O que a menopausa causa no corpo

Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida tem origem nos folículos (células germinativas) dos ovários, já presentes no nascimento. Quando a mulher nasce, tem em média 1 a 2 milhões desses folículos, mas a cada ciclo menstrual, ela perde parte dessas células, tanto que na primeira menstruação tem cerca de 400 mil folículos, número bem menor que o presente nos momentos iniciais da vida.

Quando o número de folículos acaba, a mulher não produz mais óvulos, o que leva a uma queda hormonal e ao fim da fase reprodutiva. Isso porque na formação dos óvulos, os folículos são os principais responsáveis pela produção dos hormônios. Com o fim desse processo, eles diminuem de forma drástica. Contudo, antes da menopausa, o organismo dá dicas de que ela pode estar próxima. Essa fase que antecede a última menstruação da mulher é conhecida como climatério.

Climatério x Menopausa

Todas as mulheres devem passar pela menopausa, mas nem sempre é fácil identificar que esse momento está próximo. Para entender melhor essa fase, é importante esclarecermos que a menopausa corresponde a última menstruação da mulher e se instala após o fim definitivo dos períodos menstruais.

Antes do fim desse estágio, o momento é chamado de climatério, ou seja, é caracterizado pela transição fisiológica que separa a fase reprodutiva e não reprodutiva da mulher.  Assim, o climatério abrange toda essa transição do período produtivo para o não produtivo, indo até a última menstruação. Nesse tempo (que pode levar anos) a mulher começa a sentir mudanças no seu corpo, indicando a chegada da menopausa.

1. Menstruação irregular

O principal sintoma que define a proximidade da menopausa é a irregularidade na menstruação. Pode acontecer de não descer em um mês, ficar meses sem descer ou descer duas vezes no mesmo mês. Isso porque a baixa hormonal impede que o útero se prepare regularmente para uma possível gravidez, fato que interfere diretamente na menstruação. Contudo, há exceções e algumas mulheres apresentam um ciclo regular até a menopausa.

2. Ondas de calor

Esse sintoma é um dos mais relatados pelas mulheres. As ondas surgem de forma inesperada e causam crises de calor, atingindo especialmente a parte superior do tronco, o pescoço e o rosto. Por vezes, a pele da face fica avermelhada e a mulher começa a suar excessivamente, devido a intensidade de calor. Geralmente a sensação dura entre meio e cinco minutos e pode ocorrer com frequência durante mais de um ano, em algumas mulheres, por mais de cinco anos.

O que a menopausa causa no corpo

3. Oscilações de humor

Nesta fase também pode ser observado algumas mudanças de humor repentinas. O motivo é que os hormônios responsáveis pelo funcionamento do sistema nervoso central são exatamente o estrógeno e a progesterona, que fica em baixa na menopausa. Sensação de irritabilidade, melancolia, ansiedade e choro são outros sintomas que podem se manifestar nessa fase.

4. Mudanças urogenitais

Há diversas alterações urogenitais na mulher, essas incluem dificuldade em esvaziar a bexiga, incontinência urinária e infecções que atingem a bexiga e a uretra com frequência. Além disso, ela pode sentir diminuição na libido, ressecamento vaginal e dor na relação sexual.

5. Alterações do sono

O estrogênio também está relacionado à regulação do sono da mulher. Por isso, é possível que ela sinta dificuldade para dormir como antes. As ondas de calor também interferem, já que podem ocorrer durante a noite e atrapalhar o momento de descanso. Se a mulher perceber que seu sono já não é o mesmo, é importante buscar cuidar do problema, já que se a insônia eventual persistir pode se tornar crônica.

Tratamento

Para aliviar os sintomas, a mulher pode recorrer a terapia de reposição hormonal. Mas  a indicação deve ser feita por um médico, o qual irá avaliar a paciente, levando em conta quais são as alterações de comportamento, o momento de vida em que se encontra, entre outros fatores.

Uma rotina saudável que inclui boa alimentação, atividade física regular, bem como hábitos de não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas também pode ajudar a minimizar os sintomas desconfortáveis.

Você está passando por essa fase? Conte aqui como lida com os sintomas.

Leia também: Endometriose: como identificar a doença?

A menopausa é um momento marcante na vida das mulheres. Ela é um evento inevitável, que ocorre devido ao esgotamento dos óvulos e o consequente fim dos ciclos ovulatórios, caracterizando a transição entre a idade fértil e o climatério.

Para que não haja confusão com os termos, é bom lembrar que menopausa é o nome dado à última menstruação da vida da mulher, enquanto climatério é período pré e pós-menopausa no qual a mulher apresenta “sintomas da menopausa” devido à falência dos ovários, que passam produzir cada vez menos estrogênio.

