O que é polis no intestino

Pólipos são lesões na superfície interna do tubo digestivo, que crescem em direção ao seu lúmen. Quando se localizam no cólon ou no reto, são conhecidos com pólipos colorretais. Você pode ter mais de um tipo de pólipo, e eles podem ser planos ou elevados, benignos ou cancerosos.

Apesar do pólipo colorretal ser um indicador de câncer de cólon, isso nem sempre acontece. Ou seja, nem todo mundo que tem pólipos irá desenvolver câncer. No entanto, a remoção dos pólipos potencialmente cancerosos (adenomas) reduz o seu risco de desenvolver câncer no cólon ou no reto.

Células saudáveis crescem e se dividem de forma ordenada. No entanto, mutações em alguns genes podem fazer com que as células continuem a se dividir mesmo quando novas células não são necessárias. No cólon e no reto, este crescimento desregulado pode causar a formação de pólipos.

Os pólipos podem se desenvolver em qualquer lugar no seu intestino grosso. Em geral, quanto maior for um pólipo, maior é a probabilidade dele se tornar um câncer.

Cerca de dois terços de todos os pólipos colorretais são adenomatosos e uma grande porcentagem deles realmente se torna canceroso. No entanto, a maioria dos pólipos malignos se origina nos adenomas: são adenocarcinomas.

Dependendo do seu tamanho e localização, o pólipo serrilhado pode se tornar cancerígeno. Pequenos pólipos serrilhados no cólon, também conhecidos como pólipos hiperplásicos, raramente são malignos. Já os pólipos serrilhados maiores, geralmente planos, difíceis de detectar até no exame endoscópico e localizados na parte superior do cólon, são pré-cancerosos.

Estes pólipos podem acompanhar um surto de colite ulcerativa ou doença de Crohn do cólon. Embora os pólipos em si não sejam uma ameaça significativa, ter colite ulcerativa ou doença de Crohn aumenta o risco geral de câncer de cólon, após oito a 10 anos de evolução.

O pólipo colorretal geralmente não causa sintomas, a menos que seja maior do que 1 a 2 cm ou canceroso. O sintoma mais comum é o sangramento retal. Às vezes, o sangramento pode não ser evidente e só pode ser descoberto depois de fazer exame de sangue oculto nas fezes.

Caso o pólipo colorretal seja grande e esteja bloqueando parte do cólon, pode causar sintomas como dor ou uma mudança nos hábitos intestinais. Esses sintomas são raros, uma vez que os pólipos geralmente são descobertos e retirados antes de se tornarem grandes o suficiente para causar problemas.

Se uma pessoa com pólipo colorretal apresentar sintomas, no geral eles são:

  • Sangramento retal
  • Mudança na cor das fezes
  • Mucorreia (saída de muco com as fezes)
  • Mudança nos hábitos intestinais
  • Dor abdominal, náuseas e vômito
  • Anemia ferropriva.

A única maneira de diagnosticar um pólipo colorretal é explorar a superfície interna do cólon. Vários testes podem ser utilizados para detectar pólipos colorretais:

  • Retosigmoidoscopia
  • Colonoscopia
  • Colonografia tomográfica computadorizada
  • Teste de sangue oculto nas fezes
  • Exame de fezes imunoquímico
  • Exame de DNA fecal.

Fatores que podem contribuir para a formação de um pólipo colorretal incluem:

  • Idade, a maioria das pessoas com pólipos no cólon tem 50 anos ou mais
  • Condições inflamatórias do intestino, como colite ulcerativa e doença de Crohn
  • Histórico familiar de pólipos colorretais ou câncer de cólon
  • Uso de tabaco e álcool
  • Obesidade e sedentarismo
  • Raça, sendo que os afro americanos têm maior risco de desenvolver câncer de cólon
  • Diabetes tipo 2 que não está controlada.

Raramente, as pessoas herdam mutações genéticas que favorecem o aparecimento de pólipos. Se você tiver uma dessas mutações genéticas, corre um risco muito maior de desenvolver câncer colorretal. Rastreamento e detecção precoce podem ajudar a prevenir o desenvolvimento ou a propagação destes tipos de câncer.

