Quem ganhou ouro no volei feminino

April Ross e Alix Klineman bateram australianas na decisão nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Quem ganhou ouro no volei feminino

April Ross e Alix Klineman conquistaram o ouro no vôlei de praia feminino (FOTO: Angela WEISS/AFP)

Prata nos Jogos de Londres-2012 e bronze no Rio-2016, Ross tem agora uma medalha olímpica de cada cor. Já Alix vai ao lugar mais alto do pódio logo em sua estreia olímpica.

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As americanas fizeram uma campanha perfeita em Tóquio. Na primeira fase, vitórias sobre as chinesas Xue/Wang, as espanholas Liliana/Elsa e pelas holandesas Keizer/Meppelink. Nas oitavas de final, triunfo sobre as cubanas Lidy/Leila. Nas quartas, vitória sobre as alemãs Ludwig/Kozuch. Na semi, deixaram para trás as suíças Vergé-Depré e Heidrich. Nos sete jogos, as novas campeãs olímpicas perderam um único set diante da parceria da Holanda.

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Vale lembrar que o brasileiro Guilherme Tenius, o Fiapo, integrante da comissão técnica da Seleção Brasileira masculina de vôlei por vários anos, faz parte da comissão técnica da dupla Alix/April. Atualmente o fisioterapeuta mora nos Estados Unidos.

Medalha de bronze
Na disputa pelo bronze, na abertura da rodada, as suíças Vergé-Depré e Heidrich superaram Graudina e Kravcenoka, da Letônia, por 2 a 0 – parciais de 21-19, 21-15.

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Seleção vai tentar o alto do pódio pela terceira vez em 13 anos

A vitória de virada, 3 a 1, da Seleção brasileira feminina de vôlei sobre a equipe do Comitê Olímpico da Rússia a credenciou para a disputa de uma semifinal contra a Coreia do Sul, na madrugada de sexta-feira (6). Quem vencer, decide o título. A outra vaga à final será definida em confronto entre Estados Unidos e Sérvia.

Curiosamente, as três rivais jamais ganharam o ouro olímpico na modalidade. Já o Brasil foi campeão em 2008 (Pequim) e 2012 (Londres) e tem duas medalhas de bronze, em 1996 e 2000.

Quem ganhou ouro no volei feminino

Seleção feminina de vôlei está a um salto de fazer história novamente nos Jogos Olímpicos (Valentyn Ogirenko - Reuters)

Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

Os Estados Unidos são tri-vice. Ficaram em segundo lugar em 1984, 2008 e 2012 – nas duas últimas perdendo para o Brasil. Já a Sérvia obteve a prata em 2016, no Rio, sua melhor colocação na história olímpica do vôlei feminino.

Por sua vez, a Coreia do Sul ganhou o bronze em 1976 e terminou em quarto lugar duas vezes: em 1972 e 2012.

Caso conquiste novamente o ouro, o Brasil se igualará a China e Cuba com três títulos do vôlei entre mulheres. Quem lidera esse ranking é a antiga União Soviética, com quatro conquistas (1968, 1972, 1980 e 1988).

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Quem ganhou ouro no volei feminino
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Há 30 anos, o camisa 1 da seleção brasileira masculina de vôlei se preparou para sacar. Ele foi à linha de fundo e bateu a bola no chão por quatro vezes. Depois a segurou entre as mãos, arremessou para o alto e saltou, bem alto, fazendo com que sua mão direita tocasse na bola.

Quem ganhou ouro no volei feminino
Quem ganhou ouro no volei feminino

A batida foi certeira. A bola chegou à quadra adversária com tamanha força e velocidade que foi impossível à Holanda defendê-la. Com o ace (ponto de saque) marcado por Marcelo Negrão, o Brasil chegou ao 15º ponto no terceiro set (àquela época, as parciais do vôlei terminavam em 15) e ganhou a partida por 15x12, 15x8 e 15x5. A vitória, que marcou uma campanha de oito jogos com vitórias em Barcelona (Espanha), deu ao país a conquista da primeira medalha de ouro olímpica na modalidade. 

“Negrão. Acabou. Acabou. O Brasil ganhou. O Brasil é medalha de ouro no voleibol. O melhor voleibol do mundo”, gritou o narrador, emocionado, ao fim da partida.

O ace de Negrão foi comemorado por milhares de torcedores que ligaram a TV naquele dia 9 de agosto de 1992. Foi a primeira vez que os brasileiros puderam celebrar a conquista de uma medalha de ouro olímpica em um esporte coletivo. Depois desse título, vieram outros. O próprio voleibol ainda trouxe mais quatro medalhas de ouro para o país: em 2004 e 2016, no masculino, e um bicampeonato em 2008 e 2012, no feminino.

Invicto

Em 1992, o Brasil foi soberano em quadra. Venceu todos os jogos, perdendo apenas três sets: para a Equipe Unificada (nome usado por atletas e times desportivos que formavam a Comunidade dos Estados Independentes e que incluía a Rússia) e para as difíceis seleções de Cuba e dos Estados Unidos. O elenco, comandado por José Roberto Guimarães, teve Amauri, Carlão, Douglas, Giovane Gávio, Janelson, Jorge Edson, Marcelo Negrão, Maurício, Pampa, Paulão, Talmo e Tande.

