Show
Em 1808, a família real veio para o Brasil fugindo das tropas napoleônicas que invadiram Portugal. Teste seus conhecimentos sobre o tema com exercícios do Enem e vestibulares!A fuga da Corte Portuguesa para o Brasil deu início a uma série de transformações importantes que culminariam na independência brasileira. Por isso preparamos um resumo e questões sobre a vinda da família real para o Brasil para você relembrar do conteúdo e testar seus conhecimentos! O contexto da fuga da Corte foi marcado pelas Guerras Napoleônicas. Com o objetivo de enfraquecer economicamente a Inglaterra para depois comprometê-la militarmente, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental em 1806. A medida proibia os portos europeus de receberem mercadorias, mercadores e navios ingleses. No entanto, Portugal manteve relações comerciais com a Inglaterra. Isso porque dependiam comercial e financeiramente dos ingleses. Napoleão, por sua vez, reagiu firmando com a Espanha o Tratado de Fontainebleau, um acordo de colaboração militar e de partilha. Logo em seguida, os francesas começaram a invadir Portugal em 1807. Ao mesmo tempo, enquanto os franceses avançavam, Dom João VI, o Príncipe-Regente de Portugal, montou uma estratégia para retirar a Corte de Portugal. Assim, firmou um acordo com a Inglaterra (Convenção de Londres) para que escoltasse os portugueses em sua fuga. Entre os termos do acordo que favoreciam a Inglaterra estava o seguinte:
No dia 27 de novembro de 1807, de 10 mil a 15 mil pessoas embarcaram para o Brasil. Após dois dias à espera de tempo bom para zarpar, a Corte partiu para o Brasil, um dia antes das tropas francesas chegarem a Lisboa. A viagem durou 54 dias, 20 a mais do que o esperado. As embarcações chegaram em 1808 em Salvador, onde a Corte permaneceu por 6 semanas, até transferir-se para o Rio de Janeiro. Embarque da família real no cais de Belém, em novembro de 1807. Pintura de Nicolas Louis Albert Delerive.Para saber mais sobre o Período Joanino, confira o conteúdo que está logo depois dos exercícios sobre a vinda da família real para o Brasil. VideoaulaConfira a videoaula do professor Felipe para entender melhor como foi a vinda da família real para o Brasil e quais foram as consequências da fuga: Questões sobre a vinda da família real para o BrasilEm seguida, saiba como o conteúdo cai no Enem e nos vestibulares com a lista de exercícios: Período JoaninoO governo de Dom João no Brasil foi marcado por uma série de medidas econômicas, culturais e políticas. Na economia, a principal mudança foi a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Dessa forma, tem fim o monopólio comercial português. Dom João também revogou o alvará que proibia a produção industrial no Brasil. Apesar de agora o Brasil poder produzir manufaturas, a concorrência inglesa não permitiu sua industrialização. Outra medida importante foi a criação do Banco do Brasil, que está em funcionamento até hoje. Outro aspecto da chegada da família real foi a transformação na cidade. Para abrigar todas as pessoas que tinham vindo de Portugal, Dom João expulsou a população de suas casas. Outra medida de Dom João foi criar no Rio vários órgãos administrativos e culturais. Biblioteca, faculdade, museu, jardim botânico e imprensa régia são alguns exemplos. Em 1815, após a derrota de Napoleão, Dom João deveria voltar a Portugal para governar metrópole e colônia de lá. Em vez disso, o Brasil foi elevado à condição de reino junto a Portugal, mudando a sede do governo de Lisboa para o Rio de Janeiro. O período Joanino termina com a volta de Dom João a Portugal, em 1821. A vinda da família real portuguesa para o Brasil ocorreu em 29 de novembro de 1807 e a comitiva aportou em Salvador (BA), em 22 de janeiro de 1808. O refúgio no Brasil foi uma manobra do príncipe regente, D. João, para garantir que Portugal continuasse independente quando foi ameaçado de invasão por Napoleão Bonaparte. Para garantir o êxito da transferência, o reino de Portugal teve apoio da Inglaterra, que também auxiliou na expulsão das tropas napoleônicas. Por que a