aborígenes e criaram técnicas que facilitassem o convívio. Com isso, acabaram por organizar povos e até mesmo abrigar os indígenas. As missões apresentavam características como: regime comunitário, autossuficiência e infraestruturas cultural, administrativa e econômica completas. Muitos nativos, após serem doutrinados pelos jesuítas, começaram a se comportar de acordo com os costumes europeus.

Após diversas tentativas sem sucesso, o modelo dos missionários acaba se consolidando a partir do século XVII, quando se encontrava espalhado por uma grande parcela do território da América. Porém, alguns setores da Igreja Católica, que discordavam dos métodos dos jesuítas, assim como uma parte dos colonizadores, que achavam a evangelização fora de propósito; e os caçadores de escravos, fizeram uma forte oposição às missões jesuíticas na América.

Apesar das pressões e dos diversos problemas encontrados pelas missões, a partir do século XVIII, as missões jesuíticas na América tornam-se tão influentes que acabam acusadas de tentar criar um império autônomo. A partir de tal premissa, foram difamadas no continente europeu e na América. Em 1759, inicia-se um processo de expulsão dos jesuítas da América, que termina em 1773, com a dissolução da Ordem. Desta forma, o sistema de missões jesuíticas na América sucumbe e ocorre a disseminação dos povos nativos reduzidos.

As missões jesuíticas na América fizeram uma tentativa de introdução do sistema de vida do europeu aos nativos, integrando seus valores e tradições tribais, mas somente até o limite em que as características próprias dos índios não entrassem em conflito com as da fé pregada pelos jesuítas. Debatida por historiadores, os méritos das missões apresentam relevância no que se refere a primeira organização territorial nas colônias.

Fontes:
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3a. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/missoes-jesuiticas-na-america/

AÇÕES EXPANSIONISTAS

As primeiras formas de expansão foram a estratégia oficial da Coroa Portuguesa através do Expansionismo militar e religiosa, porque no meio militar, repelia-se o rival e, em seguida, fundava-se um forte para guarnecer a região. Depois, eram enviadas missões religiosas, que formaram as conhecidas Reduções, onde jesuítas catequisavam e ainda utilizavam mão de obra indígena. Até meados do século XVII foram utilizados outros dois meios de expansionismo que foram a pecuária e o bandeirantismo.

A Pecuária teve seu crescimento para o interior, pois a necessidade de pasto do gado forçava o afastamento das regiões de lavouras açucareiras. Outro fato importante se deu pelo crescimento do mercado interno, com isso, aumentando a necessidade da expansão da cultura bovina no Brasil. É válido destacar que a mão de obra que se estabeleceu da pecuária era, geralmente, mão de obra livre.

O bandeirantismo se constituiu, principalmente, a partir da região de São Vicente, que com a superação econômica da região por Pernambuco começou a utilizar o tráfico indígena como forma de rentabilidade econômica (o lugar chegou a ser apelidado de Porto dos Escravos). Com as invasões holandesas, a necessidade por mão de obra indígena cresceu abruptamente, porque os entraves estabelecidos pelos holandeses ao fornecimento de escravos africanos para várias regiões da costa brasileira, logo se faz sentir a ausência da mão de obra, retomando-se, em consequência, o escravo indígena. O bandeirantismo de caça aos índios ficou conhecida como bandeirantismo de apresamento.

Os bandeirantismos de apresamentos se chocaram com os interesses da Igreja Católica no Brasil. Os bandeirantes usavam o conceito de Guerra Justa para escravizar o índio, porque a escravidão do cativo seria um direito consuetudinário e o período da União Ibérica acelerou os choques, pois a própria Coroa permitiu as ações bandeirantes. Este fato se deu pela desconfiança da Coroa pelo forte poder jesuíta.  Os bandeirantes foram os principais agressores das reduções jesuíticas, valendo-lhe prear grupos sem conta e a conquista de terras nos atuais Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, incorporando-as ao Brasil.

Posteriormente, avançaram muito o Rio Paraguai, dentro de três anos, que acabaram a enfrentar os espanhóis no Peru. Em seguida, navegaram em jangadas o Rio Madeira, adentrando no Rio Amazonas até o Pará. Porém, os jesuítas conseguiram em 1641 uma importante vitória contra os bandeirantes no Rio Uruguai, quando os religiosos promoveram a formação militar dos índios guaranis, com isso, formando um exército indígena com armas e táticas europeias.

Como os jesuítas contribuíram para a expansão do território brasileiro?

Posteriormente, estes bandeirantes foram contratados para combater revoltas como Fuga de escravos e a formação de quilombos (Quilombo dos Palmares, por exemplo); a Guerra dos Bárbaros ou Confederação dos Cariri (índios) que foram combatidos por bandeirantes como Domingos Lopes Velho. O contrato estabelecia o combate em trocas de terras e, com isso, deu nome ao movimento de sertanismo de contrato.

Outro tipo de ação bandeirante foi o bandeirantismo prospector ou de ouro e lavagem, que eram movidos pelo interesse em encontrar ouro ou prata. As missões de buscas por metais preciosos que eram patrocinadas pela Coroa ganhavam a alcunha de Entradas e as que eram pelos rios se chamavam de Monções.

