O que e preciso fazer para evitar essa crise

Se tem uma coisa que todos sabemos sobre fases difíceis é que elas passam. Seja qual for a origem ou o tamanho do problema, ele nunca dura para sempre, não é mesmo? Por isso, é preciso se preparar e aprender como superar a crise econômica.

A pandemia de Coronavírus colocou milhares de negócios e profissionais autônomos em uma difícil situação. O isolamento social, tão necessário para a interrupção da onda de contágio, diminuiu as vendas e a renda de muitos brasileiros.

Acontece que chorar pelo leite derramado nunca foi uma boa opção. É hora de ser otimista e adotar estratégias para recolocar sua empresa no caminho do crescimento. Para te ajudar, selecionamos dicas e informações valiosas. Confira!

Como a crise atual tem afetado autônomos e pequenos negócios?

Ninguém jamais imaginou passar pelo que estamos passando. Um inimigo invisível mudou o mundo e exigiu de nós uma postura mais defensiva. Como já era esperado, o novo Coronavírus chegou ao Brasil e está impactando toda a sociedade.

Nesse momento, autônomos e pequenos negócios estão sofrendo bastante. Muitos tiveram uma queda brusca na renda e, em várias cidades, ainda não podem abrir as portas para seus clientes.

Infelizmente, ficar fechado por tanto tempo tem consequências. Inúmeras empresas não conseguiram sobreviver; outras, precisaram demitir. Entenda melhor esse cenário a seguir!

Falências

Para enfrentar uma crise econômica, é importante entender o tamanho do problema. Nesse caso, conhecer os números nos ajudam a visualizar o impacto da pandemia na economia, especialmente no universo empresarial.

Conforme estudo feito pelo Sebrae, mais de 600 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas. A queda nas vendas faz com que o dinheiro em caixa seja pouco. Como a maioria desses negócios não tem uma reserva financeira para continuar honrando com os compromissos assumidos, a decisão do empresário é pela decretação da falência.

Pedidos de Recuperação Judicial

Você sabe o que é Recuperação Judicial? Trata-se de um processo usado para evitar o fechamento de uma empresa. Ela é solicitada a um juiz e, depois de autorizada, coloca o negócio em uma fase de renegociação de dívidas.

Na prática, ao passar pelo procedimento, o negócio ganha um prazo para continuar funcionando enquanto negocia com seus credores, sempre acompanhado pela Justiça. Para isso, as dívidas são congeladas por 180 dias. Em outras palavras, estamos falando de uma fase anterior à falência. Quando tudo corre bem, a empresa consegue superar a má fase e voltar a crescer.

Os dados mais recentes apontam um recorde nos pedidos protocolados na Justiça. Até o segundo semestre, cerca de 5 mil empresários devem usar essa alternativa, que pode salvá-los e garantir um retorno planejado às atividades.

Demissões

As medidas de isolamento social adotadas em todos os estados permitem que apenas as atividades consideradas essenciais, como supermercados e farmácias, possam continuar funcionando normalmente. Dessa forma, uma grande parcela do comércio e dos serviços parou.

Como reflexo dessa crise econômica, houve um expressivo aumento do número de demissões no país. Afinal, com o fechamento temporário, as empresas reduzem seu faturamento e não conseguem manter os funcionários.

O Ministério da Economia divulgou que, desde o início da pandemia, já foram protocolados quase 2 milhões de pedidos de seguro-desemprego. O número é mais uma estatística negativa da crise e mostra o grande impacto do vírus no cotidiano das empresas e dos trabalhadores brasileiros. Lembrando que ele representa um crescimento de 26% comparado com o mesmo período no ano passado.

Dificuldades para honrar com contratos e financiamentos

Devido à queda nas vendas, muitos empresários e profissionais autônomos enfrentam dificuldades para honrar com os contratos assumidos, resultando em endividamento e tirando o sono de muita gente.

Daí a importância de ser precavido ao buscar crédito. Quem contratou o seguro da parcela do financiamento, por exemplo, está podendo dormir tranquilo, pois não se tornou inadimplente e teve o pagamento garantido.

Como superar a crise econômica e se reerguer depois da pandemia?

Chega de notícia ruim! Apesar de estarmos passando por um período difícil, precisamos ser otimistas e focar naquilo que pode ajudar você a se reerguer.

Em breve, o novo Coronavírus estará contido, as empresas voltarão a funcionar e o consumidor poderá comprar aquilo que deseja. É muito importante ser resiliente, aguentar firme e adotar medidas inteligentes para superar a crise econômica.

Pensando em ajudar, selecionamos dicas que podem ser colocadas em prática agora mesmo e que permitirão ao seu negócio uma retomada planejada e estruturada no crescimento. Quer conhecê-las? Confira!

