Qual a maior fortaleza da América Latina?

O conjunto de fortificações implantado pelos europeus no Brasil teve suas origens em um processo de ocupação do território próprio, diferenciado das outras potências coloniais. Baseava-se em um esforço descentralizado, oriundo de ações dos próprios moradores das diferentes capitanias que formariam o Brasil, sem uma maior intervenção da metrópole. Isso resultou na construção de centenas de fortificações, espalhadas por todo o território nacional, edificadas para atender mais a interesses locais do que os da metrópole.

Marcam não apenas a presença de vilas e cidades de origem lusitana, mas também o contato entre diferentes culturas. Muitas construções defensivas e povoações foram feitas onde existiram populações indígenas, enquanto fortes franceses, ingleses, holandeses e espanhóis foram destruídos não por forças enviadas da metrópole, mas por residentes no Brasil. Estes se mobilizaram sem uma diretiva maior vinda da Europa, marcando a formação de um território com língua e identidade próprios, diferentes do de todos os outros existentes no Novo Mundo e que viria a ter uma extensão geográfica maior do que a do continente europeu.

Devido à própria natureza do esforço descentralizado oriundo de ações de pequenas comunidades, sem maior apoio do governo metropolitano português, o resultado foi uma diversidade de obras, com diferentes traçados, estilos e técnicas construtivas, que servem para demarcar a engenhosidade e criatividade dos habitantes em encontrar soluções únicas para lidar com condições ecológicas e culturais bem diferentes das existentes no Velho Mundo.

Ainda existem dezenas dessas fortificações luso-brasileiras, marcando a ação deles no estabelecimento dessa cultura única. A proposta desta inscrição é apresentar um conjunto de fortificações que contemple uma seleção de 19 monumentos, representativos das construções defensivas implantadas no território brasileiro, nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais que resultaram no maior País da América Latina: o Brasil. A seleção dos monumentos recaiu sobre as seguintes obras:

Entidade mineira assina parceria única com o Governo do Amapá e o BNDES para a restauração da Fortaleza de São José de Macapá

O dia 4 de fevereiro entra para a história da Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes – APPA - ao assinar parceria inédita com governo do Amapá e o BNDES. Curiosamente, o dia 4 de fevereiro também é o aniversário de Macapá, capital do Amapá e sede da maior fortaleza da América Latina, a Fortaleza de São José. A assinatura da parceria faz parte das comemorações dos 264 anos da capital Macapá, enquanto a APPA completa 29 anos de atividades culturais.

Essa parceria tem o objetivo de restaurar e requalificar a Fortaleza de São José de Macapá e vem potencializar a candidatura da Fortaleza como Patrimônio Cultural da 

Humanidade junto à Unesco, em um conjunto que abrange outras 19 fortificações brasileiras do período colonial.

A solenidade de assinatura aconteceu na manhã desta sexta-feira, na Fortaleza de São José, em Macapá, e contou com a presença do governador do Amapá, Waldez Góes; o presidente da APPA, Xavier Vieira; o presidente do BNDES, Gustavo Montezano; o senador David Alcolumbre e o diretor do BNDES, Bruno Caldas Aranha.

Nas palavras do governador do Amapá, Waldez Góes, a “Fortaleza é o maior patrimônio cultural do povo amapaense. Isso vem dinamizar também investimentos no entorno da Fortaleza, e isso só foi possível com essa parceria com a APPA e todo seu know-how no setor cultural, que consolidou a participação do BNDES, com investimentos que nos levarão a um futuro promissor para nosso Amapá. Isso culminará com a conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, que passará a nos dar todas as condições para investimentos futuros na poligonal da Fortaleza de São José, com geração de emprego e renda para nossa gente”, finalizou entusiasmado o governador Waldez Góes. Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, “a APPA vem se destacando nacionalmente com seu trabalho em cultura, espero que isso venha inspirar outras entidades a fazer um trabalho tão bem feito na área de cultura e sustentabilidade. Pois sustentabilidade é cultura, e o futuro é passado, então, patrimônio histórico material e imaterial está no coração da agenda de sustentabilidade. Esperamos muitos anos de parceria entre o BNDES e APPA”, declarou o presidente do BNDES Gustavo Montezano. Para o presidente da APPA, Xavier Vieira, “esse é um dia histórico para a APPA, pois além de completarmos 29 anos de história, juntamente com a capital Macapá, viemos celebrar uma parceria em nível nacional, no extremo norte do país, com o governo do Estado do Amapá e o BNDES, para requalificação de um patrimônio da dimensão da Fortaleza de São José, marco na história do Brasil e da região Norte do País. Isso tudo vem consolidar a APPA como referência no setor cultural e de patrimônio, expandindo fronteiras, conquistando parceiros e inspirando novos projetos”, declarou o presidente da APPA Xavier Vieira.

