O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?

As invasões europeias nas Américas, desde o século 16, foram nefastas – os europeus acreditavam que todo o continente lhes pertencia

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 29/11/2016 - Publicado há 6 anos  Atualizado: 24/04/2017 as 13:16

O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?

O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?

O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?

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O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?
Protesto em Brasília durante o Dia do Índio (2016) – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Só no Brasil, existiam cerca de cinco milhões de indígenas quando os portugueses aqui chegaram.  Com a chegada da primeira leva  de europeus, logo no primeiro século, a população indígena foi reduzida a quatro milhões, com as doenças e o extermínio.  Atualmente, no Brasil,  são cerca de 450 mil indígenas distribuídos por todo o território brasileiro. Ou seja, de cinco milhões, no século 16, temos hoje apenas 450 mil pessoas indígenas, conforme a Funai.


O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?

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“Marcha para o oeste” é como ficou conhecido o processo de expansão territorial dos Estados Unidos ao longo de todo o século XIX e que os fez alcançar a costa oeste americana.

O que ocorreu com a população indígena durante a expansão política dos Estados Unidos?
Representações de cidadãos americanos que se dirigiam para o oeste nas diligências à procura de terras para se estabelecer.

O que foi a marcha para o oeste nos EUA?“Marcha para o oeste” é o nome que dado ao processo de expansão territorial que aconteceu nos Estados Unidos da América (EUA) ao longo do século XIX. Esse processo foi marcado tanto pela expansão territorial como pelo estabelecimento de colonos/habitantes nessas novas terras. Durante esse processo, os Estados Unidos deixaram de ser um território recluso ao das antigas treze colônias, alcançou as planícies centrais e estendeu-se até a costa oeste (costa do Oceano Pacífico).A expansão territorial dos Estados Unidos foi iniciada logo após o fim da Guerra de Independência travada contra os ingleses entre 1776-1781. A ratificação da vitória dos colonos americanos foi dada pela assinatura do Tratado de Paris em 1783, responsável por reconhecer a independência das treze colônias e o surgimento dos EUA como nação.Outra consequência desse tratado foi a cessão, por parte da Inglaterra, de terras para os Estados Unidos. Esse território estendia-se da região dos Montes Apalaches até a borda do Rio Mississipi. A ocupação dessa área tornou-se polêmica entre colonos e Inglaterra, uma vez que os ingleses não autorizavam os colonos a se estabelecerem nessas regiões para se evitar conflito com os indígenas.Depois de assegurada a independência, os americanos iniciaram uma rápida ocupação dessas terras à custa da vida de milhares de indígenas. O processo de expansão territorial dos Estados Unidos também aconteceu por meio da compra de territórios e da sua conquista pela guerra. Os territórios que foram adquiridos a partir da compra e da diplomacia foram os seguintes:Luisiana, território comprado dos franceses em 1803.Flórida, território comprado dos espanhóis em 1819.Alasca, comprado dos russos em 1867.Luisiana foi um território comprado dos franceses no começo do século XIX, em 1803. A compra de Luisiana aconteceu pelo fato de os franceses precisarem de dinheiro para financiar as tropas napoleônicas que estavam em guerra no continente europeu. Apesar de Napoleão Bonaparte ter planos futuros para a América, a necessidade de pôr dinheiro naquele momento falou mais alto, e os franceses aceitaram vender a região por 15 milhões de dólares.A compra da Flórida aconteceu em um cenário de enfraquecimento da Espanha, pois, naquele momento, o país europeu lidava com uma série de movimentos de independência que pipocavam em suas colônias no continente americano. Com a Flórida em segundo plano, o governo americano passou a pressionar o governo da Espanha para vender o território, alegando que os indígenas da Flórida representavam um risco. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Veja também: Independência da América EspanholaO governo espanhol, fragilizado, aceitou vender a região como forma de evitar uma guerra contra os americanos. A Flórida foi vendida em 1819 por 5 milhões de dólares, em acordo assinado no Tratado Adams-Onís.Por fim, o último território adquirido via compra foi o Alasca, obtido em acordo com os russos em 1867. A venda do Alasca aconteceu porque a Rússia passou a enfrentar uma forte crise em sua economia depois da Guerra da Crimeia. Territórios como o Alasca – que só davam prejuízo – passaram a ser vistos como indesejados, e os russos optaram por vendê-lo. William H. Seward, secretário do Estado dos Estados Unidos, foi o responsável pelo acordo em que os EUA aceitaram pagar 7,2 milhões de dólares pelo território do Alasca. Essas compras foram acompanhadas de um grande fluxo de pessoas que se mudaram e estabeleceram-se nesses novos territórios. Esse grande volume de terras “vazias” foi habitado, principalmente, graças a incentivos do governo americano por meio do Homestead Act, ou Lei do Povoamento.Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)Essa lei foi instituída por Abraham Lincoln em 1862 e decretou que toda pessoa que tivesse interesse em se fixar em uma terra no oeste poderia fazê-lo a um preço baixíssimo. As condições exigidas pelo governo era de que o lote cedido seria habitado e cultivado por, no mínimo, cinco anos.Leia também: Guerra Civil AmericanaA expansão e a ocupação do oeste pelos americanos foram incentivadas por uma crença que existia na época, conhecida como Destino Manifesto. Nessa crença, os americanos afirmavam que os Estados Unidos eram uma nação escolhida por Deus para ser grande e próspera. Essa crença era utilizada como justificativa para isentar os americanos da culpa de toda a violência cometida nesse processo, principalmente contra os indígenas.

