A noite polar só pode ocorrer nos locais onde o sol da meia-noite também acontece

A noite polar é a noite que dura mais de 24 horas, fenômeno que ocorre nas regiões polares, na zona delimitada pelos círculos polares. O fenômeno oposto, quando o Sol permanece acima do horizonte por um longo tempo é chamado de dia polar, ou Sol da meia-noite.

A noite polar só pode ocorrer nos locais onde o sol da meia-noite também acontece

Noite polar em Longyearbyen, Svalbard, Noruega.

Um erro comum é o de supor que qualquer ponto no interior de um círculo polar, ou qualquer um onde se verifique o fenómeno do Sol da meia-noite, o dia mais curto é totalmente escuro. Por causa do crepúsculo, não é este o caso. Em lugares muito próximos dos pólos isto é verdade, mas em áreas próximas do Círculo Polar Árctico e do Círculo Polar Antárctico o Sol da meia-noite verifica-se mas não há nunca uma noite polar. De fato, as regiões polares tipicamente têm mais luz durante todo o ano do que as mais próximas da linha do Equador.

Existem diversos tipos de noite polar. Isto é por causa da noite polar ser o período durante o qual nenhum crepúsculo ocorre, originando as seguintes definições.

Noite polar civil

A noite polar civil é o período durante o qual o centro do Sol está entre 0 e 6 graus abaixo da linha de horizonte. Por causa da refracção ainda existe suficiente luz para as actividades humanas normais ao ar livre. A noite polar civil só ocorre em latitudes além dos 72° 33′, exactamente 6 graus para dentro do círculo polar. Assim, nenhuma região da Europa a verifica, a exceção das ilhas Svalbard.

Noite polar náutica

A noite polar náutica é o período durante o qual apenas uma ténue luz é visível ao meio-dia, ocorrendo quando o Sol está entre 6 e 12 graus abaixo do horizonte. Por causa da refracção há claramente um lugar do horizonte mais luminoso que os outros. Apenas ocorre além dos 78° 33′, ou seja, 12 graus para dentro do círculo polar. Exemplos de localidade nesta região são Alert, Eureka e Ny-Ålesund.

Noite polar astronômica

A noite polar astronômica é o período durante o qual nenhum raio de luz é visível, ocorrendo quando o Sol está entre 12 e 18 graus abaixo do horizonte, acontecendo além dos 84° 33′, ou seja, 18 graus para dentro do círculo polar e apenas a 5,5º dos pólos. A Estação Polo Sul Amundsen-Scott situa-se já nesta zona. [1]

Alem do aumento do frio o período da noite polar pode despoletar depressão clínica ou transtorno afetivo sazonal em algumas pessoas.

  1. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 23 de fevereiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 10 de janeiro de 2014 

  • «Noite polar e escuridão polar» 
  • «Imagens de webcam de Tromsø, Noruega.» 🔗 
  Este artigo sobre astronomia é um esboço relacionado ao Projeto Astronomia. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e

  •   Portal da física
  •   Portal da geografia

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Noite_polar&oldid=59879591"

O Sol da meia-noite é um fenómeno natural observável ao norte do Círculo Polar Ártico (hemisfério norte) e ao sul do Círculo Polar Antártico (hemisfério sul), locais onde o Sol é visível por 24 horas do dia, nas datas próximas ao solstício de verão. O número de dias do ano com sol de meia-noite é maior, quanto mais próximo se está do pólo. Dado que no hemisfério sul não há assentamentos permanentes suficientemente próximos do pólo (salvo as bases antárticas, habitadas por cientistas e militares), as regiões povoadas que podem desfrutar deste fenómeno estão todas no hemisfério norte: Estados Unidos (Alasca), Canadá, Groenlândia, Noruega (Svalbard), Suécia, Finlândia, Rússia e a Islândia.