Distúrbios hereditários que causam pólipos no cólon incluem:

  • Síndrome de Lynch (HNPCC)
  • Polipose adenomatosa familiar
  • Síndrome de Gardner
  • Polipose associada ao MYH
  • Síndrome da polipose serrilhada, entre outros menos comuns.

Especialistas que podem mais frequentemente diagnosticar pólipo colorretal são:

  • Coloproctologista / gastroenterologista

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quando você começou a sentir os sintomas, e quão grave eles são?
  • Os sintomas são contínuos ou ocasionais?
  • Você ou alguém da sua família teve câncer de cólon ou pólipos do cólon?
  • Alguém de sua família teve outros tipos de câncer do aparelho digestivo, útero, ovários ou da bexiga?
  • Você fuma ou bebe?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para pólipo colorretal, algumas perguntas básicas incluem:

  • Qual é a causa mais provável dos meus sintomas?
  • Que tipos de testes que eu preciso? Será que estes testes requerem qualquer preparação especial?
  • Quais são os tratamentos disponíveis?
  • Quais são as chances desses pólipos serem ou se tornarem malignos?
  • É possível que eu tenha uma condição genética que leva a pólipos do cólon?
  • Que tipos de testes de acompanhamento que eu preciso?
  • Devo remover ou adicionar alimentos na minha dieta?
  • Tenho outras condições de saúde. Como posso gerenciar melhor essas condições juntas?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Marque uma consulta médica se sentir:

  • Dor abdominal
  • Sangue nas fezes
  • Uma mudança em seus hábitos intestinais que dura mais de uma semana
  • E emagrecimento sem causa aparente.

Deve ser examinado regularmente para busca de pólipo colorretal se:

  • Você tem 50 anos ou mais
  • Você tem fatores de risco, como história familiar de pólipos e de câncer de cólon. Alguns indivíduos de alto risco devem começar a fazer exames regulares antes dos 50 anos de idade, sendo neste caso, indicado colonoscopia.

O seu médico deverá remover todos os pólipos detectados durante um exame do intestino. As opções incluem:

  • Remoção durante o exame endoscópico. A maioria dos pólipos podem ser removidos com pinça de biópsia ou um laço de metal que aprisiona o pólipo durante o próprio exame de colonoscopia ou retosigmoidoscopia.
  • Cirurgia minimamente invasiva. Os pólipos que são muito grandes ou que não podem ser alcançados de forma segura durante um exame geralmente são removidos através de cirurgia minimamente invasiva (Mucosectomia ou ressecção endosco’opica submucosa-ESD).
  • Cirugia (Retocolectomia ou Proctocolectomia). Se você tem alguma síndrome genética, pode precisar de uma cirurgia para remover seu cólon e reto.

Alguns tipos de pólipo colorretal são mais propensos a se tornarem malignos do que outros. Algumas amostras de tecido podem ser analisadas (biópsias) para determinar se o tecido do pólipo é potencialmente cancerígeno.

Se você já teve um pólipo adenomatoso ou um pólipo serrilhado, você está em maior risco de câncer de cólon. O nível de risco depende do tamanho, número e características dos pólipos que foram removidos. Nesse caso, você pode precisar fazer colonoscopias com mais frequência.

Nem sempre os pólipos colorretais podem ser prevenidos. No entanto, você pode adotar bons hábitos para garantir a saúde do seu intestino. Veja:

O teste mais específico para avaliação direta do intestino grosso e reto é a colonoscopia. Trata-se de uma endoscopia feita pelo ânus que permite a visualização direta de toda a mucosa intestinal em sua circunferência, desde o reto até o íleo terminal (fim do intestino delgado) e possibilitando coleta de material para análise. A cápsula endoscópica é um exame que também permite a visualização da luz intestinal, mas não permite biópsias, e é utilizada quando se deseja avaliar o intestino delgado, segmento de difícil acesso pela endoscopia digestiva alta e baixa. Existem também testes indiretos radiológicos dos cólons, que são o clister opaco e a colonoscopia virtual (Por Tomografia). Esses exames desenham a luz intestinal e podem encontrar lesões mucosas maiores que 6 mm.

