Interesses e segurança da Rússia são inegociáveis, diz PutinSem mencionar a Ucrânia, presidente russo afirma que preocupações com a Otan “permanecem sem resposta”
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fez discurso para toda a Rússia pelo feriado militar do “Dia do Defensor da Pátria"
Gabriella Soares 23.fev.2022 (quarta-feira) - 8h52 O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta 4ª feira (23.fev.2022) que os interesses russos são inegociáveis. Putin fez um discurso em rede nacional russa para comemorar o “Dia do Defensor da Pátria”, data comemorativa militar para os veteranos das Forças Armadas do país, em meio a tensões com a Ucrânia. “Nosso país está sempre aberto a um diálogo direto e honesto e pronto para buscar soluções diplomáticas para as questões mais complicadas”, disse Putin. “Mas quero repetir que os interesses da Rússia e a segurança do nosso povo são uma prioridade inegociável.” Putin não cita a Ucrânia em seu discurso. No entanto, fala na “difícil situação internacional e as ameaças representadas pelos desafios atuais”. Entre as ameaças citadas pelo presidente russo estão as atividades militares da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Eis a íntegra do discurso do presidente russo (48 KB, em inglês). A escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia tem como impulsionadora a aproximação do governo ucraniano com a Otan. Desde 1991, Kiev tenta entrar na organização, que é liderada pelos Estados Unidos. As principais exigências russas para recuar na tensão com a Ucrânia eram exatamente medidas que visavam impedir uma possível adesão do país vizinho à Otan, além da redução da presença de tropas da aliança militar no Leste Europeu. Os Estados Unidos, no entanto, negaram as demandas, segundo o governo russo. “Os apelos da Rússia para construir um sistema de segurança igual e indivisível que defenda de forma confiável todos os países permanecem sem resposta”, disse Putin nesta 4ª feira (23.fev). RÚSSIA E UCRÂNIAA situação no leste ucraniano piorou nos últimos dias. Na 2ª feira (21.fev) a Rússia reconheceu a independência das autoproclamadas “repúblicas populares” de Luhansk e Donetsk e enviou tropas para a região de Donbass, onde ficam as “repúblicas”. Na 3ª feira (22.fev), o Conselho da Federação russo autorizou envio de forças militares da Rússia ao exterior. Com a permissão, Putin tem o direito de usar as forças russas no exterior “de acordo com os princípios e normas do direito internacional”. No mesmo dia, a Ucrânia pediu que seus aliados lhe enviem “armas defensivas”. As Forças Armadas da Rússia têm 4 soldados para cada militar da Ucrânia, de acordo com levantamento do Financial Times com dados do IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, na sigla em inglês). O poder militar russo foi exaltado nesta 4ª feira (23.fev) por Putin. “Muito fizemos ao longo dos anos anteriores para realizar a modernização de qualidade das Forças Armadas”, disse ele. “Temos armas inigualáveis no mundo e elas são operacionais.” Também nesta 4ª feira (23.fev), o Ministério da Defesa da Ucrânia informou que um soldado morreu e 6 ficaram feridos em um bombardeio por parte de separatistas pró-Rússia no leste do país. No total, foram 96 bombardeios na última 3ª feira (22.fev). o Poder360 integra o Qual é o interesse da Rússia em prestar apoio diplomático e militar na Síria?Moscou busca manter influência na região e vê participação na crise síria como oportunidade de retomar relevância no cenário internacional.
Qual foi o interesse da Rússia na guerra da Síria?Segundo autoridades russas, sua campanha militar na Síria começou após um pedido formal feito pelo governo sírio em Damasco. O propósito destas ações seria ajudar o regime de Assad a lutar contra terroristas.
Quem apoia a Ucrânia?Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul estão aceitando milhares de refugiados da Ucrânia ou tomando medidas para garantir que os ucranianos que vivem nesses países possam ficar mais tempo.
Qual é a importância geopolítica da Rússia e da Turquia nesse contexto?Rússia e Turquia são dois países em posições geográficas extremamente estratégicas, que conectam o continente Europeu ao continente Asiático. Evidências teóricas e históricas comprovam as suas centralidades para a dinâmica internacional de ambos espaços geopolíticos.
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