“Lembro de tudo como se fosse hoje. Lembro de todos os treinamentos, de tudo daquela época. Era uma equipe muito jovem, muito nova. Eu tinha 19 anos. Imagine: agora estou com quase 50”, brincou Marcelo Negrão, em entrevista à Agência Brasil e à Rádio Nacional. “Foi um feito histórico, que marcou o nosso esporte e o país. E parece que foi ontem”. Para Talmo, levantador reserva de Maurício, a equipe marcou época e continua sendo grande referência.

Há pouco tempo, Negrão, que recentemente treinou a equipe do Mogi-SP, teve a chance de rever as partidas pela TV junto com os companheiros de seleção. E diz que gostou do que viu. “Assisti. E gostei demais. Sentávamos [cada um em sua casa], fazíamos videochamada e aí todo mundo assistia ao jogo batendo papo, comentando e dando risada. O Maurício falou comigo: ‘Marcelo, não é por nada não, mas você jogava bem' [ele ri]. O Maurício era um cara impressionante. Era cada levantada! Foi o maior levantador que já tive”.

Embora a seleção tenha jogado de forma a encantar o mundo, o ouro chegou de forma inesperada. Negrão conta que a equipe estava sendo preparada para a Olimpíada seguinte, em Atlanta (Estados Unidos). Quando eles chegaram a Barcelona, em 1992, estavam sem muita expectativa. “Era a minha primeira Olimpíada. Tudo muito novo”, observou.

O descrédito inicial, no entanto, transformou-se na melhor campanha do vôlei brasileiro em uma Olimpíada, com incrível vitória nas semifinais sobre os Estados Unidos, então bicampeão olímpico. Para Negrão, foi o jogo mais difícil daquela conquista. “A escola americana é muito difícil de ser enfrentada. Eles adotam o princípio de estudar muito o adversário. Os outros times estudam, mas eles são fiéis àquilo que combinaram, do começo ao fim. Se você mudou alguma coisa, eles não mudarão. Vão se adaptar e vai demorar muito para mudarem. Os Estados Unidos fazem doer a cabeça”, brincou.

Família

Sob a batuta de José Roberto Guimarães, a seleção brasileira, que fez história, uniu-se em torno de um objetivo e criou uma família. “Os reservas apoiavam os titulares. Eles sabiam que não iam jogar; como não jogaram, não entraram nos principais jogos. Mas estavam apoiando o time, torcendo o tempo inteiro. Estar num grupo em que você sabe que o cara quer derrubar o outro é muito desgastante, muito ruim, a energia positiva acaba, não fica um clima bom. Mas conseguimos tirar isso da seleção brasileira e aí se criou realmente uma família”, disse Negrão.

Mesmo com os holofotes sobre a equipe titular – o que muitas vezes significa também menos patrocínio e visibilidade para os reservas -, Talmo diz que, naquele momento, o pensamento era concentrado em estar sempre bem preparado para a eventualidade de ter que substituir Maurício, que chegou a ser considerado o melhor levantador do mundo. “Na minha cabeça, eu tinha que estar sempre muito bem preparado para suprir uma ausência dele. Mas, em nenhum momento, eu torcia para estar no lugar dele'. Então, esse foi o grande diferencial de toda a equipe, titulares e reservas: vibrávamos com a vitória dos caras dentro de quadra. Batíamos palmas para que eles pudessem jogar o melhor mas, ao mesmo tempo, tínhamos que nos qualificar cada vez mais. Era preciso nos preparar e o treinamento era muito puxado. Nos dedicávamos para estar todos no mesmo nível. E, se precisasse, a gente entraria e conseguiria fazer um bom jogo, com vitória. Se não precisasse, aplaudíamos e íamos até o final. Acho que está aí a melhor campanha de todos os tempos do voleibol masculino, perdendo só três sets”, afirmou.

Além da família unida, a seleção inovou no modo de jogar voleibol no mundo. “Tínhamos liberdade muito grande para criar. Eu sempre ficava atacando muitas bolas com o Maurício e, quando começamos a fazer as bolas um pouco mais rápidas, o Giovane veio com uma jogada muito rápida na ponta, que não existia no mundo. Eu vinha com uma bola rápida do fundo, atacando na linha dos três metros, o que também não existia”, contou Negrão.

Algumas dessas jogadas ele guarda no celular para mostrar aos jogadores dos clubes que treina - inovações que foram criadas naquela época e que hoje seus jogadores acham difícil realizar. “Era uma bola rápida, de dois tempos atrás, jogadas que fazíamos - e eu fiz em jogo, tenho gravado - e dava certo”, lembrou. “O nosso modo de jogo, dois atacantes vindo na mesma bola ao mesmo tempo, era uma coisa que não existia e hoje tem isso também. Conseguimos dar uma revolucionada no voleibol mundial”, acrescentou.