O climatério começa na transição entre a fase reprodutiva e não-reprodutiva da mulher. Portanto, não é tecnicamente correto dizer que uma mulher está na menopausa. O certo é dizer que a mulher teve a sua menopausa e encontra-se na fase pós-menopausa do climatério.

Caso você tenha alguma dúvida em relação aos termos que serão usados neste texto, use a figura abaixo para se orientar.

O que a menopausa causa no corpo
Fases do ciclo reprodutivo

  • Menarca é a primeira menstruação da vida da mulher.
  • Pré-menopausa é o período de 3 a 7 anos antes da menopausa, ou seja, os últimos 3 a 7 anos de idade fértil (fase pré-menopausa do climatério).
  • Menopausa é a última menstruação da vida da mulher.
  • Pós-menopausa é o período que inicia-se após a última menstruação, ou seja, após a menopausa (fase pós-menopausa do climatério).
  • Climatério é o período que engloba a pré-menopausa e a pós-menopausa.

Neste artigo vamos abordar os 25 principais sinais e sintomas da menopausa, incluindo aqueles que ocorrem nos períodos pré-menopausa e pós-menopausa.

Aqui iremos focar apenas nos sintomas. Para mais informações sobre a menopausa, leia: Menopausa: o que é, causas, sintomas e tratamento.

Quais são os sinais e sintomas da menopausa?

Em geral, quando as pessoas dizem “sintomas da menopausa”, elas estão, na verdade, se referindo ao grupo de sinais e sintomas físicos e emocionais que caracterizam a fase de climatério.

O climatério é uma fase na qual o corpo da mulher passa por uma série de alterações fisiológicas que podem afetar a sua qualidade de vida. O principal é a redução nos níveis de estrogênio que ocorrem porque os ovários começam a entrar em falência. Este período é caracterizado por ciclos menstruais irregulares e marcantes flutuações hormonais, muitas vezes acompanhados por ondas de calor, distúrbios do sono, alterações do humor e secura vaginal. Além disso, as mudanças na gordura corporal e a perda de massa óssea típicas do climatério causam grande impacto para a saúde a longo prazo.

Ondas de calor (fogacho)

O fogacho, também chamado de afrontamento, são as famosas ondas de calor que ocorrem no climatério. O fogacho é o sintoma mais comum da menopausa, ocorrendo em mais de 80% das mulheres.

Os calores são causados pela redução da produção de estrogênio, o que provoca uma desregulação do termostato normal do corpo. Os afrontamentos iniciam-se no período pré-menopausa e costumam durar até 2 anos após a menopausa. Durante o restante do climatério, eles costumam desaparecer, mas cerca de 10% das mulheres permanecem tendo-os por muito tempo, algumas até os 70 anos. A pior fase dos calores costuma ser no ano anterior à menopausa.

O fogacho geralmente começa como uma súbita sensação de calor centralizado na parte superior do tórax e rosto, mas que rapidamente torna-se generalizada. A sensação de calor dura de dois a quatro minutos, é freqüentemente associada a uma transpiração abundante e, ocasionalmente, palpitações. Também são comuns a ocorrência de calafrios, tremores e um sentimento de ansiedade.

A frequência dos afrontamentos varia muito, desde apenas 1 ou 2 episódios por dia até dezenas de episódios ao longo das 24 horas. As ondas de calor são particularmente comuns à noite.

Nós temos um texto que fala especificamente sobre o fogacho, que pode ser acessado através do seguinte link: FOGACHO | Calor da menopausa.

Suores noturnos

A sudorese noturna é uma variante dos fogachos. Em algumas mulheres, os afrontamentos ocorrem predominantemente à noite, provocando uma intensa sudorese durante o período do sono. Em muitos casos, esses afrontamentos noturnos atrapalham o sono e agravam os sintomas de cansaço e irritação da perimenopausa.

O consumo de bebidas alcoólicas durante o dia e um quarto mal ventilado colaboraram para o agravamento dos afrontamentos noturnos.

Os afrontamentos noturnos, como já referido, são importante causa de perturbação do sono no período pré-menopausa. Eles, porém, não são os únicos. Muitas mulheres na pré-menopausa têm dificuldades para dormir mesmo na ausência dos fogachos.

A insônia pode surgir até 7 anos antes da menopausa e costuma se agravar no último ano da pré-menopausa. Mulheres ansiosas ou deprimidas costumam ser aquelas com maior dificuldade para dormir.