 

 

A Parceira

O Projeto de Restauração e Requalificação da Fortaleza de São José de Macapá tem como objetivo principal a atualização e desenvolvimento dos projetos técnicos e complementares para a realização de obras e intervenções para a conservação, restauração e adequação de uso da Fortaleza São José de Macapá. A fortificação passou por diversos momentos de abandono e reformas ao longo da história e a assinatura dessa parceria com a APPA – Arte e Cultura e o BNDES vem também potencializar a candidatura da Fortaleza de São José como Patrimônio da Humanidade junto à Unesco, em conjunto que abrange outras 19 fortificações brasileiras do período colonial. O Projeto conta com investimentos de 27 milhões via BNDES e 5 milhões do governo do Estado do Amapá.

A Fortaleza de São José é a maior fortificação construída na América Latina e suas dimensões impressionam, se comparadas as das outras construídas no Brasil no mesmo período. Só sua muralha tem 22 mil metros quadrados e sua área construída é de 127mil m². São 2.210m² de espaço interno. Em 22 de março de 1950 a Fortaleza foi tombada pelo IPHAN, que estabeleceu os parâmetros urbanísticos para a área, visando sua preservação e de seu entorno.

Faz parte ainda da assinatura do Projeto, a modernização do Museu da Fortaleza, sua revitalização e preservação do conjunto e a oferta de ações formativas na educação patrimonial e na difusão dos bens materiais e imateriais regionais, visando a inserção nos roteiros turísticos locais, estaduais, nacionais e internacionais, gerando a valorização e a dinamização econômica e social do Amapá.

O Projeto tem ainda os objetivos de dotar o equipamento de acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; Dotar o equipamento de atendimento a emergência, evacuação, combate a incêndio e pânico; Capacitar 1.000 pessoas, integrantes da comunidade escolar de Macapá/AP, por meio de atividades com foco em educação para o patrimônio cultural.

A Fortaleza de São José de Macapá é a maior fortificação militar luso-brasileira, construída no período do Brasil-Colônia, e tinha como objetivo a defesa do extremo Norte do País pela entrada do Rio Amazonas. Sua construção empregou canteiros, artífices, trabalhadores africanos e indígenas, além de oficiais e soldados. Ela está na margem esquerda do Rio amazonas em ponto estratégico que serviu para defender e definir as fronteiras marítimas e fluviais do Brasil-Colônia no extremo norte do país.

A consequência mais marcante da construção da Fortaleza de São José de Macapá foi a criação da Vila de Macapá e o seu significativo desenvolvimento durante este período. Tão marcante que, desde então, Macapá tornou-se o principal centro urbano da foz esquerda do Rio Amazonas.

 

Uma Fortaleza na Linha do Equador

 

Conhecida como a “Capital do Meio do Mundo”, por ser a única cidade brasileira cortada pela linha do Equador, Macapá não possui conexão por rodovia com nenhuma outra capital, sendo o acesso direto somente possível por via aérea, fluvial ou marítima. Por lá pode-se observar o equinócio da primavera (março) e do outono (setembro), quando os dias e as noites têm a mesma duração.

O Monumento Marco Zero do Equador é considerado um dos mais importantes atrativos de Macapá. Construído sobre a linha imaginária do Equador – que divide a Terra em dois hemisférios, o empreendimento conta com um obelisco de aproximadamente 30 metros de altura com uma abertura circular no centro. Ali o sol incide na época do equinócio – fenômeno que acontece somente nos meses de março e setembro.

Favorecida pela localização estratégica, com sua costa banhada pelo rio Amazonas, boa parte do turismo macapaense é dedicado à rica história e cultura, desde a formação e desenvolvimento do município aos costumes e tradições de seus habitantes. Outra parte está focada em seus amplos recursos naturais, em seu conhecimento e na luta pela sua manutenção.

Segundo dados de setembro do Observatório do Turismo do Amapá, o Estado possui 984 estabelecimentos de alimentação fora do lar, 197 meios de hospedagens, 138 agências de viagens, 125 empresas de eventos e 87 empresas de transportes turísticos. A Amazônia sempre foi muito procurada por turistas brasileiros e estrangeiros e o interessante do Amapá é que o Estado oferece algumas experiências que só tempos por aqui. Como o tour pelo Rio Amazonas, pois Macapá é única capital banhada por ele, e visitas a comunidades ribeirinhas e igarapés a 10 minutos do centro.

O clima na cidade é quente e úmido. As máximas temperaturas estão entre 31°C e 33°C, mas a temperatura máxima durante um dia pode chegar a 40°C. Entre agosto e outubro acontecem as mais altas temperaturas do ano.

A gastronomia local é influenciada pelos povos paraenses e antigos moradores do povoado santanense - mestiços portugueses e índios da nação Tucuju.

Próximo à Fortaleza existem alguns outros locais marcantes que completam a visita por lá, como a Casa do Artesão, o Trapiche Eliezer Levy, o Parque do Forte e o mercado também foi reformado e está em pleno funcionamento com praça de alimentação para atendimento turístico. O Parque do Forte foi construído anexado à Fortaleza de São José. Acessível por estar em uma região central, possui uma boa infraestrutura, amigável e bem completa, excelente para crianças. Há estacionamento, banheiros públicos, brinquedos e equipamentos para exercícios físicos, além de uma bela vista do Rio Amazonas.