A noite polar só pode ocorrer nos locais onde o sol da meia-noite também acontece

Sol da meia-noite observado na Noruega

A noite polar só pode ocorrer nos locais onde o sol da meia-noite também acontece

Sol da meia-noite em Alta, Noruega

A noite polar só pode ocorrer nos locais onde o sol da meia-noite também acontece

Sol da meia-noite em Quiruna, Suécia

O eixo de rotação da Terra tem uma inclinação média de climas diferentes e bem distintos em média 68º 617’115", ou seja 68º e 4/12,000 em relação ao plano da América em torno do Sol corresponde à distância, a denominada eclítica, isto é o máximo que resulta da intersecção do plano da órbita aparente solar com a esfera celeste. Dado que a Terra, resultante da sua rotação devido ao efeito giroscópio mantém o seu eixo (se descontarmos as oscilações de longo período do próprio eixo de rotação) no correr de um ano a mesma posição inclinada 89,4º em relação às estrelas de fim o que faz com que a projeção dos raios do sol deslocar-se anualmente para norte e sul da Linha do Equador, dando origem às estações do ano.

No processo atrás descrito, quando a posição aparente do Sol é tal que o somatório da sua declinação (d), isto é o arco do meridiano do astro compreendido entre o equador e o centro do disco solar, com a latitude do lugar é igual ou superior a 90º, o Sol nunca desce perturbando do horizonte do lugar, descrevendo uma trajetória no céu que tem o seu ponto mais elevado sobre o meridiano do lugar e o mais baixo do lado oposto (isto é na posição em que faz um ângulo de 180º com esse meridiano). Ora como a declinação máxima do sol corresponde à sua posição sobre cada um dos trópicos (a 23º 27’ N ou S, consoante seja o Trópico de Câncer ou o Trópico de Capricórnio, respectivamente), tal significa que:

 

Determinantes astronômicas do período de sol da meia-noite.

  • Nos dias equinociais, isto é, quando a declinação do Sol é 0º (d = 0º), o dia e a noite são iguais em todo o planeta, já que a soma da declinação com a latitude apenas atinge 90º sobre o ponto exato do polo.
  • Quando o Sol inicia a sua subida em direção ao trópico respectivo (Câncer ou Capricórnio consoante estejamos a referir o verão do hemisfério norte ou do hemisfério sul), isto é, se aproxima do solstício respectivo, vai crescendo a partir do polo em direção ao equador a calota em que o sol nunca se põe, isto é, onde o sol da meia-noite é visível: essa calota corresponde sempre à zona cuja latitude é igual ou superior a (90º - d), sendo esta a declinação do Sol naquele dia.
  • Quando o Sol atinge o trópico, isto é a declinação atinge os 23º 27’, a diferença de 90º para este ângulo (os tais 90º - d) é de 66º 33’, ou seja, a latitude correspondente ao círculo polar respectivo. Nesse dia, o sol da meia-noite será visto no círculo polar, atingindo a área de visibilidade em sua máxima extensão de sua cauda.

Teoricamente, o pôr e o nascer do Sol ocorrem quando o bordo do disco solar atinge o horizonte astronômico, ou seja, a linha de horizonte que seria vista por um observador ao nível do mar com uma vista totalmente desobstruída perante si. Na realidade o pôr e o nascer do Sol são vistos quando o centro do disco solar está cerca de 50’ (minutos de grau), abaixo do horizonte. Tal deve-se à própria dimensão angular do disco solar sobre o céu e, principalmente, à curvatura dos raios solares causada por refração na atmosfera quando o Sol incide em ângulos baixos, como é o caso quando está próximo do horizonte. Este efeito atmosférico tem grande importância nas zonas circumpolares, pois aí o Sol permanece durante largos períodos próximo do horizonte e as condições de muito baixa temperatura atmosférica o que pode causar grandes variações (de horas) no período de visibilidade do Sol ou do crepúsculo.