Família Real veio para o Brasil?Em 1806, Napoleão Bonaparte decretou o bloqueio continental determinando que os países europeus fechassem os portos para os navios da Inglaterra. Enquanto isso, Bonaparte negociou secretamente o Tratado de Fontainebleau (1807) com os espanhóis que permitiria os franceses atravessar a Espanha para invadir Portugal. Em troca, o reino espanhol poderia se apoderar de um pedaço do território português. Portugal não aderiu ao bloqueio continental devido à longa aliança política e comercial com os ingleses e, por este motivo, Napoleão ordenou a invasão do território português, ocorrida em novembro de 1807. Antes disso, em 22 de outubro de 1807, o príncipe regente D. João e o rei da Inglaterra Jorge III (1738-1820) assinaram uma convenção secreta que transferia a sede monárquica de Portugal para o Brasil. Neste mesmo documento, ficava estabelecido que as tropas britânicas se instalariam na lha da Madeira temporariamente. Por sua parte, o governo português comprometeu-se em assinar um tratado comercial com a Inglaterra após fixar-se no Brasil. O príncipe regente, Dom João, determinou que toda a família real seria transferida para o Brasil. Também viajariam os ministros e empregados, totalizando 15,7 mil pessoas que representavam 2% da população portuguesa. Atualmente, estes números estão sendo revistos, pois muitos historiadores consideram a cifra exagerada. Embarque da Família RealEmbarque da Família Real portuguesa para o Brasil, autor desconhecidoForam necessários oito naus, três fragatas, três brigues e duas escunas para o transporte. Outros 4 navios da esquadra britânica acompanhavam a corte. Além das pessoas foram embarcados no dia 29 de novembro de 1807, móveis, documentos, dinheiro, obras de arte e a real biblioteca. Aos que ficaram, lhes foi aconselhado receber de maneira pacífica os invasores para evitar derramamento de sangue. O general Junot (1771-1813), comandante da invasão, ficou em Lisboa até agosto de 1808 quando foi derrotado pelos ingleses. A partir daí, Portugal era governado pelo Conselho de Regência integrados por fidalgos do reino. Travessia e chegada da Família RealA viagem ocorreu em condições insalubres e durou 54 dias até Salvador (BA), onde desembarcou no dia 22 de janeiro de 1808. Na capital baiana foram recebidos com festas e ali permaneceram por mais de um mês. No período em que esteve na Bahia, o Príncipe Regente assinou o Tratado de Abertura dos Portos às Nações Amigas e criou a Escola de Cirurgia da Bahia. No dia 26 de fevereiro, a corte partiu para o Rio de Janeiro, que seria declarada capital do Império. A chegada no Rio de Janeiro ocorreu em 8 de março de 1808. Havia poucos alojamentos disponíveis para acomodar a comitiva palaciana e muitas residências foram solicitadas para recebê-los.Quartéis e conventos também foram usados para acomodar a corte. As casas que eram escolhidas pelos nobres recebiam em sua fachada a inscrição P.R., que significava "Príncipe Regente" e indicava a saída dos moradores para disponibilizar o imóvel. No entanto, a população interpretou a sigla, ironicamente, como "Ponha-se na Rua". Consequências da vinda da Família RealA transferência da Família Real e sua comitiva contribuiu para significativas mudanças no Brasil e no Rio de Janeiro. Com a abertura dos portos, todas as nações amigas de Portugal puderam comercializar com o Brasil. Num primeiro momento, isto significava o comércio com a Inglaterra. Por sua vez, o Rio de Janeiro se tornou a capital do reino de Portugal e foram realizados melhoramentos e levantados novos edifícios públicos na cidade. O mesmo ocorreu com o mobiliário e a moda. Com a abertura dos portos, o comércio foi diversificado, passando a oferecer serviços como o de cabeleireiros, chapeleiros, modistas. D. João também abriu a Imprensa Régia, de onde surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Foram criadas instituições como:
