Os sintomas dependem da região onde está localizado o tumor. Os mais perceptíveis são perda de apetite e de peso, fraqueza, diarreia e tontura; O tumor que atinge a cabeça do pâncreas provoca icterícia, doença que deixa a pele e os olhos amarelados. Dores no abdômen e nas costas, indigestão, perda de peso e cansaço podem ser comuns e parecer inofensivos à primeira vista, mas em alguns casos podem indicar um problema grave: o
câncer no pâncreas. Esses sintomas podem demorar a surgir, dificultar o diagnóstico precoce e, consequentemente, o tratamento. Atualmente, apenas uma em cada 10 pessoas diagnosticadas com câncer no pâncreas sobrevive mais do que cinco anos. Isso acontece principalmente porque os pacientes são diagnosticados tardiamente, quando as opções de tratamento já
são muito limitadas, segundo a Pancreatic Cancer UK, organização que luta contra esse tipo de câncer no Reino Unido. A maioria dos casos de câncer no pâncreas não apresenta sintomas na fase inicial, ou apenas muito leves, o que dificulta a sua identificação. Entretanto, quando estes sintomas estão intensos ou quando outros sintomas surgem, é possível que se esteja em uma fase avançada. Pelo fato de ser de difícil detecção, o câncer no pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta
do diagnóstico tardio e de seu comportamento agressivo. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de cânceres diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença. Acredita-se que esta será a segunda causa de óbito por câncer nas próximas décadas, já que a maioria dos pacientes é diagnosticada tardiamente e, infelizmente, tem uma expectativa de vida reduzida após o diagnóstico e tratamento”, alerta Dr. Ricardo Motta, cirurgião oncológico do HCor. Segundo o
cirurgião oncológico do HCor, o cigarro aparece como principal fator de risco para o surgimento desse tipo de câncer. “Quem faz uso do cigarro e seus derivados tem três vezes mais chances de desenvolver câncer no pâncreas do que os não fumantes. E quanto maior a quantidade e o tempo de consumo, maior o risco. A doença também está relacionada ao consumo excessivo de gordura, carnes e de bebidas alcoólicas, e à exposição a compostos químicos, como solventes e petróleo, durante longo tempo”,
esclarece. As pessoas que sofrem de pancreatite crônica ou de diabetes melitus, submetidas a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno, que passaram pela retirada da vesícula biliar, bem como com histórico familiar de câncer têm mais chances de desenvolver a doença. Sintomas de câncer Os sintomas dependem da região onde está localizado o tumor. Os mais perceptíveis são perda de apetite e de peso, fraqueza, diarreia e tontura. “O tumor que atinge a cabeça do
pâncreas provoca icterícia, doença que deixa a pele e os olhos amarelados. Quando o tumor avança, um alerta comum é a dor na região das costas, no início, de baixa intensidade, podendo ficar mais forte”, explica o oncologista Dr. Ricardo Motta. Diagnóstico Entre os exames que podem ser solicitados estão os de sangue, fezes, urina, ultrassonografia abdominal, tomografia, ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas. A confirmação se dá por biópsia de
tecido do órgão. Tratamento para câncer O câncer no pâncreas tem chances de cura se for descoberto na fase inicial. Nos casos onde a cirurgia é uma opção, o mais indicado é a retirada do tumor. “Há, ainda, os procedimentos de radioterapia e quimioterapia, associados ou não, que podem ser utilizados para redução do tamanho do tumor e alívio dos sintomas”, aponta o cirurgião oncológico do HCor. Prevenção do câncer Não fumar, evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, além de adotar dieta balanceada, rica em frutas e vegetais, são medidas válidas para prevenir o câncer no pâncreas. Pancreatite (CID 10 - K85) é a inflamação no pâncreas. O pâncreas é uma glândula localizada atrás do estômago no abdome superior. Entre as suas funções está fazer a digestão das gorduras e carboidratos que ingerimos usando o suco pancreático, substância que contém enzimas digestivas. Além disso, o pâncreas é responsável por produzir os hormônios insulina e glucagon. A insulina é responsável por reduzir as taxas de açúcar no sangue, ao passo que o glucagon tem o efeito contrário, aumentando essas concentrações. Assim o pâncreas funciona como dois órgãos existindo em um só.