A crise econômica promovida pela decadência do açúcar forçou a busca por novos agentes econômicos. Sendo assim, dentro desta concepção, encontramos as Drogas do Sertão. O extrativismo vegetal consistiu na exploração das chamadas “drogas do sertão”: cacau, guaraná, borracha, urucum, salsaparrilha, castanha-do-pará, gergelim, noz-de-pixurim, baunilha, coco e outras. Por isso, a escravidão encontrou um terreno desfavorável, pois índios tinham mais serventia pelo conhecimento territorial.

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Por último, em 1680, Portugal conquistou a região da Colônia de Sacramento, que foi instalada na margem esquerda do Rio da Prata. Navios ingleses praticavam contrabando na região. Para evitar conflitos diretos com a Espanha, os ingleses utilizavam o intermédio português, por isso, forçaram o expansionismo português para região.

Como os jesuítas contribuíram para a expansão do território brasileiro?

OS TRATADOS DE LIMITES

No Norte, Portugal enfrentava tensões de limitações territoriais com a França, pois este país constantemente enviava agentes a navegarem no Rio Amazonas. No Sul, o enfrentamento era com a Espanha, que não concordava com a presença portuguesa na Colônia de Sacramento. Em 1681 era assinado o Tratado Provisional ou de Lisboa entre Portugal e Espanha, pelo qual os espanhóis reconheciam as posições portuguesas no Prata. Em 1687 os espanhóis procuram reforçar suas posições, fundando os Sete Povos das Missões, nos quais haviam jesuítas espanhóis e índios guaranis, que serviam como uma barreira humana aos portugueses.

Porém, a derrota franco-espanhola na Guerra de Sucessão do Trono Espanhol possibilitou que portugueses estabelecessem vantagens territoriais na América. Com isso, foi assinado o Primeiro Tratado de Utrecht (1713), no qual a França reconheceu o direito exclusivo de navegação no Rio Amazonas e, em contrapartida, houve o reconhecimento de Portugal nas Guianas (Caiena). Em 1715, houve o Segundo Tratado de Utrecht, que a Espanha reconheceu, em definitivo, a Colônia de Sacramento como portuguesa.

Em 1750, foi formulado o Tratado de Madri, utilizando o conceito de UTI POSSIDETIS (critério da ocupação efetiva), Portugal reivindicou parte do território ao oeste do Tratado de Tordesilhas, com isso, a Espanha negociou o reconhecimento pela devolução da Colônia de Sacramento aos espanhóis. A região de Sete Povos das Missões foi dada para Portugal, porém a forte presença de índios guaranis armados e treinados com a conveniência de Jesuítas impossibilitaram a posse portuguesa através das famosas Guerras Guaraníticas (1753 – 1756). Revoltado, em 1761, o ministro Marquês de Pombal anulou o Tratado de Madri através do Tratado de El Pardo (voltando ao contexto dos Tratados de Utrecht).

Em 1777, um novo tratado foi estabelecido, o Tratado de Santo Idelfonso. Com este tratado houve praticamente a revalidação do Tratado de Madri. Entretanto, os espanhóis revalidaram a posse sobre Sete Povos das Missões. Em troca, eles reconheceram a posse portuguesa sobre a margem esquerda do Rio da Prata e devolveram a Ilha de Santa Catarina para Portugal.

1801, o Tratado de Badajóz forçou a Portugal a acordar com um desvantajoso tratado territorial que atingiu suas terras na Europa e na América. Na Europa, Portugal reconheceu a posse espanhola pela região de Olivença. Na América cedeu parte do Amapá para França e, posteriormente, concedeu em definitivo Sacramento para os espanhóis. Posteriormente, o avanço gaúcho sobre Sete Povos das Missões permitiu que a região fosse incorporada oficialmente pelos portugueses.

Como os jesuítas contribuíram para a expansão do território brasileiro?

Como os jesuítas colaboraram para a expansão do território?

As missões jesuíticas contribuíram para a expansão Territorial da América portuguesa porque eles conseguiram explorar territórios antes inimagináveis devido aos processos de criação de acampamentos e explorações via navegação fluvial e também pela Via terrestre.

Qual foi o papel dos jesuítas na expansão do território brasileiro?

Os jesuítas liderados por Manoel da Nóbrega chegaram à colônia Brasil em 1549, junto a Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral enviado por Portugal. A principal função dos jesuítas, ao virem ao Brasil, era evangelizar, catequizar e tornar cristãos os indígenas que habitavam estas terras.

Como os jesuítas ajudaram na colonização do Brasil?

No Brasil, eles chegaram em 1549 com o objetivo de cristianizar as populações indígenas do território colonial. Incumbidos dessa missão, promoveram a criação das missões, onde organizavam as populações indígenas em torno de um regime que combinava trabalho e religiosidade.

Qual a importância da ação dos jesuítas na expansão e no domínio do território da colônia?

Resposta. À medida que os grupos indígenas se afastavam do litoral, fugindo das invasões das suas terras, os jesuítas também seguiam para o interior do território, fundando entre os séculos XVII e XVIII, aldeamentos na Amazônia e no Sul e Nordeste do Brasil.