Câncer de esôfago sinais e sintomas

O esôfago é um órgão do aparelho digestivo que fica localizado entre a faringe e o estômago, se estendendo por 25 centímetros. Trata-se de um tubo muscular essencial para o processo de digestão, responsável por conduzir o alimento da boca até o estômago.

O câncer de esôfago é uma doença na qual células malignas começam a se desenvolver no revestimento interno do órgão.

No Brasil, o câncer de esôfago é o 6º mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, em 2014 deverão ser registrados, ao todo, cerca de 10.780 novos casos de câncer de esôfago, sendo 8.010 homens e 2.770 mulheres.

Segundo o último levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), de 2011, o Brasil registrou 7.636 mortes naquele ano, sendo 5.961 homens e 1.675 mulheres.

As causas exatas do câncer de esôfago ainda não estão totalmente esclarecidas, mas sabe-se que a doença ocorre quando as células do esôfago desenvolvem mutações em seu DNA. As células que sofrem esse processo determinam o tipo de câncer que o paciente tem.

Essas mutações fazem com que as células cresçam e se dividam a um ritmo acelerado e descontrolado. As que se acumulam formam um tumor no esôfago que pode se disseminar para outros órgãos e outras partes do corpo.

Existem dois tipos principais de câncer de esôfago: o carcinoma epidermoide escamoso, responsável por cerca de 96% dos casos, o adenocarcinoma e alguns tipos mais raros. Aqueles com incidência menor que 1% são: linfomas, sarcomas, carcinomas de células pequenas e tumores adenoides císticos. Eles diferem tanto quanto à morfologia e localização quanto às causas.

Existem dois tipos principais de câncer de esôfago: o carcinoma epidermoide escamoso, responsável por cerca de 96% dos casos, o adenocarcinoma e alguns tipos mais raros. Aquele com incidência menor que 1% são: linfomas, sarcomas, carcinomas de células pequenas e tumores adenoides císticos. Eles diferem tanto quanto à morfologia e localização quanto às causas.

O tipo mais comum de todos, responsável por quase a totalidade dos casos de câncer de esôfago, se desenvolve na região superior ou média do músculo e tem, como o próprio nome diz, origem nas células escamosas. Suas causas mais frequentes estão relacionadas ao consumo exacerbado de álcool e ao tabagismo.

Este que é o segundo tipo mais comum surge de células glandulares, geralmente da parte inferior do esôfago, e está relacionado à doença do refluxo gastresofágico, à obesidade e também ao tabagismo.

Em sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta quaisquer sinais ou sintomas. No entanto, com o progresso da doença, alguns sintomas característicos deste tipo de câncer começam a aparecer, como:

  • Dificuldade ou dor ao engolir
  • Dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito)
  • Dor torácica
  • Sensação de obstrução à passagem do alimento
  • Náuseas e vômito
  • Perda de apetite.

Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir, também chamada de disfagia, é um sinal de que o câncer já se encontra em estado avançado. Por causa dos sintomas, é comum que pacientes com câncer de esôfago percam muito peso. Casos extremos podem chegar a até 10% do peso corporal perdido.

O diagnóstico de câncer de esôfago é feito, principalmente, por endoscopia digestiva - um exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo. O médico também pode optar por estudos citológicos (das células) e por métodos com colorações especiais para realizar o diagnóstico. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura atingem 98%.

A avaliação também ajudará o médico a determinar em qual estágio encontra o câncer do paciente. Para isso, é preciso seguir alguns critérios específicos, que tem a ver basicamente com a extensão do tumor, ou seja, até onde as células cancerosas já se disseminaram. Conhecer o estágio exato do câncer ajuda a determinar, entre outros detalhes, as opções de tratamento mais eficazes.

Para saber o estágio do tumor, são feitos alguns exames específicos, como uma tomografia computadorizada e uma tomografia por emissão de pósitrons. Os estágios do câncer de esôfago são:

O câncer ocorre nas camadas superficiais das células que revestem o esôfago.

O câncer já invadiu camadas mais profundas da mucosa do esôfago e pode se espalhar para os nódulos linfáticos próximos.

O câncer se espalhou para as camadas mais profundas da parede do esôfago, para os tecidos próximos ou, ainda, para os gânglios linfáticos.

O câncer se espalhou para outras partes do corpo.

Acredita-se que a irritação crônica do esôfago pode contribuir para as mudanças no DNA das células que revestem o órgão, levando ao câncer. Fatores que causam essa irritação e que, portanto, aumentam o risco de câncer de esôfago incluem:

  • Ingestão exacerbada de bebidas alcoólicas
  • Refluxo biliar
  • Acalasia (acalásia esofágica é uma doença do esôfago que se caracteriza pela ausência dos movimentos peristálticos que empurram os alimentos para o estômago)
  • Ingestão de líquidos muito quentes
  • Adotar uma dieta pobre em frutas e verduras
  • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
  • Obesidade
  • Esôfago de Barrett (é uma doença pré-cancerosa que afeta o revestimento do esôfago)
  • Radiação na região do peito ou do abdômen superior
  • Tabagismo
  • Tilose (é um distúrbio autossômico dominante caracterizado por uma hiperceratose palmo-plantar)
  • Síndrome de Plummer-Vinson (consiste em uma rara condição decorrente da deficiência de ferro (anemia) crônica, caracterizada por disfagia devido a diminutos crescimentos de tecido que bloqueia, total ou parcialmente, a luz esofágica)

Pessoas que sofrem de acalasia, tilose, doença do refluxo gastroesofágico, síndrome de Plummer-Vinson e esôfago de Barrett têm mais chances de desenvolver o tumor. Por isso, devem procurar um médico regularmente para a realização de exames.

