Uma empresa de gêneros alimentícios produz em embalagens contendo uma porção individual de biscoito

Uma empresa de gêneros alimentícios produz em embalagens contendo uma porção individual de biscoito

2007, op. cit. 3 9 b is co it o s ca se ir o s/ n ão in d u st ri al iz ad o s O tipo, a qualidade e a proporção dos ingredientes são fatores determinantes da qualida- de e no sabor final dos produtos fabricados. Outros pontos importantes e que devem ser observados são: temperatura dos ingredientes durante o preparo; ordem e métodos de misturar os ingredientes; temperatura e período de tempo para assar. Outros aspectos importantes do padrão de qualidade dos biscoitos têm sido considerados pelos estudos desenvolvidos nas universidades e associações, que defendem a adição de ingredientes funcionais e o uso de outras farinhas em substituição parcial à farinha de trigo, como descrito a seguir. 4.3.3 Utilização de matérias-primas alternativas na produção de biscoitos O uso de matérias-primas não-convencionais pode se constituir em uma boa oportuni- dade para a diferenciação dos fabricantes de biscoitos caseiros. Além aumentar o valor nutritivo e o papel funcional dos biscoitos nas regiões mais carentes, elas podem ajudar a diminuir os custos de produção e aumentar a dificuldade da concorrência (sobretudo médios e grandes fabricantes) para fabricar um produto semelhante, devido à limitação de produção/preservação/transporte dessa matéria prima alternativa, sobretudo se esta for um produto típico da região. Nesse sentido, diversas universidades têm desenvolvido pesquisas visando aumentar a presença de farinhas e outros ingredientes funcionais e nutritivos em substituição parcial à farinha de trigo. A substituição total é muito difícil, pois é preciso preservar as proprie- dades sensoriais dos biscoitos – sobretudo sabor e crocância - que só ela proporciona, como pode ser constatado em estudos feitos sobre a aceitação de biscoitos com adição de outros tipos de farinhas e nutrientes.40 4.4 Embalagens 4.4.1 Embalagens de biscoitos caseiros/não industrializados Segundo Martines,41 os biscoitos caseiros se apresentam nas mais diversas embalagens, dependendo das necessidades de acondicionamento de cada produto, do posicionamento e do porte da empresa, podendo variar desde as tradicionais embalagens de papel ou plás- tico transparente até embalagens metalizadas, vidros ou latas decoradas. Nas MPEs, em geral as embalagens são feitas de papel ou plástico transparente, materiais que, ao permitirem a visualização do produto, fazem da sua aparência um apelo para seu consumo, dão melhor impressão quanto à higiene e permitem ao consumidor verificar a consistência dos biscoitos; as embalagens transparentes também parecem combinar mais com a característica artesanal, tão valorizada para esse tipo de produto. Logicamente, essa escolha de embalagem pelas MPEs também leva em conta seu custo menor em relação a embalagens mais modernas e sofisticadas. 40 Alguns desses estudos encontram-se nos anexos deste relatório. 41 Fonte: MARTINES, E. Embalagens de biscoitos caseiros. SBRT (Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas). Brasília, 30 nov. 2006. Disponível em: <http://www.sbrt.ibict.br>. Acesso em: 26 ago. 2007. E S T U D O S D E M E R C A D O S E B R A E / E S P M 4 0 As principais funções da embalagem do biscoito são: Proteger o produto contra danos mecânicos (quebra dos biscoitos durante o transporte • e a armazenagem, inclusive no PDV); Evitar perda/ganho de umidade; evitar contaminações externas; garantir que o produ-• to esteja em condições ideais de consumo (sabor, aroma, textura etc.) até o final de sua validade (shelf life); Proteger o conteúdo contra agentes contaminantes (insetos, poeira ou qualquer mate-• rial estranho); e Proteger o conteúdo contra os danos causados pela exposição excessiva à luz.