Quais motivos justificam essas diferenças e semelhanças entre os estabelecimentos

Não é exagero dizer que não realizar a prevenção de perdas em supermercados é uma forte ameaça ao negócio. Afinal, existem inúmeras situações que podem ocasionar essas perdas — desde aquelas relacionadas ao vencimento de produtos perecíveis até os pequenos furtos. 

As receitas do negócio, bem como o capital de giro, necessário para repor as mercadorias que foram perdidas, são comprometidas com esses extravios. Só para exemplificar: a Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas) indica que perdas custam R$ 22,44 bilhões, ou 1,36% das vendas dos varejistas brasileiros entrevistados.

Mas a prevenção de perdas também pode ser vista como uma oportunidade. Isto é, qualquer diminuição no índice de perdas também significa aumento dos lucros das empresas. Diante desse cenário, preparamos dicas e informações que vão ajudar você a prevenir esse tipo de ocorrência e otimizar seu negócio rumo ao crescimento!

Veja o que será abordado:

  • O que é prevenção de perdas em supermercados?
  • Como fazer a prevenção de perdas em supermercados?
  • 10 práticas para a prevenção de perdas em supermercados
    • 1. Tenha um programa de treinamento de funcionários
    • 2. Organize a gestão de estoque
    • 3. Realize inventários cíclicos
    • 4. Controle o consumo interno
    • 5. Aperfeiçoe o procedimento para trocas de mercadorias
    • 6. Fiscalize a qualidade dos fornecedores
    • 7. Invista em segurança
    • 8. Gateway de pagamento
    • 9. Fique atento às trocas de código de barras
    • 10. Utilize um software de checklist
  • Quais os tipos de perdas em supermercados mais recorrentes?
    • 1. Perdas conhecidas
      • Danos relacionados à manipulação do produto
      • Itens com prazo de validade expirado
      • Deterioração de mercadorias perecíveis
    • 2. Perdas não identificadas
      • Desvios e fraudes por funcionários
      • Desvios e fraudes por clientes e visitantes
  • É hora de aplicar as dicas para evitar as perdas em supermercados!

Como falamos, a prevenção de perdas é uma técnica de gestão que tem como principal objetivo evitar gastos e desperdícios ao invés de agir depois que eles já ocorreram.

Em supermercados, ela age diretamente no combate às fraudes e aos furtos internos e externos. Do mesmo modo, também promove um controle mais rígido sobre a validade de produtos e seu armazenamento.

Mas como realizar essa estratégia? Os gestores trabalham ativamente na conscientização de colaboradores, assim como aplicam boas práticas no dia a dia. A tecnologia também é essencial, como os softwares para supermercados, que otimizam a gestão como um todo.

Nessa estratégia empresarial, estão incluídas ações para evitar perdas humanas, físicas, financeiras e, ainda, de imagem. Os ganhos não são poucos. Afinal, o gestor consegue:

  • Combater e eliminar potenciais perdas;
  • Reduzir desperdícios;
  • Eliminar furtos, fraudes, extravios e avarias;
  • Diminuir gastos desnecessários;
  • Potencializar os lucros do supermercado.

Como fazer a prevenção de perdas em supermercados?

O primeiro passo envolve a conscientização da equipe. É essencial que todos saibam o impacto que as perdas têm no negócio – que poderá refletir inclusive nos seus ganhos. Por se tratar de uma mudança cultural, poderá ser preciso reforçar esse ponto periodicamente.

Em seguida, é necessário realizar uma auditoria interna. É por meio dela que será possível entender a origem das perdas e propor ações de melhorias.

Vale lembrar que todo o processo de prevenção de perdas em supermercados deve ser aprimorado e ajustado continuamente. Isso porque as mercadorias entram e saem e a organização deve acompanhar essa constância!

10 práticas para a prevenção de perdas em supermercados

A prevenção de perdas pode ser um desafio e tanto para os gestores, que precisam ficar atentos aos métodos e ferramentas mais avançados do mercado para driblar a situação. 

Nesse sentido, o uso da tecnologia é crucial para aprimorar os processos logísticos, financeiros e de segurança. Eles exigem um alto nível de integração e comunicação eficiente, e por isso aumentam a qualidade dessa operação. 

Quanto à gestão de pessoas, a implantação dos novos métodos de prevenção de perdas é um trabalho em que os resultados aparecem no longo prazo, reflexos da cultura estabelecida. 

Pode até haver um certo grau de resistência às mudanças no início. Afinal, uma transformação da cultura organizacional leva tempo. Porém, é importante ter paciência e incorporar as boas práticas no dia a dia.

Abaixo, reunimos 10 dicas para que você consiga superar este desafio e, assim, reduzir as perdas do seu negócio. Vamos lá!

