Linha do tempo da arte contemporânea

Chamamos de história da arte a trajetória cultural e artística dos seres humanos ao longo da história no mundo.

As manifestações artísticas misturam-se à própria história humana, de modo a constituir um poderoso canal de expressão de sentimentos, emoções e também de diálogo.

Além disso, ela é mais uma ferramenta utilizada para que uma sociedade revele suas percepções sobre o momento histórico que atravessa, sendo um importante campo de estudo para que se compreenda como nossos antepassados viviam e se relacionavam.

Para tornar mais compreensível o entendimento da evolução das artes, esse campo do conhecimento foi dividido em períodos.

Percorreremos todas essas fases, focando na Arte Ocidental, a fim de apresentar um panorama da história da arte desde os seus primórdios até a atualidade.

Arte pré-histórica (30 mil a.C. até 4 mil a.C.)

Podemos considerar as manifestações artísticas como uma das primeiras formas de expressão humana. As mais remotas formas de arte registradas por historiadores são do período pré-histórico (ou seja, antes da invenção da escrita), mais precisamente do Paleolítico Superior (cerca de 30 mil a.C.).

Uma dessas demonstrações eram as "mãos em negativo" impressas nas paredes de cavernas. Tais imagens eram feitas utilizando um pó produzido com elementos minerais que era soprado sobre as mãos das pessoas apoiadas nas paredes.

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Cueva de las manos, Argentina. Arte rupestre do período paleolítico

Depois que essa técnica foi incorporada, surgiram outros desenhos nas cavernas, representando animais e cenas de caça, muito provavelmente feitos com intuito ritualístico. Além da pintura, houve também a escultura e a criação de objetos.

Nessa época, a ideia de arte como objeto de contemplação ainda não existia, portanto, as criações tinham outras funções, relacionadas ao utilitarismo e à espiritualidade.

Uma das características fortes da arte no paleolítico era a representação naturalista, buscando fidelidade com a imagem observada, como é o caso da imagem do bisão encontrado nas grutas de Altamira, na Espanha.

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Desenho rupestre de grande bisão em parede de caverna em Altamira, Espanha

Com o passar do tempo, os homens e mulheres começaram a dominar a agricultura, fixando-se em locais. É nessa época que eles passam a produzir ferramentas com pedras polidas, no período que ficou conhecido como Neolítico.

Assim, a arte dessa época também se transforma, surgindo representações mais simplificadas de animais e cenas de vida em comunidade, como danças e trabalho.

É também no neolítico que as primeiras esculturas em metal são produzidas. Além disso, no que diz respeito à arquitetura, são feitos monumentos em pedra, como o grande círculo de rochas intitulado Stonehenge, localizado na Inglaterra.

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Stonehenge, monumento de pedras na Inglaterra feito no período neolítico

Leia também: Arte Rupestre

Arte na Antiguidade (entre 4 mil a.C. e ano 476 d.C.)

Foram várias as civilizações que fizeram parte da Antiguidade, que compreende o período desde a invenção da escrita até o início da era medieval.

Podemos citar entre elas, as civilizações da Mesopotâmia, do Egito, da ilha de Creta, dos povos celtas, da Pérsia, da Grécia e Roma, além da arte paleocristã.

Abordaremos, portanto, algumas dessas expressões culturais mais significativas.

Arte da Mesopotâmia

A arte feita pelos povos mesopotâmicos abarcava diversas manifestações, como a escultura, pintura e arquitetura. A região ficava entre os rios Tigre e Eufrates, em território que atualmente se localiza em partes da Turquia e Iraque.

Foram 4 mil anos de civilização e os povos que integram a Mesopotâmia são os sumérios, assírios, acádios, babilônicos e caldeus.

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Estatuetas em terracota do povo sumério, presente na Mesopotâmia

A arquitetura foi a vertente que encontrou mais espaço entre os mesopotâmicos, com produções grandiosas. A escultura servia como adorno das construções, assim como a pintura.

Os temas variavam entre seres mitológicos, deuses e deusas, animais e pessoas.

Arte Egípcia

Uma das civilizações de maior importância da antiguidade foi o Egito Antigo. Esse povo possuía uma organização social e cultural bastante elaborada.