A Guerra Mexicano-Americana

Não foi só de diplomacia e compra que os Estados Unidos obtiveram novos territórios para si ao longo do século XIX. A expansão americana também aconteceu por meio de guerra, uma vez que os americanos travaram, nesse percurso, um conflito contra o México que se estendeu por dois anos e ficou conhecido como Guerra Mexicano-Americana.

A Guerra Mexicano-Americana aconteceu entre 1846 e 1848 e foi resultado do desgaste das relações entre Estados Unidos e México ao longo do século XIX, por conta da questão que envolvia o Texas. Originalmente, o Texas era um território mexicano que, a partir de 1821, começou a ser povoado por colonos americanos (com autorização do governo mexicano).

Os colonos americanos, no entanto, voltaram-se contra o controle dos mexicanos sobre o Texas por não aceitarem as leis estipuladas pelo governo daquele país, iniciando assim um levante que forçou o México a ceder o Texas para os Estados Unidos na década de 1830. Esse acontecimento criou um grande desgaste entre os dois governos.

Na década de 1840, os Estados Unidos manifestaram interesse sobre a Califórnia, e o governo mexicano declarou guerra aos Estados Unidos em defesa de seu território. Com outra derrota, o México foi obrigado a ceder, além da Califórnia, o território do Novo México.

A violência contra os indígenas

A marcha para o oeste americana foi realizada ao longo de todo o século XIX e às custas dos indígenas. A violência desse processo resultou na morte de milhares indígenas e forçou outros tantos a abandonarem suas terras e seu estilo de vida para sobreviverem.

Da década de 1830 em diante, uma série de estados americanos criou leis que obrigavam os índios a se retirarem de suas terras, de forma a permitir que americanos pudessem desenvolver colheitas nessas regiões. Essas leis de remoção levaram a um evento conhecido como Trilha das Lágrimas (Trail of Tears), em que milhares de índios tiveram de marchar por muitos quilômetros em meio a um rigoroso frio para se estabelecerem em um novo local definido pelo governo.

Durante essa caminhada, os historiadores estimam que até 15 mil indígenas tenham morrido. Na região central dos Estados Unidos, muitos indígenas tiveram seu estilo de vida destruído, uma vez que sobreviviam da caça aos bisões e, por isso, precisavam de uma faixa de terra muito longa.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:

Por Daniel Neves Silva

O que ocorreu com os povos indígenas dos Estados Unidos?

Os indígenas foram paulatinamente empurrados pelo governo americano para territórios cada vez mais áridos, inférteis, isolados e diminutos. O antigo "Território Indígena", que cobria a superfície de 4 estados da União, acabou sendo abolido e trocado por pequenas e esparsas reservas indígenas.

Como ficou a população indígena ante a expansão dos EUA?

A expansão e a ocupação dos territórios a oeste trouxeram o fortalecimento da economia norte-americana, porém, em troca da expansão industrial e capitalista, milhões de índios perderam suas vidas e foram extintos. Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico?

Qual foi o motivo da diminuição da população indígena nos Estados Unidos?

O genocídio indígena no continente americano em geral começou pouco após a chegada dos europeus, ao final do século XV. Tratava-se de uma operação não sistemática e, em grande medida, não planejada, que diminuía – de forma intencional ou não – a capacidade de resistência indígena aos avanços territoriais dos europeus.

Quais foram as consequências da chegada dos europeus à América para a população indígena americana?

Com a chegada da primeira leva de europeus, logo no primeiro século, a população indígena foi reduzida a quatro milhões, com as doenças e o extermínio. Atualmente, no Brasil, são cerca de 450 mil indígenas distribuídos por todo o território brasileiro.