Otimize processos

Em primeiro lugar, precisamos destacar que a pandemia é um cenário inédito em todo o mundo. Mas não é hora de se desesperar! Em vez disso, você deve refletir e aprender como reverter a situação.

Sendo assim, nossa primeira dica é otimizar processos. Nesse momento, é necessário focar em máxima produtividade, e isso exige uma análise precisa dos processos, inclusive, uma reformulação de como algumas coisas são feitas, se preciso for.

Micro e pequenas empresas devem aprender a aumentar sua capacidade de produção com os recursos disponíveis. A ideia é tornar os processos mais rápidos e baratos. Confira algumas práticas que podem auxiliar nesse processo:

  • observe como o trabalho é feito e se existem funcionários parados;
  • identifique situações em que há desperdício de tempo e recursos;
  • faça uma boa gestão do estoque;
  • avalie se o seu produto está adequado às novas demandas do consumidor.

Corte custos

Como o cliente está investindo no consumo consciente e comprando menos, é possível que o seu faturamento seja reduzido. Se entra menos dinheiro nos caixas, então é preciso gastar menos, concorda?

Mas, afinal, como cortar custos de forma estratégica e sem prejudicar o funcionamento do negócio? Pode até parecer difícil, mas existem boas práticas que garantem um corte de gastos expressivo.

Não sabe nem por onde começar? Então, anote aí algumas atitudes que contribuem para reduzir os custos do seu negócio:

  • faça um levantamento das contas e elimine aquelas que não são essenciais;
  • fique atento ao consumo de água e luz;
  • estimule os funcionários a usarem os recursos disponíveis com mais consciência;
  • negocie novas condições com os fornecedores;
  • controle o estoque e reduza as perdas de mercadorias;
  • confira se o regime tributário da sua empresa é o mais vantajoso.

Busque linhas de crédito atrativas

Mesmo com todas as medidas de economia, chega um momento que é necessário usar um dinheiro extra para manter as atividades. Se você chegou a esse patamar, respire e comece a procurar pela linha de crédito ideal.

Vale dizer que fazer um empréstimo não é ruim. Na verdade, em um momento de crise, essa pode ser a salvação de seu negócio. A questão é como, quando e onde buscar um crédito pessoal ou empresarial.

Sobre o momento certo, você deve entender que esperar as dívidas se acumularem e os prazos serem perdidos não é uma boa ideia. Tome uma atitude antes que isso aconteça com o seu negócio!

Além disso, é essencial conhecer os tipos de empréstimo. Afinal, existem diversas maneiras de adquirir crédito extra e aumentar o fôlego da empresa para superar a crise econômica.

Estude e aprenda algo novo

Como bom profissional e empreendedor, você sabe bem que essa não será a primeira e nem a última vez que o seu negócio enfrentará dificuldades. Crises fazem parte do processo de crescimento de qualquer empresa. Aliás, nesse momento podemos aprender e corrigir falhas.

Aproveite o tempo disponível para estudar e aprender algo novo. Há sempre novas habilidades a serem desenvolvidas e que podem ser úteis no futuro.

A boa notícia é que você nem sequer precisa sair de casa para aprofundar seus conhecimentos. Grandes instituições educacionais do país e entidades estão oferecendo cursos gratuitos e online a fim de preparar profissionais. Confira algumas opções:

Recicle conhecimentos

O universo empresarial está cheio de pessoas querendo vender, mas poucas têm vontade e disposição para aprender e reciclar conhecimentos. Certamente, você já deve ter visto uma campanha de marketing interessante ou uma estratégia de sucesso e pensou: bem que eu podia ter feito isso!

Pois bem, pare de ser um observador e comece a ser inspiração. O segredo para isso é reciclar conhecimentos, ou seja, aprender coisas novas e resgatar antigas ideias que podem ser aproveitadas nesse momento.

Sabe aquele seu entusiasmo de quando abriu o negócio? Mesmo a situação atual não sendo tão animadora, é hora de reativar o espírito empreendedor e correr atrás do prejuízo. A crise econômica passa, mas é a sua forma de agir que definirá como você sairá dela.

Ofereça algo novo

O mundo pós-pandemia não será o mesmo. Muitos já falam em um “novo normal” e sua empresa precisa estar pronta para essa realidade, a fim de superar a crise econômica e atender as demandas existentes.

A dica é inovar e oferecer algo novo, sempre atento às exigências do mercado. No entanto, atenção: inovação não pode ser um mero discurso em seu dia a dia. Ela deve estar presente em todos os processos.

Albert Einstein, conhecido por ser um verdadeiro gênio, já dizia que “a crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias”.

