Como a indústria cultural se relaciona ou pode se relacionar com os meios de comunicação de massa?

A comunicação tem uma visão macro da cultura de massa e, individualmente, da cultura popular, partindo do princípio de que cada ser tem seu próprio pensamento.

A cultura popular é única, abrange a todos os seres humanos e é muito diversificada. O médico, por exemplo, adquiriu sua cultura em uma sala de aula, ele conhece bem o corpo humano e sabe lidar com termos técnicos como ninguém, o que não significa que ele tenha mais cultura que o índio, que por sua vez, possui costumes próprios e uma maneira de viver única, mesmo nunca tendo estado numa universidade. Para Strinati, a cultura popular não é homogênea por isso não precisa ser consumida como um todo. Certas partes podem ser escolhidas separadamente.

Ao nascer, começamos a formar nossos costumes e conceitos, desde como é feito o parto, a amamentação, o uso das fraldas e aprendemos a falar a nossa língua, etc, só paramos de adquiri-la quando morremos, como por exemplo. Ainda assim, a cultura interfere nos costumes fúnebres: os velórios, as missas de sétimo dia, os enterros...

A cultura de massa é o que mais interessa aos comunicadores, sua mensagem é pública, rápida e transitória e sua audiência é heterogênea, anônima e muito grande. Segundo Theodor Adorno, a mídia não se volta apenas para suprir as horas de lazer ou dar informações aos seus ouvintes ou espectadores, mas faz parte do que ele chamou de indústria cultural. Esse tipo de comunicação tem influência direta na cultura de um povo, é através dela é que a mídia insere gostos musicais, maneiras de se vestir e até mesmo de pensar determinados assuntos. Nos últimos tempos podemos perceber que cada vez mais a homossexualidade vem sendo tratada na televisão da maneira natural, tentando assim tornar a população menos preconceituosa, os resultados são notáveis. Nestor Canclini acredita que quase tudo na cidade "acontece" porque a mídia diz e como a mídia quer, acentua-se, portanto, a mediatização social. A forma de "participar" é hoje, relacionar-se com uma "democracia audiovisual" na qual o real é produzido pelas imagens geradas na mídia.

Falar sobre cultura não é simples, o fato de ela estar presente em tudo que fazemos e somos, a torna complexa, são diversos os estudos nessa área.e ainda sim não se chega numa exata conclusão de suas peculiaridades e intenções, mas de uma coisa temos certeza ela existe e está diretamente ligada a todos nós seres humanos, desde as primeiras formas de comunicação com a pintura rupestre.

Índice

Introdução

Cultura de Massa é o termo empregado para designar o processo de produção de livros,  cinema, teatro, música ou qualquer  outra manifestação artística pela indústria  de entretenimento ou  indústria  cultural,  com a finalidade de  satisfazer as demandas capitalistas pela arte e  cultura. Cultura de Massa, portanto, se refere ao processo de mercantilização da cultura por parte da indústria. A arte torna-se um produto,  uma mercadoria a ser comercializada. Na sociologia,  a cultura de massas e  a indústria cultural foram alvo dos estudos dos filósofos e sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer.

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O que é a cultura de massa?

A cultura de massa é um modelo de reprodução artística que deixa de lado elementos filosóficos da arte e cultura. A arte passa a ser feita para ser reproduzida até o momento  que o público se  canse de consumi-la. Não há, portanto,  intenção de criar obras autênticas uma vez que as cópias já atendem às demandas econômicas do mercado.

Podem ser considerados elementos da cultura de massa: 

  • Músicas;
  • Danças;
  • Séries;
  • Filmes;
  • Moda;
  • Esportes;
  • Hábitos alimentares.

Todos os elementos anteriormente citados seguem a fórmula de apresentarem qualidadecomplexidade e nível técnico pouco desenvolvidos

As músicas, por exemplo, são compostas com poucos acordes e rimas simples . Os filmes, seguem roteiros que misturam ação, romances e conclusões que são desvendadas ao longo da obra, muitas vezes sem um plot twist considerável.  As roupas e calçados seguem um mesmo padrão de cores,  cortes e estampas. A arte leva então à homogeneização dos gostos e daquilo que se consome.

Theodor Adorno e Max Horkheimer, importantes intelectuais alemães da Escola de Frankfurt e teóricos da “Indústria Cultural”. 

Precursores da cultura de massa

O crescimento e complexificação das tecnologias a partir do século XIX gerou transformações profundas nos modos de vida da população e nas formas com que produziam e consumiam bens culturais. As produções artísticas foram deixando de ser autorais, individuais e que seguiam estilo próprio do artista e passaram a ser produzidas a partir da lógica industrial, visando o comércio e o lucro.