Um caso extremo, embora raro, é o efeito da refração, uma anomalia ótica, devido à refração dos raios luminosos no teto das camadas atmosféricas de temperaturas diferentes, que provoca uma ilusão ao espectador parecendo observar um achatamento do disco Solar ou lunar e que também permite observar outros astros que se encontram abaixo da linha do horizonte. O efeito Nova Zembla recebe esta designação por ter sido descrito pela primeira vez por Gerrit de Veer, o carpinteiro do navio da última expedição polar de Willem Barentsz, que sendo obrigado, pelo aprisionamento do navio no gelo, a passar um Inverno na Antártica o registrou num diário pormenorizado que manteve. Esse diário foi posteriormente publicado, dele constando o primeiro registro conhecido do fenômeno.

Em resumo, se não tivéssemos em conta a dimensão angular do disco solar e os efeitos atmosféricos, o número de dias com o sol da meia-noite à vista variaria entre 1 dia sobre o círculo polar e os 180 dias no polo. Na realidade, computando todos os efeitos, teremos que:

  • No dia do solstício de Inverno, quando o Sol apresenta no hemisfério respectivo a sua mínima declinação, o sol nasce e põe-se no círculo polar correspondente. Tendo em conta a variação de 50’ (minutos de grau) atrás referida a latitude mais elevada onde o sol será visto é de 67° 23' (66° 33' + 50'). Neste dia, naquele hemisfério, todas as localidades situadas acima dos 67° 23’ apenas terão crepúsculo e noite polar. No hemisfério oposto teremos o sol da meia-noite em todas as latitudes superiores a 65º 43’ (66º 33’ – 50’).
  • Entre o solstício de Inverno e o equinócio, o Sol irá aparecendo progressivamente em latitudes mais elevadas, reduzindo-se a zona onde o sol não é visível até atingir o polo próximo do dia do equinócio (devido à refração, o Sol será visto do polo alguns dias antes do equinócio). No hemisfério oposto teremos uma correspondente redução da área que vê o sol da meia-noite (continuando o mesmo visível do polo por alguns dias após o equinócio devido à refração — o número de dias com o Sol acima do horizonte em cada polo atinge 186 dias por ano).
  • No dia equinocial, apenas os polos e uma pequena região em seu torno verão o sol da meia-noite, e isto devido à refração. No resto do planeta terra o dia e a noite duram 12 horas cada.
  • Entre o equinócio e o solstício de Verão, a área onde o sol da meia-noite é visível cresce das imediações do polo até atingir o círculo polar respectivo. No hemisfério oposto é a noite e o crepúsculo polares que crescem do polo em direção ao círculo polar.
  • No dia do solstício de Verão, o sol da meia-noite será visível desde os 65º 43’ (66º 33’ – 50’) até ao polo. No hemisfério oposto, a noite e o crepúsculo solares estendem-se desde os 67° 23' (66° 33' + 50') até às imediações do polo.

Tendo em conta que o crepúsculo, isto é, a existência de luz refletida pelas camadas superiores da atmosfera quando o Sol se encontra abaixo do horizonte, ocorre quando a distância angular entre o Sol e o horizonte local é inferior a cerca de 12º, teremos que a verdadeira noite polar, isto é, escuridão total por mais de 24 horas seguidas, apenas ocorre em latitudes superiores a 84° 33' em cada hemisfério. Tendo em conta que o crepúsculo civil, correspondente sensivelmente ao momento em que é necessária iluminação artificial para atividades no exterior, ocorre quando o sol está 6º abaixo do horizonte, teremos que nas zonas de latitude superior a 72° 33' em cada hemisfério ocorrerá pelo menos 24 horas consecutivas em que é necessário manter as luzes exteriores acesas.

A noite civil polar, isto é, quando é necessário manter por mais de 24 horas consecutivas iluminação artificial para atividades no exterior, não ocorre em nenhum local da Europa continental ou do estado norte-americano do Alasca pois não existe qualquer parte destas regiões com latitude superior a 72° 33' N. Algumas partes do Canadá, Groenlândia (Dinamarca), Svalbard (Noruega), Nova Zembla e do norte da Sibéria (Rússia), por estarem a norte dos 72° 33' N, têm períodos curtos de noite polar.