1. Tenha um programa de treinamento de funcionários

A primeira dica não poderia ser diferente. Como falamos, o cuidado com o pessoal é fundamental para a prevenção de perdas em supermercados. O engajamento de todos os funcionários é necessário!

Por isso, apostar em programas de treinamento é um bom caminho. Crie um projeto voltado para a conscientização de toda a equipe e incentive o desenvolvimento de uma cultura voltada à eficiência operacional.

Os responsáveis pela limpeza e manutenção, segurança, vendas, estoque e demais áreas produtivas e administrativas precisam ter pleno domínio dos protocolos – bem como entender a sua importância. Dessa forma, eles aprenderão a evitar perdas e incluirão as boas práticas naturalmente em suas rotinas.

2. Organize a gestão de estoque

Não é raro encontrarmos estabelecimentos em que mercadorias são perdidas por total falta de organização. Por isso, os produtos devem ser alocados de maneira lógica no depósito.

A tecnologia é uma aliada na organização dos processos de recebimento, registro, posicionamento e reposição de produtos. Isso porque ela cria um processo claro e integrado, além de facilitar o acesso às informações. 

Essa automatização otimiza principalmente a logística, fazendo com que a empresa trabalhe com estoques mais enxutos, reduzindo as perdas. 

Outra dica valiosa nesse sentido é a utilização da técnica do PEPS (ou FIFO, em inglês). A metodologia se resume à lógica de que o “Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai” . Ou seja, todas as atividades de armazenagem e reposição são adaptadas para evitar que produtos antigos fiquem escondidos nos depósitos ou gôndolas.

Um controle melhor do nível de estoque também reduz o risco de comprar mercadoria de mais e não conseguir vender. Ou então comprar produtos a menos e ter buracos nas prateleiras. 

Com dados detalhados de estoque, o gerenciamento de compras será aperfeiçoado. Consequentemente, a gestão financeira também se beneficia, aumentando a rentabilidade.

Vale lembrar que um erro comum no varejo é o estoque virtual. Ele acontece quando um produto está disponível no sistema, mas não existe mais fisicamente. Isso acontece em situações de furtos, quebras operacionais, itens vencidos e até erros de registro de saída. 

O estoque virtual pode ser evitado ao realizar inventários periódicos, que também podem ser controlados por meio de tecnologia. Assim, o acompanhamento acontece em tempo real, independentemente do tamanho do seu estoque. 

3. Realize inventários cíclicos

Os inventários cíclicos permitem uma identificação mais rápida das perdas. É por isso que eles têm grande importância no enfrentamento da situação.

São realizados dentro de períodos específicos e com uma frequência maior e, por isso, as inconsistências entre o estoque previsto e o existente nas prateleiras são identificadas em menor tempo. Consequentemente, permite que ações mais efetivas sejam implementadas.

Essa medida, por si só, não contribui diretamente para prevenir perdas de produtos. Entretanto, auxilia no entendimento das principais causas que ocasionam o problema. 

4. Controle o consumo interno

Setores como cozinha, refeitório e padaria costumam utilizar produtos dos departamentos de hortifruti, frios e laticínios para a sua produção. Na correria do cotidiano, é comum que o uso destes itens não seja registrado pelos funcionários. 

Nesse cenário, é fundamental estabelecer práticas que facilitem o controle. Além de causarem forte impacto no estoque, essas falhas dificultam a medição dos custos de cada setor.

5. Aperfeiçoe o procedimento para trocas de mercadorias

O cliente pode ter que trocar um produto comprado. E independente de qual seja seu motivo, é essencial que você tenha um procedimento previamente definido (e eficiente). O ideal é que a troca seja efetuada mediante apresentação do cupom fiscal. Além disso, deve-se observar com atenção as possíveis diferenças de preço entre as mercadorias.

Fique atento, ainda, ao fato de que o item que retornou para a prateleira precisa dar entrada no estoque novamente. Ou seja: o funcionário deve registrar a devolução do produto e a saída do outro.

6. Fiscalize a qualidade dos fornecedores

Este aspecto é especialmente importante no setor de hortifruti, pois a qualidade das mercadorias pode variar bastante. Perdas por falta de qualidade são mais comuns do que se imagina!

Procure conhecer de perto os procedimentos de estocagem, manipulação e transporte de frutas e legumes dos produtores. Não pense apenas no preço. Estabeleça um padrão de qualidade e formalize uma série de exigências aos fornecedores.

7. Invista em segurança

Investimentos em segurança são considerados essenciais para empresas de qualquer segmento. No caso de supermercados, operar sem um sistema efetivo de monitoramento por câmeras pode trazer grandes prejuízos.

A utilização de câmeras em vários locais do estabelecimento inibe pequenos furtos de clientes e funcionários. Isso porque a indicação de que o local é monitorado acaba inibindo a ação desses infratores. 