Um estudo feito por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (Gastrointestinal Unit) descobriu que fazer uma colonoscopia a cada 10 anos a partir dos 50 anos de idade poderia evitar 40% dos casos de câncer colorretal. O estudo acompanhou mais de 89 mil profissionais de saúde durante um período de 20 anos e foi publicado no New England Journal of Medicine. A colonoscopia se tornou exame de rotina como prevenção de câncer colorretal, e deve começar a ser feito a partir dos 50 anos de idade para pessoa sem histórico familiar da doença. Aqueles que possuem fatores de risco devem incluir o exame na rotina após os 40 anos ou 10 anos antes da idade do caso mais precoce na família. A colonoscopia também pode ser indicada para investigação de dores abdominais, alteração do hábito intestinal, hemorragias pelo ânus, diarreias e outras queixas relacionadas. Se os exames forem normais, devem ser repetidos a cada cinco ou dez anos. Se alterados, devem ser repetidos conforme orientação do médico.

Além da história genética, a presença de doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, aumenta o risco de câncer de cólon e reto. Isso acontece devido ao estímulo inflamatório constante, que culmina acelerando a multiplicação celular. Portanto, pacientes portadores dessas doenças devem ser submetidos a exames preventivos com maior frequência: de modo geral, anualmente após oito anos de doença se portador de colite ou uma vez a cada dois ou tres anos se tiver uma doença que afeta um segmento específico do intestino.

Hábitos alimentares nocivos, como o consumo excessivo de carne vermelha, embutidos, enlatados e defumados excessivamente não são saudáveis para o intestino. A digestão desses alimentos resulta na produção de metabólitos, substâncias tóxicas que podem ser o estopim para transformação genética das células da mucosa no intestino grosso. O consumo de carne vermelha deve ser limitado a uma ou duas vezes por semana naqueles no grupo de risco para doenças do intestino. Na verdade, muitos estudos demonstraram que as carnes processadas aumentam o risco de câncer mais do que o consumo de carne não processada. O motivo é o mesmo: substâncias cancerígenas que são formadas a partir do método de processamento da carne.

O consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais aumenta a quantidade de bactérias do intestino, ajudando no seu pleno funcionamento. Com a microbiota (flora intestinal) funcionando a todo vapor, é mais fácil para o órgão suprimir a atividade de outras bactérias que são nocivas e podem formar substancias tóxicas. Além disso, um intestino saudável ajuda a eliminar com regularidade os metabólitos tóxicos do organismo na evacuação. As fibras das frutas, verduras e cereais regularizam o trânsito, diminuindo o tempo de exposição da mucosa intestinal a substâncias potencialmente cancerígenas.

Estar com o peso acima do que é considerado saudável também pode ser um fator de risco para o câncer de intestino. Um estudo publicado no American Journal of Epidemiology revelou que a obesidade e acúmulo de gordura abdominal aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer de cólon e reto. A análise foi liderada por um especialista da Maastricht University, na Holanda e contou com a participação de 120 mil adultos holandeses com idade entre 55 e 69 anos. Após avaliar cada um dos indivíduos, os cientistas constataram que homens com sobrepeso significativo ou em início de obesidade tinham um risco 25% maior de ter câncer colorretal. Além disso, aqueles cujo tamanho da cintura era significativamente maior apresentaram um risco 63% maior de ter esse tipo de câncer. O desequilíbrio metabólico, que inclui sobrepeso, obesidade e diabetes, aumenta o risco de câncer de intestino. E a diminuição da circunferência abdominal interfere nos níveis de insulina e glicose, contribuindo para uma melhor regularização do metabolismo. O papel da atividade física regular é fundamental para esse equilíbrio.