O aspecto religioso teve enorme relevância, norteando todos os campos da organização social, inclusive o artístico. Assim, as manifestações expressivas egípcias passavam sempre pela espiritualidade e a simbologia.

Uma dessas vertentes foi a arte funerária, que manifestava-se através de estatuetas e objetos colocados juntos aos corpos, a própria arte de embalsamar, os sarcófagos ricamente adornados e as grandes pirâmides, que serviam como morada eterna dos faraós.

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A arte de embalsamar corpos era uma prática do Egito Antigo

A arte era feita seguindo regras bastante rígidas, devendo servir um propósito maior do que expressão artística individual. Na pintura, por exemplo, havia algumas normas como a lei da frontalidade, em que as figuras humanas eram retratadas com o torso voltado para frente, enquanto as pernas, pés e cabeças eram exibidas de lado.

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Arte egípcia exibida em museu britânico em que é possível observar a "lei da frontalidade"

Conheça mais sobre a a arte fascinante do Antigo Egito.

Arte Grega

A Grécia Antiga é talvez a civilização que mais influenciou todo o Ocidente. Isso porque sua sociedade era baseada em crenças religiosas mais flexíveis que a das civilizações anteriores (como a egípcia), na qual as ações humanas e a razão eram valorizadas acima da espiritualidade.

De qualquer maneira, a mitologia grega era bastante vista como tema nos objetos artísticos.

A Grécia apresentou três períodos distintos: arcaico, clássico e helenístico. Portanto, a cultura foi sofrendo alterações, assim como a própria estrutura social.

Ainda assim, podemos caracterizar a arte desse povo de algumas maneiras. Foi por meio da pintura, escultura e arquitetura que os gregos expressaram suas ideias criativas, que geralmente exibiam bastante harmonia, com a preocupação da simetria e da perfeição.

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Vaso grego exibindo figuras em negro sobre fundo vermelho

Além disso, era uma arte calcada na valorização do homem. No início, as esculturas apresentavam expressões faciais neutras, que com o passar do tempo tornaram-se cada vez mais expressivas.

Confira também a nossa análise da arte da Grécia Antiga.

Arte Romana

Roma Antiga foi uma dos grandes impérios que a humanidade já viu. A fundação da cidade data, teoricamente, de 753 a.C. As influências culturais para esse povo estão baseadas em duas civilizações anteriores, a etrusca e a grega da era helenística.

Dessa forma, a arquitetura, a pintura e a escultura romanas tiveram como referência o ideal de perfeição e beleza dos gregos e alguns elementos dos etruscos.

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Painel escultórico romano em homenagem à deusa Pax

Na arquitetura, grandes construções foram erguidas com a finalidade de serem templos e espaços para entretenimento, como os teatros.

O Coliseu é um exemplo de teatro romano. Com proporções gigantescas, tinha espaço para 40 mil pessoas sentadas e 5 mil pessoas em pé, sendo construído no século I.

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Coliseu romano, construção foi finalizada no ano 82 d.C.

Arte Paleocristã ou Cristã Primitiva

A chamada "arte paleocristã" está relacionada com as manifestações artísticas realizadas por cristãos pouco tempo depois da morte de Jesus Cristo, pois depois desse acontecimento, seus discípulos passaram a pregar sua palavra e muitas pessoas tornaram-se devotas.

A princípio, essa comunidade localizava-se na Judéia, local da vida e morte de Jesus. Com o passar do tempo, as pessoas foram migrando para outros lugares do Império Romano e levando os ensinamentos do mestre.

Entretanto, essa crença não era permitida pelo governo romano e os fiéis sofreram grandes perseguições. Portanto, por ser uma fé proibida, os cristãos faziam suas homenagens a Jesus em locais escondidos.

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Pinturas do cristianismo primitivo em catacumba

Bons exemplos são os desenhos em catacumbas, locais onde eram enterrados os mortos. Costumava-se fazer imagens simples, contendo símbolos de adoração, e posteriormente desenhos um pouco mais elaborados.