Criar uma equipe de prevenção de perdas também é interessante. Trata-se de colaboradores que circularão pelos corredores do supermercado, observando atitudes suspeitas.

Já existem até tecnologias que integram o sistema de imagens com os registros dos caixas em busca de situações que fujam dos padrões. Isso permite mapear possíveis casos de fraude.

Também é importante pensar em um planograma eficiente, isto é, a estruturação estratégica de cada produto, pensada a partir de dois pontos: garantir a qualidade e incentivar a compra. 

Nesse sentido, itens deixados em locais inadequados por desistência do consumidor devem ser rapidamente realocados para os lugares adequados — principalmente aqueles que perdem qualidade fora do local apropriado, como produtos que necessitam de refrigeração, por exemplo. 

8. Gateway de pagamento

O PIN PAD (Personal Information Number – Peripheral Adapter Device) é um serviço para pagamento. Consiste na utilização de uma máquina para efetivação de transação bancária a partir de identificação pessoal. 

Quando o processo é fraudado, ocorre o pagamento do produto por meio de um depósito na conta do fraudador, utilizando uma máquina alterada. Para evitar esse transtorno, a opção é estabelecer um sistema de checkout.

Também vale investir em gateways de pagamento que tenham APIs (integrações) que asseguram uma operação transparente. Cartões de crédito emitidos pela própria loja costumam ser efetivos. 

9. Fique atento às trocas de código de barras

Como foi dito anteriormente, a troca de código de barras da mercadoria é um dos problemas que mais demandam atenção dos funcionários em uma rede varejista de supermercados. 

Para evitar esse tipo de perda, fomente na equipe de caixas o hábito de conferir se o item registrado confere com aquele que o cliente está levando. Em caso de inconsistências, providencie imediatamente o registro adequado.

Essa rotina também ajuda nos casos de violação de embalagens — em que será possível contabilizar produtos e rastreá-los, entendendo que ele foi consumido, porém não passou no caixa. Isso também ajuda na gestão do estoque, evitando o estoque virtual.

10. Utilize um software de checklist

Com tantas atividades a serem realizadas, por que não organizá-las em um checklist online para obter maior controle sobre o que já foi feito e o que ainda está pendente? Esse tipo de software ajuda bastante os negócios que atuam no varejo, especialmente supermercados.

Ele auxilia no acompanhamento das atividades e, ainda, simplifica a emissão de relatórios, para que os gestores possam analisar e entender as operações. Consequentemente, permite um controle maior do estoque, bem como uma tomada de decisão mais precisa.

Como se tem acesso a dados e informações reais atualizadas, os gestores conseguem traçar estratégias mais focadas na solução do problema. Dessa maneira, alcançam melhores resultados. O programa é altamente personalizável e fácil de manusear, desburocratizando os processos e tornando-os muito mais rápidos e eficientes.

Entre seus principais diferenciais, estão funcionalidades que apoiam rotinas de supermercados, como categoria de produto: cujos checklists permitem a criação de um banco de dados com listagens de produtos com suas respectivas descrições, separados em categorias. Na aplicação do checklist, basta ler o código de barras e acessar os dados para validá-los. 

Também vale ressaltar a criação de planos de ação, que ajudam na estruturação e aplicação de fluxo de processos coerentes e efetivos, com rotinas pré-estabelecidas e agendamentos controlados no próprio software. Assim, evitando a perda de prazos ou conflitos na agenda. 

E não são apenas os relatórios que podem ser usados para análise de indicadores e métricas. Com o Analytics BI, é possível cruzar esses dados e ter uma visão ainda mais ampla de toda a operação para tomada de decisões. 

Quais os tipos de perdas em supermercados mais recorrentes?

Não há dúvidas de que as perdas têm um grande impacto no desempenho dos supermercados. Segundo a pesquisa ABRAPPE de Perdas no Varejo Brasileiro de 2019, as perdas representam 1,99% do faturamento líquido e 1,82% do faturamento bruto dos supermercados brasileiros.

Suas causas podem estar localizadas em vários setores e em diferentes momentos das atividades diárias.

Por isso, é necessário implementar um programa de prevenção capaz de estabelecer um controle preciso em todos os procedimentos de:

  • Logística;
  • Recebimento de mercadoria;
  • Segurança do trabalho;
  • Gestão de pessoas;
  • Gestão financeira.

O primeiro passo para propor soluções envolve o reconhecimento dos fatores que causam o problema, ou seja, saber quais tipos de perdas são mais recorrentes

Elas podem ser classificadas em dois grandes grupos: perdas conhecidas e perdas não identificadas, como veremos:

1. Perdas conhecidas

As perdas conhecidas, também chamadas de quebras operacionais, são resultados de erros de processo e falhas gerenciais recorrentes. Como suas causas são internas, podemos dizer que são previsíveis. 

