Por que os representantes do terceiro estado retiraram-se dos estados gerais

Por que os representantes do terceiro estado retiraram-se dos estados gerais

da população através de pequenas publicações, panfletos e jornais. A Reunião dos Estados Gerais – maio/1789 Com o objetivo de encontrar uma solução para a crise econômica e financeira da França, o rei Luís XVI convocou a reunião dos Estados Gerais, nome dado à reunião dos representantes dos três Estados que votavam em torno de uma determinada questão. Logo de início surgiu um impasse quanto à forma de votação, pois o TERCEIRO ESTADO queria que o voto fosse individual (o que lhes daria vantagem, uma vez que era numericamente maior que a NOBREZA e o CLERO). No entanto, a nobreza e o clero insistiram na votação por Estado, ou seja, um voto para NOBREZA, um voto para o CLERO, e um para o TERCEIRO ESTADO. Como a Nobreza e o Clero votavam sempre juntos, conseguiram aprovar a votação por Estado. Diante disso, o TERCEIRO ESTADO resolveu se retirar da reunião dos Estados Gerais, se autoproclamando Assembleia Nacional, isto é, uma assembleia que podia decidir os rumos da política francesa em nome da maioria da população. w w w .h is to ria d o m u n d o .co m .b r 25 H is tó ri a - 8 .º A n o 2 .º B IM E S TR E / 2 0 1 3 1. Responda: a) Que problemas enfrentava a economia francesa em meados do século XVIII? ............................................................................................................................................................................................. ........................................................................................................................................................................... b) A participação da França na Guerra dos Sete Anos e na Guerra de Independência dos EUA trouxe vantagens ou desvantagens para a França? Por quê? ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................ c) Apresente os motivos da insatisfação do TERCEIRO ESTADO e da burguesia para com o governo francês. ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................. d) Por que o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais? ............................................................................................................................................................................................. .......................................................................................................................................................................................... e) Por que os representantes do TERCEIRO ESTADO retiraram-se dos Estados Gerais? ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................ 2. Forme uma frase, historicamente correta, com cada grupo de palavras. a) Terceiro Estado - impostos – direitos ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................ b) Estados Gerais – Terceiro Estado – Clero e Nobreza ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................. c) Guerra de Independência – França – EUA – prejuízos ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................ d) Economia – agricultura – França – problemas - crises ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................. Recapitulando... 26 H is tó ri a - 8 .º A n o 2 .º B IM E S TR E / 2 0 1 3 A Assembleia Nacional Constituinte Em julho de 1789, a Assembleia Nacional transformou-se em Assembleia Nacional Constituinte, ou seja, uma reunião em que os representantes do Terceiro Estado deveriam preparar uma Constituição para todos os franceses. Não conseguindo dissolver a Assembleia Nacional, e temendo que, com o apoio popular, fossem tomadas decisões indesejáveis e incontroláveis, o rei mandou as tropas cercarem o local da assembleia. A ameaça de golpe na Assembleia Nacional pela aristocracia, os boatos da iminente invasão de Paris por tropas militares e a demissão do ministro Necker , que era a favor de reformas econômicas, mobilizaram a população, dando início a uma série de manifestações chamadas jornadas populares nos dias 13 e 14 de julho, que culminaram com a tomada da Bastilha, prisão símbolo do absolutismo, em 14 de julho de 1789. 1. Por que a tomada da Bastilha tornou-se um símbolo da Revolução Francesa? ..................................................................................................................................................................................... ..................................................................................................................................................................................... ..................................................................................................................................................................................... w w w .in fo e s co la .co m Em 14 de julho de 1789, o povo tomou a fortaleza da Bastilha em busca de armas. A tomada da Bastilha tornou-se um símbolo da queda do poder absolutista francês e um marco para o movimento revolucionário, pois forçou o monarca a reconhecer o poder dos deputados constituintes. 27 H is tó ri a - 8 .º A n o 2 .º B IM E S TR E / 2 0 1 3 h ttp ://w w w .in fo e s co la .co m /h isto ria /g ra n d e -m e d o

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Em última análise, a Revolução Francesa ocorreu, em face da incapacidade do governo para resolver a crise referente às suas finanças.

Quando Charles Alexandre de Calonne (1734-1802) e Étienne-Charles de Loménie de Brienne (1727-1794), os principais ministros do rei, tentaram em 1787 e 1788 instituir uma série de reformas financeiras, a fim de evitar a bancarrota, encontraram não somente oposição mas uma vigorosa determinação, por parte da aristocracia, de obter mais concesões governamentais do monarca..

Para fazer face ao crescente déficit, propunham uma taxa de selo e um imposto direto sobre a produção anual da terra.