Essas palavras foram proferidas há muito tempo, mas se encaixam perfeitamente ao contexto atual. Afinal, é preciso aproveitar a pandemia para impulsionar o seu processo de inovação, ou seja, oferecer algo novo, capaz de impactar a vida de seus clientes.

Faça promoções

Você conhece algum consumidor que não gosta de uma promoção? É bem difícil encontrar uma pessoa que não deseja economizar na hora de fazer as suas compras.

Partindo dessa premissa, é hora de planejar descontos e outras medidas para atrair o público. Afinal, quando as empresas reabrirem, seu negócio terá que enfrentar o desafio de superar a concorrência.

Apesar de ser uma boa ideia, é sempre bom lembrar que uma promoção mal planejada pode gerar prejuízos e reduzir sua margem de lucro. Portanto, antes de oferecer descontos, faça todos os cálculos e tome uma decisão consciente.

Você pode reduzir o preço de alguns produtos, trabalhar com descontos progressivos e até oferecer brindes. Aliás, esse é um bom momento para tirar do estoque aqueles produtos que estão parados a algum tempo.

Crie planos de ação

Quem planeja tem mais chances de alcançar o sucesso. Então, não tome nenhuma decisão sem avaliar toda a situação por completo.

Aproveite esse momento de inatividade para criar planos de ação que te ajudarão a voltar ao caminho do crescimento. Estude o cenário, defina boas práticas, pense em estratégias possíveis e planeje como e quando pedir um empréstimo.

Com um plano bem definido, as chances de cometer erros são menores. Além disso, o documento pode ajudar você a se manter firme e otimista, ainda que o retorno seja um pouco mais complicado do que esperado.

Pesquise o mercado

Já dissemos que o mundo não será o mesmo quando a pandemia acabar. As pessoas mudaram, suas prioridades não são mais as mesmas e isso refletirá no mercado.

Antes de tomar qualquer providência, você precisa analisar essa nova realidade e descobrir como seu negócio se encaixa nela. Portanto, pesquise e estude o novo perfil de consumo e entenda suas novas necessidades.

Um exemplo bem simples é que, agora, as pessoas estão mais atentas às medidas de higiene adotadas pelas empresas. Por isso, é importante demonstrar sua preocupação com a saúde dos clientes, oferecendo um ambiente adaptado.

Seja criativo

Por fim, abuse da criatividade! Esse é o melhor momento para arriscar e colocar em prática novas ideias. Não limite sua mente e ofereça opções que podem atrair mais público para o seu negócio. Em outras palavras, respire fundo, busque aquela energia extra e comece a transformar o mundo ao seu redor!

Para isso, deixe de lado os pensamentos negativos e a pressão e conecte-se àquilo que estimula sua criatividade. Pode parecer bobagem, mas assistir a uma série, conversar com a família e até brincar com os filhos pode inspirá-lo.

Quais ações estão sendo adotadas pelo Governo Federal?

Superar a crise econômica é uma missão que precisa do esforço de todos os envolvidos. Exatamente por isso, o Governo Federal está fazendo sua parte e adotou algumas ações para reduzir os prejuízos das empresas.

Além de investir nas estratégias apresentadas aqui, é importante ficar por dentro do que acontece na economia, especialmente nas notícias relacionadas às medidas estatais para superação dessa fase.

Entretanto, se você ainda não teve tempo para acompanhar os noticiários, vamos te dar uma ajudinha. Selecionamos as principais medidas já anunciadas e fizemos um breve resumo. Confira!

Prorrogação do pagamento de tributos e contribuições

Pagar tributos pode tirar o sono de muitos empresários. Em um cenário de pandemia, isso se torna ainda mais preocupante, principalmente porque é preciso priorizar certas obrigações.

Felizmente, o Governo Federal decidiu prorrogar o pagamento de alguns tributos e contribuições, dando mais fôlego e tranquilidade para que você consiga organizar as finanças e superar essa fase com rapidez.

Sendo assim, as contribuições previdenciárias poderão ser quitadas depois. Isso significa que não haverá a cobrança de juros ou multas. Veja como ficou o novo calendário:

  • em agosto de 2020 — devem ser pagos os tributos com vencimento original em abril/2020 e agosto/2020;
  • em setembro de 2020 — devem ser pagos os tributos com vencimento original em setembro/2020;
  • em outubro de 2020 — devem ser pagos os tributos com vencimento original em maio/2020 e outubro/2020.

Vale a pena destacar que as contribuições obrigatórias das empresas ao Sistema S foram reduzidas pela metade por 3 meses.

Apoio a pequenas e médias empresas

Quando falta dinheiro no caixa da empresa, é esperado que ela precise demitir funcionários para conseguir manter suas atividades em dia e reduzir os compromissos financeiros.

