Nas contas públicas, o que representa o resultado primário marque a alternativa correta

Economia

Déficit Público: o que acontece quando o governo gasta mais do que tem?

Déficit Público: o que acontece quando o governo
gasta mais do que tem?

A regra mais trivial das finanças diz que não se deve gastar mais do que tem. Porém, nem sempre essa condição é respeitada pelo governo – o que causa uma situação conhecida como déficit público.

Ao contrário do superávit, o déficit público gera um grande impacto negativo na economia do país. Além de piorar a situação das contas do governo, sua existência pode resultar em endividamento, alta na taxa básica de juros, inflação e até mesmo desemprego.

O déficit público é a nomenclatura que se dá quando o valor total das despesas de um governo é maior que o valor total das receitas públicas, considerando a inflação e a correção monetária do mesmo intervalo. Este termo é usado na economia para indicar quanto o governo precisa arrecadar a mais para saldar todos os seus gastos em um ano.

Ele surge de acordo com a necessidade financeira do governo, que precisa constantemente de recursos para custear seu funcionamento, cumprir suas funções sociais e pagar todas suas obrigações. Porém, se esse dinheiro é usado de forma irresponsável, acima da capacidade de arrecadação, as contas públicas entram em déficit.

Normalmente, o seu valor é expresso percentualmente em relação ao PIB do país – permitindo a comparação entre diferentes períodos e situações.

A situação oposta (arrecadação maior que despesas) é chamada de superávit público.

Tipos de déficit público

O déficit público pode ser classificado de três formas diferentes:

Déficit primário

Ocorre quando apenas as despesas primárias são consideradas no cálculo do déficit. Não é considerado os gastos do governo com juros e correção monetária. O déficit primário mostra a diferença entre a arrecadação e gastos de funcionamento da máquina pública.

Déficit operacional

Ocorre quando as despesas primárias e o gastos do governo com juros são consideradas no cálculo do déficit. Não é considerada a correção monetária dos valores.

Déficit nominal

Ocorre quando todas as despesas e gastos do governo com juros são consideradas no cálculo do déficit, com o acréscimo de correção monetária. O déficit nominal representa, de fato, a diferença real entre despesas e receitas – já que contabiliza efetivamente tudo que o governo gastou.

Como calcular o déficit público?

A equação que define o déficit público é a seguinte:

  • Déficit público = resultado primário + variação patrimonial + variação monetária – serviço da dívida.

Onde:

  • Resultado primário: equivale ao gasto público (salários e despesas da máquina pública, investimentos, repasses do governo) menos a receita pública (arrecadação de impostos, taxas, tributos e dividendos de empresas públicas);
  • Variação patrimonial: expressa as compras (aquisição de bens e imóveis, estatizações) e vendas (privatizações) de ativos pelo governo;
  • Variação monetária: aumento ou diminuição de moeda circulante (base monetária) da economia. Está diretamente relacionada com a inflação do país;
  • Serviço de dívida: expressa os juros que são pagos pela dívida interna e externa do país.

Consequências do déficit público para a economia

A consequência imediata do déficit público é um aumento da dívida pública – pois o governo terá que tomar dinheiro emprestado para saldar suas contas. Com a necessidade de aumentar a arrecadação, uma elevação na carga tributária também pode acontecer posteriormente.

Ou seja, indiretamente, a existência de um déficit público também impacta a atividade econômica do país. Seus efeitos geram uma queda na capacidade de investimento das empresas – afetando negativamente o nível geral de produção, emprego, renda e limitando o crescimento econômico do país.

Porque o governo deve evitar o déficit público?

Manter despesas em um nível menor que as receitas é essencial para manter o equilíbrio financeiro em qualquer situação. Quando se trata do dinheiro de todos os contribuintes, essa regra se torna mais importante ainda.

Por isso, o desejável é sempre buscar um resultado primário com superávit – que consiste na situação onde as receitas são superiores às despesas públicas.

A formação do superávit primário geraria uma “poupança” para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo no médio e longo prazo.

Por outro lado, entrar em déficit público representa um aspecto muito negativo para o país, indicando a falta de responsabilidade financeira do governo e a contração de mais dívidas para cobrir o déficit.

O que representa o resultado primário nas contas públicas?

O resultado primário corresponde à diferença entre Receitas e Despesas. Vamos visualizar agora as curvas das receitas e das despesas juntas. Quando as receitas superam as despesas, temos um superávit primário.

Qual a finalidade do resultado primário?

O Resultado Primário indica se níveis de gastos orçamentários do Estado são compatíveis com sua arrecadação. O seu resultado é obtido pela diferença entre as Receitas Primárias e as Despesas Primárias. Quando o valor das receitas supera o valor das despesas dizemos que houve um Superávit Primário.

O que é superávit primário nas contas públicas?

Superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros. O déficit primário ocorre quando esse resultado é negativo.

O que é resultado primário e nominal?

O resultado nominal representa a diferença entre receitas e despesas totais no exercício. O resultado primário surge do confronto de receitas e despesas primárias no exercício, excluída a parcela referente aos juros nominais incidentes sobre a dívida líquida.