Quem é o único atleta brasileiro premiado com a medalha?

As medalhas de ouro, prata e bronze são entregues aos atletas com os melhores desempenhos técnicos em suas categorias a cada edição das Olimpíadas, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) também pode conceder outra premiação tão importante quanto essas, que se relaciona com as qualidades morais e éticas dos competidores.

Estamos falando da medalha Pierre de Coubertin, uma honraria dada a atletas e outros envolvidos com as competições que demonstrem alto grau de esportividade e espírito olímpico. O nome é uma homenagem ao criador dos Jogos Olímpicos modernos, o Barão Pierre de Coubertin.

Desde a primeira Olimpíada da era moderna, realizada em Atenas (Grécia), no ano de 1896, somente 21 personalidades receberam o prêmio. Entre eles, há apenas um sul-americano, o ex-maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, que foi medalha de bronze na maratona dos jogos de Atenas, em 2004.

Quem é o único atleta brasileiro premiado com a medalha?
(Fonte: Wikimedia Commons)

A medalha Barão de Coubertin de Vanderlei foi uma homenagem ao espírito esportivo demonstrado durante a disputa. O brasileiro liderava a corrida a 7 km do final quando foi abraçado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan. O corredor conseguiu se soltar após alguns segundos e voltou à prova, mas seu rendimento caiu e ele terminou em 3° lugar.

Lista de ganhadores

A humildade demonstrada pelo maratonista ao continuar na corrida, mesmo após sofrer o ataque, levou o COI a condecorá-lo com a honraria ao final da Olimpíada de Atenas. E assim como ele, outras 20 personalidades demonstraram espírito esportivo suficiente para convencer a entidade a premiá-las.

Quem é o único atleta brasileiro premiado com a medalha?
(Fonte: Comitê Olímpico do Brasil/Divulgação)

Confira a lista de ganhadores da medalha Pierre de Coubertin e o ano em que ela foi concedida, lembrando que alguns receberam a homenagem postumamente.

  • Eugenio Monti (Itália): 1964.
  • Luz Long (Alemanha): 1964.
  • Franz Jonas (Áustria): 1969.
  • Karl Heinz Klee (Áustria): 1977.
  • Lawrence Lemieux (Canadá): 1988.
  • Raymond Gafner (Suíça): 1999.
  • Emil Zatopek (República Tcheca): 2000.
  • Spencer Eccles (Estados Unidos): 2002.
  • Tana Umaga (Nova Zelândia): 2003.
  • Vanderlei Cordeiro de Lima (Brasil): 2004.
  • Elena Novikova-Belova (Bielorússia): 2007.
  • Shaul Ladany (Israel): 2007.
  • Petar Cupac (Croácia): 2008.
  • Ivan Bulaja (Croácia): 2008.
  • Pavle Kostov (Croácia): 2008.
  • Ronald Harvey (Nova Zelândia): 2009.
  • Richard Garneau (Canadá): 2014.
  • Michael Hwang (Singapura): 2014.
  • Eduard von Falz-Fein (Liechtenstein): 2017.
  • Lv Junjie (China): 2018.
  • Han Mellin (China): 2018.

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Nome completo: Vanderlei Cordeiro de Lima
Data de nascimento: 04/07/1969
Local de nascimento: Cruzeiro do Oeste, PR

A carreira de Vanderlei Cordeiro de Lima tomou outro rumo após o bronze conquistado nos Jogos Olímpicos Atenas 2004. O ato heroico de continuar na prova, mesmo tendo sido agredido durante a prova, e a demonstração de espírito olímpico o levaram a ser homenageado pelo COI com a medalha Pierre de Coubertin. Para se ter uma ideia do prestígio dessa condecoração, somente seis atletas na história dos Jogos Olímpicos de Verão foram agraciados com essa medalha. Vanderlei ainda tem no currículo participações nos Jogos de Atlanta 1996 e Sidney 2000.

A medalha Barão de Coubertin premia atletas e pessoas envolvidas com o esporte que demonstrem alto grau de esportividade e espírito olímpico

A medalha das medalhas. Foto: Canva

O que será que passou pela cabeça daquelas pessoas além do desespero? Elas eram amontoadas em trens que, antes da Segunda Guerra Mundial, eram usados para transportar animais.

O regime nazista perseguiu, roubou, sequestrou, prendeu, torturou, escravizou e matou mais de seis milhões de pessoas em campos de extermínio espalhados pela Europa, 1,5 milhão só em Auschwitz, na Polônia.  

Eram judeus, comunistas, presos políticos, desertores, ciganos, negros, homossexuais e pessoas com deficiência. Na visão do chanceler alemão Adolf Hitler estes sujeitos não se encaixavam nos padrões que a supremacia branca ou a superioridade ariana exigiam e precisavam ser exterminados.  