As ocorrências mais comuns nesta categoria são:

Danos relacionados à manipulação do produto

São muito comuns em redes varejistas. Eles possuem forte ligação com a atuação dos funcionários que lidam diretamente com o produto. Ocorrem durante o deslocamento das mercadorias dentro da loja ou no estoque, causando avarias que impedem sua comercialização.

Ainda segundo a pesquisa da Abrappe, as quebras operacionais representam 33% das perdas ocasionadas — o número mais expressivo de todo o estudo. 

Um exemplo desse dano é quando uma caixa de leite sofre uma perfuração no deslocamento ou quando um copo de vidro recebe algum choque e se quebra.

Um dos fatores que influencia negativamente nesses casos é a organização inadequada dos depósitos e da loja em si.

Itens com prazo de validade expirado

O giro de mercadorias é um fator bastante significativo. Quando há falhas de armazenagem e reposição, os produtos mais novos são vendidos antes. Enquanto os mais antigos ficam encalhados nas prateleiras.

O prejuízo, neste caso, é alto, pois, além do descarte da mercadoria, o estabelecimento também corre o risco de receber autuações e multas pesadas – em caso de venda de produto vencido. Outro impacto importante é o dano para a imagem da empresa frente aos consumidores.

Deterioração de mercadorias perecíveis

O armazenamento e a manipulação de produtos perecíveis devem seguir protocolos rígidos, já que eles podem ser contaminados facilmente. Quando há falta de cuidado, as mercadorias podem entrar em contato com insetos, pragas e produtos químicos e tóxicos. Tudo isso acaba comprometendo a sua integridade.

Este tipo de ocorrência é especialmente preocupante no setor de hortifruti. A falta de limpeza, compras em excesso, má escolha dos fornecedores e armazenamento inadequado são os principais fatores que interferem nesta área.

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2. Perdas não identificadas

Esse tipo de perda não pode ser previsto por gestores e funcionários. Ele ocorre ocasionalmente e, em geral, só é identificado por meio de inventário. As principais ocorrências são:

Furtos

Os furtos são, sem dúvidas, situações frequentes e que podem causar um grande prejuízo no estoque. Infelizmente, tais atitudes podem partir tanto de clientes e visitantes quanto de funcionários. Sendo, portanto, um dos maiores desafios para a equipe de segurança da loja.

Desvios e fraudes por funcionários

Há situações em que funcionários se aproveitam das vulnerabilidades dos procedimentos para cometer diversos tipos de desvios. Os casos mais comuns incluem:

  • Passagem de produtos pelo checkout sem que sejam registrados;
  • Registro de um item com o código de outro mais barato.

Programas de fidelidade também abrem brechas para fraudes. O operador de caixa pode aproveitar a compra de um cliente que não participa do programa e registrar a transação em seu próprio cartão.

Toda possibilidade de fraude é de difícil detecção. Portanto, é necessário ter muita cautela antes de tomar qualquer providência direta.

Desvios e fraudes por clientes e visitantes

Os frequentadores da loja também desafiam os sistemas de prevenção de perdas, utilizando uma série de artifícios.

O principal deles é o consumo de produtos dentro do mercado. Isso acontece principalmente com bebidas, como iogurtes, refrigerantes e cervejas. A pessoa consome o produto e descarta a embalagem antes de passar pelo caixa.

Também são comuns as trocas de etiquetas ou embalagens. O consumidor pode trocar propositalmente o preço das gôndolas ou até alterar o conteúdo das embalagens para levar um produto pagando menos.

É hora de aplicar as dicas para evitar as perdas em supermercados!

Ao longo do conteúdo, você percebeu que a prevenção de perdas em supermercados é uma das tarefas mais relevantes para o sucesso desse tipo de negócio. Foram apresentadas diversas medidas que podem ser utilizadas na superação desse problema e que, em conjunto, fazem toda a diferença.

É claro que nem todas são tão simples de serem executadas. Elas demandam mudanças no comportamento dos colaboradores e processos claros.

No entanto, vale ressaltar que, colocando em prática tudo o que foi apresentado, o estabelecimento sofrerá menos com as perdas. Consequentemente, conseguirá reduzir seus custos operacionais, o que irá refletir positivamente nos lucros.

É importante frisar que cada supermercado deve identificar a origem de suas perdas com base em seu próprio modelo de negócios, bem como sua cultura. Cada caso é um caso e a melhor forma de se prevenir e evitar brechas é a padronização de processos. 

Nesse sentido, o Checklist Fácil pode tornar o processo de checagem em supermercados muito mais eficiente. Quer saber como? Agende uma demonstração gratuita agora mesmo!