O que representou o Iluminismo na América?

Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII, e motivou profundas transformações naquele continente.

O que representou o Iluminismo na América?
Voltaire foi um dos grandes intelectuais do Iluminismo.[1]

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII, e defendia a valorização da razão como forma de garantir o progresso da humanidade. Questionava os valores e as autoridades de sua época, como a fé e o absolutismo. Também era contrário ao mercantilismo e defendia novos modelos econômicos.

Entre os principais pensadores iluministas estavam Locke, Rousseau e Voltaire. As obras desses e outros pensadores iluministas apontavam a limitação do poder real, da igualdade e da liberdade dos homens, entre outros valores. Os ideais iluministas inspiraram transformações na Europa e América, incluindo o Brasil.

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Resumo sobre o Iluminismo

  • O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII.
  • Seus adeptos eram críticos do absolutismo e defendiam a limitação do poder real.
  • Entre seus nomes de destaque estavam Rousseau, Adam Smith e Montesquieu.
  • Eram críticos do mercantilismo e da interferência do governo na economia, pois acreditavam no livre mercado.
  • Os ideais do movimento catalisaram mudanças em diversas partes do mundo.

Videoaula sobre o Iluminismo

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O que foi o Iluminismo?

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa a partir do século XVIII, sendo responsável por uma grande transformação na cultura europeia. Conhecido também como Ilustração, o Iluminismo fez com que o século XVIII ficasse conhecido como “século das luzes”, tamanha a influência desses ideais sobre a Europa durante esse período.

O Iluminismo propôs mudanças profundas em diversas áreas, como a política, economia, sociedade, cultura, religião, entre outros campos. Importante mencionar que, antes do século XVIII, existia um movimento intelectual que contou com nomes como Francis Bacon e René Descartes e foi entendido por alguns como parte do Iluminismo. Outros historiadores, no entanto, não os incluem como pensadores iluministas.

Os iluministas afirmavam que eles iluminariam a mente das pessoas de seu século. Isso fez com que o movimento ganhasse esse nome que se associa diretamente com a palavra “luz”. As ideias iluministas propagavam uma grande valorização da razão humana e que ela deveria ter mais importância que a fé, além de ser o guia da humanidade na direção do progresso.

Eles rejeitavam as tradições e crenças que não tinham fundamento científico e procuravam usar da razão para explicar os fenômenos da natureza. Também questionavam o controle da Igreja sobre a sociedade em que viviam e criticavam a intolerância religiosa.

A crença dos iluministas no progresso humano fez com que eles fossem enxergados como otimistas, porque acreditavam que o racionalismo e o desenvolvimento científico permitiriam um desenvolvimento pleno da humanidade e de uma sociedade justa (dentro dos parâmetros de justiça deles).

Além disso, os iluministas criticavam o absolutismo, questionavam os princípios econômicos de sua época, afirmavam que todos os homens deveriam ser considerados iguais e, portanto, colocavam-se contra os privilégios de sua sociedade. Defendiam a separação entre Estado e Igreja, e incentivavam a propagação do conhecimento humano.

Pensadores iluministas

Entre os grandes pensadores iluministas, destacaram-se:

  • Rousseau;
  • Voltaire;
  • Montesquieu;
  • Adam Smith.

Principais ideias do Iluminismo

  • Questionamentos do Iluminismo ao absolutismo

O Iluminismo foi um movimento intelectual abertamente crítico ao absolutismo, a forma de governo predominante na Europa do século XVIII. Nesse sistema, o poder se concentrava nas mãos do monarca, que governava com mão de ferro. A sociedade absolutista também era desigual, formada por classes sociais estamentais e por privilégios para algumas classes.

O Iluminismo foi principalmente influente na França, exatamente o país que tinha os mais conhecidos monarcas absolutistas. Os reis franceses governavam seu reino com poderes ilimitados e não havia espaço para questionamento das suas decisões. Os iluministas foram de encontro com essa característica da sociedade francesa e defenderam formas de limitar o poder real.

Eles propuseram que essa limitação ocorresse por meio de um Congresso, que seria eleito pelo povo e o responsável por elaborar uma Constituição, um documento que serviria como a base de uma nação, trazendo os direitos e deveres de todos dentro do Estado.

Os iluministas também questionavam a ausência de liberdade dentro de sua sociedade, pois, como mencionado, não havia espaço para a contestação das vontades do monarca. Assim, eles eram defensores da liberdade de expressão e do direito dos cidadãos de fazerem críticas às autoridades quando lhes fosse apropriado.

