O que é a ética como disciplina filosófica?

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História

Escola Colegio Estadual Barao Do Rio Branco

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FILFOSOFIA E ÉTICA APLICADA PROFISSIONAL 
ÉTICA COMO DISCIPLINA FILOSÓFICA 
 
Professor Mestre 
Obertal Xavier Ribeiro 
Março de 2017 
 
 
 A ética ou filosofia moral se fundamenta nas idéias de bem e virtude, enquanto valores 
morais perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz em uma existência plena e 
feliz. 
 
1. A busca do bem e da virtude. 
 
 Os filósofos gregos, no período inicial da filosofia antiga, definiram a busca do bem e da 
virtude, e estes nos orientam na compreensão da ética como disciplina filosófica. Segue a 
concepção que eles elaboraram de ética ou filosofia moral. 
 
 
Sócrates e as indagações sobre a virtude e o bem: 
 
 Foi Sócrates quem introduziu as discussões éticas no âmbito da filosofia ao perguntar aos 
atenienses jovens ou velhos, homens ou mulheres, crianças ou adultos: 
 O que são a virtude e o bem? 
 Incapazes de formular respostas corretas, alguns se afastavam zangados ou irritados, 
outros, no entanto, reconheciam a própria ignorância e se motivavam a encontrar, juntamente 
com Sócrates, o significado filosófico da virtude e do bem. 
 Para o pensador grego, ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante não 
é virtuoso. Todo homem que sabe o que é o bem e o reconhece racionalmente como tal, 
necessariamente tende a praticá-lo. A virtude consiste, pois, em conhecer as causas e os fins das 
ações fundadas em valores morais assim identificados pela inteligência, o que impele o indivíduo 
a agir virtuosamente em direção ao bem. 
 
 
Aristóteles e a tendência para o bem pelo uso da razão: 
 
 Já segundo Aristóteles, toda atividade humana, em qualquer campo, tende a um fim que é 
por sua vez um bem: o Bem Supremo ou Sumo Bem. Este consiste no exercício perfeito da 
função própria do homem: a razão. Portanto, o homem virtuoso é aquele capaz de deliberar e 
escolher o que é mais adequado para si e para os outros, movido por uma sabedoria prática em 
busca do equilíbrio entre o excesso e a deficiência: 
 
 "A virtude é. pois uma disposição de caráter relacionada com a escolha consistente numa 
mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional 
próprio do homem dotado de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por 
excesso e outro por falta; pois que. enquanto os vícios ou vão muito longe ou ficam aquém do 
que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo. E 
assim, no que toca à sua substância e à definição que lhe estabelece a essência, a virtude é 
uma mediania; com referência ao sumo bem e ao mais justo, é, porém, um extremo" 
(Aristóteles). 
 
 Daí ser difícil, segundo Aristóteles, ser bom na medida em que o meio-termo não é 
facilmente encontrado: "Por isso a bondade tanto é rara como nobre e louvável". 
 
 
 2 
Epicuro e a busca da felicidade: 
 
 Para Epicuro (341-270 a.C.), a felicidade consiste na ausência de preocupações e no 
prazer, 
1
 razão pela qual é considerado um dos principais representantes do hedonismo
2
. 
 Ã ausência de preocupações se revela no abandono do temor aos deuses, do temor à 
morte e do temor ao futuro. O sujeito ético é feliz quando se liberta do medo da morte, do 
destino e das superstições. 
 O prazer é um bem e, como tal, o fim da vida feliz. No entanto, nem todo prazer gera 
felicidade. Epicuro destaca a importância de se possuir uma virtude, sem a qual torna-se 
impossível escolher e eleger os prazeres. Essa virtude é a prudência, e graças a ela, o "sóbrio 
raciocínio" seleciona os prazeres que não trazem dor e perturbações ou aqueles que trazem dor, 
mas, em compensação, proporcionam prazeres maiores e superiores após a dor. 
 