Foto: Getty Images Pancreatite ocorre quando as enzimas digestivas produzidas no pâncreas tornam-se ativadas enquanto no interior do pâncreas, causando danos ao órgão. Saiba mais: Abandone 10 hábitos que favorecem a má digestão Durante a
digestão normal, as enzimas pancreáticas inativadas se movem através de dutos em seu pâncreas e viajam para o intestino delgado, onde as enzimas são ativadas e ajudam na digestão. Na pancreatite, as enzimas são ativadas quando ainda no pâncreas. Isto faz com que as enzimas destruam as estruturas das células, causando inflamação e os sinais e sintomas associados com a pancreatite. Com acessos repetidos de pancreatite aguda, o dano ao pâncreas pode ocorrer e levar a pancreatite crônica. O tecido cicatricial pode se formar no pâncreas, causando a perda da função. Um pâncreas que não funcionam bem pode causar problemas de digestão e diabetes. Segundo o gastroenterologista Henrique Perobelli Schleinstein, as causas de pancreatite mais comuns são cálculos na via biliar, alcoolismo e hipertrigliceridemia (triglicérides altos). Além disso, causas autoimunes também estão envolvidas mais raramente, assim como deformidades embriológicas como o pâncreas divisum. Os casos leves de pancreatite podem desaparecer sem tratamento, mas casos graves podem causar complicações com risco de vida. O nível elevado de triglicérides - que pode provocar a pancreatite, como dito
anteriormente - é a principal característica da Síndrome da Quilomicronemia Familiar (SQF), uma doença rara de origem genética e que acomete um a dois indivíduos por milhão de pessoas. Isso acontece porque pessoas com SQF não produzem a quantidade ideal de lipase lipoproteica, uma enzima que ajuda a quebrar as moléculas de gordura dos alimentos. Assim, a circulação sanguínea fica com excesso de quilomícrons, uma lipoproteína responsável por transportar a gordura para os tecidos que vão transformá-la em energia. “Normalmente, os quilomícrons são eliminados rapidamente após a refeição. Porém, nessa condição genética, isso não acontece, eles permanecem na circulação de uma maneira indefinida, mesmo com 12 a 14 horas de jejum”, explica a cardiologista Maria Cristina Izar. Na SQF, quando a gordura dos alimentos não é decomposta, os triglicérides se acumulam no sangue, atingindo valores acima de 1.000 mg/dl. Além de causar crises de pancreatite recorrentes ou agudas, esse distúrbio pode ocasionar xantomas eruptivos (excesso de gordura na pele), dores abdominais, sangue com aparência cremosa, infiltração gordurosa do fígado, alterações na retina, sintomas neurológicos e aumento anormal do fígado e baço. Algumas dessas complicações, principalmente a pancreatite, podem levar à morte. Ainda não existem medicamentos disponíveis para tratar a Síndrome da Quilomicronemia Familiar. Por isso, a principal maneira de controlar a doença é através de uma alimentação com baixo teor de gordura. Existem dois tipos de pancreatite: a aguda e a crônica. Entenda mais a seguir: O início da pancreatite aguda é, frequentemente, muito repentina. A inflamação geralmente desaparece dentro de poucos dias, uma vez que o tratamento começa. De acordo com o DATASUS, no Brasil são registrados cerca de 15,9 casos a cada 100 mil habitantes todos os anos. Saiba mais: Consumo de álcool aumenta as chances de pancreatite O cálculo biliar é a causa
mais comum da pancreatite aguda. O cálculo biliar é uma massa pequena e sólida que forma a partir de bile na vesícula. O pâncreas e a vesícula biliar se ligam pelo ducto biliar, através do qual a bile e outras enzimas digestivas passam para o intestino durante a digestão. Os cálculos, quando escapam da vesícula biliar e passam pelo ducto biliar podem causar inflamação no pâncreas. A outra causa comum de pancreatite aguda é a ingestão de álcool, às vezes de forma intensa, condição conhecida como pancreatite alcoólica. Diversas outras situações podem causar pancreatite como traumas, uso de remédios e aumento do triglicérides no sangue. A pancreatite crônica é uma inflamação que não acaba e se perpetua. Os pacientes com pancreatite crônica podem sofrer danos permanentes ao pâncreas. Sua incidência é estimada entre cinco e 10 casos para cada 100 mil indivíduos por ano. O tecido cicatricial se desenvolve a partir de inflamação de longa duração e pode fazer o pâncreas parar de produzir a quantidade normal de enzimas digestivas. Como resultado, é provável que você tenha problemas para digerir gorduras. Em casos avançados a parte endócrina pode ser acometida e os pacientes evoluem com diabetes mellitus. O abuso de álcool é a causa mais comum de pancreatite crônica em adultos. Doenças autoimunes e doenças genéticas, tais como a fibrose cística, também podem causar a pancreatite crônica em alguns pacientes. Sintomas de pancreatite aguda incluem:
Sintomas de pancreatite crônica incluem:
Outros sintomas de pancreatite incluem:
Outras condições que têm sintomas semelhantes: obstrução intestinal, apendicite, colecistite, úlcera péptica, e diverticulite. Se o médico acha que você tem pancreatite, ele ou ela vai fazer perguntas sobre seu histórico médico e fazer um exame físico, juntamente com exames laboratoriais e de imagem. Alguns fatores são considerados de risco para a pancreatite aguda e pancreatite crônica, incluindo:
O médico gastroenterologista Henrique Perobelli Schleinstein, indica que a pancreatite pode sim ser hereditária. existem casos de pancreatite crônica hereditária, uma doença autossômica dominante que acontece pela falha na produção de tripsinogênio, uma enzima pancreática e pode afetar jovens. Os principais exames a serem realizados para diagnosticar a pancreatite são: Dois testes de sangue que medem as enzimas são usados para diagnosticar um ataque de pancreatite:
Outras análises de sangue podem ser feitas, tal como:
Os exames de imagem que podem ser feitos incluem:
Nos casos de pancreatite crônica grave, uma análise de fezes pode ser feita para observar se há gordura nas fezes, o que é um sinal de que você pode não estar absorvendo nutrientes o suficiente. Isso acontece quando o pâncreas não produz as enzimas necessárias para digerir a gordura. Especialistas que podem diagnosticar a pancreatite são:
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para pancreatite, algumas perguntas básicas incluem:
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta. Marque uma consulta com seu médico se você tiver dor abdominal persistente. Procure ajuda médica imediatamente se a dor abdominal é tão grave que você não pode ficar parado ou encontrar uma posição que o torna mais confortável. A dor e o mal estar da pancreatite aguda geralmente levam a pessoa para o pronto socorro de forma urgente. Quando a dor abdominal é descrita como uma dor intensa em faixa, no meio do abdômen, que se irradia para as costas pode indicar problemas no pâncreas. Saiba mais: Entenda os padrões e riscos do consumo de álcool O tratamento para a pancreatite geralmente requer hospitalização. Uma vez que sua condição está estabilizada e a inflamação no pâncreas é controlada, os médicos podem tratar a causa subjacente de sua pancreatite. Medidas iniciais para controlar a inflamação no pâncreas são:
Quanto tempo você ficar no hospital dependerá de sua situação e da melhora do quadro da inflamação. Algumas pessoas se recuperam rapidamente, enquanto outras desenvolvem complicações que exigem uma internação mais longa. Saiba mais: Sete métodos ajudam a parar de fumar Uma vez que a pancreatite está sob controle, a equipe de cuidados de saúde pode tratar a causa subjacente de sua pancreatite. O tratamento dependerá da causa da sua pancreatite, mas exemplos de tratamento podem incluir:
A pancreatite crônica pode exigir tratamentos adicionais, dependendo da sua situação. Outros tratamentos para pancreatite crônica podem incluir:
O tratamento para pancreatite aguda frequentemente exige hospitalização do paciente. Uma vez que a inflamação no pâncreas foi estabilizada e estiver sob controle, os médicos poderão investigar e tratar uma possível causa subjacente. O tratamento da condição que causou pancreatite aguda pode evitar crises repetidas da doença. No hospital, o tratamento oferecido geralmente envolve o uso de medicamentos, como:
Em alguns casos, a terapia é necessária para:
O medicamento mais usado para o tratamento de pancreatite é o:
Porém, somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. De acordo com o gastroenterologista Henrique Schleinstein, tem cura para pancreatite, desde que seja tratada adequadamente e precocemente. Existem vários métodos endoscópicos como a colangiopancreatografia endoscópica que pode extrair cálculos e drenar a via biliar em casos graves. Você não pode impedir completamente a pancreatite causada por cálculos biliares. Mas você pode ser capaz de reduzir o risco de cálculos biliares se formarem mantendo um peso saudável, fazendo uma dieta equilibrada e praticando exercício físico regular. Você pode reduzir a sua chance de ter pancreatite moderando seu consumo de álcool. A quantidade de álcool necessária para causar pancreatite varia de uma pessoa para outra. Fumar pode aumentar suas chances de ter pancreatite. Se você fuma, é uma boa ideia interromper. Após iniciar o tratamento,o paciente deve tomar algumas medidas para acelerar a recuperação de pancreatite, como:
A pancreatite pode ser controlada com um estilo de vida saudável e tratamento médico, quando necessário. Entretanto, alguns pacientes desenvolvem complicações. Estas complicações são raras, mas são mais comuns em pessoas com pancreatite crônica:
Pacientes que têm pancreatite aguda também podem estar em risco de desenvolver Diabetes Mellitus no futuro. Revisado por: Décio Chinzon, gastroenterologista do laboratório Atalaia - CRM SP 49552 Henrique Perobelli Schleinstein - Gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Mayo Clinic Ministério da Saúde Como saber se o pâncreas está inflamado?Entre os principais sintomas de pancreatite, podemos destacar:. Dor abdominal intensa, na parte superior do abdômen, que pode afetar até mesmo as costas;. Náuseas e vômitos;. Icterícia;. Diarreia;. Fezes gordurosas e com forte odor;. Febre;. Suor e.. Perda de peso acelerada.. O que a pessoa sente quando está com problema no pâncreas?Problemas no pâncreas podem causar náuseas e vômitos. Quando o sistema digestivo está alterado, os alimentos não são bem digeridos. O pâncreas está inflamado e por isso é habitual sentir mal-estar e enjoos.
Quais são os sinais que o pâncreas não está bem?Os principais sintomas são má digestão, dor abdominal, presença de gordura nas fezes, perda de peso e diarreia. Além disso, pode haver anemia e desnutrição devido à perda de nutrientes e alteração no processo de digestão devido à falta de enzimas.
Como diagnosticar problemas no pâncreas?Entre os exames que podem ser solicitados estão os de sangue, fezes, urina, ultrassonografia abdominal, tomografia, ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas. A confirmação se dá por biópsia de tecido do órgão.
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