• Fica claro, portanto, que as embalagens preferidas pelas MPEs (transparentes, baratas, em plástico ou papel) dificilmente conseguem cumprir todas as funções delas esperadas. Por exemplo, por serem transparentes, não protegem o produto da luz; por serem de papel ou plástico comum, não impedem o acesso de insetos nem protegem contra a quebra dos bis- coitos por manuseio indevido no varejo. Todos esses fatores devem ser ponderados pelo produtor em termos de custo versus benefícios, antes de optar por um tipo de embalagem. Figura 4 – Embalagem primária Fonte: BISCOITO CASEIRO VILLA ANNA (< http://www.villaanna.com.br/frame.htm>) Também são requisitos básicos de qualquer embalagem: Conter o produto: a embalagem deve ser projetada tendo em vista facilitar a fabricação • (por exemplo, na etapa de enchimento das embalagens) e atender às necessidades de transporte, acondicionamento e armazenamento; Proteger o produto: reduzir a sensibilidade dos alimentos à ação dos diversos fatores • ambientais que podem influir na deterioração da qualidade dos produtos; Vender o produto: uma boa embalagem deve proporcionar identificação rápida e eficaz • do produto, discriminar conteúdo líquido, peso/volume, instruções de uso (ou seja, todas as informações exigidas por lei), apresentar informações que o consumidor bra- sileiro valoriza, conforme abordado anteriormente neste relatório (como composição nutricional e outras) e valorizar a marca, o logotipo e/ou o nome do fabricante. Como comprova o sucesso das embalagens familiares e das embalagens individuais, o tamanho da embalagem e/ou a quantidade do produto por embalagem são aspectos fun- damentais na aceitação por parte do consumidor. Os tamanhos e volumes mais adequa- dos podem ser determinados por meio de pesquisas de mercado (incluindo pesquisa de 4 1 b is co it o s ca se ir o s/ n ão in d u st ri al iz ad o s observação, ou seja, ir aos PDVs para ver o que os concorrentes bem sucedidos estão utili- zando), a partir das quais o fabricante estabelece os tamanhos ideais para os públicos-alvo visados. 4.4.1.1 Embalagem secundária A embalagem secundária42 é, em geral, uma caixa de papelão reforçado, adequada ao em- pilhamento recomendado, lacrada e identificada com o nome da empresa, resistente a da- nos durante ao transporte e armazenamento (no estoque), garantindo a integridade do produto até sua colocação na prateleira do PDV. Essa embalagem deve ser dimensionada de forma a não permitir a existência de espaços vazios entre as embalagens primárias e a embalagem secundária; caso contrário, as embalagens individuais poderão “bater” umas contra as outras durante o transporte, danificando o conteúdo. Figura 5 – Caixa de embarque dos biscoitos Diminas Fonte: BISCOITOS CASEIROS DIMINAS (<http://www.biscoitosdiminas.com.br/docs/h_empresa.htm>) 4.4.2 Inovação pela embalagem O biscoito Club Social43 (da multinacional Kraft Foods) praticamente criou uma nova ca- tegoria de biscoitos ao lançar uma embalagem totalmente inovadora no mercado; além de ser prática, fácil de carregar em bolsas e bolsos e da garantia do produto estar sempre fres- quinho, a grande novidade foi o conceito de embalagem individual (também chamada pelo setor de single serve ou mono dose). 42 Embalagem secundária = embalagem usada exclusivamente para fins de proteção durante o transporte e a armazenagem, e que comporta diversas embalagens individuais do produto. Também chamada de caixa de embarque. 43 Fontes: NEVES, M. F.; JESUS, D. M. Club Social: história da marca. 21 mar. 2007. Disponível em: < http://aletp.com/2007/03/21/club-social-historia-da-marca/>. Acesso em: 28 ago. 2007; PENSA. Programa de estudo dos negócios agroindustriais. São Paulo, [2007]. Disponível em: <http://www.Pensa.org.br>. Acesso em: 19 set. 2007. E S T U D O S D E M E R C A D O S E B R A E / E S P M 4 2 Figura 6 – Embalagem mono dose Fonte: Portal Corporativo Nestlé (<http://www.nestle.com.br>) Outros concorrentes logo imitaram a inovação de sucesso, como o Club Marilan (Marilan) e Salclic Hit (Nestlé); também foram lançadas variações, como integral, com fibras e sabo- res doces. Os biscoitos em porções individuais atraíram um novo público, que consome o produto fora de casa

Uma empresa de gêneros alimentícios produz em embalagens contendo uma porção individual de biscoito
Uma empresa de gêneros alimentícios produz em embalagens contendo uma porção individual de biscoito
Uma empresa de gêneros alimentícios produz em embalagens contendo uma porção individual de biscoito