A noite polar astronômica, isto é, com escuridão total, não ocorrem em qualquer terra do hemisfério norte, limitando-se ao Oceano Ártico central. No hemisfério sul abrange a Antártida central. Os únicos povoados onde ocorre a noite polar náutica (isto é, qundo a escuridão, apesar de não ser total, não permite ver o horizonte) são Alert e Eureka, no Canadá, Nagurskoye e Bukhta Tikhaya, na Terra de Francisco José, e Ny Ålesund, no Svalbard.

Com base nas considerações anteriores, a tabela seguinte apresenta o número de dias de sol da meia-noite, crepúsculo e noite polar em diversas localidades do Canadá situadas em latitudes elevadas:

Localidade Latitude Dia(s) sem nascer do Sol Dia(s) de noite polar
Início Fim Total Início Fim Total
Aklavik 68º 13’ N 8 Dez. 5 Jan. 29 - - -
Alert 82º 30’ N 15 Out. 27 Fev. 136 Out.

30

13 Fev. 107
Cambridge Bay 69º 07’ N 1 Dez. 11 Jan. 42 - - -
Clyde River 70º 27’ N Nov.

24

Jan.

19

57 - - -
Fort McPherson 67º 26’ N Dez. 19 Dez. 25 7 - - -
Gjoa Haven 68º 38’ N Dez.

5

Jan.

8

35 - - -
Grise Fiord 76º 25’ N Nov. 2 Fev. 9 100 Nov. 20 Jan. 22 64
Igloolik 69º 23’ N Nov.

30

Jan.

13

45 - - -
Inuvik 68º 21’ N Dez. 7 Jan. 6 31 - - -
Mould Bay 76º 14’ N Nov.

2

Fev.

9

100 Nov.

20

Jan.

22

64
Nanisivik 73º 02’ N Nov. 13 Jan. 29 78 Dez. 12 Jan. 2 22
Old Crow, YT 67º 34’ N Dez.

16

Dez.

28

13 - - -
Paulatuk 69º 21’ N Nov. 30 Jan. 14 46 - - -
Pelly Bay 68º 32’ N Dez.

5

Jan.

7

34 - - -
Polaris Mine 75º 30’ N Nov. 5 Fev. 7 95 Nov. 25 Jan. 18 55
Pond Inlet 72º 42’ N Nov.

15

Jan.

28

75 Dez.

17

Dez.

27

11
Resolute 74º 15’ N Nov. 9 Fev. 3 87 Dez. 2 Jan. 11 41
Sachs Harbour 71º 59’ N Nov.

17

Jan.

25

70 - - -
Taloyoak 69º 32’ N Nov. 29 Jan. 14 47 - - -
Tsiigehtchic 67º 27’ N Dez.

19

Dez.

25

7 - - -
Tuktoyaktuk 69º 27’ N Nov. 29 Jan. 13 46 - - -

Fonte: Canada's Digital Collections.

Na região da Lapônia central, durante o escuro Inverno, o sol permanece abaixo da linha do horizonte durante 51 dias, o que dá origem ao fenomeno da noite polar, a que os finlandeses chamam "kaamos". Mesmo no sul do país o sol brilha no inverno (Dezembro) só umas quatro horas por dia entretanto o pôr-do-sol é lento (inclinado) e por isso nunca chega a escurecer totalmente a noite (ocorrem as chamadas noites brancas).

 

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Sol da meia-noite

A região da Noruega e a que tem menos ver esse sol da meia noche

  • «Explicação do fenómeno» (em inglês) 
  • «Video • Norway • Bodø/Mjelle» (em norueguês) 
  • O que é, onde, quando e por que ocorre o Sol da meia-noite?

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sol_da_meia-noite&oldid=59879598"