Saiba mais: Saiba o que é câncer

A detecção precoce do câncer de esôfago é muito importante, já que a doença não manifesta sintomas em sua fase inicial, é bastante agressiva e progride rapidamente – podendo haver o sério risco, inclusive, de disseminação das células cancerosas para estruturas vizinhas do esôfago e para gânglios linfáticos, além do surgimento de metástases.

Entre os especialistas que podem diagnosticar câncer de esôfago estão:

  • Clínico geral
  • Oncologista
  • Gastroenterologista
  • Endocrinologista
  • Metabologista.

O tratamento para câncer de esôfago pode ser feito em três abordagens distintas ou combinadas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Geralmente, uma combinação dos três tipos pode ser mais eficiente do que qualquer um deles isoladamente, mas o médico avaliará qual a melhor opção para cada caso.

Para tumores em estágios iniciais, a ressecção endoscópica ainda pode ser um procedimento viável. Trata-se de uma intervenção em que o tumor é retirado por meio da boca, sem necessidade de cortes. No entanto, este tipo de tratamento é bastante raro para pacientes com câncer de esôfago.

Na maioria dos casos, a opção mais indicada é a cirurgia, que pode focar tanto na retirada do tumor (principalmente se ele for pequeno, localizado e, portanto, ainda em estágios iniciais) quanto na retirada de uma parte do esôfago, recomendada quando o tumor já se espalhou para estruturas vizinhas e gânglios linfáticos. Há casos, ainda, em que há necessidade cirúrgica de se retirar tanto uma parte do esôfago quanto uma pequena parte da porção superior do estômago.

Entretanto, dependendo da extensão da doença, o tratamento pode ser unicamente paliativo, ou seja, sem finalidade curativa, por meio de quimioterapia ou radioterapia – as terapias convencionais para diversos tipos de câncer.

As chances de cura de câncer de esôfago são muito grandes para os casos diagnosticados precocemente. Como em todos os cânceres, a cura também é possível para estágios iniciais. Quando o câncer já se disseminou por outras partes do corpo, o tratamento fica mais difícil e as chances de cura automaticamente caem.

É possível tomar algumas medidas para reduzir o risco de câncer de esôfago:

  • Parar de fumar
  • Ingerir bebidas alcoólicas com moderação
  • Adotar uma dieta com mais frutas e legumes
  • Manter um peso saudável.

Além do tratamento médico, pacientes com câncer de esôfago precisam tomar alguns cuidados essenciais para sua recuperação.

A alimentação é um problema para pessoas com este tipo de câncer. Devido ao estreitamento do esôfago pelo tumor e outros sintomas, como náuseas, vômitos, perda de apetite e dificuldade para engolir, muitos pacientes podem necessitar receber nutrientes diretamente na veia, ou podem, ainda, precisar de um tubo de alimentação (um tubo de plástico flexível que é passado através do nariz até o estômago) - pelo menos até que eles sejam capazes de alimentar-se sem auxílio.

Com o avanço do câncer de esôfago, podem surgir algumas complicações, como:

  • Obstrução do esôfago. O câncer pode tornar difícil ou até mesmo impossível para uma pessoa ingerir alimentos e líquidos por meio do esôfago
  • Sangramento no esôfago
  • Pneumonia
  • Se o tratamento não surtir o efeito desejado, o câncer pode se disseminar para outras partes do corpo, levando ao surgimento de metástases e tornando o tratamento ainda mais difícil. As chances de cura para esses casos são bem mais baixas.

Instituto Nacional do Câncer, Ministério da Saúde

Dra. Silvia Calichman, clínico geral e gastroenterologista - CRM 134021/SP

Como começa um câncer no esôfago?

O principal sintoma de câncer de esôfago é a dificuldade para engolir. Na fase inicial, essa dificuldade acontece com os alimentos sólidos. Em seguida, com os pastosos e, finalmente, com os líquidos. Por isso, grande parte das pessoas com a doença perde peso e apresenta anemia e desidratação.

Como é a dor de câncer de esôfago?

Às vezes, as pessoas queixam-se de dor ou desconforto na parte central do tórax. Algumas pessoas descrevem uma sensação de pressão ou queimação no peito. Esses sintomas são frequentemente causados por outros problemas, como azia, e raramente são vistos como um sinal de que a pessoa possa ter câncer.

Como saber se o câncer de esôfago está avançado?

Sintomas que merecem atenção Com o desenvolvimento da doença alguns sintomas podem aparecer, como: dificuldade ou dor ao engolir, dor no meio do peito e no tórax. Além disso, pode haver a sensação de obstrução ao engolir, náuseas, vômitos e perda de apetite.

Qual exame detecta câncer de esôfago?

O principal exame para visualizar lesões de esôfago é a endoscopia digestiva alta, procedimento que permite examinar o interior do esôfago e do estômago por meio de uma fibra óptica — e caso haja alguma lesão, uma biópsia deve ser realizada.