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Imagem em catacumba exibindo a figura de Virgem Maria e menino Jesus

Arte na Idade Média (entre séc V e XV)

A época medieval compreende um longo período, que vai desde o século V até o XV, portanto, a arte foi sofrendo alterações ao longo desses séculos.

Após repetidas invasões pelos povos bárbaros, Roma é tomada definitivamente e fica estabelecido que a partir do ano 476 tem fim a Idade Antiga e inicia-se a Idade Média.

A partir desse momento o cristianismo foi ganhando aceitação até ser incorporado como a religião oficial, no que ficou conhecido como Império Bizantino.

A arte bizantina então passou a expressar a religiosidade cristã de maneira muito diversa da arte cristã primitiva, exibindo esplendor e riqueza e tendo como finalidade relacionar a figura do rei a de Deus.

Portanto, essa foi uma arte cheia de normas e convenções (assim como a arte egípcia). Cada figura retratada tinha um lugar correto, as personagens eram exibidas de frente e muitas vezes a realeza era mostrada como sagrada.

O mosaico (colocação de pequenas pedras em mural, formando um desenho) foi uma técnica muito usada no período bizantino.

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Painel bizantino em mosaico intitulado O milagre dos pães e dos peixes (520d.C.)

Posteriormente, outras manifestações artísticas surgiram, como a ourivesaria, na produção de peças para a realeza como coroas, joias e crucifixos.

Assim, a arte medieval foi evoluindo e a arquitetura foi uma das vertentes em que ela encontra terreno fértil, na construção de igrejas, catedrais e basílicas.

A arte românica e a arte gótica integram também o período medieval, no qual a característica que se mantém é a intensa ligação com o catolicismo.

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Pintura medieval de 1308 feito na técnica de têmpera sobre madeira

Arte Renascentista na Idade Moderna (por volta do séc XIV ao séc XVII)

É entendido como renascimento o período em que a cultura passa a sofrer grandes influências de ideais da antiguidade clássica greco-romana.

Tem início na Itália por volta do século XIV e desenvolve-se até o século XVII, compreendendo a chamada Idade Moderna.

Nessa fase da história, há progressivamente um despertar de valores humanistas e antropocentristas, que colocavam o ser humano como centro do universo.

As artes refletem essas concepções, seja por meio da literatura, pintura, escultura ou arquitetura. São características renascentistas a busca pela harmonia, simetria e equilíbrio nas composições artísticas, além do desenvolvimento da perspectiva e profundidade.

Uma obra que se tornou um ícone do período é Mona Lisa (1503), de Leonardo da Vinci, onde podemos notar várias dessas particularidades.

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Mona Lisa (1503), de Leonardo da Vinci, é uma obra emblemática da história da arte

Podemos citar como grandes artistas do período Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564), Donatello (1368-1466) e Sandro Boticcelli (1445-1510).

A arte barroca e o rococó surgem posteriormente como um desdobramento da arte renascentista e ainda na Idade Moderna.

Arte na Idade Contemporânea (a partir de 1789)

A Idade Contemporânea inicia-se a partir do século XVIII, sendo a Revolução Francesa seu marco inicial. No campo teórico, esse período se estende até os dias atuais.

Entretanto, muitas transformações sociais e culturais ocorreram de lá para cá e podemos considerar que estamos atualmente vivendo uma pós-modernidade.

Assim, os movimentos artísticos importantes que antecederam a chamada arte moderna, foram: neoclassicismo, romantismo, realismo, art nouveu, impressionismo e pós-impressionismo.

O neoclassicismo aparece no final do século XVIII como uma retomada de valores clássicos gregos, com grande tecnicismo nas escolas de arte.

Oposto a esse movimento surge o romantismo (1820-1850), que buscava romper com as regras clássicas, valorizando a imaginação, o sentimentalismo e a individualidade do artista.

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Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808, de Francisco Goya, feito de 1814-15, é uma obra do romantismo

Já o realismo (1850-1900) desponta com ideias contrárias às do romantismo, buscando exibir a realidade de maneira objetiva e sem idealizações.

No final do século XIX, com a industrialização bastante desenvolvida, a art nouveau surge com o intuito de unir diversas referências como as artes orientais e medievais a uma produção industrial.