Em consequência, o aumento do desemprego é um grande problema para a sociedade e, claro, para o governo. Pensando nisso, foram publicadas medidas de apoio às pequenas e médias empresas que podem evitar essa situação:

  • permissão de acordos individuais entre patrão e empregado diferente do que está previsto em lei;
  • uso do home office;
  • permissão da antecipação de férias, notificando o trabalhador com 48 horas de antecedência;
  • antecipação e aproveitamento de feriados;
  • suspensão do recolhimento do FGTS dos meses de março, abril e maio, que poderão ser pagas em 6 parcelas a partir de julho;
  • autorização da redução da jornada de trabalho com corte de salário.

Perceba que todas essas ações podem aliviar os impactos financeiros da crise econômica em pequenas e médias empresas. A ideia é reduzir gastos e garantir uma transição mais tranquila e planejada.

Linha de crédito para micro e pequenas empresas

Está preocupado em como honrar seus compromissos financeiros e garantir que o seu negócio não feche as portas? Então, você vai gostar de saber que o Governo Federal criou um programa para oferecer uma linha de crédito a micro e pequenas empresas.

O PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) pretende oferecer recursos para que essas organizações mantenham os empregos durante o período de calamidade pública e continuem firmes e focadas em superar essa fase ruim.

Mas, afinal, quem pode se beneficiar com esse crédito extra? As microempresas que têm faturamento de até R$360.000,00 por ano e as pequenas empresas com faturamento anual de R$360.000,00 a R$4.800.000,00.

Quanto as empresas poderão pegar emprestado? O valor liberado será de até 30% da receita bruta alcançada em 2019. Porém, há um limite de R$108.000,00 para as microempresas e de R$1.400.000,00 milhões em relação às pequenas empresas.

E se o negócio tem menos de um ano de funcionamento? Nesse caso, ele poderá receber um crédito de até metade do seu capital social ou 30% da sua média de faturamento.

Além de facilidades na aprovação do contrato, o pagamento será simplificado. Os valores podem ser parcelados em até 36 vezes, com o primeiro pagamento para daqui a 8 meses. Os juros aplicados seguirão a Taxa Selic e um acréscimo de 1,25%. Dessa forma, deve ficar em 5% ao ano.

Lembrando que até mesmo os empresários com restrições ou protesto em seu nome ou em nome da empresa poderão desfrutar do programa. Do mesmo modo, a instituição financeira escolhida não poderá indeferir o pedido para aquelas que tiverem pendências com:

  • Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS);
  • Previdência Social (Certidão Negativa de Débito – CND);
  • Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
  • Imposto Territorial (ITR).

Nesse momento de tensão e ansiedade para solucionar o problema, é importante alertar sobre o golpe do empréstimo falso. Desconfie de ofertas extremamente vantajosas e escolha com atenção a instituição financeira.

Apoio ao setor aéreo, de turismo e de eventos

Esses setores são alguns dos mais afetados pelo isolamento social tão necessário nesse período de pandemia. Por isso, o Governo Federal preparou um pacote de medidas para amenizar seus prejuízos.

No caso do setor aéreo, houve a ampliação do prazo para pagar o reembolso de passagens canceladas pelos passageiros, além de prorrogar o pagamento de algumas tarifas obrigatórias para as companhias aéreas.

As empresas de turismo não precisarão fazer o reembolso imediato dos serviços e viagens canceladas em razão da pandemia. Elas poderão adotar outras estratégias, como:

  • remarcar os serviços e as reservas;
  • oferecer um voucher na empresa;
  • buscar outro tipo de acordo com o consumidor.

Crédito para pagar o salário dos funcionários

Se o seu problema é a falta de dinheiro para pagar os salários de seus funcionários, existe uma saída interessante. Isso porque o Governo Federal anunciou uma linha de crédito específica para essa finalidade — desde que não haja demissões.

O dinheiro emprestado pode ser usado no pagamento de, no máximo, dois salários mínimos por trabalhador. Ele está disponível para pequenas e médias empresas que faturam de R$360.000,00 a R$10.000.000,00 por ano.

O prazo para pagamento é bem interessante, podendo chegar até 36 meses, com uma carência de 6 meses. Além disso, a taxa de juros é mais um incentivo, pois foi fixa em 3,75% ao ano.

Agora você ficou mais tranquilo para continuar lutando pela sobrevivência de seu negócio, certo? Ainda não sabemos quanto tempo essa má fase vai durar, mas esse é o momento de reativar seu espírito empreendedor e continuar firme no propósito de superar a crise econômica. Portanto, seja estratégico e coloque em prática as nossas dicas.

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