A prática de exercícios físicos regularmente reduz em 24% a incidência de câncer de intestino. Um conjunto de 52 estudos científicos demonstrou que pessoas que se exercitam de forma regular têm menos chance de desenvolver este tipo de câncer quando comparados a pessoas sedentárias. Inclua pelo menos 30 minutos de atividade física moderada em cinco dias da semana - isso ajudará seu intestino a funcionar melhor, estimulando a movimentação do órgão, além de contribuir para diminuição do estresse e controle do peso, ambos fatores conhecidos por aumentar o risco de câncer.

A relação direta entre álcool e câncer de intestino não está completamente estabelecida, como acontece com carne vermelha, embutidos, frutas, verduras e exercício físico. Entretanto, é sabido que pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool estão em maior risco para desenvolver a doença. Este risco é maior para pessoas que ingerem mais de 45 g de álcool por dia (equivalente a aproximadamente três latas de cerveja de 350 mL, três taças de vinho de 150 mL ou três doses de uísque de 40 mL. Entretanto, o especialista afirma que é importante lembrar que pequenas quantidades de álcool podem ter efeitos benéficos para a saúde, mas por outro lado mesmo pequenas doses podem ser problemáticas para pessoas com risco para alcoolismo. Dessa forma, é importante ficar atento para o histórico familiar do problema e conversar com seu médico, verificando se é adequado manter o consumo moderado da bebida.

Hoje existem mais de 100 estudos científicos comprovando que o cigarro é causa de câncer de intestino. De forma global, quem fuma tem 18% mais chance de desenvolver câncer de cólon e reto quando comparado ao não-fumante. Isso acontece porque as substâncias tóxicas do cigarro estimulam mutações genéticas em todo o organismo, podendo favorecer uma série de cânceres.

Revisado por: Dr. Carlos Walter Sobrado, coloproctologista do Centro de Gastroenterologia Hospital 9 de Julho - CRM: 51146

Sociedade Brasileira de Coloproctologia

Ministério da Saúde

O tratamento em casa não irá remover o pólipo colorretal. No entanto, você pode tomar medidas para prevenir novos pólipos:

  • Manter um peso corporal saudável
  • Atividades físicas regulares
  • Parar de fumar
  • Beber com moderação
  • Evitar alimentos gordurosos e ricos em gordura animal
  • E dieta rica em verduras, legumes, cereais e frutas.

Essas mudanças não substituem a triagem colorretal regular, especialmente se você estiver com mais de 50 anos e tiver risco aumentado para pólipos do cólon ou câncer de cólon.

Alguns pólipos colorretais podem se tornar cancerosos. Dessa forma, é importante fazer o acompanhamento médico.

Revisado por: Dr. Carlos Walter Sobrado, coloproctologista do Centro de Gastroenterologia Hospital 9 de Julho - CRM: 51146

Sociedade Brasileira de Coloproctologia

Ministério da Saúde

O quê pólipos no intestino pode causar?

Eles surgem quando há erros genéticos que iniciam o crescimento celular desordenado. Por essa razão, os pólipos podem evoluir para casos de câncer. Eles podem surgir qualquer região do intestino grosso e, geralmente, quanto maior for o pólipo, maiores as chances de desenvolvimento de câncer na região.

Como eliminar pólipos no intestino?

Os pólipos intestinais são retirados por um procedimento chamado polipectomia, realizado durante a colonoscopia. Para isso, coloca-se uma haste no colonoscópio que permite a remoção do pólipo da parede do intestino.

Quanto tempo leva para um pólipo virar câncer?

O pólipo pode levar de cinco a 10 anos para tornar-se um tumor maligno. Neste caso, o médico precisa verificar o histórico do paciente e estabelecer quando será necessário fazer outro exame”, esclarece o médico.

É normal ter pólipos no intestino?

Pólipos intestinais: problema quase silencioso que pode desenvolver o câncer de cólon. Problema comum na sociedade – estima-se que afete de 15% a 20% da população - o pólipo intestinal é uma alteração causada pelo crescimento anormal da mucosa do intestino grosso (cólon e reto).