O rei convocou uma assembleia de notáveis dentre a aristocracia, na esperança de convencer os nobres a concordarem com suas solicitações.

Longe de aquiescerem, os nobres insistiram que, para instituir um imposto geral como a taxa do selo, o soberano teria primeiramente que convocar os Estados Gerais (États généraux du Royaume de France), que representavam os três estados do reino: le clergé,la noblesse e le tiers état

A convocação desse órgão, que  não se reunia  há mais de um século e meio, parecia a muitos a única solução para os crescentes problemas da França.

Não padece dúvida de que a maioria dos aristocratas, que defenderam sua convocação, fizeram-no por estreiteza de visão e motivos egocêntricos. No entanto a população, politicamente conscientizada, concordou com a ideia, tomada de uma esperança desarrazoada e desesperada de que esse acontecimnto pudesse, devido à sua própria estranheza,  operar um milagre e salvar o país da ruína.

No período que antecedeu à ascensão do absolutiamo monárquico, quando os Estados Gerais se reuniam mais ou menos regularmente, os representantes de cada estado votavam em bloco. Em geral, isso significava que o primeiro e o segundo estados (a nobreza e o clero) combinavam-se contra o terceiro (os plebeus).

Mas, no fim do século XVIII, o terceiro estado havia atingido tamanha importância que não se dispunha mais a tolerar isso. Consequentemente, seus líderes exigiam que as três ordens formassem uma assembleia única e o voto fosse individual. Mais ainda, insistiam que o número do terceiro estado fosse igual ao das duas outras classes juntas.

Deixando essa questão pendente, no verão de 1788, Luís XVI cedeu ao clamor popular e marcou para maio do ano seguinte a reunião dos Estadoa Gerais. Nos meses de interregno, a questão da « duplicação do terceiro estado » (doublement du nombre de ses députés) foi debatida acaloradamente. Ao pronunciar-se contra o conceito, o rei perdeu o apoio da classe média e praticamente predeterminou o resultado da convocação.

Pouco depois da instalação dos Estados Gerais em Versailles,  em maio de 1789, os representantes do terceiro estado tomaram uma medida revolucionária: retiraram-se do órgão e proclamaram a Assembleia Nacional (L'Assemblée constituante ou Assemblée nationale constituante).

Um dos mais articulados porta-vozes de uma nova ordem, o abadeEmmanuel-Joseph Sieyès (1748-1836), perguntou em seu famoso panfleto de janeiro de 1789: « O que é o terceiro estado? » (Qu'est-ce que le tiers état?). A resposta que ele deu então  - « tudo » - (tout) foi a que o próprio estado deu ao constituir-se em Assembleia Nacional da França.

Sieyès estribou sua agumentação no pensamento de Rousseau, ao alegar que o terceiro estado era a nação e que, como nação, era seu próprio soberano.

A seguir, os advogados e homens de negócios do terceiro estado agiram com base nessa alegação. Encontrando fechadas as portas de seu salão de reuniões a 20 de junho, os plebeus e um punhado de nobres e clérigos simpáticos ao terceiro estado retiraram-se para uma quadra de jogo da pela, que ficava próxima.

Ali, sob a chefia de Honoré-Gabriel Riquetti, comte de Mirabeau (1749-1791) e do abade Sieyès, comprometeram-se por um juramento solene a não se separar enquanto não houvessem redigido uma constituição para a França. Esse juramento do jogo da pela (Le serment du Jeu de paume) em 20/06/1789, foi o verdadeiro início da Revolução Francesa.

Reivindicando a autoridade de reconstituir o governo em nome do povo, os Estados Gerais não apenas protestavam contra o governo arbitrário de Luís XVI, como também afirmavam seu direito de agir como o poder supremo da nação.
A 27 de junho o rei reconheceu virtualmente esse direito, ordenando aos demais representantes das classes privilegiadas que se reunissem com o terceiro estado, como membros da Assembleia Nacional.

O curso da Revolução Francesa foi assinalado por três grandes fases, a primeira das quais se estendeu de junho de 1789 a agosto de 1792. Durante a maior parte desse período os destinos da França estiveram nas mãos da Assembleia Nacional.

De maneira geral, essa fase foi moderada, sendo suas ações dominadas pelas lideranças dos nobres liberais e por membros também liberais do terceiro estado.

No entanto, tais episódios, no verão e no outubro de 1789, deram indícios de que a revolução haveria de penetrar no fundo do coração da sociedade francesa, acabando por atingiir tanto o populacho urbano quanto os camponeses rurais.

Rio de Janeiro, 20 de março de 2011.