Na lógica industrial,  a arte passou a ser produzida em larga escala, seguindo os padrões de consumo demandados pelo mercado ou para fazer com que os consumidores acreditem precisar do produto cultural que está sendo vendido. A arte deixa de ser consumida de acordo com o gosto e passa a ser consumida para garantir a diferenciação social ou para que os indivíduos se sintam parte da sociedade homogeneizada pela padronização do gosto. 

Foi somente após a II Guerra Mundial que os conceitos Cultura de Massa e, sobretudo, Indústria Cultural ganharam contornos e força dentro do meio intelectual. Na chamada Escola de Frankfurt, os teóricos alemães Theodor Adorno Max Horkheimer produziram inúmeras reflexões sobre o advento da produção cultural para as massas. 

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Indústria Cultural e escola de Frankfurt 

Na Escola de Frankfurt Theodor Adorno e Max Horkheimer cunharam o termo indústria cultural e desenvolveram teorias sobre a produção da cultura no mundo capitalista. A sociologia fala em cultura autêntica e cultura inautêntica. A primeira, se define como o conjunto  de manifestações artísticas produzidas para serem apreciadas, sem a necessidade de servirem ao capitalismo e são subdivididas em cultura popular e cultura erudita. A Cultura inautêntica é a  produzida em escala industrial que serve aos ganhos financeiros do capitalismo, caso da cultura de massas.

Para os pensadores alemães, a cultura erudita é a produzida pela elite econômica e intelectual, e por esse motivo é mais refinada elaborada. Através da arte, a elite podia escapar da produção artística  em escala industrial. Adorno e Horkheimer sugerem o desenvolvimento expressivo da arte erudita. São exemplos de produções eruditas: os concertos de música clássica, apresentações de orquestras,  espetáculos de ballet  clássico, peças de teatro  ou exposições  de artistas clássicos renomados. 

cultura popular seria a maneira autêntica de produções artísticas e estariam ligadas às culturas tradicionais dos povos, por isso eram consideradas por Adorno e Horkheimer menos técnicas e elaboradas. É possível citar como exemplos de cultura popular brasileira, a literatura de cordel, as festas juninas, o Carnaval,  a folia de Reis e a festa de Parintins.

Quanto à Indústria Cultural, o termo foi escolhido para fazer referência aos grandes centros de produção de comunicação em massa, responsáveis pela criação, divulgação e propagação de informações, serviços e produtos. O termo faz menção ao fato de que, como em qualquer indústria, a produção de bens culturais estaria a favor do consumo em massa, do lucro e, portanto, do capitalismo. 

Ainda segundo Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural e a Cultura de Massa são responsáveis pelo processo de alienação e homogeneização da população, uma vez que seus produtos são pré-definidos, homogêneos e carentes de profundidade política ou reflexão social. Para estes intelectuais, esses produtos servem como empecilho para o questionamento de sistemas vigentes por parte da população. 

Já outro teórico alemão ligado à Escola de Frankfurt, Walter Benjamin, considerava que, apesar das problemáticas relacionadas aos conteúdos e homogeneização, a cultura de massa proporciona um acesso mais amplo de classes menos privilegiadas aos bens culturais. 

Características da Cultura de Massa

Algumas características da Cultura de Massa são: 

  • a ampliação do acesso da população aos bens culturais;
  • homogeneização da população, uma vez que são propagados modelos planos e homogêneos de cultura que reproduzem formas de ser, vestir, gostar e estar no mundo e que não levam em consideração as individualidades e especificidades identitárias das pessoas. Ou seja, os consumidores são encarados como um corpo homogêneo, a “massa”;
  • os produtos consumidos têm amplo alcance graças às tecnologias de informação e de transporte disponíveis;
  • as vendas e o consumo são seus objetivos fundamentais; e são realizados em larga escala, conforme os padrões do mercado financeiro e industrial;
  • as mídias (ou meios de comunicação em geral) são parte fundamental, uma vez que são responsáveis pelo processo de divulgação;
  • alienação dos indivíduos, uma vez que a partir da atratividade dos elementos estéticos dos produtos e das sensações de prazer, diversão e lazer é proporcionada certa “fuga da realidade” que, segundo Adorno e Horkheimer,  é responsável pela alienação e pacificação das pessoas em relação à exploração capitalista a que são submetidas.

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Exercício de fixação

ENEM/2010

O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas centrais da globalização, diretamente associada ao processo de:

A evolução da tecnologia da informação.

B expansão das empresas transnacionais.

C ampliação dos protecionismos alfandegários.

D expansão das áreas urbanas do interior.

E evolução dos fluxos populacionais.