Quantos minérios existem no mundo

Os minérios existem desde o princípio do mundo. Eles são formações minerais que se compõem naturalmente e são economicamente viáveis para extração. Na Terra, o ferro é quem aparece em maior abundância de produção na crosta. Na lista de minérios de grande relevância para nossas vidas, temos, ainda, o cobre, ouro, alumínio e carvão mineral. A lista é imensa, e sem eles nada seria a mesma coisa.


NO BRASIL

No final do século XVI, foram encontradas as minas de ouro no interior da região atual de Minas Gerais e, desde então, no nosso país, a mineração é considerada como fundamental para o desenvolvimento social e econômico. Contribui diretamente para o bem-estar das gerações presentes e futuras, sendo um dos setores básicos para a garantia de um mercado aquecido, com a oferta de empregos, renda e qualidade de vida aos brasileiros.

O Brasil é um dos países com maior potencial em recursos minerais do planeta, com 55 tipos de minerais explorados. As reservas mundiais de minério de ferro são da ordem de 170 bilhões de toneladas. As reservas brasileiras, com um teor médio de 45,7% de ferro, representam 17% das reservas mundiais. Esse potencial faz do Brasil o segundo maior produtor mundial do minério, que tem como principais mercados: China, Malásia e Japão, como principais importadores.

Além do ferro, predominam ainda em solo brasileiro bauxita, cobre, cromo, ouro, estanho, níquel, manganês, zinco, potássio e nióbio. O país também é o maior produtor de nióbio, com produção aproximada de 84 mil toneladas, o equivalente a 91% do total mundial. A produção nacional desse minério vem crescendo devido ao aquecimento no mercado de ferroligas, provocado pela elevada expansão do PIB dos países asiáticos e pelo aumento da produção mundial de aço bruto.

Com isso, o Brasil figura como um importante player mundial no setor mineral.


NO PARÁ

O setor da mineração tem sido um dos principais motores de crescimento da Região Norte, especialmente no Pará, onde se encontram as duas maiores jazidas da região: a de Oriximiná, que lavra bauxita, com maior parte da produção destinada à exportação; e a de Serra dos Carajás, que aparece como uma das maiores do planeta e produz o minério de ferro mais puro do mundo. Localizada, no sudeste do estado, Carajás concentra, ainda, uma diversidade de minerais, são eles: manganês, cobre, bauxita, ouro, níquel, estanho e outros.

Em 2018, 88% das exportações do Pará correspondiam às Indústrias de Mineração e Transformação Mineral. O ferro continua sendo o principal produto exportado pela indústria de mineração do Pará, representando US$ 9,196 bilhões, seguido por cobre, com US$ 2,064 Bilhões, manganês, US$ 276 Milhões, bauxita, níquel, caulim, ouro, silício.

Até 2024 a indústria mineral pretende investir R$ 22,013 bilhões no Pará, outros R$ 18,863 bilhões serão investidos em infraestrutura, transformação mineral e outros negócios, como a produção de biodiesel. Em números, gera 266 mil empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva local e responde por 20% do PIB paraense.

Sabe-se que metais não são encontrados na natureza na forma que os utilizamos, sendo eles obtidos, geralmente, a partir da extração e beneficiamento de minerais-minério. O mineral-minério nada mais é que a parte do depósito de minério (material natural do qual pode ser extraído um ou mais minerais, úteis economicamente) que é economicamente aproveitável.

Leia aqui, sobre o que se trata o beneficiamento mineral.

É importante ressaltar que  os sulfetos, formam uma importante classe de minerais que incluem a maioria dos minerais minérios. Entretanto, no texto de hoje, contemplaremos apenas aqueles pertencentes à classe dos óxidos e seus derivados hidratados os hidróxidos.

Minerais–minérios de ferro

Utilizados em uma enorme escala de aplicações, como transportes, construções, máquinas industriais e eletrodomésticos, o ferro é um dos sustentadores da civilização moderna. Os principais minerais-minérios de ferro são hematita, magnetita e goethita, comumente encontrados em depósitos encontrados em formações ferríferas bandadas (BIF’s).

1. Hematita

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A Hematita pode apresentar cerca de 70% de ferro em sua composição.

A hematita (Fe2O3) é um mineral da classe dos óxidos, pertencente ao grupo de nome homônimo, e apresenta estrutura hexagonal. É o principal constituinte do minério de ferro, possui brilho metálico, e coloração vermelha a marrom-avermelhada. Ainda, seu característico traço vermelho, a diferencia de outros minerais.

Cerca de 60% da produção nacional de minério de ferro provém de Minas Gerais (quadrilátero ferrífero). Sendo a hematita amplamente distribuída em rochas ígneas, sedimentares e metamórficas formando o minério de ferro mais abundante.

2. Magnetita

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A composição em ferro da Magnetita, pode ser da ordem de 72,4%. Observar o característico habito octaédrico.

