Em mais uma audiência do caso da morte do menino Henry Borel, a defesa do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, alegou que a criança não chegou morta ao hospital, contrariando relatos de médicos do Hospital Barra D’Or que estavam de plantão no dia 8 de março de 2021 e resultados da perícia. Nesta terça-feira (1º), ocorreu a audiência de instrução de julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Durante a audição, a advogada Flavia Fróes disse que a criança, de 4 anos, teve uma parada cardiorrespiratória, mas não estava morta. "Fez-se da vida do Henry um espetáculo. Ele estava vivo. Ele chegou em parada [cardiorrespiratória] e, por isso, se chama ressuscitação o procedimento emergencial." Como prova, a defesa prometeu apresentar um segundo raio-x e boletins para comprovar que Henry chegou com vida ao hospital. Segundo oadvogado Claudio Daledone, haverá uma "reviravolta" no caso. Em depoimento à polícia, profissionais que prestaram atendimento ao menino afirmaram, à época, que ele tinha rigidez da mandíbula, o que indica morte, e que ele não reagiu às tentativas de reanimação. Entre os médicos de plantão estava a pediatra Viviane dos Santos Rosa, que declarou que Henry chegou à unidade de saúde "cianótico, pálido, com extremidades frias, sem respiração, sem batimentos cardíacos e pupilas midriáticas, tecnicamente morto". Depois da declaração da defesa, o pai de Henry, Leniel Borel, relembrou que seu filho apresentava 23 lesões no corpo. "Os peritos atestam que Henry faleceu entre 0h30 e 1h30. Eles só saíram do apartamento por volta das 3h50. Tiraram total possibilidade do meu filho de viver”, disse. "Causa morte laceração hepática e hemorragia interna causada por ação contundente. O conjunto todo mostra que o Henry foi muito agredido". A audiência irá ouvir, ainda nesta terça-feira, o perito legista Leonardo Huber Tauil, que assinou o laudo de necropsia de Henry, e o assistente técnico Sami El Jundi, a pedido da defesa de Jairinho. Jairinho está preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Pai relembra últimos momentos com filho Leniel Borel, pai de Henry Borel, deu depoimento durante a audiência preliminar do julgamento de sua ex-companheira, Monique Medeiros, e o padrasto da criança, o ex-vereador Jairinho, acusados de matar o menino, em outubro do ano passado. Segundo ele, o filho parecia não querer voltar para a casa da mãe. "Ele se agarrava ao travesseiro pra não ir embora com ela. Ela começou a me ligar pra pedir ajuda, porque nos fins de semana, ele não queria voltar pra casa. Eu conversei com ele. Eu fui falar pro Henry que a mãe estava lá embaixo e ele se agarrou no travesseiro falando 'Não, papai, não quero ir'. Quando ele viu a Monique, começou a chorar. A avó, dona Rosangela, conversou, chamou ele pra ir na praia. Ela desceu com ele pra praia, e depois foram embora", relatou. Em seguida, o pai contou como foram os últimos dias ao lado do filho. "No sábado, dia 6, eu peguei meu filho na casa do Jairinho. Quando eu peguei ele, ele me disse: 'papai, eu não quero mais voltar para a casa da minha mãe, não quero'. Mas ele não dizia o porquê. Eu liguei pra Monique, ela disse que não tinha nada acontecendo e eu disse: 'Monique, e se tiver alguma coisa acontecendo?'. Ela disse: 'Eu mato o Jairo, Leniel!'", revelou. Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março. Após a investigação, a polícia concluiu que o óbito aconteceu por agressões cometidas pelo padrasto da criança, e que Monique sabia dos abusos e os omitiu. "Quando eu fui falar com ele que no dia seguinte tinha escola, ele me pediu pra não ir, que por favor não, que no dia seguinte ele iria, e aí eu falei que a gente podia ir pra casa da avó, só que eu já tinha combinado com a Monique. Quando no caminho ele percebeu que estava indo ao encontro da mãe, ele começou a chorar muito e vomitar. Eu falei 'vai filho, a mamãe é boa'. E ele disse: 'a mamãe não é boa'. E eu perguntei o que estava acontecendo e ela diz que é uma questão da casa, e pergunta pro Henry se ele quer ajudar a mamãe a achar outra casa. Ele foi, chorando muito. Foi a última vez que vi meu filho", disse.
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O jornalismo da Record TV teve acesso ao laudo complementar do Instituto Médico Legal sobre a morte do menino Henry Borel. O documento conclui que a criança morreu por causa de uma pancada forte no fígado. Lesões hepáticas provocaram uma hemorragia que matou a criança em poucos minutos. A mãe de Henry, Monique Medeiros, e o padrasto, vereador Dr. Jairinho, estão presos suspeitos do crime.
Será realizada, nesta terça-feira (14), na 2ª Vara Criminal da Capital do Rio de Janeiro, a continuação da audiência para ouvir as testemunhas do processo sobre a morte do menino Henry Borel. A previsão é de que sejam ouvidas outras duas testemunhas de acusação e as de defesa durante terça e quarta-feira (15). Entre os possíveis depoentes, tanto da acusação como da defesa, estão a avó materna de Henry, Rosângela Medeiros da Costa e Silva; o pai de Jairinho, Jairo Souza Santos, o Coronel Jairo; a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos. Diferente da primeira fase do processo, na qual acompanhou os depoimentos de forma remota, a expectativa é que hoje o ex-vereador Dr. Jairinho esteja presente na audiência. A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, iniciou a oitiva no dia 6 de outubro com o depoimento de dez testemunhas de acusação durante mais de 14 horas de audiência. Foram ouvidos na primeira audiência no dia 6 de outubro:
Caso HenryHenry Borel, de quatro anos, morreu na madrugada do dia 8 de março de 2021, no Hospital Barra D’or, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O menino foi levado até a unidade pela mãe, Monique Medeiros, e o namorado dela, o então vereador Dr. Jairinho (Jairo Souza dos Santos Júnior). À época, o então casal alegou que a criança foi encontrada desmaiada no quarto em que dormia. De acordo com os médicos da instituição, o garoto chegou ao hospital com parada cardiorrespiratória. Segundo a polícia, a criança foi vítima de torturas realizadas por Dr. Jairinho, no apartamento em que residiam, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O casal está preso desde abril deste ano.
Mãe e o padrasto do garoto são os principais suspeitos do assassinato da criança no Rio de Janeiro
Henry Borel, um garoto de 4 anos, chegou morto a um hospital da Zona Oeste do Rio de Janeiro na madrugada de 8 de março de 2021. A criança, que estava no apartamento onde a mãe morava com o padrastro, na Barra da Tijuca, apresentou hemorragia e edemas pelo corpo quando foi levado ao hospital.
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