Por volta de 1870, alguns artistas franceses começam a pensar a produção artística, originando o movimento impressionista, o qual buscava imprimir nas telas as cores e a iluminação natural da forma como enxergavam.

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Impressão, nascer do sol (1872), de Monet, é a obra que dá nome ao movimento impressionista

Essas experimentações artísticas tiveram como consequência a arte pós-impressionista, com pintores como Van Gogh e Cézanne.

Arte Moderna (fim do séc XIX até meados do século XX)

A arte moderna mescla-se às investigações pós-impressionistas e mais tarde, no começo do século XX, manifesta-se nas vanguardas europeias.

São chamados de vanguardas europeias os movimentos expressionismo, fauvismo, cubismo, futurismo, dadaísmo e surrealismo.

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Guernica (1937) de Pablo Picasso, retrata o massacre na cidade de Guernica durante a Guerra civil espanhola

Essas foram vertentes que tinham o intuito de trazer inovação tanto estética quanto conceitual às artes, desenvolvendo-se sobretudo na pintura, mas também na escultura, literatura e arquitetura.

Foi um momento de efervescência cultural que revelava as enormes mudanças trazidas com o progresso industrial e a Primeira e Segunda Guerra.

São consideradas as últimas vertentes da arte moderna também o abstracionismo, a op art, pop art e a Escola de Bauhaus.

Arte Contemporânea (a partir de meados do século XX)

A arte contemporânea é aquela que inicia-se na metade do século XX como uma forma de superar a arte moderna e propor novos caminhos e desafios no campo da expressividade.

Podemos dizer que as linguagens artísticas produzidas atualmente estão inseridas na arte contemporânea, ou mesmo que são artes pós-modernas.

Essa maneira de apreciar e produzir arte despontou através de investigações como a pop art, o minimalismo e ações performáticas por volta dos anos 60.

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Marina Abramovic em performance com Ulay, em 2010. A artista permaneceu sentada por horas trocando olhares com os visitantes

Assim como a própria vida nos dias de hoje é super conectada e tecnológica, a arte atual reflete esse contexto e assimila diversas linguagens, na busca por uma integração entre o mundo cotidiano e a arte.

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Bastidores (1997), da artista contemporânea brasileira Rosana Paulino, exibe retratos de mulheres com bocas e olhos costurados, mostrando o silenciamento das mulheres negras

Selecionamos um vídeo com a curadora e pesquisadora Sabrina Moura que traz alguns questionamentos e aponta direções no sentido de compreender melhor a arte contemporânea.

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Referências bibliográficas:

  • GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
  • PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ed. Ática, 2010.

Qual o tempo da arte contemporânea?

Arte Contemporânea é uma tendência artística que nasceu na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Também conhecida como Arte Pós-Moderna, essa tendência teve início, sobretudo, com o advento da Pop Art e do minimalismo.

Qual a sequência correta da linha do tempo da arte?

Linha do Tempo da História da Arte: Movimentos Artísticos....
ARTE PRÉ-HISTÓRICA (~ 40.000–000 a.C.).
ARTE ANTIGA (4.000 a.C.– 400 d.C.).
ARTE MEDIEVAL (500–1400).
ARTE DA RENASCENÇA (1400-1600).
MANEIRISMO (1527-1580).
BARROCO (1600-1750).
ROCOCÓ (1699-1780).
NEOCLASSICISMO (1750-1850).

Quais os 7 períodos da arte?

Os principais acontecimentos nesse período foram: Revolução Francesa, Primeira Guerra, Segunda Guerra e Guerra Fria. As vertentes artísticas que fizeram parte desse contexto em um primeiro momento, são: Neoclassicismo..
Expressionismo..
Fauvismo..
Cubismo..
Futurismo..
Dadaísmo..
Surrealismo..

Como podemos definir a linha do tempo da arte na idade contemporânea?

A arte na Idade Contemporânea compreende-se no período entre a Revolução Francesa (1789) e o presente. Foi uma época caracterizada por revoluções e grandes transformações artísticas, demográficas, sociais, políticas, tecnológicas e econômicas.