A magnetita (Fe3O4) também faz parte da classe dos óxidos, enquadrada no grupo do espinélio, apresenta estrutura cristalina isométrica. Seu brilho é metálico e é caracterizada principalmente por seu forte magnetismo. Sua cor preta e sua dureza (6), também são características diagnósticas. Comumente aparece na forma de octaedros.

É um mineral comum encontrado disseminado como um acessório na maioria das rochas ígneas. Com frequência está associado a corpos altamente titaníferos e geralmente associam-se com rochas metamórficas.

3. Goethita

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O conteúdo em ferro da Goethita, pode ser da ordem de 62,9%. Observe o típico habito botrioide.

A Goethita (αFeO(OH)) enquadra-se na classe dos hidróxidos, apresentando estrutura cristalina ortorrômbica. Ocorre comumente sob a forma de um agregado cristalino fibroso. Sua coloração pode pode ocorrer em vários tons de castanho, laranja, amarelo e vermelho. Porém seu traço é um característico castanhoamarelado. É opaca e tem brilho adamantino.

É um dos minerais mais comuns sendo tipicamente formado sob condições oxidantes como produto de intemperismo de outros minerais de ferro.

Minerais-minério de alumínio

Embora não seja uma espécie mineral, a bauxita é o principal minério de alumínio (terceiro elemento mais abundante na natureza). Sendo está constituída por um agregado de óxidos hidratados de alumínio, a mistura dos minerais diásporo, gibbsita e boehmita. Portanto, constituindo uma rocha denominada bauxita, onde a proporção deste minerais é variável.  

4. Bauxita

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À esquerda, bauxita, e à direita alumínio primário. Fonte: Mineração Rio do Norte.

A bauxita é composta por uma mistura de óxidos hidratados de alumínio em várias proporções. Que aparecem comumente como grãos concrecionais arredondados, sendo também maciça, terrosa e semelhante a material argiloso.

A formação da bauxita resulta da decomposição de rochas alcalinas, provocada pela infiltração da água da chuva. A coloração avermelhada desse minério é determinada pela presença de óxidos de ferro, que representam impurezas. E para que seja economicamente aproveitável, a bauxita deve apresentar no mínimo 30% de óxido de alumínio.

Minerais-minério de manganês

Minerais de minério de manganês comuns são a pirolusita, a manganita e a romanechita (também conhecido como psilomelano). As maiores reservas de minério de manganês estão no campo manganífero Kalahari, na África do Sul, possuindo 81% das reservas mundiais conhecidas em terra.

5. Pirolusita

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O conteúdo de Manganês na composição da Pirolusita, pode ser da ordem de 63,2%. Observe o habito fibrorradiado.

A pirolusita (MnO2) enquadra-se na classe dos óxidos, e possui sistema cristalino tetragonal. Raramente tem cristais bem desenvolvidos, apresentando formato granular ou maciço como os mais comuns. Caso ocorram cristais bem desenvolvidos aparecem no formato fibrorradiado ou colunar. É caracterizada e diferenciada dos outro minerais de manganês pelo seu risco preto e por sua baixa dureza.

6. Manganita

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A porcentagem de manganês na composição da Manganita, pode chegar a 62,4%. Note o habito prismático grosseiramente fibroso

A manganita (MnO(OH)) enquadra-se na classe dos hidróxidos, com sistema cristalino monoclínico. Apresenta geralmente cristais prismáticos, frequentemente colunares a grosseiramente fibroso. E é reconhecida principalmente por sua cor preta e cristais prismáticos. Além disso, sua dureza (4) e traço marrom, a distinguem da pirolusita.

7. Romanechita

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Formato botrioide da Romanechita, semelhante a goethita.

A romanechita também é um hidróxido, do sistema cristalino monoclínico e de hábito botrioidal. E diferencia-se dos outros óxidos de manganês por sua dureza mais elevada e forma botrioide. E ainda, da limonita por seu traço preto.

Mineral-minério de Cromo

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Olivina peridotito. Composta sobretudo por olivina, o peridotito é a fonte mais importante de minérios de cromo.

O único mineral minério de cromo é a cromita. Ela ocorre em rochas ultrabásicas como os peridotitos. As duas maiores regiões produtoras de cromita localizam-se na África do Sul e no Zimbábue.

8. Cromita

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A Cromita pode apresentar cerca de 68% de óxido de cromo (III) em sua composição, uns dos principais óxidos de cromo.

A cromita (FeCr2O4) é um óxido do sistema cristalino isométrico, sendo caracterizada por ser insolúvel, ter traço castanho a preto, e formato de octaédros. Também é usada como material refratário, pigmentos em tintas, na fabricação de cromatos, na preparação de sais de cromo, como camada isolante quimicamente neutra entre tijolos de magnesita e de sílica refratária, e na fabricação de tijolos refratários com magnesita (cromo-magnesita), para fornos de aço.

Além dos minerais citados, existe uma extensa variedade de minerais-minérios que possuem aplicabilidade econômica e são viáveis de serem explorados. Se você quiser saber como identificá-los pode aprender aqui!

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