Shaul Ladany, um judeu nascido na antiga Iugoslávia (atual Sérvia), conseguiu sobreviver ao horror nazista e, com apenas oito anos, foi libertado do campo de Bergen- Belsen na Alemanha. Quando o Estado Nação de Israel foi criado, Shaul se mudou para junto de seu povo.  

Seis anos depois, Shaul começa no esporte e escolhe o atletismo, mais especificamente a marcha atlética. Disputou as Olimpíadas de 1968 na cidade do México e a de Munique em 1972.  

O atleta não imaginava que 27 anos após o fim da Segunda Guerra - que o horror e o ódio se aproximariam dele novamente e na mesma Alemanha.  

As Olímpiadas de Munique foram marcadas por um ataque terrorista à Vila Olímpica nos apartamentos em que estavam hospedados a comissão técnica e os atletas de Israel.  

Oito terroristas do grupo terrorista palestino conhecido como Setembro Negro, um braço da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), invadiram o local. Ao todo 11 israelenses foram mortos. Shaul conseguiu sobreviver. De novo!  

Dois meses após o atentado, Shaul voltou a competir e não parou mais (mesmo depois dos 60 anos). Em 2007, ele foi homenageado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com a medalha Barão de Coubertin, uma das maiores honrarias do esporte mundial.   


A coragem do saltador alemão
Na memória olímpica, um outro ato de coragem foi homenageado com a medalha Barão de Coubertin.  

Nas Olimpíadas de Berlim, na mesma Alemanha, só que em 1936, o atleta de salto alemão, Luz Long, não se intimidou com os nazistas e com o contexto político/social vigente em seu país e ajudou o seu adversário americano, o atleta negro Jesse Owens.  

Na disputa pela vaga na final olímpica do salto em distância, o americano já tinha queimado dois dos seus três saltos e o atleta alemão aconselhou Owens a saltar algumas polegadas para trás da tábua para que reduzisse a chance de queimar o último salto.  

A lenda Jesse Owens escutou o alemão, saltou, não queimou, foi pra final, bateu recorde olímpico e ganhou o ouro. De quem? De Luz Long que ficou com a prata.  

É interessante ressaltar que, o gesto de Long que hoje parece simples, foi feito no estádio olímpico de Berlim com a presença do ditador alemão às vésperas da Segunda Guerra Mundial com um atleta negro e de nacionalidade inimiga.
A coragem de Long foi reconhecida em 1964, 21 anos após a sua morte. Ele foi condecorado com a medalha Barão de Coubertin. 

A medalha das medalhas
A medalha Barão de Coubertin é uma premiação concedida pelo COI à atletas e pessoas envolvidas com o esporte que demonstrem alto grau de esportividade e espírito olímpico dentro e fora das competições.  

No caso de Shaul, por exemplo, pesou ainda na sua premiação, as inúmeras contribuições dele ao esporte como professor e acadêmico.  

Em 125 anos de história dos Jogos Olímpicos, apenas 21 personalidades do universo esportivo conquistaram a medalha das medalhas criada em homenagem ao idealizador dos primeiros Jogos da Era Moderna, Barão de Coubertin.  

Destes 21 seres humanos fora da curva, apenas um atleta sul-americano obteve esta proeza. O maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi condecorado com a medalha Barão de Coubertin no final de 2004, seis meses depois que tiraram dele a medalha de ouro nos Jogos disputados da Grécia.  

Vanderlei liderava a maratona olímpica a 7km do final em Atenas quando foi literalmente abraçado e tirado da prova por um torcedor. O tempo perdido custou ao Brasil o inédito ouro na maratona. Vanderlei até voltou à corrida, mas não conseguiu mais que a medalha de bronze.  

Por todo seu espírito esportivo e humildade em seguir na disputa, mesmo após ser atacado covardemente na reta final da competição que tradicionalmente encerra os Jogos Olímpicos... Vanderlei colocou no peito a medalha das medalhas. Ela, ninguém tira. Nem o ex-padre irlandês descompensado!

Quem é o único atleta brasileiro premiado com tal medalha?

Adhemar Ferreira da Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre.

Qual foi o primeiro brasileiro a conquistar medalha no atletismo?

As primeiras medalhas vieram nos Jogos de Helsinque, em 1952, quando o Brasil faturou um ouro no salto triplo, com Adhemar Ferreira da Silva, e um bronze, no salto em altura, com José Telles da Conceição. Nas Olimpíadas de Pequim-2008, Maurren Maggi conquistou o ouro no salto em distância.

Qual o nome do único atleta brasileiro no Hall da Fama da IAAF?

Adhemar Ferreira da Silva representará o Brasil no Hall da Fama da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês), criado como parte das celebrações pelo centenário da instituição.

Em que ano Thiago Braz ganhou?

Sueco salta 6,20m na última tentativa e supera sua própria marca. Campeão Olímpico na Rio 2016 e medalhista de bronze em Tóquio 2020, Thiago Braz conquistou o pódio que faltava em sua carreira.