 
Estóicos e a aceitação do destino: 
 
 Para os estóicos (por exemplo, Zenão, Sêneca e Marco Aurélio), o homem é feliz quando 
aceita seu destino com imperturbabilidade e resignação. O universo é um todo ordenado e 
harmonioso onde os sucessos resultam do cumprimento da lei natural, racional e perfeita. 
"Seguir a natureza" é, para os estóicos, a principal virtude, e a arte de bem viver consiste na 
aceitação da ordem universal, compreendida pela razão. 
 Assim, a felicidade, segundo os estóicos, está assegurada para o homem virtuoso, isto é, 
aquele que enfrenta seus próprios desejos com moderação e aceita o que o destino lhe impõe. O 
homem virtuoso não deseja nem teme o que não depende dele e, dessa forma, não padece 
nenhum sofrimento e mantém a tranqüilidade do seu espírito. 
 
 Para os filósofos antigos, gregos e romanos, a vida ética consistia no efetivo controle das 
paixões, dos apetites e desejos, pela razão, por meio do exercício consciente da vontade racional 
sempre em busca da virtude e do bem para o alcance e realização de uma vida feliz: 
 
A ética, portanto, era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar 
racionalmente impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e à 
felicidade, e para formá-lo como membro da coletividade sóciopolítico. Sua finalidade era a 
harmonia entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser 
virtuosos (Chauí) 
 
 
2. O amor como bem maior. 
 
 A moral cristã se fundamenta na existência de Deus e de homens criados à Sua imagem e 
semelhança. A conduta ética deve se pautar dois elementos essenciais: 
 1. Pelo amor a Deus, concretizado na fé. 
 2. Pelo amor ao próximo expresso pela caridade. 
 A moral cristã e as doutrinas éticas religiosas se estabelecem fortemente no pensamento 
filosófico da idade média. 
 A partir da dimensão bíblica, o Sermão da Montanha, no texto do Evangelho segundo 
Mateus, traduz a concepção ética dominante do cristianismo: 
 
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. 
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 
 
1
 Do grego: felicidade - ataraxia. Prazer - hedoné. 
2
 Hedonismo: toda concepção ética que assume o prazer como princípio e fundamento da vida moral. 
 3 
Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. 
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos 
céus. 
Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o 
mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa 
nos céus (Mt 5, 1-12). 
 
 A fé e a caridade são, pois, reconhecidas como virtudes essenciais do bom cristão em 
busca de uma vida feliz. No entanto, o cristão pode se afastar da vida feliz ao fazer mau uso da 
vontade livre ou livre-arbítrio e incorrer no pecado e conseqüente afastamento deliberado de 
Deus. Para prevenir o enfraquecimento da vontade diante do mal (pecado), o cristão deve pautar 
sua conduta moral pela lei divina revelada pelos profetas (no Antigo Testamento) e por Jesus 
Cristo (no Novo Testamento), à qual deve se submeter incondicionalmente. 
 
 
Cristianismo, a idéia do dever e a conduta: 
 
 O cristianismo introduziu na filosofia moral do Ocidente a idéia do dever, o que 
determinou o surgimento de três tipos possíveis de conduta: 
 1. Moral.. 
 2. Imoral. 
 3. Amoral. 
 
 As condutas morais e imorais, ou éticas e antiéticas, são aquelas que se realizam de 
acordo ou contrariando as normas e regras impostas pelo dever: "Não mate; não roube,

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O que é a ética para a filosofia?

Ética é uma disciplina da filosofia que busca entender o modo como o ser humano deve agir com base na análise da moral, dos hábitos e dos costumes de uma sociedade. Ética é uma área da filosofia que busca problematizar as questões relativas aos costumes e à moral de uma sociedade, sem recorrer ao senso comum.

Qual é o objeto de estudo da ética enquanto disciplina filosófica?

A ética ou filosofia moral é uma área de conhecimento que tem como objeto de investigação as ações humanas e seus princípios orientadores.

Como nasce a ética como disciplina filosófica?

A ética surge a partir do modo como se estabelece a relação com esses diferentes tipos de outro. Pode fechar-se ou abrir-se ao outro, pode querer dominar o outro, pode entrar numa aliança com ele, pode negar o outro como alteridade, não o respeitando, mas incorporando-o, submetendo-o ou simplesmente destruindo-o.

Como se pode definir o que é ética?

A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. As palavras ética e moral têm a mesma base etimológica: a palavra grega ethos e a palavra latina moral, ambas significam hábitos e costumes.