Defendiam o direito de liberdade de reunião para poderem debater suas ideias sem o temor de sofrer represálias, e defendiam a liberdade religiosa porque não concordavam com as perseguições que aconteciam por conta das diferenças entre as religiões. Esses ideais tiveram forte apoio da burguesia, o grupo que identificou que eles poderiam ser benéficos na sua ascensão social e econômica.

  • Propostas do Iluminismo para a economia

Os iluministas também propunham mudanças para a economia e eram críticos das práticas do mercantilismo e da constante interferência do Estado sobre a economia. Essas críticas eram de interesse da burguesia, envolvida com o comércio, que gostaria de ver livre das regulações impostas pelo Estado.

Os iluministas defendiam que em economia o Estado não deveria interferir e que o mercado deveria regular a si mesmo. Segundo eles, as interferências estatais somente atrapalhavam a livre iniciativa e impediam o desenvolvimento do comércio e o enriquecimento das pessoas. Eles incentivavam a livre iniciativa e defendiam o livre comércio e a livre concorrência.

Essas ideias ficaram conhecidas como liberalismo econômico, e o seu principal formulador foi o economista Adam Smith. Houve também espaço para que outras propostas fossem formuladas para a economia. O economista francês François Quesnay, por exemplo, defendeu a ideia de que a agricultura seria a grande geradora de riquezas para uma nação.

Acesse também: Transição do feudalismo para o capitalismo —  fenômeno que começou no século XIV

Repercussões do Iluminismo

Os ideais absolutistas repercutiram bastante na Europa e se espalharam por outros locais, chegando à América, por exemplo. Grandes transformações aconteceram por meio deles e grandes acontecimentos se inspiraram neles. Nosso mundo contemporâneo foi construído com base nas ideias iluministas.

O que representou o Iluminismo na América?
A Revolução Francesa foi um dos acontecimentos que sofreram forte influência dos ideais iluministas.

As propostas para a economia formuladas por Adam Smith, por exemplo, contribuíram para a formação do capitalismo, sendo que o liberalismo econômico foi muito influente na economia mundial até a Grande Depressão.

As propostas dos iluministas para a religião, por exemplo, foram importantes para popularização da ideia de Estado laico, isto é, que não interfere nos assuntos religiosos e garante liberdade religiosa para sua população.

Na política, os iluministas contribuíram para implodir o absolutismo, levando ao surgimento de novas formas de governo em que havia uma limitação do poder do governante. Muitas nações europeias adotaram monarquias constitucionais como alternativa. Nesse modelo, o poder do monarca é limitado por uma Constituição.

Além disso, acontecimentos marcantes foram influenciados diretamente por esses ideais. Entre eles, destacaram-se:

  • Revolução Americana;
  • Revolução Francesa;
  • Revolução Haitiana;
  • independência dos países da América Espanhola.

→ Iluminismo no Brasil

No Brasil, o Iluminismo se deu por meio do questionamento do pacto colonial estabelecido pelos portugueses. O movimento penetrou no país, principalmente, por meio das elites econômicas brasileiras que enviavam os seus filhos para estudarem em locais como a Universidade de Coimbra.

Lá, eles entraram em contato com os ideais iluministas e os trouxeram para o Brasil. As ideias iluministas aqui fizeram com que seus adeptos defendessem o fim do colonialismo, visando à equiparação dos status de Portugal e Brasil, mas muitos começaram a defender o separatismo, com a formação de uma república que reproduzisse os valores iluministas no país.

O iluminismo brasileiro ainda fomentou uma série de revoltas contra o domínio colonial, das quais se destacaram a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.

Créditos das imagens

[1] Naci Yavuz e Shutterstock

Por Daniel Neves Silva

Como o Iluminismo chega na América?

Não se restringindo ao ambiente europeu, os ideais iluministas propagados pela Revolução Francesa reverberaram no continente americano, onde as lutas por autonomia romperam com as amarras do pacto colonial.

O que foi o Iluminismo na América portuguesa?

O movimento tinha forte participação das elites e entre os principas objetivos das revoltosos, eram: Obter a independência da região em relação a Portugal; Implantar uma República no Brasil; Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no Brasil; Criação de uma universidade pública em Vila Rica.

Qual a influência do Iluminismo no processo de independência da América espanhola?

O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais. Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas.

Qual foi a influência do Iluminismo no Brasil?

A principal influência iluminista pôde ser notada no processo de Inconfidência Mineira (1789) – um dos mais importantes movimentos sociais da história do Brasil. Esse movimento significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.