Ex-levantador reserva da seleção, Talmo, que foi treinador do Al Hilal (Arábia Saudita) e hoje se dedica ao Atibaia-SP e também ao doutorado, lembra ainda que o voleibol mudou muito nos últimos 30 anos. “Acredito que o esporte mudou e mudou numa velocidade rápida. Tínhamos um primeiro componente que era a vantagem - o vôlei ainda não tinha o ponto corrido -, não havia líbero e os jogadores de meio de rede, que hoje saem para a entrada de um líbero, tinham que fazer parte dentro de quadra. Os atletas precisavam de condição técnica e tática muito maior na nossa época. Todo mundo tinha que fazer tudo. O esquema tático que o Zé arrumou para o time favoreceu a que jogássemos diferente de todas as Olimpíadas, de todas as equipes, até hoje. Nenhuma equipe jogou com a velocidade que jogávamos na época, puxando duas bolas rápidas, acelerando o jogo o tempo inteiro”, disse.

É esse espírito criativo, essa capacidade que tinham de jogar em várias funções, que os dois atletas veem como resposta às atuais seleções brasileiras. “Com essa mudança do líbero [jogador que atua com camiseta diferente dos outros do mesmo time, com função prioritariamente defensiva], os atletas estão se especializando muito mais precocemente e deixando de ter uma experiência técnica que os favoreça em seu desenvolvimento em longo prazo. Acho que esse é um ponto que temos de pensar, repensar e encontrar maneiras de trabalhar com os atletas jovens para que possam ter a experiência de variação de movimentos. Isso dará qualidade a eles em médio e longo prazo”, disse Talmo.

Futuro

Trinta anos depois, o vôlei brasileiro se consagrou em quadra e na praia. De equipes vitoriosas comandadas por Zé Roberto e Bernardinho, a duplas como Ricardo/Emanuel e Jaqueline/Sandra na praia, o Brasil conquistou muitas medalhas e inspirou o mundo. Agora passa por momento de renovação.

Após um ciclo vitorioso, Bernardinho, por exemplo, foi substituído por Renan dal Zotto no comando técnico da equipe masculina. Zé Roberto segue como técnico da seleção feminina, a única a conquistar uma medalha de vôlei na última Olimpíada: a prata em Tóquio (Japão). O vôlei de praia, que sempre rendeu pódios ao Brasil desde que começou a fazer parte dos jogos, em 1996, passou em branco pela primeira vez.

Para Negrão, o que anda faltando no voleibol brasileiro é inovação, a mesma característica que o fez conquistar o primeiro ouro brasileiro na modalidade. “Está faltando inovar. Não em termos de jogadores, mas no modo de jogo. Acho que precisa soltar mais o jogador para ter a criatividade e implementar o fator surpresa que a gente sempre teve. Hoje, estamos jogando de igual para igual com todo o mundo. E aí vai depender muito do dia, como o cara está, como o cara do outro time está. O jogo fica igual, muito parecido. Acho que essa inovação é necessária”.

Para o atleta, não é falta de apoio, nem falta de treino. É tempo, é maturidade para poder melhor nas olimpíadas”, afirmou o ex-oposto.

“No feminino, eu trabalhei com algumas atletas que têm potencial e precisam de tempo de maturação e, assim como no masculino, o feminino passa por renovação. Esse processo às vezes dói um pouco, às vezes não está pronto, precisa ser construído. Precisamos paciência com essa reconstrução. Temos pessoas extremamente competentes dirigindo as seleções. O Zé Roberto e o Renan, com as suas equipes, certamente têm qualidade ímpar, única e respeitada no mundo inteiro. Acho que nós, no Brasil, temos que respeitar e entender esse processo”, acrescentou Talmo.

Na opinião do autor do último ponto brasileiro em 1992, as seleções masculina e feminina de quadra e de praia chegarão bem a Paris (França), próximo destino olímpico, em 2024. “Até uma semifinal o Brasil vai, seja de vôlei de quadra ou de praia, masculino ou feminino”.

Em junho deste ano, Marcelo Negrão concedeu entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, sobre a conquista do ouro olímpico. O programa pode ser assistido no site do programa.   

Quem ganhou medalha de ouro no vôlei feminino?

O Brasil ganhou. O Brasil é medalha de ouro no voleibol.

Quem foi ouro no vôlei feminino?

Os Estados Unidos não deram chance ao Brasil e conquistaram o ouro olímpico no vôlei feminino ao vencerem a final por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 25/20 e 25/14), em 1 hora e 22 minutos de jogo.

Quantas medalhas de ouro a seleção feminina de voleibol ganhou?

Medalhas do Brasil no Vôlei de quadra feminino - 2 medalhas de ouro (2008 e 2012), 1 medalha de prata (2020) e 2 medalhas de bronze (1996 e 2000), totalizando 5 medalhas olímpicas.

Qual foi o resultado da final do vôlei feminino?

Em uma noite ruim em Apeldoorn, o Brasil errou tudo o que tentou, e o sonho do título inédito esbarrou na superioridade das rivais. Em 3 sets a 0, parciais 26/24, 25/22 e 25/17, as sérvias garantiram o bicampeonato do Mundial de vôlei com autoridade.