Vida culturalA arte, contudo, está entre os setores que mais recebeu impacto da transferência da corte. A Real Biblioteca de Portugal foi transferida integralmente de Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1810. O acervo inicial, de 60 mil volumes, era composto por livros, mapas, manuscritos, estampas e medalhas e foi a origem da atual Biblioteca Nacional. Para o entretenimento dos integrantes da corte, foi fundado, em 1813, o Real Teatro São João, onde atualmente se encontra o Teatro João Caetano. Na música, o compositor português Marcos Portugal e o brasileiro padre José Maurício, escreveram na época, as mais belas melodias das Américas. Com o fim das guerras napoleônicas, vários artistas franceses se viram sem trabalho e recorrem a Dom João para seguir suas carreiras. Tem início, assim, a chamada Missão Francesa que possibilitou a abertura da Escola Real de Artes Ciências e Oficios. Tratado de Aliança e Amizade, de Comércio e NavegaçãoA fim de estreitar os laços comerciais e políticos com os ingleses, Dom João assina, em 1810, o Tratado de Aliança e Amizade, de Comércio e Navegação com o Reino Unido. Este Tratado estabelecia:
Independência do BrasilA principal consequência da vinda da família real para o Brasil foi a aceleração do processo de independência do país. Em 1815, com fim das guerras napoleônicas, o Brasil foi declarado parte do Reino Unido de Portugal e Algarves, deixando de ser uma colônia. Isso foi necessário, pois os dirigentes europeus reunidos no Congresso de Viena não reconheciam a autoridade de Dom João numa simples possessão ultramarina. A permanência da família real foi decisiva para manter a unificação territorial do Brasil, pois reuniu parte da elite e da população em torno à figura do soberano. As medidas político-administrativas de Dom João fizeram com que a Inglaterra acentuasse o interesse no comércio com o Brasil. Essa condição fica clara com a abertura dos portos às nações amigas. O processo fez com que Portugal perdesse o monopólio sobre o comércio com o Brasil e a elite agrária passa a sonhar com a Independência. Em contrapartida, o Brasil passa a ser para a Inglaterra um promissor mercado consumidor e fornecedor. Quando D. João VI precisou retornar a Portugal, por causa da Revolução Liberal do Porto, o filho Dom Pedro, aproxima-se da elite agrária. Esta estava preocupada com a possibilidade de recolonização e as guerras em curso na América Espanhola. A Independência do Brasil é declarada no dia 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro I que se torna o primeiro imperador do Brasil. Independente, o país promulga a primeira Constituição em 1824 que mantém o regime monárquico, a escravidão e reconhece a religião católica como oficial. Resumo da vinda da Família Real
Leia mais:
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha. Qual a relação da mudança da família real para o Brasil com a expansão napoleônica na Europa?A vinda da família real para o Brasil está relacionada com a deterioração das relações diplomáticas existentes entre a França e Portugal na virada do século XVIII para o século XIX. Essa situação tem relação com os acontecimentos que foram ocasionados pela eclosão da Revolução Francesa, a partir de 1789.
Quais as mudanças que ocorreram com a vinda da família real para o Brasil?Benefícios para o Brasil
* Criação do Banco do Brasil, em 12 de outubro de 1808; * Início da atividade da Imprensa Régia, em 1810; * Abertura da Academia Real Militar, em 1810; * Inauguração da primeira biblioteca em solo nacional, a Real Bibliotheca (atual Biblioteca Nacional), em 1811.
Por que a família real se mudou para o Brasil?Em novembro de 1807, a Família Real embarcou rumo ao Brasil, pois Portugal estava prestes a ser invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte. A vinda da Família Real para o Brasil teve como finalidade assegurar a independência de Portugal e contou com o apoio dos ingleses.
Quais as mudanças ocorridas com a chegada da corte portuguesa no Brasil?Ele faz uma série de coisas, ele cria a justiça, a marinha brasileira, o Banco do Brasil, a imprensa régia, manda abrir estradas, cria toda uma estrutura de governo no Rio de Janeiro, o aparelho de estado começa a ser construído do nada."
|