Menstruação irregular

Alterações do período menstrual já podem ocorrer antes mesmo da mulher entrar no período pré-menopausa. Inicialmente as alterações são sutis e incluem mudanças na intensidade do sangramento e encurtamento do ciclo.

Conforme a menopausa vai se aproximando, as alterações menstruais se tornam mais óbvias. O ciclo agora passa a ser irregular e torna-se mais longo, podendo durar 40 a 50 dias. O volume menstrual se altera (para mais ou para menos) e escapes podem ocorrer no meio do ciclo.

A menstruação vai se tornando cada vez mais irregular, até desaparecer. A mulher na pré-menopausa não tem como saber quando será sua última menstruação. O diagnóstico da menopausa só pode ser estabelecido retrospectivamente, quando a mulher completar um ano sem menstruar novamente.

Depressão

Mulheres na pré-menopausa têm 2,5 vezes mais chances de entrar em depressão do que em outras fases da vida. O risco é ainda maior naquelas que têm severos sintomas da pré-menopausa, principalmente fogachos e distúrbios do sono. A depressão também pode ocorrer em mulheres que se veem aproximando-se da menopausa e ainda desejam engravidar.

Acredita-se que a redução dos níveis de estrogênio, associada aos sintomas incômodos da pré-menopausa e ao fato da mulher reconhecer que está ultrapassando a fronteira entre a juventude e a velhice, colaborem para uma maior incidência de depressão neste período. Após o primeiro ano de climatério, o risco de depressão começa a cair.

Ansiedade

A ansiedade durante a pré-menopausa é provavelmente causada pela queda nos níveis de estrogênio circulantes no corpo, o que reduz a produção de neurotransmissores responsáveis pela regulação do humor, como a serotonina e a dopamina.

Pelos mesmos motivos expostos no tópico anterior, a flutuação dos níveis de estrogênio é responsável pela grande variedade do humor das mulheres no período pré-menopausa. Durante um único dia, a mulher pode alternar entre euforia, raiva e tristeza, sem haver um motivo real para tal.

Quando os sintomas físicos da menopausa são importantes, os sintomas emocionais também costumam ser.

Secura vaginal

O revestimento da vagina  é composto por tecidos dependentes de estrogênio. A deficiência de estrogênio que ocorre na menopausa leva ao adelgaçamento do epitélio vaginal, resultando em atrofia da vagina (vaginite atrófica) e sintomas de secura vaginal, coceira e dor durante o ato sexual (chamada de dispareunia).

A secura vaginal inicia-se na pré-menopausa, mas torna-se realmente evidente no climatério.

Redução da libido

As alterações hormonais típicas da menopausa são as responsáveis pela redução da libido na mulher. Além disso, a própria secura vaginal pode tornar o ato sexual doloroso, o que, aliado a uma redução do aporte de sangue para a região vaginal e vulvar pela deficiência de estrogênio, pode reduzir a capacidade da mulher de ter prazer com o sexo.

Memória fraca

O estrogênio também parece ter importante papel no funcionamento normal do cérebro feminino. Na pré-menopausa, as mulheres podem começar a ter lapsos de memória de curto prazo, tornando-se mais comuns esquecimentos triviais, tais como onde guardou a chaves, aniversários de amigos e datas de reuniões. Em geral, não é nada muito grave, mas em pessoas muito metódicas, pode ser algo que gere grande incômodo.

Os lapsos de memória são mais comuns em mulheres deprimidas, estressadas ou muito cansadas.

Dificuldade de concentração

Seguindo a mesma lógica do tópico anterior, as alterações dos níveis de estrogênio causam alterações na capacidade de concentração das mulheres na pré-menopausa. Além disso, os outros sintomas da menopausa, como insônia, cansaço, ansiedade, fogachos, etc, também colaboram para uma menor capacidade de se focar nos estudos ou no trabalho.

Dor nas articulações

A saúde das articulações, tendões, ligamentos e músculos também sofre com a queda dos níveis de estrogênio. Cerca de 60% das mulheres na pré-menopausa queixam-se de dores articulares. Mulheres obesas ou com sobrepeso são as que mais têm problemas.

Ao contrário de vários sintomas da menopausa que desaparecem no climatério, as dores nas articulações costumam permanecer.

Pele seca

A redução dos níveis de estrogênios está relacionada a uma queda na produção de colágeno, que é a substância que mantem nossa pele firme e com boa aparência.

Portanto, quando a produção de colágeno é alterada, a pele fica mais fina, mais seca, mais descamativa e menos jovem. O ressecamento da pele pode provocar coceira, que em alguns casos pode ser bastante incômoda.

