Maiores produtores de petróleo de África

A informação, que resulta de fontes secundárias, consta do relatório de junho da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), consultado pela Lusa, e reflecte um aumento na produção angolana de 4.000 barris diários face ao mês de Maio.

Já a Nigéria, que enfrenta problemas com grupos armados que comprometem as operações petrolíferas, começou 2016 com 1,853 milhões de barris diários (contra os 1,742 milhões de Angola), tendo descido até aos 1,426 milhões em maio, o valor mais baixo do ano, segundo aquela organização.

A produção nigeriana terá registado uma subida de 97.000 barris por dia, entre Maio e Junho, tendo em conta a compilação de dados feita pela OPEP.

Apesar de Angola lidar a lista dos maiores produtores de petróleo em África, um recente relatório da Agência Internacional de Energia explica que só a desorganização, instabilidade política, roubos de petróleo, dificuldades no controlo de grupos armados e aos adiamentos sucessivos da nova lei do petróleo impedem a Nigéria de retomar o primeiro lugar.

A agência prevê ainda que Angola continue na liderança da produção petrolífera em África até 2020.

O Governo angolano anunciou a 11 de Julho uma revisão em baixa da estimativa do preço médio do barril de crude de 2016, dos 45 dólares que constam no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 41 dólares.

Em comunicado, o Ministério das Finanças informa que as vendas no primeiro semestre de 2016 cifraram-se, em média, nos 36 dólares por barril.

As estimativas do Governo apontam agora para um preço médio do barril de crude vendido em 2016 nos 41 dólares, o que contrasta com os 98 dólares projectados no OGE de 2014, antes da crise da cotação do petróleo no mercado internacional.

Segundo a mesma informação, o país produziu em média, no primeiro semestre do ano, 1,77 milhões de barris de crude, "em linha com as estimativas do OGE".

Face à evolução, em baixa, da cotação do petróleo no primeiro semestre do ano, o Governo angolano estima agora arrecadar 18 mil milhões de dólares (16,3 mil milhões de euros) em receitas fiscais, dos quais 8,3 mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de euros) garantidos com a exportação de petróleo.

O relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) revela que Angola tem vindo a aumentar ligeiramente a produção desde o princípio do ano, subindo de 1,123 milhões de barris diários, no último trimestre de 2021, para 1,161 milhões no primeiro trimestre deste ano e 1,173 no segundo trimestre de 2022, o que mantém o país como maior produtor de crude na África subsaariana.

De acordo com dados submetidos à OPEP pelos países-membros, Angola superou pelo terceiro mês consecutivo a Nigéria, que produziu 1,260 barris por dia nos últimos três meses de 2021, melhorando ligeiramente para 1,299 nos primeiros três meses do ano, mas descendo para 1,133 no segundo trimestre do ano.

O relatório citado pela Lusa adianta também que, em Maio e Junho deste ano, Angola terá produzido 1,162 milhões e 1,175 milhões de barris por dia, contra os 1,024 milhões e 1,158 milhões de barris produzidos pela Nigéria.

“A Nigéria, a maior economia da África subsaariana e o país mais populoso, teve o segundo maior declínio registado entre os membros da OPEP em Julho, ainda que Angola também tenha reduzido a sua produção”, indicam fontes secundárias que também são disponibilizadas no relatório da OPEP.

As referidas fontes [secundárias] apresentadas no relatório de Agosto da organização, mostram Angola a produzir 1,164 milhões de barris diários em Maio, 1,184 milhões em Junho e 1,165 em Julho, ao passo que a Nigéria produziu 1,153 em Maio, 1,176 em Junho e 1,183 em Julho.

A OPEP é uma organização que representa os interesses de 13 países exportadores de petróleo, nomeadamente a Argélia, Angola, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

A consultora Fitch Solutions estima que a produção de petróleo na África subsaariana vá cair 3,7% este ano, arrastada pela queda da Nigéria, mas antevê um "futuro mais brilhante" para o gás da região.

"Antevemos que a produção de crude, gás natural e outros líquidos vá cair 3,7% este ano, impactada pelo persistente declínio da Nigéria, o maior produtor de petróleo da região, que foi significativamente afetado pela redução do investimento nos poços atuais e por uma falta de manutenção nos últimos anos", escrevem os analistas.

Numa análise sobre a produção de e gás na região, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Solutions, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, escreve que, apesar das dificuldades atuais, "o início da produção em vários novos mercados vai ajudar a manter um crescimento positivo a médio prazo, mas ainda assim com dificuldades para regressar aos níveis anteriores à pandemia".

Gás com futuro brilhante

A perspetiva de evolução da produção de gás mostra, afirmam, "um futuro mais brilhante, com a produção a aumentar fortemente durante esta década, apoiada pelo desenvolvimento de grandes recursos gasistas descobertos na África ocidental e oriental".

A Fitch Solutions estima que o PIB da África subsaariana cresça 3,2% este ano, impulsionado "pelos elevados preços do petróleo, que apoiam os exportadores da região, e pela recuperação da atividade económica".

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Enquanto a Nigéria deverá sofrer uma queda de 9,1% na produção petrolífera este ano, "o crescimento positivo em Angola deverá ajudar a acomodar a queda geral na produção regional, já que as atividades de prospeção que estão a começar por parte de várias companhias internacionais vão impulsionar a produção em 3,5% neste país lusófono".

Situação de Angola

Angola recupera assim do forte declínio de 9,2% em 2021, diz a consultora, notando ainda que os preços e a retirada dos limites à produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) vão ajudar Angola ainda mais a aumentar a produção.

Sobre a produção de gás, deverá aumentar de 85,9 mil milhões de metros cúbicos para 150,6 mil milhões de metros cúbicos em 2031, com Moçambique, Nigéria, Mauritânia e Senegal a liderarem o aumento da produção.

"O maior setor de investimento na África subsaariana durante os próximos anos será a expansão da capacidade de exportação do gás natural líquido", diz a Fitch Solutions.

Enquanto a Eni deverá começar a produzir ainda este ano no projeto Coral FLNG, a TotalEnergies só em 2026 conseguirá lançar a produção e a ExxonMobil só deverá tomar a decisão final de investimento em 2023, com início de produção previsto para 2027, conclui a consultora.

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Quais os principais produtores de petróleo da África?

Angola é pelo segundo mês consecutivo o maior produtor de petróleo em África, mantendo a Nigéria atrás, segundo dados mais recentes divulgados pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Qual é o maior produtor de petróleo do continente africano?

A Nigéria – principal exportador africano de petróleo bruto – deverá aumentar sua produção diária de 2,2 milhões de barris para 3 milhões até 2007, antes de passar para 4,42 milhões em 2020.