Queda de cabelo

A saúde do cabelo das mulheres também está intimamente ligada aos níveis de estrogênio e colágeno. Na pré-menopausa, a mulher começa a notar que a qualidade do seu cabelo se altera, tornando-se mais seco, quebradiço e caindo com mais facilidade. Essa situação tende a ser agravar no restante do climatério.

Unhas fracas

Assim como a pele e o cabelo, a saúde das unhas também sofre com a redução dos níveis de estrogênio. Na pré-menopausa, as unhas começam a ficar mais ressecadas e fracas, podendo quebrar com facilidade.

Cansaço

O cansaço, a falta de energia e a pouca disposição para eventos do dia a dia também são extremamente comuns antes da menopausa. Eles ocorrem não só pelos desequilíbrios hormonais, mas também pelas alterações de humor e pela falta de sono. Em geral, o cansaço melhora na fase pós-menopausa do climatério.

Ganho de peso

O metabolismo e a forma como o corpo armazena gordura se alteram com a redução dos níveis de estrogênio. O gasto calórico basal do corpo diminui, fazendo com que seja mais fácil engordar com menos calorias. Além disso, o corpo passa a ter um padrão de acúmulo de gordura mais parecido com os homens, com mais deposição de gordura na barriga e ao redor da cintura.

Dor nas mamas

Mastodinia é o termo usado para dor nas mamas. Esse sintoma é muito comum nos primeiros anos da pré-menopausa, mas vai ficando mais brando conforme a menopausa se aproxima. Em geral, ele desaparece no climatério.

Dor de cabeça

Existe um tipo de enxaqueca que está relacionada ao período menstrual, ocorrendo de forma cíclica todo o mês, logo antes da menstruação descer. As mulheres que têm esse tipo de dor de cabeça podem notar um agravamento da mesma quando entram na pré-menopausa.

Mesmo mulheres que nunca tiveram dor de cabeça relacionada à menstruação podem passar a tê-la na pré-menopausa. Em geral, a enxaqueca começa até 7 anos antes da menopausa e vai se intensificando conforme o ciclo menstrual vai ficando cada vez mais irregular.

Palpitações

Conforme a menopausa se aproxima, palpitações e sensação de batimentos cardíacos alterados vão se tornando comuns. Habitualmente, não há motivos para preocupação e as palpitações somem no climatério.

Pacientes ansiosas e com fogachos intensos podem ter palpitações com mais frequência.

Infecção urinária

Assim como ocorre com a vagina, a uretra, canal que transporta a urina vinda da bexiga, é revestida por um tecido muito sensível ao estrogênio. Durante a pré-menopausa ela torna-se mais fina, ressecada, menos elástica e mais irritável, facilitando a invasão por bactérias.

Algumas mulheres podem passar a ter infecção urinária de repetição a partir da menopausa, situação que pode ser contornada com a aplicação de estrogênio vaginal.

Pelos faciais

Na pré-menopausa as relação entre os níveis de estrogênio (hormônio feminino) e androgênios (hormônio masculino) se alteram. Toda mulher  produz pequenas quantidades de androgênios durante a vida, cujo os efeitos são bloqueados pelo estrogênio.  Conforme a menopausa se aproxima, os níveis de estrogênios caem e os de androgênios sobem.  Esse aumento dos hormônios masculinos podem provocar o aparecimento de pelos na face da mulher, principalmente no queixo.

Além do queixo, novos pelos também podem surgir na região do bigode, nas bochechas e até no peito e no abdômen.

Ossos fracos

Conforme envelhecemos, nossos ossos vão se tornando mais fracos. Esse processo é bastante acelerado pela falta de estrogênios da menopausa, fazendo com que mulheres estejam muito mais sujeitas à osteoporose e fraturas, como a do colo do fêmur, do que os homens.

Conforme o climatério avança, mais comum torna-se a ocorrência de osteoporose.

Desequilíbrio e tonturas

Episódios súbitos de tonturas e perda do equilíbrio costumam se tornar mais frequentes na pré-menopausa. As causas ainda não estão bem esclarecidas, mas, como todos os sintomas da menopausa, há um importante componente da falta de estrogênios.

Sensação de barriga inchada

Uma sensação de barriga inchada ou distendida é comum no período pré-menopausa. Mulheres que já apresentavam esse sintoma durante a sua menstruação costumam ser as que mais sofrem nesta fase.

Acredita-se que a redução do estrogênio altere a forma com o corpo digere as gorduras da alimentação, fazendo com que haja maior produção de gases, o que seria o responsável pela sensação de barriga inchada.

Referências

O que a menopausa causa no corpo